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Aula 00 Curso: Direito Constitucional Professor: Jonathas de Oliveira C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Caros amigos, É com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial Concursos! Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria, jurisprudência e questões comentadas para os cargos de Auditor Fiscal da Receita Estadual de Alagoas e Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual de Alagoas. O edital acaba de ser publicado e não há tempo a perder! Para uma análise detida do concurso, englobando todas as disciplinas, deixo o link abaixo com um raio-x elaborado especialmente pela equipe do Exponencial. https://www.exponencialconcursos.com.br/icms-al-fiscal-alagoas-raio-x-edital Dito isso, passemos às apresentações. Meu nome é Jonathas de Oliveira, bacharel em Turismo e graduando em Direito, e minha história nos concursos se iniciou aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área fiscal. No início de 2013, fui aprovado para Analista de Fazenda da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que exerço atualmente, atuando como Subgerente de Julgamento de Processos Administrativos Fiscais. Ao longo dos meus 11 meses de estudo como concurseiro, e com mais de 5 anos de atuação como professor para concursos, pude travar contato com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os candidatos – com as mais diversas formações – ao almejado cargo na administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos. É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um instrumento de transmissão de informações com eficiência, eficácia e efetividade, mas também uma ferramenta metodológica ao amigo e à amiga concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos públicos seja feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores resultados, sem desperdício de tempo. APRESENTAÇÃO C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Nosso curso apresenta aproximadamente 150 mapas mentais (esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixação, assim como cerca de 350 questões comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo do CESPE/CEBRASPE (nossa banca organizadora), tanto em relação à forma, quanto ao conteúdo. Vejamos o conteúdo programático da nossa disciplina conforme consta no atual edital: DIREITO CONSTITUCIONAL 1 Aplicabilidade das normas constitucionais. 1.1 Normas de eficácia plena, contida e limitada. 1.2 Normas programáticas. 2 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 2.1 Princípios fundamentais. 2.2 Direitos e garantias fundamentais. 2.3 Organização político-administrativa do Estado. 2.3.1 Estado federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. 2.4 Poder Executivo. 2.4.1 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. 2.5 Poder Legislativo. 2.5.1 Estrutura. 2.5.2 Funcionamento e atribuições. 2.5.3 Processo legislativo. 2.5.4 Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. 2.5.5 Comissões parlamentares de inquérito. 2.6 Poder Judiciário. 2.6.1 Disposições gerais. 2.6.2 Órgãos do poder Judiciário. 2.6.2.1 Organização e competências, Conselho Nacional de Justiça. 2.7 Funções essenciais à justiça.3 Constituição do Estado de Alagoas. Por prudência, e para facilitar a organização e contextualização dos estudos, nenhum ponto será negligenciado. Estudaremos detidamente cada item. Pois bem. Vejamos como será estruturado nosso curso. Aula Tópico 00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Aplicabilidade das normas constitucionais. Normas de eficácia plena, contida e limitada. Normas programáticas. Princípios fundamentais. Direitos e garantias fundamentais. Direito e deveres individuais e coletivos. 01 Direitos sociais. Nacionalidade. Direitos políticos. Partidos políticos. 02 Organização político-administrativa do Estado. Repartição de competências. Outros aspectos: Estados federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 130 www.exponencialconcursos.com.br 03 Poder Legislativo. Estrutura. Funcionamento e atribuições. Processo legislativo. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Comissões parlamentares de inquérito. 04 Poder Executivo. Atribuições e responsabilidades do presidente da República. 05 Poder Judiciário. Disposições gerais. Órgãos do poder Judiciário. Organização e competências, Conselho Nacional de Justiça. 06 Funções essenciais à Justiça. Ministério Público. Advocacia Pública. Advocacia. Defensoria Pública. 07 Constituição do Estado de Alagoas. 08 Resumão. * Confira o cronograma de liberação das aulas na página do curso no nosso site. Mãos à obra! C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 5 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Introdução ao Direito Constitucional ............................................... 6 2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito .................... 8 3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 .................................... 10 4- Princípios fundamentais ................................................................ 12 5- Direitos e deveres individuais e coletivos. Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O habeas data. O mandado de injunção (individual e coletivo). A ação popular. A ação civil pública. ............................................................. 19 5.1 – Direitos fundamentais x Garantias fundamentais .............................. 20 5.2 – Dimensões de direitos fundamentais ............................................... 21 5.3 – Eficácia dos direitos fundamentais ..................................................25 5.4 – Características dos direitos e garantias fundamentais ........................ 26 5.5 – Proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais, proibição do excesso e proibição da proteção insuficiente ............................................ 28 5.6 – A teoria dos quatro status de Jellinek .............................................. 30 5.7 – Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais ........... 31 5.8 – O art. 5º da Constituição Federal de 1988 ....................................... 35 5.9 – O habeas corpus .......................................................................... 81 5.10 – O mandado de segurança ............................................................ 84 5.10.1 – Mandado de segurança individual ............................................... 85 5.10.2 – Mandado de segurança coletivo ................................................. 87 5.11 – O mandado de injunção (individual e coletivo) ................................ 88 5.12 – O habeas data ............................................................................ 92 5.13 – A ação popular ........................................................................... 94 5.14 – A ação civil pública ..................................................................... 97 6- Questões Comentadas ................................................................. 104 7- Lista de Exercícios ....................................................................... 