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EFEITOS SOMÁTICOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE RADIAÇÕES IONIZANTES Radiação - processo físico de emissão e propagação de energia eletromagnética por meio de partículas em movimento Ionização - energia cedida com capacidade de ejeção de elétrons A absorção depende da natureza dos átomos que a constituem REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim RADIAÇÕES IONIZANTES As radiações ionizantes interagem com a matéria por: Efeito fotoelétrico, Efeito Compton e Materialização ângulo de deflexão e- e+ e- e- Efeito fotoelétrico Efeito Compton Materialização REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim HISTÓRICO 01 02 03 04 8 de novembro de 1895 Descoberta dos raios-X por Röntgen 1900 Identificação das partículas alfa (a), beta (b) e radiação gama (g) 1934 A descoberta da radioatividade artificial 1928/ 1932 Descoberta do pósitron 05 06 07 08 1934 Descoberta da fissão nuclear 1945 Hiroshima e Nagasaki 1986 O acidente nuclear de Chernobyl 1987 Acidente radiológico em Goiânia REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim RADIOSSENSIBILIDADE DE CÉLULAS DE MAMÍFEROS Segundo a lei de Bergonie e Tribondeau, são mais radiossensíveis as células que exibem maior atividade mitótica e (ou) menor grau de diferenciação Em determinados órgãos os efeitos das radiações são consequência de lesões provocadas nas estruturas responsáveis pelas funções, enquanto em outros são explicados pelos danos nos sistemas de suporte ou de nutrição REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS DE MAMÍFEROS QUANTO A RADIOSSENSIBILIDADE GRUPO CARACTERÍSTICAS CELULARES CAPACIDADE DE DIVISÃO NÍVEL DE DIFERENCIAÇÃO SENSIBILIDADE EXEMPLOS I Células que se dividem e se diferenciam regularmente ++++ + ++++ eritroblastos, células das criptas intestinais, células basais da epiderme II Células que se dividem regularmente e se diferenciam entre as mitoses ++++ ++ +++ mielócitos, espermatócitos III Células que se dividem em condições especiais ++ +++ ++ células do rim, fígado, pâncreas e tireóide IV Células que não se dividem - ++++ + neurônios, células musculares REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim SISTEMATIZAÇÃO DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES Dependem das lesões provocadas nas células que compõem o organismo Procurar distinguir os efeitos de radiações localizadas dos atingidos de corpo inteiro Outra classificação é a cronologia do seu aparecimento, separando em imediatos e os retardados A exposição do corpo inteiro a doses elevadas pode provocar a doença aguda de radiação, caracterizada como um efeito imediato, por outro lado, a carcinogénese rádioinduzida aparece vários anos após essa exposição, constituindo um efeito retardado REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim DOENÇA AGUDA DE RADIAÇÃO (DAR) Aspectos Gerais Conjunto de sinais e sintomas observados após exposição a doses elevadas de radiação no corpo inteiro É uma doença polimorfa, comportando diferentes quadros clínicos Cada uma das formas de expressão da DAR constitui uma síndrome específica REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim DOENÇA AGUDA DE RADIAÇÃO (DAR) REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim DOENÇA AGUDA DE RADIAÇÃO (DAR) Formas Clínicas da DAR Síndrome do SNC Grandeza de 100 Gy Morte em no máximo 1-2 dias Falência do SNC Síndrome Gastrointestinal Dezenas de Gy Morte em alguns dias Náuseas, vômitos, intensa diarréia, perda de peso Inativação de células epiteliais das vilosidades intestinais Morte por Inativação Molecular Centenas de Gy Óbito em minutos Síndrome Hematopoiética Alguns Gy Inativação de elementos do sangue e tecidos hematopoiéticos Significativa redução no número de linfócitos REBECA AMORIM PIRES () - Rebeca Amorim PROGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DA DAR A gravidade da DAR depende da dose de radiação absorvida Indicadores biológicos propostos para realização da estimativa da dose: excreção urinária de ácido beta aminoisobutírico ou de desoxicitidina Primeiramente, recomenda-se a internação imediata do paciente em uma Unidade de terapia intensiva (UTI) e a maioria dos especialistas adotam medidas antiinfecciosas, antihemorrágicas, enxertos de medula óssea e reposição de fluidos e eletrólitos O risco de câncer proveniente dessa exposição depende da dose, da duração da exposição, da idade em que se deu a exposição, da sensibilidade dos tecidos frente aos efeitos carcinogênicos da radiação. Efeitos agudos à saúde: Náuseas, fraqueza, perda de cabelo, queimaduras na pele ou diminuição da função orgânica. Pacientes tratados com radiação frequentemente experimentam os efeitos agudos, devido à exposição em altas doses. Efeitos crônicos à saúde: A radiação pode