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EMBALAGEM E INOVAÇÃO DO PRODUTO Profª. Esp. Elisabeth Casoy É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. Embalagem e inovação do produto SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Histórico e princípios básicos da embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Embalagem, classificação e funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Funções básicas das embalagens primárias ou de consumo 23 Embalagens, produção, evolução e materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Embalagens de vidro 28 Embalagens de madeira 32 Embalagens de papel e papelão 33 Embalagens de metal 35 Embalagens plásticas 39 Desenvolvimento de novos produtos e sistemas inovadores de embalagem . . . . . . 42 A embalagem como forma sensorial de comunicar uma marca e os benefícios do produto ao cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 A importância da cor na identificação das embalagens 50 As características da embalagem no contexto do varejo 56 Design de embalagens e meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Descarte de embalagens e coleta seletiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Sistemas de símbolos utilizados na sinalização de embalagens . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Embalagens e sistemas inteligentes de preservação ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . 78 A importância da embalagem para o marketing de produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Vocabulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Embalagem e inovação do produto Pág. 4 de 105 INTRODUÇÃO FIGURA 1 – Embalagem Fonte: Stock-Asso/shutterstock Podemos afirmar que a embalagem é o elemento ou o conjunto de elementos destinado a envolver, conter e proteger produtos durante a movimentação, a armazenagem e a comercialização. De maneira geral, a embalagem é um invólucro que envolve um produto e pode ser constituída de vidro, papel, cartão, celofane, plástico ou película plástica. Além disso, a embalagem é um eficiente suporte para impressão de informações, comunicação linguística e comunicação visual e para caracterizar o produto ou o objeto para o consumidor. O ato de embalar um produto consiste em acondicioná-lo em uma caixa, um embrulho ou qualquer algum tipo de proteção, de modo a lhe assegurar certas características de composição ou de conservação. A participação da embalagem em nosso cotidiano tornou-se algo tão natural que nem percebemos a sua importância, mas é difícil imaginar nossa vida sem ela. Realmente, existem poucos produtos que não precisam de algum tipo de embalagem. Produtos eletrônicos, de higiene e limpeza, alimentos e bebidas são todos embalados. Mesmo produtos como frutas, por exemplo, tangerina, laranja, maçã e banana, com suas cascas protetora,s precisam de um recipiente, como caixas, sacos plásticos ou de papel ou algum tipo de bandeja, para levá-las do campo ou do pomar para o ponto de venda. Roupas, tecidos, sapatos e bolsas, que normalmente vemos nas lojas sem nenhum tipo de embalagem, em algum momento utilizaram uma caixa, uma sacola, um envelope ou um pacote na fábrica para armazenagem ou transporte até o local onde serão vendidos. Embalagem e inovação do produto Pág. 5 de 105 FIGURA 2 – Embalagem no cotidiano Fonte: Subbotina Anna/shutterstock A embalagem deve cumprir várias funções, que variam de acordo com o tipo de produto. Antes de saber qual tipo ou estilo dela servirá para determinada finalidade, precisamos entender o que será embalado. Precisamos saber se é líquido, sólido ou gasoso, se pode sofrer influência de luz, calor ou química, se existem regras especiais ou legais para sua embalagem, quais os custos envolvidos, qual o material mais adequado. Precisamos pesquisar como será a produção da embalagem e do produto e qual será o processo de embalar, armazenar, despachar e distribuir a mercadoria, como e em que local será feita a sua venda, bem como de que forma será consumida. A importância da embalagem no processo da industrialização aparece em quase todos os setores, e muitas vezes o seu custo pode chegar ao do próprio produto. O setor industrial de embalagem envolve uma tecnologia altamente desenvolvida na utilização de materiais e de equipamentos, exigindo uma permanente atividade de pesquisa em novos processos de fabricação. O setor participa do desenvolvimento industrial do país como um todo, pois a embalagem faz parte de todos os setores do mercado. O surgimento de novos materiais, novos equipamentos, mudanças econômicas e tecnológicas, conscientização e mudanças no comportamento do consumidor com relação a condições socioambientais propicia um constante desenvolvimento de projetos de novas embalagens, mais adequadas aos novos anseios sociais e às novas legislações sobre o assunto. Embalagem e inovação do produto Pág. 6 de 105 A embalagem é parte integrante do produto e deve considerar uma ampla aplicação de materiais e processos, não só como meio para redução de custos, mas também como oportunidade de lucro para a indústria e benefício para o consumidor. Não podemos esquecer que ela não envolve só aspectos econômicos e industriais, mas é também uma poderosa ferramenta de marketing. O descuido no planejamento da embalagem, não acondicionando corretamente o produto, pode levar à deterioração, à quebra ou à danificação dele ou à alteração de suas qualidades. Para citar um exemplo na área alimentícia, Buettgen e Freder (2015, p. 45) observam que, “no Brasil, 20% dos alimentos são desperdiçados por falha nas embalagens ou pelo armazenamento inadequado”. FIGURA 3 – Armazenamento inadequado Fonte: Mixa75/ shutterstock O consumidor espera que a embalagem preserve o produto, que deve permanecer íntegro até o uso final, e que também preserve o meio ambiente. Qualquer problema envolvendo a embalagem pode causar um dano enorme ao fabricante, pois o consumidor hoje é mais consciente e exigente. Ele pode escolher um produto concorrente e divulgar informações negativas, prejudicando a imagem da marca. Observa-se, por exemplo, que, em supermercados, vários produtos não têm nenhum tipo de divulgação, nenhuma ação publicitária, dependendo única e exclusivamentede sua embalagem para se destacar, chamar a atenção do consumidor e atrair a venda. No planejamento de uma embalagem, devemos considerar principalmente aspectos legais, técnicos, econômicos, promocionais e de design. Embalagem e inovação do produto Pág. 7 de 105 Os especialistas de marketing afirmam que a força de uma marca e o respeito que o público manifesta em relação a ela dão à organização que representa uma grande vantagem nos segmentos de mercado em que atua (AAKER, 2002). A percepção da marca representa a possibilidade de alcançar vários objetivos, seja para o aumento das vendas ou para o posicionamento de uma imagem favorável da empresa no âmbito dos públicos que ela