114 8- Gabarito ...................................................................................... 129 9- Referencial Bibliográfico.............................................................. 130 Aula 00 – Introdução ao Direito Constitucional. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Princípios fundamentais. Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 6 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um sistema normativo, do qual extraímos normas (regras e princípios) imperativas de conduta. De modo geral, um sistema representa um conjunto dotado de uma estrutura e organização determinados, que atende a algumas características básicas, quais sejam: pluralidade de elementos, interação entre os elementos e a harmonia entre os elementos. Nosso ordenamento jurídico-normativo, portanto, representa um sistema cujos elementos são as normas jurídicas. Este sistema, por seu turno, é composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas. A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica em diferentes ramos reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em última análise, o Direito é uno. Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado direito público, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito direito privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo arranjo lógico-normativo: “O” Direito. E o que é o Direito Constitucional? O Direito Constitucional é o ramo do direito público que tem por objeto central a Constituição dos Estados nacionais. No momento oportuno, apresentaremos os diferentes sentidos e tipologias que a palavra “Constituição” pode assumir. No entanto, em sentido jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais. É a Lei máxima do Estado. A Lei das leis, a qual todas as demais devem observância. No plano jurídico-positivo (o Direito produzido pelo Estado, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da pirâmide normativa. Essa pirâmide é um recurso visual consagrado com base na teoria normativista de Hans Kelsen e que traduz o princípio da supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo o agir público (e mesmo privado) se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica. 1- Introdução ao Direito Constitucional C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 7 de 130 www.exponencialconcursos.com.br As normas de um ordenamento não estão todas em um mesmo plano/hierarquia. Há normas superiores e inferiores, sendo que as normas inferiores devem observância às superiores. Um exemplo. A CF/88 atribui competência exclusiva à União para declarar a guerra e celebrar a paz. Pois bem, todos os atos subsequentes e derivados dessa regra matriz não podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema! Assim, não pode, por exemplo, sob qualquer hipótese, haver usurpação de competência e norma municipal, distrital ou estadual se prestar a declarar guerra ou celebrar a paz. Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituição Federal. Visualizando a conexão entre os dois extremos, teríamos, portanto, a seguinte relação de hierarquia: * A norma hipotética fundamental não é positivada, mas sim pressuposta. É uma premissa jurídica e o referencial de produção das normas do ordenamento jurídico, uma espécie de consciência jurídica (ou ânimo jurídico) que por ele perpassa. É a razão lógica que determina obediência às diretrizes estabelecidas pelo poder constituinte originário. Norma Hipotética Fundamental* Constituição Federal de 1988 (normas originárias) Constituição Federal de 1988 (emendas) e tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados na forma do art. 5º, §3º Outros tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (status supralegal) Leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, tratados e convenções internacionais gerais, decretos autônomos (status legal) Normas infralegais (decretos regulamentares, portarias, ordens de serviço, instruções normativas e outras) *É a ideia lógica que sustenta o plano jurídico- positivo C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 8 de 130 www.exponencialconcursos.com.br A esquematização didática do Direito, assim como tudo o mais nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações: Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar na compreensão! O Direito Constitucional é, portanto, ramo do direito público. As diferenças fundamentaisentre o direito público e o direito privado podem ser sintetizadas da seguinte forma: DIREITO Direito Público Direito Público Interno D. Constitucional D. Administrativo D. Tributário D. Financeiro D. Econômico D. Processual D. Penal D. Urbanístico Direito Público Externo Direito Internacional Público Direito Difuso/Social D. do Trabalho D. Ambiental D. Previdenciário Direito Privado D. Civil D. Empresarial D. Internacional Privado 2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a atenção para a progressiva superação da supracitada dicotomia (oposição) Direito Público vs. Direito Privado. Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, observa-se uma tendência de supremacia dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil. Por exemplo, hoje o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição. Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, não estão isentas da força normativa dos direitos e garantias fundamentais assegurados pela Carta Magna. DIREITO PÚBLICO • Supremacia do interesse público sobre o privado • Eficácia vertical: a produção de efeitos se dá no sentido Estado x Particular • Indisponibilidade do interesse público (não há vontade livre do administrador, este deve sempre agir em prol do bem comum) • Normatização (relações jurídicas regidas por normas dotadas de generalidade e abstração) DIREITO PRIVADO • Equivalência dos interesses privados • Eficácia horizontal: a produção de efeitos se dá no sentido Particular x Particular • Disponibilidade do interesse privado (autonomia de vontade; os particulares, desde que respeitada a legalidade, são livres em seu agir) • Contratualização (relações jurídicas regidas, fundamentalmente, por contratos estabelecidos entre as partes) C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 10 de 130 www.exponencialconcursos.com.br A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende um preâmbulo, nove títulos (divididos em capítulos, seções e subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Desde sua promulgação, a CF/88 já sofreu dezenas de reformas em seu texto original, seja por meio de emendas constitucionais, seja mediante emendas de revisão constitucional. Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, temos a seguinte anatomia constitucional: PREÂMBULO TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º) TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 17) TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43) TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135) TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (art. 136 a 144) TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169) TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 192) TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232) TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 a 250) ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97) Vejamos o que dispõe o preâmbulo constitucional: PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 Natureza político- ideológica N a tu re z a j u rí d ic a C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 11 de 130 www.exponencialconcursos.com.br social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. São três as posições apontadas pela doutrina em relação ao preâmbulo, vejamos: a) tese da irrelevância jurídica: o preâmbulo está no âmbito da política e não possui relevância jurídica; b) tese da plena eficácia: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das demais normas constitucionais; c) tese da relevância jurídica indireta: o preâmbulo tem parte das características jurídicas da Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta. O Supremo Tribunal Federal, ao enfrentar a questão, concluiu que o preâmbulo constitucional não se situa no âmbito do direito, mas no âmbito da política, transparecendo a ideologia do constituinte. Desta forma, o STF adotou, expressamente, a tese da irrelevância jurídica. Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de Deus” que consta no preâmbulo seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o STF se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam invocar a “proteção de Deus”. Diferentemente do restante do texto constitucional, o preâmbulo não possui força cogente, não veicula obrigações a serem observadas pelo Estado. Como dizemos em linguagem jurídica, não possui força normativa. Além do preâmbulo e das normas gerais da Constituição (Título I a IX), temos o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. O ADCT contém normas jurídicas, em grande parte, efêmeras, temporárias, que possibilitaram a passagem da ordem constitucional anterior (Constituição Federal de 1969) para a atual. Sua função central, pois, é harmonizar as pendências da ordem anterior com a nova ordem. Nesse sentido, válido dizer que suas normas possuem o mesmo grau de positividade jurídica das normas centrais da Constituição. A natureza jurídica é C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: DireitoConstitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 12 de 130 www.exponencialconcursos.com.br a mesma. Não por outro motivo, o ADCT pode inclusive estabelecer exceções às normas centrais da CF/88. As normas da CF/88 dispostas no ADCT são suscetíveis de ser revogadas ou emendadas e se definem como normas formalmente constitucionais. Veja-se: O Ato das Disposições Transitórias, promulgado em 1988 pelo legislador constituinte, qualifica-se, juridicamente, como um estatuto de índole constitucional. A estrutura normativa que nele se acha consubstanciada ostenta, em consequência, a rigidez peculiar às regras inscritas no texto básico da Lei Fundamental da República. Disso decorre o reconhecimento de que inexistem, entre as normas inscritas no ADCT e os preceitos constantes da Carta Política, quaisquer desníveis ou desigualdades quanto à intensidade de sua eficácia ou à prevalência de sua autoridade. Situam-se, ambos, no mais elevado grau de positividade jurídica, impondo-se, no plano do ordenamento estatal, enquanto categorias normativas subordinantes, à observância compulsória de todos, especialmente dos órgãos que integram o aparelho de Estado. (RE 160.486, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 11-10-1994, Primeira Turma, DJ de 9-6-1995.) Como observamos, o texto constitucional sofreu diversas alterações desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes derivados de revisão (esgotado) e de reforma. Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos. A Constituição Federal de 1988 assim se inicia logo após o Preâmbulo: TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 4- Princípios fundamentais C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 13 de 130 www.exponencialconcursos.com.br I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (1) No caput (“cabeça”) do art. 1º temos destacadas a forma de governo (República) e a forma de Estado (Federação). Além do regime político democrático. (2) Importante notar a distinção entre titularidade e exercício do poder apontada no parágrafo único. Nosso regime de governo é democrático, porém não se trata de democracia direta plena e sim representativa com “pitadas” de democracia direta (semidireta/híbrida). Especificamente em relação ao exercício do poder, observe-se que ele pode se dar de dois modos: (3) Agora vamos ao núcleo da norma e analisar os fundamentos: Exercício do poder Indireto Representantes eleitos Direto Ex.: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (art. 14, I, II e III) e a ação popular (art. 5º, LXXIII) MNEMÔNICO SO-CI-DI-VA-PLU C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 14 de 130 www.exponencialconcursos.com.br 1- (CESPE / Polícia Federal – Conhecimentos Básicos / 2014) No que se refere aos princípios fundamentais e à organização do Estado brasileiro, julgue o próximo item. O estabelecimento pela CF de que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos seus termos, evidencia a adoção da democracia semidireta ou participativa. Resolução: Correto! Na democracia direta o próprio povo exerce a condução do governo. Já nas democracias classificadas como indiretas, representativas ou semidiretas, o povo, que por diversas razões não conduz os assuntos do Estado diretamente (complexidade econômica, sócio-cultural, extensão territorial etc.), outorga as funções de governo aos seus representantes, os quais elege periodicamente, ao mesmo tempo em que, vez ou outra, atende à institutos de participação direta, tais como o referendo e o plebiscito. Fundamentos Soberania É o poder de mando numa sociedade política (Bastos, 1999), tanto no plano interno como na ordem internacional. Os entes federados são autônomos. Já a soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil. Cidadania Cidadão, ao longo do texto constitucional, é aquele que tem capacidade eleitoral ativa (que pode votar) e passiva (ser votado). Este conceito, no entanto, é ampliado doutrinariamente para outras formas de atuação na vida política do Estado. Dignidade da pessoa humana Para Bastos (1999) implica que o ser humano é objetivo último do Estado e não mero meio para o alcance de outros fins, por exemplo, o econômico. Para o STF (HC 85.237/DF) é valor-fonte e vetor interpretativo no nosso ordenamento. Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Se complementam aos princípios gerais da atividade econômica (art. 170 a 181) para fins de reconhecimento do esforço capitalista particular e de maior justeza nas relações trabalhistas e entre mercado e Estado. Pluralismo político É a multiplicidade de formas de organização da sociedade. Para Bastos (1999), é forma de controle e oposição ao próprio Estado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 15 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (1) Aqui temos a consagrada teoria da tripartição dos Poderes, conforme vimos previamente. Lembrando que, em função da existência do mecanismo de pesos e contrapesos, não é errado assumir que existe interdependência entre os Poderes. Embora o artigo fale em “União”, tal arranjo se reproduz nos demais entes subnacionais por simetria (a exceção parcial são os Municípios, que não dispõem de Judiciário próprio). Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O texto não fala em construir uma sociedade igualitária e sim solidária. O texto não fala em eliminar as desigualdades sociais e regionais e sim em as reduzir. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalênciados direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; MNEMÔNICO CON-GA-ERRA- PRO MNEMÔNICO IN-PRE-AUTO-NÃO-IGUAL- DEFE-SO-RE-CO-CO C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 16 de 130 www.exponencialconcursos.com.br IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. (1) Tais princípios não estão dissociados daqueles que regem as relações do Estado no âmbito interno. Pelo contrário. Por exemplo: [Art. 5º] XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia [...] o terrorismo [...], por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; [...] (2) O texto não fala em integração dos povos da América do Sul, mas sim da América Latina. 2- (CESPE / Técnico Judiciário do TRT da 8ª Região 2016) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil: a) a independência nacional. b) a solução pacífica de conflitos. c) a autodeterminação dos povos. d) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. e) a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Resolução: Alternativa D. Esse é o estilo predominante na cobrança dos art. 1º ao 4º: questões literais, decoreba... Daí a importância de se memorizar os mnemônicos. Já deixamos alguns sugeridos acima. Vejamos os erros. a) a independência nacional princípio das relações internacionais b) a solução pacífica de conflitos princípio das relações internacionais c) a autodeterminação dos povos princípio das relações internacionais e) a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade princípio das relações internacionais 3- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 23ª Região / 2016) Ao dispor sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa do C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 17 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Brasil, a Constituição prevê, expressamente, como (1) fundamento, (2) objetivo e (3) princípio de relações internacionais da República: a) (1) Fundamento - a soberania (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a solução dos conflitos pela arbitragem b) (1) Fundamento - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (2) Objetivo - a garantia do desenvolvimento nacional (3) Princípio de relações internacionais da República - a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade c) (1) Fundamento - a cidadania (2) Objetivo - a promoção de formas alternativas de geração de energia (3) Princípio de relações internacionais da República - a independência nacional d) (1) Fundamento - a dignidade da pessoa humana (2) Objetivo - a proteção da infância e da juventude (3) Princípio de relações internacionais da República - a concessão de asilo político e) (1) Fundamento - o parlamentarismo (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a defesa da paz. Resolução: Alternativa B. Mais uma questão literal. 4- (CESPE / Analista Judiciário do TRT da 8ª Região / 2016) Assinale a opção correta a respeito dos princípios fundamentais na Constituição Federal de 1988 (CF). a) A dignidade da pessoa humana é conceito eminentemente ético-filosófico, insuscetível de detalhada qualificação normativa, de modo que de sua previsão na Constituição não resulta grande eficácia jurídica, em razão de seu conteúdo abstrato. b) O valor social do trabalho possui como traço caracterizador primordial e principal a liberdade de escolha profissional, correspondendo à opção pelo modelo capitalista de produção. c) A valorização social do trabalho e da livre-iniciativa não alcança, indiscriminadamente, quaisquer manifestações, mas apenas atividades econômicas capazes de impulsionar o desenvolvimento nacional. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 18 de 130 www.exponencialconcursos.com.br d) O conceito atual de soberania exprime o autorreconhecimento do Estado como sujeito de direito internacional, mas não engloba os conceitos de abertura, cooperação e integração. e) A cidadania envolve não só prerrogativas que viabilizem o poder do cidadão de influenciar as decisões políticas, mas também a obrigação de respeitar tais decisões, ainda que delas discorde. Resolução: Alternativa E. Questão interessantíssima! De fato, a cidadania se traduz tanto na ideia de participação política (votar e ser votado) como na previsão de diversas formas de participação do indivíduo na vida pública, como sujeito ativo de direito e de deveres. A alternativa “A” é errada, pois, a dignidade da pessoa humana é princípio matriz dos direitos fundamentais e, desta forma, lhes serve de norte, não apenas sob o prisma ético-filosófico, como jurídico-pragmático. O problema na opção “B” é que o valor social do trabalho visa a primeiramente assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social. O escopo aqui não é apenas capitalista (liberal), mas carrega traços de um Estado social. O entendimento acima nos ajuda a também compreender o erro da opção “C”. A valorização social do trabalho e a livre iniciativa visam a proporcionar liberdade na atuação econômica (dentro dos valores da justiça social). Não há, portanto, restrição quanto às atividades econômicas a serem desenvolvidas pelos particulares, desde que lícitas. Por fim, a alternativa “D” erra, pois, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Além disso, buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 5- (CESPE / Analista Legislativo da Câmara dos Deputados / 2014) Acerca dos direitos e garantias fundamentais e dos princípios constitucionais, julgue os itens subsequentes. A República Federativa do Brasil, constituída como Estado democrático de direito, visa garantir o pleno exercício dos direitos e garantias fundamentais, incluindo-se, entre seus fundamentos, a cidadania e a dignidade da pessoa humana. Resolução: Correto! Vamos pensar no nosso mnemônico SO-CI-DI-VA-PLU.C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 19 de 130 www.exponencialconcursos.com.br É lugar comum se confundir os conceitos de fundamentos, objetivos fundamentais e princípios nas relações internacionais. No entanto, isso é facilmente vencível após algumas revisões. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL FUNDAMENTOS OBJETIVOS PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I- Soberania II- Cidadania III- Dignidade da pessoa humana IV- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa V- Pluralismo político I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária II- Garantir o desenvolvimento nacional III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação I- Independência nacional II- Prevalência dos direitos humanos III- Autodeterminação dos povos IV- Não-intervenção V- Igualdade entre os Estados VI- Defesa da paz; VII- Solução pacífica dos conflitos VIII- Repúdio ao terrorismo e ao racismo IX- Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade X- Concessão de asilo político A Constituição Federal classifica o gênero “direitos e garantias fundamentais” em cinco espécies: Direitos e garantias fundamentais direitos e deveres individuais e coletivos direitos sociais direitos de nacionalidade direitos políticos direitos dos partidos políticos 5- Direitos e deveres individuais e coletivos. Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O habeas data. O mandado de injunção (individual e coletivo). A ação popular. A ação civil pública. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 20 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Nesta aula, focaremos nos direitos e deveres individuais e coletivos. Importante destacar que o STF já se posicionou no sentido de que os direitos e deveres individuais e coletivos não se limitam ao rol do art. 5º da CF/88, mas espraiam-se pelo texto constitucional e mesmo para além dele (ADI 939-7/DF). Ou seja, o rol do art. 5º não é exaustivo! Na referida ADI, por exemplo, considerou-se que o princípio da anterioridade tributária (disciplina constitucional do Sistema Tributário Nacional) é cláusula pétrea, protegida, portanto, pelo conteúdo do art. 60, § 4º, IV, a saber, “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais”. Portanto, redobrada atenção deve ter o poder constituinte derivado em sua atuação. Contudo, antes de prosseguirmos pela literalidade da nossa Carta Magna, é válido adentrarmos em alguns pontos teóricos que facilitarão nosso entendimento, além de serem questionados de forma reiterada em concursos. A distinção entre ambos termos é relativamente simples. Os direitos fundamentais diferenciam-se das garantias fundamentais na medida em que os direitos se declaram, enquanto as garantias têm um conteúdo assecuratório daqueles. Exemplo: Direitos prestações positivas consagradas pela Constituição Garantias instrumentos assecuratórios da adequada prestação de direitos ou da reparação de eventual lesividade a eles causada 5.1 – Direitos fundamentais x Garantias fundamentais C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 21 de 130 www.exponencialconcursos.com.br As garantias fundamentais, portanto, reforçam ou mesmo viabilizam a efetividade dos direitos fundamentais. Válido destacar desde já que os remédios (ou writs) constitucionais, instrumentos que estudaremos adiante, nada mais são que subespécies de garantias constitucionais. Historicamente, ao menos nos países ocidentais, sempre houve uma correlação entre o perfil e a extensão dos direitos fundamentais e o modelo de Estado predominante. Vamos fazer uma retrospectiva histórica. Com o declínio dos Estados absolutistas (século XVIII), em que a figura individual do monarca concentrava a soberania estatal, emergiram novas formas de organização política visando a adequar o Estado à nova realidade econômica e social oriunda da ascensão do capitalismo. Nesse contexto, o Estado de Direito – fundado nas leis e não simplesmente na discricionariedade de um regente – nasceu como Estado Liberal, promovendo maior separação entre sociedade civil e sociedade política, entre o público e o privado. Como ressalta Bastos (1999), o Estado Liberal objetivava uma sociedade o mais livre possível da ingerência do poder estatal, num modelo que predominou até o século XIX. Os direitos típicos daquele modelo de Estado estão centrados no indivíduo e não na coletividade, e concentram-se sobretudo na área civil (em Direito • Juiz Natural Garantias • LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; • XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 5.2 – Dimensões de direitos fundamentais C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 22 de 130 www.exponencialconcursos.com.br especial no direito de propriedade) e política (direito de escolher os representantes, que deixam de assumir o poder de modo hereditário e vitalício para uma forma eletiva e substituível). Por sua vez, o Estado Social que se ergueu no início do século XX é um modelo de Estado que passou a intervir mais diretamente para transformar a sociedade, considerando inaptas ou insuficientes as iniciativas individuais anteriores em diversos domínios, como no campo trabalhista, na educação, no acesso à saúde, na regulação micro e macroeconômica etc. Tal modelo teve sua origem nos diversos conflitos sociais que emergiram no auge da Revolução Industrial e escancaram a penúria e superexploração de parte expressiva da população dos países que adentravam naquela fase do capitalismo. Por fim, o Estado Democrático é um modelo de Estado que se sobrepôs como síntese, tanto do esgotado Estado Social da segunda metade do século XX, quanto dos valores individualistas liberais-burgueses clássicos. É o Estado inserido no contexto da globalização, de profundas modificações sociais e tecnológicas, que minimizaram antigos problemas ao passo que novos desafios foram se impondo. E por que fizemos essa brevíssima revisão histórica? Basicamente para melhor contextualizar a evoluçãodos direitos e garantias fundamentais. Os modelos de Estado evoluem e se modificam, porém, não é exato afirmar que se extinguem por completo (até hoje, por exemplo, vemos resquícios do Estado Liberal mesmo nos Estados caracterizados como Democráticos de Direito). De forma semelhante, as chamadas dimensões (ou gerações) de direitos fundamentais se sucedem e se acumulam ao longo do tempo num movimento síncrono aos paradigmas de Estado que marcaram o mundo ocidental nos últimos séculos. Sinteticamente, assim podemos apresentá-las: Autoritarismo - Paradigma pré moderno Estado Liberal Estado Social Estado Democrático ESTADO DE DIREITO C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 23 de 130 www.exponencialconcursos.com.br As aludidas dimensões/gerações, portanto, nada mais são que uma forma de classificação dos direitos e garantias fundamentais de acordo com suas características principais e seu peso relativo, ao longo do processo histórico de evolução do Estado de Direito. Outra perspectiva possível é aquela que vislumbra os direitos fundamentais sob um ponto de vista subjetivo e um objetivo. 1ª dimensão: LIBERDADE – Direitos civis e políticos (primeira dimensão) Delimitação do individual e do público. Transição entre Estado Autoritário e Estado Liberal de Direito. Direitos de resistência/oposição perante o Estado. 2ª dimensão: IGUALDADE – Direitos sociais, econômicos e culturais (SEC - segunda dimensão) Transição entre Estado Liberal e Estado Social. Igualdade real e não meramente formal. 3ª dimensão: FRATERNIDADE – Direitos coletivos e difusos (desenvolvimento, meio ambiente equilibrado, comunicação etc.) Transição entre Estado Social e Estado Democrático. Proteção do gênero humano. 