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- ação de fármacos em nível molecular → BIOQUÍMICA - mecanismos básicos que levam a alterações fisiológicas SÍTIO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS - fármacos chegam com diferentes concentrações no tecido ou órgão-alvo - depende um certo grau de seletividade → fatores ligados às drogas (drogas altamente seletivas para um alvo tem efeitos mais direcionados a tecido/órgão de ação - drogas seletivas X drogas promíscuas ), à via de administração utilizada (a via pode favorecer algum fator limitante do fármaco para que ele chegue no tecido alvo - ex: atravessar BHE, atravessar barreiras muito lipofílicas, etc),, inerentes ao próprio paciente (condições clínicas, alterações genéticas) - a [fármaco] que chega ao tecido/órgão-alvo contribui para a margem de segurança e aparecimento de efeitos indesejados: os efeitos indesejados de uma droga promíscua tendem a ser mais aparentes do que aqueles relacionados à drogas mais seletivas (muitos alvos e receptores atingidos aumentam o leque de possíveis efeitos indesejados) - princípio da bala mágica: seletividade extrema do fármaco a ponto que ele só haja no tecido alvo, sem provocar interações e efeitos indesejados/secundários em outros tecidos FÁRMACOS ESTRUTURALMENTE INESPECÍFICOS: fármacos inespecíficos não tem um alvo particular/não tem ação específica em um alvo - a ação desses fármacos é derivada de mecanismos físicos e ou químicos 1) alteração da bicamada lipídica: gases anestésicos que, devido a alta lipofilicidade, dissolvem-se na bicamada lipídica alterando a permeabilidade de membrana 2) alteração de osmolaridade: de líquidos e compartimentos corporais → frente a um choque hemorrágico, utiliza-se fármacos IV que aumentam a osmolaridade sanguínea com o intuito de trazer água para o sangue e aumentar a volemia 3) reações físico-químicas : antiácidos tipo Sal de Frutas (sal básico + ácido estomacal → neutralização); adsorção de substâncias em carvão ativado FÁRMACOS ESTRUTURALMENTE ESPECÍFICOS: seletividade e alvos farmacológicos bem definidos definidos por sua estrutura química - relação estrutura X atividade: similaridades estruturais que justificam a sua ação (campo de estudo da química medicinal e química farmacêutica) - famílias químicas similares em ação: justifica o agrupamento de algumas substâncias em classes, devido às suas semelhanças cinéticas e dinâmicas → exemplo: desenvolvimento da procaína a partir da cocaína (anestésico local - semelhança do grupo funcional mantido conferindo a semelhança em farmacodinâmica); desenvolvimento do salbutamol a partir da estrutura da noradrenalina (pequenas alterações no neurotransmissor natural) - interação entre fármaco e receptor: força de atração eletrostática, forças de Van der Waals (principalmente para sítios e fármacos lipossolúveis) → em geral, as ligações são reversíveis (mas há alguns que podem se ligar por covalência e serem irreversíveis) - quanto mais forte a ligação fármaco-receptor, mais duradouro o efeito do fármaco - alvo farmacológico = receptor para a farmacologia (sítio receptor do fármaco) - quando o fármaco atua no receptor, ele altera a conformação do alvo e modula uma função biológica pré-existente - em relação à velocidade para o efeito (velocidade de transdução): 1 (mais lento) → 6 (mais rápido) Farmacodinâmica Alvos e Transdução de Sinal ALVOS FARMACOLÓGICOS USUAIS 1) RECEPTORES NUCLEARES - pré-requisito: o fármaco deve conseguir entrar na célula - receptores dissolvidos no citosol ou, muitas vezes, já está no núcleo → exemplo: hormônio esteróide → ligação com receptor no citossol → translocação para o núcleo → alteração da expressão gênica → tradução de proteínas → efeito do fármaco