pretende atingir. Uma campanha de comunicação que visa conscientizar o público-alvo sobre a marca e o que ela representa precisa ser suficientemente flexível para se ajustar aos anseios do consumidor quando necessário. Felix (2009, p. 175) afirma que a empresa contemporânea precisa abrir novos canais de diálogo com os seus clientes: As negociações de compra e venda de produtos no âmbito dos consumidores finais também passaram por modificações substanciais a partir da oferta de produtos multinacionais com seus novos padrões de qualidade e, em especial, pela seriedade no tratamento e no respeito aos direitos do consumidor por parte das empresas fornecedoras. Parte importante no estabelecimento de relações que se baseiam em confiança, com grandes possibilidades de fidelização, diz respeito às possibilidades de os consumidores manifestarem sua opinião sobre os produtos que adquirem. Isso pode ser feito por intermédio de diversos meios e esforços, entre eles, a utilização dos meios digitais e dos canais que a empresa abre para dialogar com os clientes. Entre os diversos meios que a empresa tem à disposição para apresentar sua marca aos consumidores, a embalagem e as adaptações e atualizações que ela pode receber também representam um espaço importante para agregar valor à marca. A percepção da marca segue uma determinada metodologia, embora os clientes não costumem pensar nessas etapas conscientemente quando escolhem um produto. Simplesmente agem dessa maneira, como se seguissem um roteiro. Em primeiro lugar, o consumidor sente a necessidade de um produto, em seguida, vai buscar informações sobre ele antes de comprar. Em muitos casos, procura avaliar as alternativas que tem à disposição em anúncios, sites e outros meios pelos quais costuma se informar. Em outras ocasiões, como na compra de bebidas, pode unicamente consultar o rótulo ou as informações impressas no corpo da embalagem do produto (KOTLER; KELLER, 2012). Dessa forma, ele estabelece uma cifra financeira pessoal, dentro de uma determinada faixa que ele acha justo pagar pela mercadoria, de acordo com a percepção de valor que ele tem em relação aos benefícios oferecidos pela marca que assina o produto. Embalagem e inovação do produto Pág. 8 de 105 Depois da compra e do uso, o consumidor irá rever a sua avaliação e fazer ajustes para a próxima aquisição, o que pode significar adotar a marca do produto que adquiriu ou trocar por outra na próxima visita ao ponto de vendas. Para essa decisão, as informações que ele tem à disposição são fundamentais para comprovar os benefícios prometidos. Nesse processo, a marca é um sinalizador fundamental de qualidade, e a visualização correta e adequada dela na embalagem do produto, bem como as informações complementares corretamente impressas, é de grande importância. Assim, podemos afirmar seguramente que, dentro do processo de decisão do consumidor, a embalagem exerce papel fundamental (figura 4). FIGURA 4 – Importância da embalagem Descrição: Embalagem de pão integral com impressão destacada do nome da marca e do logotipo. Fonte: http://www.amenidadesdodesign.com.br/2009/12/embalagens.html. Além da proteção do produto, que é sem dúvida percebida pela qualidade da embalagem, do design e da solução adotada para confeccioná-la, ela também fornece um suporte ideal para conter as informações destinadas a conscientizar o consumidor sobre o uso, os benefícios que oferece e a sua composição. Também inclui a orientação para o descarte adequado dela, para evitar poluição ambiental, embora, atualmente, quase todas as embalagens sejam recicláveis ou incorporem responsavelmente a possibilidade de serem decompostas e incorporadas ao solo, servindo até de adubo e fertilizante. As estratégias de conscientização do cliente devem se concentrar em diferentes públicos, de acordo com as características dos segmentos de mercado para os quais a marca se destina. Embalagem e inovação do produto Pág. 9 de 105 Seja o produto um brinquedo, um artigo para automóveis ou uma solução para pessoas com problemas de mobilidade, em cada caso, a empresa vai veicular campanhas publicitárias e comunicação adequada, bem como complementar as informações e instruções de uso do produto na embalagem, além de projetá-la de acordo com as características de cada uma dessas mercadorias. Dessa forma, a organização pode superar as expectativas do cliente e conscientizá-lo das vantagens de usar especificamente uma determinada marca. Quanto mais bem atendidas as expectativas, maior a identificação com a marca, e a embalagem é um veículo que complementa adequadamente os processos de comunicação com os públicos da empresa. Cada cliente vai determinar o valor de um artigo ou de uma marca de maneiras diferentes, de acordo com as experiências de produto de que pode desfrutar. A percepção favorável da imagem da marca vai estabelecer um elo de confiança com o cliente e conscientizá-lo dos diferenciais que a empresa oferece. Isso pode ser feito pela oferta de eventos promocionais em forma de vantagens financeiras, serviços adicionais ou cupons adicionados à embalagem, que o cliente pode juntar e trocar por benefícios complementares. Mais uma vez, a embalagem surge como um suporte adequado para esse tipo de promoção. Além disso, ela pode ser ocasionalmente um pouco maior, trazer maior quantidade de produto como vantagem de compra em determinadas ocasiões, dentro de um determinado espaço de tempo estabelecido estrategicamente, e informar o cliente sobre as suas qualidades (figura 5). FIGURA 5 – Informações da embalagem Descrição: Cliente consultando informações sobre o produto no texto impresso no corpo da embalagem. Fonte: Syda Productions/shutterstock Embalagem e inovação do produto Pág. 10 de 105 A localização da embalagem no ponto de venda pode ser única e facilmente acessível. Por meio dela, a organização poderá promover eventos especiais, atividades de terceiro setor e apoio a uma entidade beneficente como forma de agregar valor institucional à marca. Finalmente, por ser um elemento fixo dentro de um espaço de tempo razoável, a embalagem favorece o desenvolvimento da consciência da marca, a identificação imediata do produto em diversas situações de exposição nos pontos de varejo e a complementação dos esforços de comunicação desenvolvidos por campanhas de comunicação e esforços de marketing. Enfim, a embalagem oferece possibilidades estratégicas diferenciadas que a empresa pode adotar tanto para aumentar as vendas do produto quanto para valorizar a imagem de marca. O propósito desta disciplina é avaliar estrategicamente todas as possibilidades que a embalagem oferece e mostrar como ela pode colaborar decisivamente para a implantação de processos de inovação nas organizações comerciais dedicadas à distribuição de produtos. HISTÓRICO E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EMBALAGEM A história das embalagens teve início em tempos remotos, cerca