4ª dimensão: Democracia direta, pluralismo e acesso à informação 5ª dimensão: Paz (universal), direitos virtuais, transconsitucionalismo C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 24 de 130 www.exponencialconcursos.com.br 6- (CESPE / Procurador do MP junto ao TCU / 2004) No que se refere à aplicação e à interpretação das normas de direitos fundamentais, julgue o item subsequente. Na concepção liberal-burguesa, os direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivíduos um espaço de liberdade e autonomia contra a ingerência indevida do poder público. Logo, tal concepção não agasalha a tese da eficácia dos direitos fundamentais no âmbito das relações interprivadas. Resolução: Correto. Apesar da redação rebuscada, o sentido do texto é mais simples do que parece. Os direitos fundamentais, sob o viés liberal (ou liberal- burguês) são direitos que dizem com a relação sociedade civil x sociedade política, ou, atecnicamente, particulares x Estado. Tais direitos não adentram nas relações interprivadas (entre particulares). Por exemplo, naquela concepção o direito de propriedade era desacompanhado de proteção aos trabalhadores. O proprietário de uma indústria tem seu direito de posse assegurado frente à coletividade. Porém, PERSPECTIVA/DIMENSÃO SUBJETIVA • Ênfase no sujeito titular dos direitos e garantias fundamentais e em suas demandas concretas. • Os direitos e garantias geram direitos subjetivos a seus titulares, passíveis de exigência (prestações positivas ou negativas) por todos os meios legalmente admitidos. • Exemplo: é a todos assegurado o direito à educação. Caso determinado cidadão busque e não consiga vaga para seu filho em escola pública, poderá demandar o poder público administrativa e judicialmente. PERSPECTIVA/DIMENSÃO OBJETIVA • Ênfase nos direitos e garantias fundamentais de forma mais abstrata, transcendendo posições individuais. • Os direitos e garantias orientam a atuação de todos os Poderes independentemente de um pleito individual. É a chamada eficácia irradiante dos direitos e garantias fundamentais. • Exemplo: é a todos assegurado o direito à educação. Independentemente de terem havido ou não demandas específicas, o poder público deve manter políticas públicas e investimentos que assegurem a manutenção e desenvolvimento das instituições públicas de ensino. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 25 de 130 www.exponencialconcursos.com.br nas relações interprivadas (com seus empregados operários), não havia (ao menos significativamente) direitos fundamentais presentes. 7- (CESPE / Notário e Registrador – TJ RR / 2013 / Adaptada) Considerando a supremacia das normas constitucionais, a hermenêutica constitucional e as normas veiculadoras de direitos e garantias fundamentais, sociais e econômicas, julgue o item a seguir. Os direitos de segunda geração destinam-se ao gênero humano, como valores supremos de sua existencialidade concreta. Resolução: Errado. Os direitos de 2ª dimensão são marcados ainda por certo individualismo, ou seja, dizem mais com pessoas do que com a humanidade genericamente considerada. É a partir dos direitos de 3ª dimensão que temos maior ênfase no transindividualismo, na espécie humana como um todo. 8- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PI / 2016 / Adaptada) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item abaixo. O direito ao meio ambiente equilibrado e o direito à autodeterminação dos povos são exemplos de direitos classificados como de segunda geração. Resolução: Errado. São direitos de terceira dimensão. Direitos difusos e coletivos que têm como princípio-matriz a solidariedade e a fraternidade. 9- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PI / 2016 / Adaptada) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item abaixo. Os direitos sociais, econômicos e culturais são, atualmente, classificados como direitos fundamentais de terceira geração. Resolução: Errado. Basta lembrar o mnemônico SEC (de “second” – “segunda” – [geração]). Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. É interessante memorizá-lo já que assim, de quebra, conseguimos imediatamente visualizar o que caracteriza os direitos de 1ª e 3ª gerações. Em linguagem jurídica, a eficácia nada mais é que a aptidão da norma em produzir os efeitos para os quais ela foi projetada. O Supremo Tribunal Federal coleciona diversos julgados (e.g. RE 201.819/RJ, RE 158.215/RS, RE 161.243/DF) em que, além da tradicional 5.3 – Eficácia dos direitos fundamentais C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 26 de 130 www.exponencialconcursos.com.breficácia vertical, é reconhecida também a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. E o que é isso? Vejamos: * Por vezes a eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais é denominada eficácia diagonal, especialmente quando se trata de particulares que apresentam significativa desigualdade de forças (por exemplo, quando de um lado está alguém dotado de elevado poder econômico e, de outro, um hipossuficiente). O STF entende que violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Nesse sentido, a eficácia dos direitos fundamentais assegurados pela Constituição também se presta à proteção dos particulares em face dos poderes privados. Por exemplo, dos empregados em relação aos empregadores, na relação dos consumidores em relação às empresas, dentre outras diversas hipóteses. Trazemos aqui os principais atributos dos direitos e garantias assegurados pela CF/88. Vamos priorizar a compreensão, não a memorização! 5.4 – Características dos direitos e garantias fundamentais Eficácia Vertical Horizontal * é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares (privadas) C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 27 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Apesar de todas as características supratranscritas, deve-se destacar que os direitos e garantias fundamentais não são absolutos! Didática é a jurisprudência do STF (Informativo nº 163): OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em Características dos direitos e garantias fundamentais Universalidade Destinam-se às coletividades e não meramente aos indivíduos Inalienabilidade Não podem ser cedidos, transferidos ou negociados sob qualquer forma como ativo econômico-financeiro Imprescritibilidade Seu usufruto não é perecível com o passar do tempo Irrenunciabilidade / Indisponibilidade Não é possível que seu titular os rejeite. No máximo, poderá não usufruí-los Concorrência O usufruto de diferentes direitos e garantias pode ser cumulativo e simultâneo por um mesmo indivíduo Historicidade São produto de processos sociais históricos e estão em constante processo de mutação Vedação ao retrocesso Sua mutação não pode implicar em evolução recionária. Ou seja, seu núcleo não pode ser suprimido ou extinto C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 28 de 130 www.exponencialconcursos.com.br detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. 10- (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Área de Apoio Técnico e Administrativo / 2011) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte. O exercício dos direitos e garantias fundamentais está sujeito aos prazos prescricionais previstos na CF e no Código Civil brasileiro. Resolução: Errado. Os direitos e garantias fundamentais têm caráter personalíssimo e não patrimonial. Deste modo, não são afetados pela prescrição (perda da ação para se exigir/proteger judicialmente um direito). 11- (FGV / Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal de Cuiabá – MT / 2015 / Adaptada) Julgue o item a seguir. Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis e indisponíveis. Resolução: Como regra, correto. E por que como regra? Imaginem a participação de indivíduos em certos reality shows. Tal participação potencialmente ocasiona uma restrição a direitos fundamentais dos participantes, como à intimidade, à integridade, à dignidade etc. Importante observar que, cada vez mais, a doutrina e a jurisprudência entendem que a maior parte dos direitos fundamentais não é absoluto, podendo ser restringidos pela lei, ou em situações excepcionais pelos próprios particulares. A proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais é um princípio que veda que o legislador, ao regulamentá-los, limite tais direitos a ponto de estes perderem sua eficácia ou a terem esvaziada. Ou seja, mesmo que eventualmente haja lei ou outro ato normativo regulando um direito fundamental, deve ser protegida sua essência, seu núcleo essencial, de modo a garantir que este atenda a sua finalidade e tenha sua eficácia preservada. Em última análise, o direito fundamental deve pautar a atuação do legislador e não o contrário. 5.5 – Proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais, proibição do excesso e proibição da proteção insuficiente C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 29 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Teoria absoluta Teoria relativa Teoria mista O núcleo essencial é mensurável independentemente de qualquer situação concreta. É imutável. O núcleo essencial é mensurável de acordo com cada caso concreto. É flexível. Há uma parcela do núcleo essencial absoluta e outra mensurável de acordo com o caso concreto. A Constituição Federal não contém disposição expressa sobre o tema. Cabendo à jurisprudência desenvolvê-lo, há uma tendência a serem adotadas as linhas relativa e mista. Noutro giro, ainda no campo da atuação estatal sobre os direitos e garantias fundamentais, temos os princípios da proibição do excesso e da proibição da proteção insuficiente. Em última análise, tais postulados derivam do princípio geral da proporcionalidade. O princípio da proibição do excesso assevera que o Poder Público, sob o pretexto de atuar sobre os domínios que lhe são próprios (como na área penal – jus puniendi – e administrativa – poder de polícia, dentre inúmeras outras) não pode agir imoderadamente, pois a atividade estatal, ainda mais em tema de liberdades individuais, deve se ater ao razoável, necessário e adequado. Assim, por exemplo, fugiria ao princípio da proibição do excesso estabeleceruma pena demasiadamente elevada (digamos, trinta anos de reclusão) para um crime de menor potencial ofensivo, como o de ato obsceno. O Estado não pode fugir do razoável e sacrificar outros direitos fundamentais como a liberdade de expressão e de locomoção, dentre outros, sob a justificativa de coibir ou pautar determinadas condutas. Espaço limitável Núcleo essencial DIREITO FUNDAMENTAL C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 30 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Noutra via, o princípio da proibição de proteção insuficiente veda ao Estado que este se omita (total ou parcialmente) ou aja de forma insuficiente no cumprimento do imperativo constitucional de tutela/proteção de um direito ou garantia fundamental. Por exemplo, se a Constituição Federal define como mais graves determinadas práticas (como a tortura, que é crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia), não pode o Estado, no nível infraconstitucional, cominar uma pena demasiado branda ou mesmo deixar de punir tal conduta. No final do século XIX, Georg Jellinek desenvolveu a doutrina dos quatro status nos quais o indivíduo pode encontrar-se em face do Estado. Desses status, extraem-se, pois, direitos e deveres fundamentais diferenciados de acordo com suas particularidades. 5.6 – A teoria dos quatro status de Jellinek Proibição do excesso Proibição da proteção insuficiente C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 31 de 130 www.exponencialconcursos.com.br 12- (CESPE / Técnico Judiciário do TJ – SE / 2014) Acerca dos direitos fundamentais e do conceito e da classificação das constituições, julgue o item a seguir. Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas não de prestação. Resolução: Errado. De fato, o indivíduo pode ser alvo de uma atuação negativa por parte do Estado, sua abstenção, um “não fazer”, por exemplo, de não ter seu direito à propriedade violado sem fundamento constitucional. Mas também pode ser sujeito de prestações positivas por parte daquele, por exemplo, de receber por parte do Estado serviços de saúde e educação adequados. Antes de adentrarmos novamente o estudo do texto constitucional, vamos registrar a distinção entre os três termos. Aqui nos perfilhamos à classificação proposta por José Afonso da Silva, sem dúvidas, a mais adotada nos concursos. Status Ativo Poder do indivíduo de interferir na formação da vontade do Estado. Manifestação dos direitos políticos, o status ativo do indivíduo concretiza-se principalmente através do voto. Negativo Representa o espaço que o indivíduo tem para agir livre da atuação do Estado, podendo autodeterminar-se sem ingerência estatal. Passivo O indivíduo subordina-se aos poderes públicos. Assim, o Estado tem competência para vincular o indivíduo, através de mandamentos e proibições. Positivo Consiste na possibilidade do indivíduo exigir atuações positivas do Estado em seu favor. 5.7 – Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 32 de 130 www.exponencialconcursos.com.br A partir da clara definição desses conceitos, podemos estabelecer um quadro geral da eficácia jurídica das normas jurídicas do nosso ordenamento. Nem todas as normas têm a mesma eficácia, vale dizer, nem todas, após serem introduzidas no sistema jurídico, produzem, ao mesmo tempo e com a mesma completude, seus efeitos. De igual modo, nem todas têm a mesma aplicabilidade, podendo ou não depender de outra (ou outras) normas complementares para que sejam plenamente aplicáveis. Assim, sob o ponto de vista da eficácia (amplitude legal da produção de efeitos da norma), podemos classificar as normas em: • Amplitude legal da produção de efeitos da norma. Quanto mais eficaz a norma, mais plena a geração dos seus efeitos jurídicos pretendidos. Eficácia • Temporalidade legal da produção de efeitos da norma. Vale dizer, em que momento a norma está apta a produzir seus efeitos concretos para os quais se destina. Aplicação • Instrumentalidade legal da produção de efeitos da norma. A norma por si só pode produzir todos seus efeitos ou depende de outra(s) para que seja plenamente "operacionalizável"? Aplicabilidade C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 33 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Vamos ver alguns exemplos. Norma de eficácia plena Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Norma de eficácia contida [Art. 5º] XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; [...] Norma de eficácia limitada [Art. 18] § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Ter a distinção acima em mente é de suma importância para o estudo da Constituição Federal. Costumeiramente as normas de eficácia contida e limitada são objeto de confusão, não sendo de todo claro se a intenção do legislador foi estabelecer se elas são restringíveis (eficácia contida) ou se precisam de uma legislação para que possam gerar efeitos (eficácia limitada). Eficácia das normas constitucionais Plena - Produzem integralmente seus efeitos a partir da vigência da Constituição; - Desnecessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade plena e imediata. Contida - A produção de efeitos também é integral. No entanto, há margem para que norma constitucional ou infraconstitucional os limite; - A priori, desnecessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade plena e imediata. Limitada - A produção de efeitos é reduzida (apenas os mais gerais são notados a partir da vigência da Constituição); - Necessitam de norma infraconstitucional integradora; - Aplicabilidade reduzida e mediata. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof.Jonathas de Oliveira 34 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Sob esse aspecto, podemos pensar que na norma de eficácia contida quase todos os efeitos possíveis da norma são sentidos desde que ela entra em vigor, ou seja, são sentidos “a priori“. Já no que diz com as normas de eficácia limitada os efeitos próprios da norma necessariamente só serão sentidos após haver edição de normas complementares, vale dizer, serão sentidos “a posteriori“. Perceba-se que ambas abrem margem para atuação de lei posterior. Ocorre que quando se trata de eficácia contida a lei vai apenas ordenar ou restringir certos efeitos da norma. Já quando se trata de eficácia limitada apenas com a lei e outros atos normativos supervenientes seus efeitos serão sentidos de fato. Por fim, válido aduzir que, consoante consagrada classificação de José Afonso da Silva, as normas de eficácia limitada subdividem-se em dois subgrupos: as normas de princípios institutivos (ou organizativos, ou ainda, orgânicos) e as normas de princípios programáticos. 13- (CESPE / Auditor do Estado – RS / 2018) No título referente à Ordem Social, o constituinte dispôs o seguinte: “o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação”. Normas de eficácia limitada Princípios institutivos (organizativos/orgânicos) Esboçam a organização de instituições e órgãos, e estabelecem ainda competências, limites e vedações aos entes. Exemplos: art. 25; 33; 37, VII, 113; 121; 146; 161, I, dentre outros. Princípios programáticos Esboçam programas e compromissos que o Estado deve implementar, especialmente no âmbito dos chamados "direitos sociais". Exemplos: art. 6º; 196; 205; 215, dentre outros. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 35 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Considerando-se a classificação das normas constitucionais quanto a sua eficácia, é correto afirmar que tal dispositivo é uma norma: a) de eficácia plena. b) de eficácia contida. c) exaurida. d) autoexecutável. e) programática. Resolução: Alternativa E. Trata-se de uma norma de eficácia limitada do subtipo veiculadora de princípios programáticos. Observe-se que, da forma como vigente, a norma tem aplicabilidade bastante reduzida, não tendo o condão, de por si só, projetar todos os efeitos pretendidos. A forma como efetivamente serão promovidos e incentivados o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação, depende de complementação legislativa. Tendo essas particularidades em mente, vamos à letra da Lei Maior! TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (1) Como salienta Lenza (2012, p. 970), o direito à vida “abrange tanto o direito de não ser morto [quanto] o direito de ter uma vida digna”. Dessa compreensão decorrem diversas disposições constitucionais e infraconstitucionais, sendo uma das mais evidentes a proibição de pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (art. 5º, XVLII, “a”). 5.8 – O art. 5º da Constituição Federal de 1988 C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 36 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Questão não pacificada (e de improvável incidência em concursos) é a extensão da significação do termo vida. Como definir quando ela começa e o que lhe é elemento fundamental? Nessa zona cinza, o STF já declarou a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias (ADI 3.510/DF) e do aborto de fetos anencefálicos (ADPF 54/DF), observados determinados elementos reguladores e limitadores. (2) Para o STF (HC 94.016/SP) a simples presença de pessoa no território nacional, mesmo que estrangeiro e sem domicílio no Brasil, é elemento habilitador de direitos e garantias fundamentais, tais como o direito à vida e à liberdade. (3) A igualdade/isonomia possui um sentido horizontal e um vertical. A acepção horizontal diz com os indivíduos que estão nivelados na mesma situação e que, por este motivo, devem ser tratados da mesma forma. Já a acepção vertical refere-se aos indivíduos que se encontram em situações distintas e que, justamente por isso, devem ser tratados de maneira diferenciada na medida de suas diferenças. O princípio da isonomia (insculpido no caput do art. 5º), implica em tratar de forma desigual os desiguais, na medida de sua desigualdade. Grosso modo, é a chamada igualdade/isonomia material. Nesse sentido, por exemplo, já dispôs o STF que a lei pode distinguir situações a fim de conferir a uma situação tratamento diverso do que atribui a outra, desde que a discriminação seja compatível com o conteúdo do princípio em que se sustenta (ADI 2.716/RO). 14- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) Julgue o item seguinte, acerca dos direitos e garantias fundamentais da República Federativa do Brasil. Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para determinados segmentos. Resolução: Correto! As ações afirmativas, a princípio, são medidas temporárias com efeito compensador ou reparador para fins de eliminar ou minimizar distorções entre os diferentes segmentos da sociedade. 15- (CESPE / Técnico do Seguro Social – INSS / 2016) A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado de garantir à pessoa o direito de continuar viva e de proporcionar-lhe condições de vida digna. C óp ia r eg is tr ad a pa ra ( C P F : ) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 Prof. Jonathas de Oliveira 37 de 130 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: Correto. A CF/88 alberga o direito à vida, e é dever do Estado assegurá-lo sob diversos aspectos, como o direito do indivíduo de não ser morto e o dever do Estado de lhe proporcionar condições mínimas de sobrevivência e um tratamento digno. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; (1) Este inciso recai no princípio da isonomia. Guardem bem: igualdade não impede tratamento diferenciado na medida das diferenças! Foi assim que o STF já declarou constitucional a adoção de critérios diferenciados para a promoção de integrantes das Forças Armadas, em razão do gênero (RE 498.900-AgR/BA), dentre outras medidas afins. Também já se reforçou a constitucionalidade (ADC 19) da criação de legislação específica para coibir a violência doméstica e familiar contra a
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