e em outros processos (explicação do efeito lento) - fármaco requer passagem do ligante pela membrana celular: alta lipossolubilidade - efeitos e consequências a longo prazo - principais exemplos: hormônios esteróides (sexuais e glicocorticóides - naturais ou usados na clínica); T3/T4 2) DNA, RNA E ALTERAÇÃO NA FUNÇÃO GÊNICA: - principais exemplos: antibacterianos (quinolonas), antineoplásicos - funcionam como: - inibidores da polimerização de nucleotídeos: impedem duplicação, transcrição…. - inibidores da síntese proteica: estreptomicina que impedem a tradução se ligando nos ribossomos bacterianos - alterando o grau de metilação/acetilação de histonas: campo novo de estudo da epigenética → o grau de metilação/acetilação regula o quanto genes podem ser expressos ou não 3) RECEPTORES TRANSMEMBRANA ACOPLADOS A ATIVIDADE ENZIMÁTICA: - a face interna do receptor de membrana tem a capacidade de recrutar enzimas - o fármaco, ao se ligar em seu sítio, provoca a dimerização do receptor transmembrana: dois receptores se aproximam (formando um dimero) que causa a ativação do receptor - possíveis atividades: a) receptores com atividade enzimática própria: possuem uma porção catalítica voltada para o citosol; essa porção pode ser quinase, adenilatociclase, guanilatociclase… - causam auto-fosforilação cruzada: porção catalítica interna é rica em resíduos de tirosina, treonina e serina, que são aas passíveis de fosforilação - exemplos: receptores para insulina; receptores de fatores de crescimento b) ativação promove recrutamento de enzimas solúveis livres no citosol: recrutam quinases citosólicas - recrutamento de enzimas citoplasmáticas → JAK, IRAK - exemplo: citocinas 4) RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G (GPCR) - alvos de velocidade intermediária → principais alvos farmacológicos para a maioria dos fármacos - apresentam 7 alfa-hélices transmembranares → são multiconformacionais: não tem conformação única - porção extracelular: receptor para o ligante / porção intracelular: sítios de alta afinidade com a proteína G - GPCR: intermediário intracelular que leva o sinal de fora para dentro da célula - são heterotriméricas (alfa-beta-gama) - transdução do sinal pela proteína G: 1) forma inativa: trimérica e ligada a GDP 2) acoplamento do ligante ao receptor de membrana 3) alteração conformacional tridimensional da proteína G causa troca de GDP por GTP 4) mudança drástica na conformação da proteína G causa desacoplamento da proteína G do receptor de membrana e liberação da porção beta-gama da porção alfa (proteína ativada) 5) ativada, a proteína (porção alfa) pode se direcionar a outros lugares da célula, como ir em direção em outra proteína de membrana, para exercer o seu efeito 6) nova modificação na proteína G acarreta a liberação de um fosfato, transformando o GTP em GDP, o que viabiliza a ligação das porções beta-gama na porção alfa, reconstituindo a proteína trimérica inativa e retorno à sua posição inicial - tanto a porção alfa quanto a beta-gama são ativas (descoberta nova) → ações variadas, que acontecem ao mesmo tempo, e que pode ter efeito rápido e lento (cascata dereações ativadas que podem liberar vários sinais) - os receptores acoplados à GPCR recrutam segundos mensageiros: intermediários intracelulares que não é o causador final do efeito farmacológico - permitem o recrutamento de vias diferentes → único estímulo - várias vias acionadas e vários tecidos atingidos (não é sempre que isso acontece mas pode acontecer): o receptor não atua em tecidos diferentes mas atua recrutando vias que atingem tecidos diferentes - amplificação de sinal: um único receptor pode recrutar várias GPCR → várias GPCR recrutam muito mais segundos mensageiros TIPOS DE PROTEÍNA G E 