de 10000 a.C. (MESTRINER, 2008). Nota-se que os primeiros objetos usados para transportar, armazenar e proteger os vários itens de uso humano eram extraídos da natureza pelos homens primitivos, que eram caçadores nômades e coletores de alimentos naturais que precisavam ser transportados paradiversos lugares distantes daquele onde eram recolhidos. Eles usavam vários tipos de materiais naturais, como folhas, conchas, pele de animais e cabaças, para suprir as necessidades de caça e coleta para sua sobrevivência (figura 6). FIGURA 6 – Embalagem de palha trançada Descrição: Embalagens de palha trançada, conhecidas como cestaria, usada pelos povos antigos das Américas. Fonte: http://povosdaantigaamerica.blogspot.com.br/2012/11/cultura-indigena.html. Embalagem e inovação do produto Pág. 11 de 105 A maioria dos historiadores acredita que esses caçadores nômades, em constantes deslocamentos, se viram obrigados a criar recipientes para carregar alimento, água, ferramentas e outros pertences de valor, utilizando sempre elementos encontrados pelos caminhos percorridos. Mais tarde, foram utilizados materiais naturais trabalhados artesanalmente, como tecidos feitos de vegetais, cestos de cipó, de bambu ou de vime, peles curtidas de animais e potes de argila (figura 7). FIGURA 7 – Potes de argila Descrição: Embalagens primitivas, mostrando que esse tipo de recipiente existe há milhares de anos. Fonte: http:// www.protegeoqueebom.pt/2010/05/18/a-historia-da-embalagem-parte-1-10-000-a-c-1950/. Quando começaram a domesticar animais e cultivar plantas, esses seres humanos primitivos sentiram necessidade de se fixar nas terras ocupadas, surgindo assim as primeiras aldeias. Com essas mudanças, outros recipientes foram desenvolvidos para colheita, transporte e armazenamento de maior quantidade de alimentos, para servir mais pessoas do grupo. Com a evolução no modo de vida dos grupos e dependendo da localização das aldeias, novos materiais passaram a ser utilizados para a criação dessas “embalagens” primitivas. Alguns exemplos são tigelas escavadas em madeira, argila cozida e moldada em formatos e tamanhos diferentes, de potes para armazenar alimentos secos e também líquidos, com a finalidade de conservação e proteção. Esses meios mais desenvolvidos de fabricação dos recipientes trouxeram melhoria ao modo de vida dessas pessoas, possibilitando armazenar comida no inverno por um prazo maior e também transportar produtos para trocar e comercializar com outras aldeias (figura 8). Embalagem e inovação do produto Pág. 12 de 105 FIGURA 8 – Cerâmica do Antigo Egito Descrição: Vasilhame de cerâmica do Egito Antigo. Fonte: http://www.descubrirelarte.es/2015/11/06/ el-esplendor-del-antiguo-egipto-cuatro-mil-anos-de-historia.html. O crescimento dessas cidades produziu um aumento no comércio e na troca de bens em regiões onde alguns produtos não existiam, aumentando a qualidade de vida das populações. Isso levou à melhora da elaboração das embalagens, principalmente pelas longas distâncias percorridas pelos mercadores. Por volta de 4000 a.C., na Mesopotâmia, deu-se o início da escrita, considerada um marco divisor entre Pré-História e Antiguidade (GOMBRICH, 2015). Esse período marca outro momento no desenvolvimento das embalagens, que se estende até por volta de 1760 d.C., com recipientes feitos artesanalmente de fibras vegetais, argila cozida e vidro. Alguns historiadores atribuíram a descoberta do vidro aos fenícios, que começaram a utilizá-lo de uma forma rústica. A matéria-prima era basicamente areia, sílica, pedra calcária e soda, que, moldados sob pressão, formavam vários tipos de vasos ou garrafas. Posteriormente, os gregos e os romanos também criaram garrafas de vidro (figura 9). Embalagem e inovação do produto Pág. 13 de 105 FIGURA 9 – Garrafas romanas de vidro Descrição: Garrafas antigas de vidro moldadas no período do Império Romano. Fonte: http:// vinhofortaleza.blogspot.com.br/2011/07/garrafa-de-vidro-como-surgiu.html. A produção do vidro evoluiu, usando os mesmos componentes, porém com métodos diferentes. Aproximadamente nos anos 100 a.C., os romanos aperfeiçoaram a fabricação e criaram o vidro soprado, usando moldes que determinavam a conformação perfeita e simétrica desses recipientes. Esses tubos de vidro soprados permitiram melhorar a qualidade desses recipientes, com formatos mais variados, trazendo muitos benefícios ao armazenamento e à conservação de produtos como alimentos e principalmente líquidos. Anos depois, por volta de 300 d.C., os romanos melhoraram as técnicas de produção do vidro e começaram a identificar os produtos nas tampas das embalagens. Nessa mesma época, artesãos começaram a trabalhar a madeira com uma técnica que utilizava o vapor para aquecer e dobrar, formando barris moldados em tamanhos grandes, que, depois de secos, permitiam armazenar líquidos e produtos a granel, facilitando e ampliando muito o comércio entre as cidades (figura 10). Embalagem e inovação do produto Pág. 14 de 105 FIGURA 10 – Barris de madeira Barris de vinho, um dos recipientes mais antigos para acondicionar bebidas. Fonte: Jesus Cervantes/shutterstock ID: 308449385 Os chineses, por volta de 105 a.C., criaram o papel com fibras de celulose para embrulhar alimentos. Esse material tornou-se muito valioso principalmente pela facilidade de obtenção da matéria-prima e pelas técnicas de produção acessíveis. Ao longo dos séculos, a tecnologia de produção de papel foi aperfeiçoada e difundida pelos continentes. Ele passou a ser usado largamente na fabricação de embalagens, prática que prevalece até hoje. Outro material muito importante, encontrado dentro de rochas, é o metal. Durante o período conhecido como Idade dos Metais, no final da fase neolítica, os homens aperfeiçoaram o processo de fundição e, de uma forma ainda rudimentar, começaram a produzir armas e ferramentas (GOMBRICH, 2015). Inicialmente, começaram a trabalhar o cobre; anos depois, descobriram o estanho, que foi utilizado na fabricação também de vasilhames e utensílios em geral. As embalagens feitas com folhas laminadas de estanho datam de 1200 a.C. e surgiram na Europa Ocidental (GODDARD; TWEDE, 2010). Isso propiciou um grande desenvolvimento nas embalagens de metal, não só nos processos de troca, comércio e consumo como também nas guerras entre os povos, que necessitavam conservar os alimentos por períodos maiores para as tropas dos exércitos (figura 11). Embalagem e inovação do produto Pág. 15 de 105 FIGURA 11 – Vasilhame de metal Descrição: Vasilhame de bronze fenício do século VII a. C. Fonte: http://www. raulmendessilva.com.br/brasilarte/internacional/fenicia.html. Nesse mesmo período, com o aperfeiçoamento das técnicas usadas, os povos da Europa descobriram formas de fundir e misturar esses dois metais – o cobre e o estanho –, formando uma liga chamada de bronze. Somente por volta de 1500 a. C. é que se descobriu o ferro e o uso desse metal começou