causar alterações no DNA. O câncer também é considerado um efeito da exposição à radiação RADIOCARCINOGÊNESE EFEITO TARDIO DAS RADIAÇÕES MODIFICAÇÕES DA VIDA MÉDIA Exposição à radiações causa diminuição da vida média Relação linear entre a dose absorvida e o encurtamento da vida em animais. Radiação acelera os processos de envelhecimento, por mecanismos ainda mal conhecidos, talvez por acúmulo de lesões e (ou) ativação de vias incorretas de reparação. MODIFICAÇÕES DA VIDA MÉDIA Não verificou-se esse fenômeno na espécie humana. Exemplo: vida média dos radiologistas ingleses, entre 1897 e 1957, mostrou-se equivalente à de médicos exercendo outras especialidades. Dúvidas quanto à validade de pesquisa análoga, realizada nos EUA, que indicou morte prematura de radiologistas. Da mesma forma, a vida média de sobrevivente de Hiroshima e Nagasaki é comparável à de pessoas não expostas. Efeitos no desenvolvimento embrionário e fetal Irradiações realizadas antes da implantação causam morte pré-natal. No período de organogênese, a irradiação tem grandes probabilidades de gerar mal-formações. No geral, tem correlação com o órgão que esteja sendo formado no momento em que ela ocorra. Em camundongos, a exposição no 9º dia após a fecundação costuma produzir defeitos nas orelhas ou no nariz, enquanto as realizadas no 11º dia, causam microcefalia. Pode ocorrer nesse período também o aparecimento de nati-mortos, visto que diversas mal-formações são incompatíveis com a vida. Efeitos no desenvolvimento embrionário e fetal No período fetal, a exposição às radiações praticamente não mais provoca mal-formações ou morte, embora possa ter outras consequências como redução ponderal e retardo mental. Estudos sobre a incidência de mal-formações radioinduzidas obtidas mediante estudo de mulheres grávidas submetidas à teurapêutica antineoplásica ou a procedimentos diagnósticos com radiações, e por sobrevivente de Hiroshima e Nagasaki. Elevada incidência de microcefalia e retardamento mental. Efeitos de baixas doses Baixas doses de radiação poderiam ter efeitos benéficos, sendo capazes de reduzir a ocorrências de câncer ou de aumentar a duração da vida média. Outros agente físicos ou químicos, em baixas doses, seriam capazes de estimular funções biológicas ou até gerar efeitos benéficos, enquanto em doses mais elevadas seriam tóxicos. Efeitos: Aumento da duração de vida; Elevação das taxas de fertilidade e de crescimento; Redução da incidência de câncer. Efeitos de baixas doses Zona de alta radioatividade natural na Índia: incidência de câncer mais reduzida que nas populações controle. Taxa de mortalidade em radiologistas americanos, nos 10 primeiros anos de atividade profissional, foram menores que entre médicos de outras especialidades. Aumento da taxa de divisão celular em culturas de Paramecium expostas a taxas de dose de radiação cósmica. Resultados ainda rejeitadospela maioria dos radiobiologistas, logo devem ser encarados com muita precaução. Efeitos localizados Quando somente um segmento anatômico é exposto às radiações, como em acidentes ou em pacientes em radioterapia. Inibição de mitoses e o aparecimentos de aberrações cromossômicas. Efeitos localizados No corpo inteiro, observa-se as alterações: Pele: eritema, epilação, flictemas, necrose do epitélio, muitas vezes acompanhada de ulceração. Aparelho cardiovascular: lesões no coração (pericardite fibrosa e fibrose difusa intersticial do miocárdio), lesão de vasos de pequeno e médio calibre- ocorrendo vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e desenvolvimento de processos trombóticos. Pulmões: edemaciação intersticial e intra-alveolar, com hialinização e fibrose- diminuição da capacidade ventilatória. Aparelho gastrointestinal: lesões nas vilosidades intestinais, danos no epitélio da boca e nas partes superiores do tubo digestivo. Efeitos localizados Rim: relativamente radiossensível, em consequência das lesões provocadas em arteríolas e capilares, sendo frequente o desenvolvimento de nefroesclerose. Bexiga: também sensível, lesões na mucosa de revestimento, com ulcerações e eventuais infecções. Gônadas: bastante radiossensíveis, pode ocorrer esterilidade temporária ou definitiva. SNC: necrose após absorção de doses elevadas, devido à lesões nas células gliais e alteração da permeabilidade e da circulação, doses menores provocam alterações funcionais, observáveis no eletroencéfalograma. Globo ocular: opacificação do cristalino (cataratas). REFERÊNCIAS https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100019 https://www.bbc.com/portuguese/geral-45783343 https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/radiacoes/radiacoes-ionizantes Alunas: Ana Carolina Dourado Leobas Moira Magno Andrade Rebeca Amorim Pires OBRIGADA!
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