2º MENSAGEIROS 1) Proteína Gs: G estimulatórias → ativação de adenilatociclase (enzima de membrana) para a produção de AMPc (2º mensageiro) 2) Proteína Gi: G inibitória → efeito contrário à Gs: inibição da adenilatociclase para redução da produção de AMPc 3) Proteína Gq: também é excitatória mas com mecanismo diferente → ativação da fosfolipase C com a produção de diacilglicerol (DAG) e IP 3 - segundos mensageiros - por de ácidos graxos de membrana. IP 3 leva ao influxo de cálcio para ativação e o DAG ativa a proteína quinase C para a fosforilação de enzimas 4) Porção beta-gama da GPCR: facilitação da abertura de canais de íons que normalmente tem efeitos mais rápidos → permite a entrada ou saída rápida de íons que leva um efeito agudo 5) PROTEÍNAS COM AÇÃO ENZIMÁTICA: citosólicas, de membrana... - enzimas que estão mediando reações químicas interessantes para o efeito farmacológico - atuação por ativação enzimática: direta (ligação direta com a enzima) ou indireta (inibição de inibidores) - atuação por inibição enzimática: reversível ou irreversível (ligação covalente à enzima) - exemplos: inibidores da MAO, PDE5, COX2, AChE, ativadores da NOS e GCs 6) CANAIS IÔNICOS: são comportas proteicas transmembranares heteromultimérica - organização para delimitar um poro central, que pode ser seletivo ou não (depende da composição de aa e do tamanho do poro) - agentes exógenos podem causar obstrução do canal → “rolha” - tipos de ação: a) CANAIS IÔNICOS INDEPENDENTES DE LIGANTES: - funcionamento normal dependem de voltagem, distensão, incidência de luz ou ondas específicas - fármacos podem modular ação desses canais - em geral, apresentam aa carregados que servem como “sensores”, principalmente os voltagem dependentes - exemplos: Na v, Ca v, K v, mecanoceptores, fotoceptores b) CANAIS IÔNICOS DEPENDENTES DE LIGANTE: - funcionamento normal é dependente da ativação realizada por um ligante endógeno - a modulação aumenta ou diminui a probabilidade de abertura do canal → atividade do fármaco: indutora ou inibidora da abertura de canais - basicamente toda a estrutura do canal é passível de sofrer atuação de substância endógena VANTAGENS DE SE TER POUCOS MEDIADORES E MUITAS VARIANTES DE RECEPTORES/ALVOS SIMILARES - o splicing alternativo explica as diversas isoformas e subtipos de receptores - permitem o “ajuste fino” de regulação fisiológica 1) Distribuição heterogênea no organismo → locais de ação diferentes 2) Mediadores endógenos com perfil de afinidade diferente 3) Fármacos com seletividade a alguns subtipos CONCEITOS IMPORTANTES ESPECIFICIDADE SELETIVIDADE Diz respeito a uma substância ter ou não um alvo específico de ação NÃO ESPECÍFICO: ENO, Carvão ativado ESPECÍFICO: atenolol Capacidade do fármaco específico em preferir um receptor a outro Receptores adrenérgicos: Propranolol: não-seletivo (beta1 e beta2) → seletivo para beta (pois não bloqueia alfa) mas não seletivo entre os beta Atenolol: seletivo (beta1) - dessensibilização de receptores: down regulation ou taquifilaxia → diminuição da resposta ao ativados após exposição continuada ao ligante 1) esgotamento de mediadores 2) alterações intracelulares (fosforilação) 3) internalização de receptores a longo e curto prazo (efeito transitório) - reversibilidade definida pelo estado de fosforilação do receptores → receptor muito fosforilado é internalizado pela beta-arrestina levando a degradação (menos transitório → depende da síntese de novos receptores) ou voltar a ser expresso na membrana (mais transitório → nova externalização do receptor) DESSENSIBILIZAÇÃO HOMÓLOGA: acontece no mesmo alvo (ex: heroína e outros opióides; BZDs entre si) DESSENSIBILIZAÇÃO HETERÓLOGA: cruzada - fármaco atua em um receptor e leva dessensibilização