a ser difundido, porém mais lentamente, pelas dificuldades técnicas de trabalhá-lo. A utilização dos metais, em geral para fabricação de armas, ferramentas e utensílios para armazenamento de alimentos, teve grande importância para os homens que dominavam esse processo, por serem materiais muito resistentes, possibilitando guerras expansionistas e dominação sobre outros povos. Outro marco histórico importante foi a difusão do papel pela Europa, com a instalação em 1310 na Inglaterra da primeira fábrica para produzi-lo. Em 1450, no Renascimento, Johannes Gutenberg criou o tipo móvel fundido em chumbo e desenvolveu uma máquina tipográfica, possibilitando a impressão em maior escala de livros e impressos em geral. Foi atribuído a Gutenberg o título de o pai da imprensa, apesar de o tipo móvel ter sido primeiro criado na China. Porém estes não podiam ser reaproveitados por serem feitos de terracota, material pouco resistente. Isso propiciou, além de outros acontecimentos importantes, como a primeira Bíblia impressa, a impressão em rótulos de embalagens para diferenciar e identificar fabricantes e produtos comercializados na época pelos mercadores e viajantes. Embalagem e inovação do produto Pág. 16 de 105 No fim da Idade Média, a indústriafarmacêutica, por volta de 1453, utilizava frascos de vidro tampados com rolhas, selados com cera e com identificação do produto e do fabricante dos produtos em etiquetas impressas em branco e preto, em papel, amarradas ao gargalo. Anos mais tarde, em 1740, os remédios já eram comercializados na Europa com rótulos impressos de papel colados, ainda em branco e preto. Essas são consideradas as precursoras das embalagens para consumo. Com o aumento da navegação marítima, o descobrimento de novas rotas e principalmente a Revolução Francesa, em 1789, entrou-se outro momento do desenvolvimento das embalagens, que foi até o início da industrialização informatizada. Houve um grande estímulo para o desenvolvimento dos rótulos, impulsionado também pela invenção do processo da litografia na Alemanha por Alois Senefelder (GODDARD; TWEDE, 2010). Este permitia imprimir em cores, enriquecendo a comunicação nas embalagens (figura 12). FIGURA 12 – Rótulo de bebida Descrição: Rótulo de garrafa de cachaça do princípio do século XX, impresso em litografia. Fonte: http:// wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/04/06/arte-nos-rotulos/?topo=13,1,1,,,13. Por volta de 1795, Nicholas François Appert, confeiteiro francês, iniciou sua pesquisa com uma técnica de preservação de alimentos embalados em garrafas de vidros com o gargalo mais aberto, fechadas com cortiça, seladas com cera e mergulhadas em água fervente. Isso permitia a esterilização do produto na embalagem. Esse processo pioneiro permitiu a conservação dos alimentos por longos períodos. Em 1804, Appert abriu a sua primeira fábrica de conservas (GODDARD; TWEDE, 2010). Embalagem e inovação do produto Pág. 17 de 105 Poucos anos mais tarde, esse pioneiro da indústria de processamento de alimentos recebeu um prêmio do governo francês que contemplava quem conseguisse criar uma forma de levar alimentos para os soldados de maneira que fossem preservados por muito mais tempo em boas condições de consumo. A invenção, baseada na técnica de ferver a embalagem em banho-maria, facilitou viagens por navios, que ocorriam com muita frequência na época. Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural (2000, p. 2069): Com sua invenção, em 1810, na Inglaterra, Peter Durand obteve a patente para a preservação de alimentos e teve a ideia de utilizar pela primeira vez latas feitas com chapas de aço. Em 1812, iniciou-se a produção das primeiras embalagens em chapas de ferro com estanho. Nos EUA, em 1866, surgiram as primeiras impressões em embalagens metálicas, porém eram difíceis de abrir e só em 1875 surgiu o abridor de latas, o que ajudou a expandir a comercialização desse tipo de embalagem. Anos mais tarde surgiram as tampas “rasgáveis”. Em 1950, foi desenvolvida a primeira embalagem de alumínio, e nove anos mais tarde, as empresas começaram a enlatar alimentos com esse tipo de material. As técnicas de fabricação de papel chegaram à América do Norte em 1609. Na Inglaterra, em 1817, foi produzida a primeira caixa de papelão. Depois, em 1830, a produção de papel, que antes era feita a partir de celulose de folhas e plantas, começou a utilizar polpa de madeira extraída de árvores. Esse material, com os avanços tecnológicos, fez surgir o papelão ondulado em 1850. Este, mais leve e mais flexível, substituiu as caixas de madeira, largamente utilizadas no comércio. Em 1838, surgiu o primeiro plástico artificial, com as pesquisas feitas por Alexander Parker, que usou uma resina chamada nitrato de celulose (CAMILO, 2011). Essa resina plástica pretendia substituir o marfim, que era usado na época para fabricar bolas de bilhar. Por ser um material de origem animal, com tendência a desaparecer, houve incentivo às pesquisas para substituí-lo. Esse material foi apresentado numa feira da indústria em Londres em 1862, mas só em 1870 é que o norte-americano John Wesley Hyatt patenteou a celuloide, com o uso de menos nitrato do que na fórmula de Parker. Isso deu início à comercialização desse material plástico, revolucionando a indústria na época. Com algumas alterações na fórmula, as embalagens plásticas começaram a ser muito utilizadas a partir de 1950. O plástico é um polímero com origem em várias resinas extraídas do petróleo que tem propriedades especiais, entre as quais a flexibilidade e a facilidade para ser moldado. Embalagem e inovação do produto Pág. 18 de 105 Entre 1760 e 1860, período conhecido como Revolução Industrial, iniciado na Inglaterra, grandes mudanças aconteceram, principalmente com a substituição do trabalho artesanal pelo uso de máquinas. FIGURA 13 – Prelo para impressão de papel Descrição: Prelo para impressão de folhas de papel do fim do século XVII. Fonte: http:// www.tipografos.net/tecnologias/maquinas-antigas.html. Posteriormente, a partir de 1900, outros países europeus também se industrializaram. Com o aumento da linha de produção e montagem, devido aos avanços tecnológicos, a produção de bens de consumo aumentou, surgindo a necessidade de embalagens que se adequassem à produção em larga escala. Aumentou também a preocupação com a implantação de estratégias de marketing para acompanhar a demanda. A partir da informatização dos meios de produção, iniciou-se um novo momento na evolução das embalagens, que segue até os dias atuais. Essa modernização industrial envolve vários setores, como a gestão, o transporte, a comunicação, o design, a formação profissional, o meio ambiente etc. As vantagens dessa nova fase da industrialização incluem aumento da produtividade, maior segurança, rapidez na produção, maior lucratividade, inovação no design das embalagens aumentando a competitividade entre as marcas etc. A informática