de outros receptores por ativar cascatas que podem levar a fosforilação de outros receptores - resistência ou tolerância: inata (natural) ou aprendida (induzida) → redução do fármaco i) gerada por eventos farmacocinéticos → exemplo: indução enzimática ii) gerada por eventos farmacodinâmicos → exemplo: dessensibilização iii) gerada por meio de plasmídeos ou fatores de resistência → exemplo: resistência bacteriana a ATBs - super sensibilização: up-regulation ou hipersensibilização (mais incomum de acontecer) → aumento da resposta ao agonista após bloqueio continuado ou depleção crônica de transmissores (Parkinson e depressão) - externalização de pool intracelular de receptores → aumento da eficácia de transdução intracelular de vias efetoras - sensibilização ou potencialização do efeito: “tolerância reversa” → aumento do efeito do fármaco i) gerada por eventos farmacocinéticos → exemplo: inibição enzimática ii) gerada por eventos farmacodinâmicos → exemplo: super sensibilização FARMACODINÂMICA: estudo das relações fármaco-receptor e suas consequências - mecanismos farmacológicos desencadeados em alvos - relação dose x efeito: concentração x resposta - variações da resposta dependendo da forma que o fármaco interage com o alvo “O efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados pelo fármaco, sendo máxima com ocupação total (100%)” (Clark, 1920) → primeira teoria - AFINIDADE: tendência de um ligante de se ligar ao sítio receptor - kD: constante de dissociação // 1/kD = kA: constante de associação RELAÇÃO DOSE (CONCENTRAÇÃO) X OCUPAÇÃO: comportamentos dispostos em gráficos - a ocupação normalmente não é linear - hipérbole: escala linear - sigmóide: escala logarítmica → facilita interpretações matemáticas - no gráfico: valor de kD é vai ser sempre igual à [fármaco] necessária para ocupar 50% do total dos receptores ocupados (ocupação máxima = B MÁXx) Salbutamol: seletivo (beta2) ALTERAÇÕES EM ALVOS FARMACOLÓGICOS Relação Fármaco-Receptor TEORIA DA OCUPAÇÃO DOS RECEPTORES - QUANTO MENOR O kD DE UM FÁRMACO, MAIOR A AFINIDADE PELO SEU RECEPTOR (MAIOR kA) - quanto menor o kD, menor é a concentração que eu necessito para atingir uma concentração padrão de 50% do B máx - contudo, AFINIDADE (ocupação de receptores) NÃO PREDIZ EFEITO , nem explica como fármacos ligados (com afinidade) podem ter efeitos submáximo → a ocupação de receptores é importante para gerar efeitos farmacológicos mas, só ela, não é suficiente para que isso acontece “Deve haver algo além da simples ocupação do receptor pelo ligante para determinar respostas farmacológicasconsequentes” (Ariëns, 1954) - ATIVIDADE INTRÍNSECA (α): tendência de ativar o receptor - a atividade do receptor depende de mudança conformacional - agonista: a ligação leva a uma mudança conformacional que ativa o receptor (α = 1) - antagonista: a ligação não gera mudança conformacional do receptor e, portanto, não há ativação (α = 0) RELAÇÃO DOSE (CONCENTRAÇÃO) X EFEITO (RESPOSTA): comportamentos dispostos em gráficos - não é possível inferir nada sobre ocupação de receptores - pode-se fazer a leitura, em escala linear ou logarítmica, apenas na relação entre efeito (ou % do efeito máximo) em relação a concentração do fármaco aplicada - POTÊNCIA: capacidade do fármaco em exercer um efeito ou resposta específica com a menor dose possível → potência é sempre uma característica relativa entre fármacos (compara um fármaco com o outro) - EC 50: concentração do fármaco necessária para que o fármaco exerça 50% de E MÁX → QUANTO MENOR A EC 50, MAIOR A POTÊNCIA DO FÁRMACO - comparação entre fármacos que causam a mesma resposta - não necessariamente o mecanismo de ação dos fármacos é igual mas as suas RESPOSTAS FINAIS são iguais - o fármaco X consegue uma resposta máxima com uma concentração menor que o fármaco Y → logo, o fármaco X é mais potente - a comparação é mais facilitada com a comparação entre os EC 50, pois quanto menor mais potente é o fármaco → X consegue a mesma resposta com uma concentração menor do que Y - gráficos de potência auxiliam a determinar a dose a ser utilizada na prática clínica - FÁRMACOS PODEM TER EFEITO SUBMÁXIMO mesmo ocupando e ativando receptores - substâncias podem se comportar de maneiras diferentes em tecidos diferentes - quanto maior a resposta em um órgão, maior é a EFICÁCIA → conceito que se relaciona à capacidade do fármaco em causar efeito ou resposta farmacológica, ou seja, possui relação direta com atividade intrínseca - depende do número de receptores e amplificação de sinal → depende do tecido em que está agindo (diferente de tecido para tecido) TEORIA DOS AGONISTAS E ANTAGONISTAS - gráficos de eficácia relativa ajudam a comparar a eficácia terapêutica de fármacos - quanto maior a atividade intrínseca, maior é a atividade máxima e, consequentemente, maior é a eficácia de um fármaco - analisando o gráfico ao lado, conclui-se que o fármaco X é mais eficaz que o fármaco Y pois ele alcança um E MÁX maior do que o alcançado pelo Y (próximo de 100% para X enquanto Y fica próximo de 50%) - EFICÁCIA NÃO DEPENDE DE POTÊNCIA → nesse caso, X também é mais potente pois ele exerce EC50 com um concentração - para esse efeito: X é um agonista total e Y é um agonista parcial, pois ele tem um efeito submáximo - pode-se descobrir um novo fármaco que possua efeito/resposta máxima maior do que o fármaco X. Nesse caso, ele passa a apresentar efeito submáximo e, portanto, passa a ser uma agonista parcial enquanto o novo fármaco descoberto é classificado como agonista total - receptores multi conformacionais em alteração espontânea → alterações constantes regidas pela termodinâmica - fármacos antagonistas não têm preferência de ligação entre a forma ativa e inativa do receptor (não fazem distinção entre forma ativa e inativa) - fármacos agonistas têm uma preferência de ligação à forma ativada do receptor (mais ainda sim podem ligar-se à forma inativa) → o agonista, ao ligar-se ao receptor ativado, estabiliza-o em sua conformação ativada, deixando o receptor ativado por mais tempo, impedindo com que ele retorne para sua conformação inativa - sem ligantes, uma fração de receptores está na forma ativa e, esta forma, está em equilíbrio proporcional com suas formas inativas (X ativas para 6X inativas, por exemplo) → ativação constitutiva do receptor O QUE ACONTECERÁ COM O EQUILÍBRIO SOB A AÇÃO DE AGONISTAS? 1) Agonistas preferem se ligar a receptores ativados 2) Com a ligação, as conformações ativadas são mantidas pelo receptor, enquanto o agonista estiver ligado 3) Finalmente, o equilíbrio é deslocado para as formas ativas → indução para que um maior número de receptores seja mantido na forma ativa ATIVIDADE CONSTITUTIVA DE RECEPTORES O QUE ACONTECERÁ COM O EQUILÍBRIO SOB A AÇÃO DE ANTAGONISTA? 1) Antagonistas não tem preferência por receptores ativos ou inativos → eles apenas ocupam o receptor se ligando mais nos receptores em maior número 2) Logo, a distribuição entre formas ativas e inativas será mantida → antagonistas não tem efeito, pois ele apenas mantém o equilíbrio conformacional - não tem efeito exceto nos casos onde há liberação basal do ligante, pois, nesse caso, haverá o antagonista na presença de um agonista, por exemplo. Assim, haverá alteração/modulação de efeito e resposta AGONISTA INVERSO: um ligante que prefere a conformação inativa do receptor e desloca o equilíbrio conformacional nesse sentido → esses fármacos têm efeito contrário ao agonista (α < 0) CLASSIFICAÇÃO DE ANTAGONISTAS