na industrialização tornou-se uma importante Embalagem e inovação do produto Pág. 19 de 105 ferramenta de trabalho que evolui com muita rapidez, exigindo formação profissional constante para acompanhar a demanda do mercado. SAIBA MAIS História da embalagem de lata A história da lata representa um dos eventos mais importantes da civilização ocidental. Sua introdução no mundo das embalagens significou um grande impulso para a prosperidade de vários países da Europa e também para os Estados Unidos. As primeiras latas surgiram no século XVIII, projetadas para sustentar as incursões de Napoleão pelo continente europeu. A partir da sua invenção, essas embalagens passaram a ser um elemento fundamental para a comercialização de alimentos em conserva e um componente-chave para negócios que se expandiram para todas as partes do mundo. Hoje, representam uma das indústrias mais prósperas e desenvolvidas no mundo dos negócios, que movimenta bilhões de dólares todo ano e está presente em praticamente todos os lares ao redor do mundo, tanto do ocidental quanto oriental. A fabricação de latas para embalar produtos emprega milhares de pessoas em diversos países. A embalagem de lata foi sendo cada vez mais utilizada, à medida que a demanda dos consumidores crescia, sempre se adaptando e apresentando inovações para atender às novas exigências relacionadas com a preservação da qualidade dos produtos embalados. Ela oferece um alto nível de proteção durante o transporte das mercadorias em toda a cadeia de distribuição. A partir das soluções iniciais, desenvolvidas com uso das chamadas folhas de flandres (folhas de lata de espessura muito fina), inicialmente fabricadas a mão, sua produção foi se expandindo para processos industriais sofisticados. A lata perdura nos dias atuais como uma das formas mais adequadas para a conservação de alimentos. Saiba mais em: Empe - Exploração Multidisciplinar de Problemas de Engenharia. História da lata. Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~empe/hist_latas.html>. Acesso em: 29.ago.2016. EMBALAGEM, CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÕES As embalagens fazem parte dos produtos. Servem para sua proteção desde a produção, passando por transporte e armazenamento, até o consumo final. Outras funções importantessão as informações contidas nos rótulos, com objetivo de promover o produto, informar o conteúdo e suas características, modo de armazenar, modo de usar, durabilidade, origem, informações legais obrigatórias, fabricante etc. A aparência da embalagem, representada pelo seu design, deve refletir os aspectos econômicos e culturais do consumidor final e não desprezar os fatores ergométricos para a sua funcionalidade (figura 14). Embalagem e inovação do produto Pág. 20 de 105 FIGURA 14 – Funcionalidade da embalagem Descrição: As embalagens modernas são projetadas com soluções especiais de design para favorecer a sua manipulação. Fonte: burnel1/shutterstock É importante notar, que dentro das diversas categorias de embalagens, existem muitas possibilidades de formatos e tamanhos, devido à enorme quantidade de materiais diferentes disponíveis e o surgimento frequente de outros novos. De acordo com as suas características e destinos de uso, as embalagens são classificadas da seguinte maneira: (1) Embalagem primária, ou de consumo: chega diretamente ao consumidor final e tem contato direto com o produto, protegendo-o e trazendo junto, como parte integrante, o rótulo (ou a impressão direta) com as informações necessárias (figura 15). Embalagem e inovação do produto Pág. 21 de 105 FIGURA 15 – Latas de tinta Descrição: Embalagem primária de lata para tintas. Fonte: Gino Santa Maria/shutterstock (2) Embalagem secundária: serve para proteger certo número de embalagens de consumo primárias, unitárias ou de conjunto para acondicionamento de quantidades maiores, facilitando o transporte ao local de venda. Geralmente, utiliza caixas de papelão ondulado ou filmes plásticos envolvendo várias embalagens. Pode também ser exposta no local de venda, como no exemplo da figura 16. FIGURA 16 – Embalagem de conjunto e proteção Descrição: Embalagem secundária. Fonte: Keith Homan/shutterstock Embalagem e inovação do produto Pág. 22 de 105 (3) Embalagem terciária ou de transporte: usada para agrupar várias embalagens secundárias para evitar danos físicos no transporte durante a entrega a distribuidores e revendedores. Geralmente, utiliza caixas de papelão ondulado, dependendo do tipo de produto (figura 17). FIGURA 17 – Embalagem para transporte Descrição: Embalagens terciárias. Fonte: P.S_2/shutterstock (4) Embalagem industrial: é usada para transportar produtos de um produtor para outro, ou de um ponto de fabricação para outro do mesmo fabricante. Podemos dar como exemplos produtos químicos de um laboratório, usados na produção de material de limpeza ou mesmo de alimentos, ou tecidos de uma indústria têxtil, usados para a confecção de vestuário (figura 18). FIGURA 18 – Contêiner para transporte Descrição: Embalagens industriais em processo de remessa. O próprio contêiner também é um tipo especial de embalagem industrial. Fonte: Digital Genetics/shutterstock (5) Embalagem de carga unitária: é o agrupamento de embalagens de transporte com a finalidade de facilitar a carga e descarga. Geralmente, isso é feito pelo uso de pallets, manipulados por Embalagem e inovação do produto Pág. 23 de 105 empilhadeiras. Essa forma de acondicionar as embalagens de transporte é regulada por normas nacionais e internacionais para transporte em contêineres de aço (figura 19). FIGURA 19 – Embalagem de carga Descrição: Embalagens de carga unitária em processo de despacho. Fonte: Zelfit/shutterstock Funções básicas das embalagens primárias ou de consumo A embalagem primária é aquela que estabelece contato primário e imediato com o produto; em outras palavras, corresponde à primeira camada que contém o produto e que entra em contato físico direto com ele. Assim, ela é projetada para envolvê-lo imediatamente e determina a necessidade ou não de outras camadas de proteção mais externas. As propriedades e as características do produto, como forma, dimensões e consistência, vão estabelecer, evidentemente, as principais prioridades da embalagem primária. Assim, ela pode ter diversas funções e aplicações, dependendo do tipo de produto e das suas variáveis de transporte, deslocamento e armazenagem. Sua função primordial e mais importante é proteger e preservar o produto contra danos, interferências com o meio externo ou contaminação, evitando também desequilíbrios químicos que podem acontecer no contato direto com a atmosfera. A embalagem primária também serve para manter um produto em armazenagem durante longos períodos de tempo. Nesse caso, torna-se prioritário que ela tenha características de concepção (projeto e design) que permitam mantê-la protegida das interferências do ambiente onde é guardada. Isso