QUANTO AO 1) Sítio-alvo no receptor: competitivos ou não competitivos 2) Tipo de ligação: podendo ser reversível ou irreversível Curvas de dose-efeito e Interações COMPETITIVO: antagonista interage com o mesmo sítio de ligação que o agonista - a concentração do antagonista e agonista pode ser decisiva para qual efeito será dominante → quem tem mais, liga-se mais ao sítio receptor por quem ambos competem - a curva relacionada ao efeito da adição de um agonista competitivo é sempre deslocada para direita da curva do agonista isolado → explicação do comportamento : se eu aumentar a concentração do agonista, consigo chegar aos mesmos níveis de resposta de quando há o agonista isolado (EC 50 do agonista aumenta: é como se a potência do agonista diminuísse na presença do antagonista) - quanto maior a concentração do antagonista, mais a curva estará deslocada para a direita - a curva da adição do ANTAGONISTA REVERSÍVEL é a mesma apresentada pela adição de ANTAGONISTA COMPETITIVO NÃO COMPETITIVO: não compete com o mesmo sítio de ligação que o agonista → interage com outro sítio ativo do receptor, impedindo a sua ação, ou atua na cascata intracelular que o receptor ativa, bloqueando as vias intracelulares - não há uma relação tão direta com dose, como há no competitivo, no sentido de quem estiver em dose maior irá agir mais - a curva relacionada ao efeito da adição de uma agonista não competitiva é sempre achatada em relação à curva do agonista isolado → explicação do comportamento: diminuição do efeito → independente do aumento de dose do agonista, se o antagonistaestiver presente haverá uma redução da eficácia do agonista e ele não alcançará seu efeito máximo (inclusive, o efeito do agonista pode chegar a zero) - a curva da adição do ANTAGONISTA IRREVERSÍVEL é a mesma apresentada pela adição de ANTAGONISTA NÃO COMPETITIVO ANTAGONISTAS REDUZEM IGUALMENTE O EFEITO DE QUALQUER AGONISTA , seja ele total, parcial, inverso… - exemplo da ação de antagonistas competitivo reversível ANTAGONISTA PARCIAL = ANTAGONISTA DUAL → atua como antagonista competitivo reversível de um agonista pleno, dificultando sua interação ao sítio receptor Gráfico 1 elucida a competição pelos sítios entre o agonista parcial e o total, onde aquele que está em maior concentração acaba ocupando os receptores Gráfico 2 mostra a resposta total com redução da eficácia do agonista total até a E MÁX do agonista parcial MÚLTIPLOS SÍTIOS RECEPTORES no mesmo alvo farmacológico 1) Sítio ortostérico: mesmo local para o ligante endógeno e fármaco → sítio principal 2) Sítio alostérico: outro sítio que não o ortostérico - moduladores alostéricos favorecem algumas conformações → possuem pouco ou nenhum efeito por si e, portanto, agem favorecendo as conformações - AGONISTA ALOSTÉRICO: favorecem conformação que aumentam a afinidade do receptor pelo agonista ortostérico - INIBIDOR ALOSTÉRICO: favorecem conformações que diminuem a afinidade pelo agonista ortostérico → inibidor alostérico pode ser visto como um antagonisto não competitivo GRÁFICO A → conformação normal, nativa, das conformações de um mesmo receptor e suas frequências GRÁFICO B → frequência de conformações após a modulação alostérica - algumas conformações facilitadas, mudando o perfil nativo INTERAÇÃO ENTRE MODULADORES ALOSTÉRICOS E OUTROS LIGANTES A: agonista ortostérico / I: inibidor alostérico / P : potencializados/agonista alostérico GRÁFICO 1: efeito da adição de um inibidor alostérico (antagonista não-competitivo) no efeito do agonista alostérico → caracterizado por um achatamento da curva, pois a eficácia/potência do agonista ortostérico é diminuída (inibição não-competitiva, dificultado a cascata de reação intracelular, diminuindo assim o efeito do fármaco); por não ser competitivo, não adianta aumentar a concentração do agonista ortostérico GRÁFICO 2: efeito da adição de um agonista alostérico → caracterizado por um deslocamento da curva para a esquerda : aumento da potência do medicamento (menor [agonista] será necessária para alcançar EC 50)) e aumenta a eficácia do agonista (efeito potencializado pois o agonista alostérico facilita o efeito do agonista pleno) - exemplo de agonistas alostéricos: BZDs → não ativam canal GABA-A sozinhos, mas aumentam as chances do GABA se ligar ao canal GABA-A de maneira eficiente (aumentam a eficácia da transmissão GABAérgicas normal) RECEPTORES DE RESERVA muito mais receptores do que o necessário para causar uma resposta máxima - motivo: otimizar a resposta biológica → poucos receptores precisam ser ativados para gerar a resposta biológica, sendo assim, não é necessária a produção de muito transmissores para ativação desses poucos receptores, o que não aconteceria se os receptores fossem poucos (com poucos receptores, muitos transmissores deveriam ser produzidos para garantir que todos fossem ativados - energeticamente, isso não seria favorável ao organismo, pois um receptor dura mais tempo que um receptor) - sendo assim, 100% dos receptores não precisam ser ocupados para que se tenha um efeito máximo → os receptores que não são ocupados quando se atinge o E MÁX são os receptores de reserva → garantem uma maior sensibilidade do organismo àquela rota de transmissão (grande densidade de receptores de alta sensibilidade) IMPACTO DO ANTAGONISTA NOS RECEPTORES DE RESERVA: A: apenas o agonista B: + antagonista irreversível → presença dos receptores de reserva faz com que apenas o aumento da concentração do agonista seja suficiente para “vencer” o antagonista e ainda chegar ao efeito máximo C: ++ antagonista irreversível → maior deslocamento da curva para direita D: quantidade significativa dos receptores de reserva ocupados pelo antagonista, o que se traduz com um primeiro achatamento da curva → talvez, se a concentração do agonista continuasse aumentando, em altíssimas concentrações, o E MÁX seria alcançado E: receptores não ocupados pelo agonista não são suficientes para atingir a resposta máxima, mesmo com o aumento substancial da concentração do agonista Um antagonista irreversível pode alterar a curva de um agonista de forma mista, considerando os receptores de reserva, iniciando seu comportamento como um antagonista competitivo (deslocamento da curva para a direita) e, em altas doses, modificando a curva do agonista como um antagonista irreversível propriamente dito (causado o achatamento da curva) SINERGISMO efeitos combinados - aditivo: soma de efeito terapêutico - diminuição dos efeitos indesejados pois, normalmente, se usa uma dose menor do que aquela que seria utilizada pelo fármaco sozinho - supra-aditivo: o efeito terapêutico final é maior do que a simples soma dos efeitos terapêuticos teriam se administrados separadamente - funciona muito bem com fármacos que têm mecanismos/vias de ação muito diferentes - exemplo: paracetamol + codeína; captopril + HCTZ; amoxicilina + clavulanato ANTAGONISMOS efeitos que “se anulam” - físico-químico: interação entre fármacos e/ou nutrientes - exemplo: tetraciclina + leite (forma quelato e não é absorvido) - farmacocinético: aumento do metabolismo e excreção de outras substâncias - fisiológico (ou funcional): mecanismos dos fármacos se contrapõem - por receptores: antagonismo propriamente dito → competição por receptores - por adaptação: contrabalanço homeostático → tolerância - exemplo: diuréticos - se há o uso frequente de diuréticos, o organismo tende a reter mais água para balancear a perda frequente de líquidos INTERAÇÃO DE MECANISMOS DE FÁRMACOS