Embalagem e inovação do produto Pág. 24 de 105 inclui facilidades de manuseio e deslocamentos nas estantes, de modo a garantir fácil localização e acesso nos momentos de manipulação ou compra por parte dos consumidores. Os exemplos de embalagens primárias são ilimitados, bem como a enorme gama de produtos de consumo que as utilizam. Alguns tipos mais comuns incluem recipientes plásticos, garrafas, embalagens blister, embalagens de dose unitária, invólucros de papel e muito mais. Essas funções determinam muitas vezes características formais distintas e acabam gerando funções complementares e estratégicas, como as seguintes: (1) Embalagem display: expõe o produto no local de venda de uma forma diferenciada. Pode ter o formato de uma caixa contendo embalagens individuais ou expô-los num display próprio. Uma embalagem display também pode ter a função de conjunto (figura 20). FIGURA 20 – Display Descrição: Embalagem display para exibição de produtos no ponto de vendas. Fonte: http:// www.zgraph.com.br/portifolio_int.asp?id_proj=6&id_cli=5&id_job=69. (2) Embalagem de uso: é um tipo necessário para possibilitar o consumo do produto. Esse formato de embalagem é parte integrante do produto e forma com ele um conjunto que permite a manipulação, a dosagem ou o consumo. Por exemplo: o creme dental; o inseticida em spray; a tinta em spray; o desodorante roll on; o tubo de cola etc. (figura 21). Embalagem e inovação do produto Pág. 25 de 105 FIGURA 21 – Embalagem de uso Descrição: Embalagens de uso (roll on) de cola em bastão. Fonte: design56/shutterstock (3) Embalagem unitária: corresponde a uma única unidade do produto. Muitas vezes, esse tipo de embalagem contém uma única dose do conteúdo destinada a satisfazer uma necessidade individual de consumo. Geralmente, são bem desenhadas, rentáveis e ambientalmente eficientes. São produzidas para abrigar quantidades pré-estabelecidas e muitas vezes controladas, como no caso de remédios e produtos para saúde. Entre os exemplos, temos: lata de cerveja, frasco de desodorante, sachê de xampu, blister de analgésico, ampola de dose única (figura 22). FIGURA 22 – Embalagem dose única Descrição: Blister de creme para cabelos de dose única. Fonte: http://andrezagoulart. com.br/blog/2010/11/14/lancamentos-seda/. (4) Embalagens de reúso após o consumo: podem ser usadas para a mesma finalidade original, retornando ao fabricante, o que parece ser uma tendência atual das indústrias para diminuir o uso de matéria-prima e causar menor impacto ambiental. São as embalagens retornáveis, que já Embalagem e inovação do produto Pág. 26 de 105 foram usadas anteriormente e permitem repetir a utilização depois de esterilizadas e recuperadas. Atualmente, algumas embalagens são utilizadas para outras finalidades depois do consumo do produto pelo consumidor, como copos de requeijão, garrafas de vidro de suco de frutas, latas especiais para panetones etc. (figura 23). FIGURA 23 – Embalagem de reúso Descrição: Embalagem especial de panetone, que posteriormente serve como recipiente para guardar objetos. Fonte: https://eucomi.com.br/blog/conheca-os-panettones-e-chocottones-da-bauducco-para-esse-natal/. (5) Embalagens recicláveis: seus materiais podem e devem ser reaproveitados comomatéria- prima para fabricação de outras embalagens ou produtos. Por exemplo, as embalagens longa vida (cartonadas), depois de processadas, estão sendo reutilizadas para a fabricação de telhas; as de papelão descartadas constituem matéria-prima para produção de cartão ondulado; o vidro pode ser totalmente reciclado pela indústria vidraceira, que pode produzir outros bens ou mesmo outras embalagens. Vale lembrar que a reciclagem é uma das ações mais importantes no mundo de hoje, se pensamos em deixar um planeta habitável para as futuras gerações. Ela é fundamental para o meio ambiente, uma vez que permite fazer novos produtos a partir de outros excluídos, que não atendem mais às necessidades de uso e que, na hipótese de não serem reaproveitados, estariam poluindo o ambiente natural onde fossem descartados. As embalagens primárias podem ser reunidas em um tipo especial de contêiner, conhecido como embalagem de conjunto, que agrupa várias embalagens individuais de consumo. Isso visa estimular a compra de várias unidades ao mesmo tempo, geralmente oferecendo alguma vantagem de preço. Um bom exemplo são as embalagens multipack de cerveja ou de refrigerante (figura 24). Embalagem e inovação do produto Pág. 27 de 105 FIGURA 24 – Embalagem multipack Descrição: Embalagem multipack. Fonte: Martien van Gaalen/shutterstock EMBALAGENS, PRODUÇÃO, EVOLUÇÃO E MATERIAIS O uso das embalagens sempre acompanhou o desenvolvimento do homem desde o princípio de sua trajetória, adequando-se aos novos materiais e tecnologias disponíveis. Os materiais que usamos hoje refletem o avanço da evolução tecnológica que busca suprir as nossas necessidades. A indústria da embalagem, sentindo a preocupação crescente que o consumidor tem com o meio ambiente, tem investido em pesquisas de novos materiais que utilizam menos recursos naturais, na reutilização e na reciclagem das embalagens para atender essa nova demanda. O objetivo, além de contribuição ambiental, é baratear o custo de produção e o da própria embalagem e, claro, atender ao consumidor. A seleção dos materiais para elaboração das embalagens está diretamente ligada ao tipo de produto e depende do produtor, da distribuição e do consumo. As possibilidades formais delas estão ligadas ao tipo de material, ao tipo de processamento e aos custos. Quando existe a possibilidade de escolha do material ou mesmo de usar mais de um na mesma embalagem, acrescentando mais funcionalidade e qualidade, devemos levar em consideração vários fatores, como os processos de fabricação, o manuseio, o fechamento, a resistência no armazenamento e no transporte, a durabilidade, os custos, enfim, todo o ciclo de vida do produto. Embalagem e inovação do produto Pág. 28 de 105 Os materiais mais usados nas embalagens de transporte são as fibras e a madeira, pela maior resistência e proteção. Já os mais usados nas embalagens primárias (de consumo) são o vidro, o papel, o papelão, o plástico e o metal. Não podemos esquecer também que as pesquisas desenvolvidas pelas indústrias de embalagens constantemente apresentam possibilidades de trabalhar outros tipos, como os biodegradáveis. Os materiais definem também as características do design da embalagem e as propriedades que são essenciais para que ela cumpra sua função. É importante considerar que os mais utilizados são aqueles que permitem maior variedade de soluções para a confecção de embalagens. CURIOSIDADE História da embalagem do Yakult Yakult é um produto lácteo conhecido como probiótico, produzido pela fermentação de uma mistura de leite desnatado com a cepa de um tipo especial de bactéria com funções digestivas conhecidas como benéficas para a saúde. Foi criado por um cientista japonês que se formou na Universidade de Kyoto em 1930. Em 1935, ele começou a fabricação e a venda do Yakult no Japão, e, posteriormente, o produto espalhou-se pelo mundo inteiro. A embalagem é bastante personalizada e conhecida, tornando-se um ícone relacionado com o produto. Este foi introduzido no Brasil, em meados do século XX e iniciou suas vendas pelo sistema porta a porta. A história da embalagem de Yakult é bastante peculiar. Conheça em: http://www. propagandashistoricas.com.br/2014/05/curiosidade-historia-da-embalagem-do.html, acesso em: 10.ago.2016. Embalagens de vidro As embalagens de vidro apresentam vários pontos positivos, principalmente para alimentos e bebidas, mas também são muito utilizadas pelas indústrias de medicamentos, perfumaria etc. O vidro não interfere na composição dos produtos embalados, é fácil de limpar, pode ser reutilizado e reciclado, facilita a esterilização, permite a utilização de formatos, cores e tamanhos diversos, mas também padronizados, barateando o custo. Alguns produtos são identificados justamente pelas suas características formais compatíveis com a visualização pela transparência do vidro, como vinho, cerveja, champanhe, conservas em geral, leite de coco, geleias etc. (figura 25). Embalagem e inovação do produto Pág. 29 de 105 FIGURA 25 – Embalagem de vidro Descrição: Embalagens de vidro de boca larga, próprias para alimentos processados. Fonte: AlenKadr/shutterstock A flexibilidade do vidro durante o processo de fabricação permite uma grande variedade de formatos e tipos diferenciados, como garrafas, frascos, vasilhas etc. Essa flexibilidade possibilita infinitas combinações de formas potenciais com uma ampla paleta de cores, sem limite para a criatividade, que pode ser expandida para ideias mais incomuns e personalizadas, que vão agregar valor à marca e impactar favoravelmente os clientes. Por ser o mais puro dos materiais, o vidro é a embalagem mais nobre e saudável para conservação de alimentos e bebidas, e o único adequado para o armazenamento de leite humano. Devido a suas características, o vidro preserva o sabor, frescor e qualidade do produto, aumentando seu tempo de vida. É uma embalagem natural não tóxica, livre de substâncias como o Bisfenol A, presente em outros materiais, que em longo prazo pode auxiliar no desenvolvimento de doenças, como o câncer. O vidro é ainda um material 100% reciclável. O caco pode voltar para a indústria em forma de uma nova embalagem infinitas vezes. Além disso, após o uso e higienização, as embalagens de vidro podem ser reutilizadas em casa para armazenamento de qualquer conteúdo ou mesmo para decoração (Fonte: http://www.aecweb.com.br/ent/ cont/n/abividro-participa-do-projeto-coca-cola-verdes-ventos-em-maresias_197_10844, acesso em: 15.ago.2016). As embalagens de vidro são as mais confiáveis e comprovadas para não agredir a saúde das pessoas, conservar intacto o sabor dos alimentos acondicionados e proteger o meio ambiente, uma vez que podem ser completamente recicladas. São também as embalagens de alimentos mais amplamente utilizadas em todo o mundo e reconhecidas como as de mais alto padrão de confecção Embalagem e inovação do produto Pág. 30 de 105 industrial. O vidro descartado permite 100% de reciclagem, e calcula-se que um recipiente fabricado com esse material pode ir de uma lixeira a uma prateleira de supermercado em questão de 30 dias (CAMILO, 2011). Estima-se que a maioria dos recipientes de vidro recuperados é transformada em novos recipientes com a mesma qualidade dos iniciais. Além disso, a porosidade do material é totalmente nula, o que evita qualquer interação química entre o conteúdo e as paredes da embalagem, permitindo acondicionar produtos de sabor delicado sem que sofram transformação. Por isso, esse tipo de recipiente é o que mais beneficia o consumidor, uma vez que não representa nenhum risco para a sua saúde. No site da Abividro (Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro) (http://www.abividro.org.br/noticias/o-vidro-tem-destaque-na-feira-fispal-tecnologia-2013, acesso em: 2.nov.2016), encontramos o seguinte: Representando a ABIVIDRO, esteve presente a gerente de projetosAna Paula Bernardes, e ela apresentou dados muito interessantes sobre o crescimento do vidro na produção das embalagens: 76% do vidro é utilizado na produção de embalagens para bebidas, 3% pelo setor farmacêutico e 4% para a produção de itens de higiene, limpeza e cosméticos. “As embalagens de vidro nos remetem a embalagens Premium, pois proporcionam uma sensação de estética, de conservação e de segurança”. Uma das principais propriedades do vidro é a transparência, que permite a visualização do produto. Ele também pode ser opaco, ou ainda incolor ou colorido. No caso da cerveja, a cor verde ou âmbar protege contra incidência de luz para não alterar características físicas como o sabor. O mesmo acontece com medicamentos, que normalmente utilizam a cor âmbar (figura 26). Embalagem e inovação do produto Pág. 31 de 105 FIGURA 26 – Garrafas de vidro transparentes Descrição: Embalagens de vidro variadas. Fonte: Mariyana M/shutterstock Outra propriedade é a possibilidade de alterar sua composição e seu processo de fabricação para permitir maior resistência a altas temperaturas, pressão interna e choque. Os tipos de embalagens de vidro apresentam a seguinte classificação: (1) Embalagens retornáveis: têm formatos geralmente padronizados ou outros especiais e podem retornar ao produtor para serem reaproveitadas. Ex.: garrafas de cerveja, garrafões de água mineral etc. (2) Embalagens reutilizáveis: podem ser reaproveitadas pelo consumidor para outros usos e finalidades, como copos de requeijão, potes de conserva etc. (3) . Embalagens one way: são normalmente descartadas como sucata para reaproveitamento da matéria-prima. Entre inovações mais ousadas e formatos tradicionais de aceitação consagrada entre os consumidores, o vidro aumenta a sinergia entre um produto e a sua embalagem. Sua elegância e sua autenticidade transmitem uma atraente mistura de personalidades que pode ser percebida imediatamente pela visualização, característica destacada nas embalagens de perfume. Plana ou decorada, lisa ou com relevos, transparente ou fosca, a embalagem de vidro dá ao consumidor uma sensação rápida de produto que contém frescura e qualidade, bem como de seu caráter tradicional ou audacioso, muito antes do uso. Quanto aos formatos, algumas embalagens de vidro possuem especificações diferentes, dependendo dos produtos embalados: Embalagem e inovação do produto Pág. 32 de 105 (1) . Garrafas: de acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), devem ser usadas para conter líquido em quantidade inferior a cinco litros. Ex.: sucos de frutas, bebidas alcoólicas, refrigerantes, águas minerais etc. (2) Garrafões: têm capacidade de até 50 litros. São recipientes maiores e bem mais reforçados, para conter produtos químicos, água mineral, ácidos etc. (3) Potes: têm vários formatos e tamanhos, confeccionados com a boca larga para facilitar a retirada da mercadoria que contêm. São geralmente moldados de acordo com a identificação da marca, que procura personalizar a apresentação. Ex.: embalagens de geleias, azeitonas, café solúvel, extratos e molhos de tomate etc. (4) Copos: com formatos cilíndricos e capacidade menor que os potes, são normalmente utilizados para alimentos gelatinosos ou moles, como extrato de tomate, requeijão etc. (5) Frascos: geralmente para conter pequenas quantidades de produtos. São usados principalmente pelas indústrias farmacêuticas, químicas, cosméticas e de perfumaria. (6) Tubos: geralmente utilizados pela indústria farmacêutica. O fechamento das embalagens de vidro deve prevenir contra vazamento ou evaporação e não permitir a contaminação. Geralmente, as tampas são feitas de metal ou plástico. Existem vários tipos, como tampa rosqueada, com rosca interna que pode ser aberta e fechada várias vezes; tampa de rosca rápida; tampa chapinha, que no interior tem uma almofada de cortiça, papel ou alumínio que impede que o produto entre em contato com o metal, geralmente usada para bebidas gasosas; tampa de pressão, de pressão e encaixe ou de pressão a vácuo; tampa articulada etc. Embalagens de madeira A madeira, junto com o vidro, é um dos materiais mais antigos. É geralmente usada em embalagens para transporte de produtos pesados e grandes e também de frutas e legumes, por sua dureza e permeabilidade. Atualmente, também são feitas embalagens especiais para garrafas de bebidas, brindes, caixas de pequeno, médio e grande porte, engradados, pallets etc. Essas embalagens de madeira, por serem muito usadas para exportação e importação, têm regras específicas de fiscalização e estão sujeitas a uma legislação mais rigorosa, pois a madeira é Embalagem e inovação do produto Pág. 33 de 105 um material extremamente vulnerável à contaminação e à disseminação de pragas (CAMILO, 2011). De maneira geral, essas embalagens, peças e assessórios devem ser tratadas com aquecimento térmico e secagem em estufas, com uso de micro-ondas e fumigação com produtos químicos especiais para imunização (figura 28). FIGURA 27 – Embalagem de madeira Descrição: Embalagem de madeira para vinho. Fonte: Africa Studio/shutterstock No caso do Brasil, essas medidas valem para mercadorias que circulam dentro do país, tanto nacionais quanto importadas. Esses procedimentos devem constar na documentação que acompanha a embalagem para efeito da fiscalização. Dependendo do produto, da origem e do destino, existem normas específicas de identificação das embalagens de transporte, que não preveem publicidade nem identificação do produto. São informações escritas, como nome do produtor, código do local de destino, origem do produto, peso, e visuais, que usam símbolos, de acordo com os cuidados que serão tomados no manuseio para transporte aéreo ou marítimo. Vários órgãos, nacionais e internacionais, estabelecem a padronização desses símbolos, como ABNT, ISO, DIN, Ansi, Iata etc. (GODDARD; TWEDE, 2010). Embalagens de papel e papelão A matéria-prima da fabricação do papel é a celulose, obtida a partir de matérias vegetais como o algodão e diferentes tipos de árvores cultivadas em fazendas. Tem a característica de ser renovável. A madeira utilizada é principalmente extraída dos troncos de pinus e de eucaliptos. É processada e transformada em uma pasta, que, dependendo do tipo de papel que se deseja obter, pode sofrer processos de clareamento, adição ou revestimento com outras substâncias, como plástico, parafina, vernizes, emulsões etc. Embalagem e inovação do produto Pág. 34 de 105 A facilidade de obtenção e manuseio, que é característica do papelão, possibilitou a utilização em larga escala em caixas, que, por serem mais leves, mais baratas e mais flexíveis, começaram a substituir as de madeira. O surgimento da técnica de corrugação, no século XIX, deu condição para a fabricação do papel ondulado, que inicialmente foi usado para proteger garrafas de vidro. Alguns anos depois, surgiu nos Estados Unidos o papelão ondulado, que é a colagem de uma folha lisa sobre outra folha de papel corrugado, dando maior resistência ao conjunto. A primeira vez que o cartão ondulado foi utilizado para fabricação de embalagens também foi a partir da segunda metade do século XIX. Essa nova forma de usar o papel logo se espalhou pela Europa, e teve início a fabricação de caixas montadas. Porém só no século XX é que esse material passou a ser utilizado largamente nas embalagens para transportar, proteger e expor os produtos nos locais de venda. O Brasil importava o papelão ondulado da Alemanha até 1935, quando foi inaugurada a primeira fábrica nacional. Uma grande porcentagem da matéria-prima utilizada na fabricação do cartão ondulado é oriunda de papel e papelão reciclados. No Brasil, estima-se que 70% da produção é obtida dessa forma (CAMILO, 2011). As caixas de papelão ondulado, normalmente utilizadas para embalagens de transporte, passaram por muitas transformações, acompanhando as inovaçõestecnológicas que possibilitaram a criação de vários tipos desses cartões especiais para atender diferentes categorias de produtos. Com design criativo, acabamentos e impressão de alta qualidade, essas embalagens vêm substituindo as de vários outros materiais (figura 28). FIGURA 28 – Embalagens de papel Descrição: Embalagens de papel cartão, utilizadas para uma infinidade de produtos. Fonte: http://www.grupoacrescente.com.br/produtos.asp. Embalagem e inovação do produto Pág. 35 de 105 A gramatura média de uma chapa de cartão ondulado é de 440 g a 380 g, dando rigidez e segurança à utilização para embalagens em geral. A gramatura é definida em g/m², que representa o peso do papel ou do cartão fabricado por uma área de 1 m² (GODDARD; TWEDE, 2010). A micro- ondulação do cartão e o uso de papéis de melhor qualidade permitiu a impressão cada vez mais refinada, dando condições de usar esse novo material em embalagens primárias ou de consumo. O importante no ciclo de vida desse material é que ele é biodegradável, assim, o que não é reciclado e descartado em menos de um ano já esta decomposto, não agredindo o meio ambiente. As embalagens de papel e papelão, em sua grande maioria, podem ser divididas em flexíveis, semirrígidas e rígidas, com as seguintes características: (1) Embalagens flexíveis: compostas de papel que não tem um formato específico. São os envoltórios que embrulham produtos de forma simples, usados em padarias e outros pontos de varejo, como sacos de pão, de farinha de trigo, de ração e carvão para churrasco, cartuchos, embalagens de sabão em pó, caixinhas contendo o tubo de creme dental etc. (2) Embalagens semirrígidas: compostas de cartão, não suportam condições de pressão e choques. São caixas, cartuchos e envelopes normalmente usados em caixas de sapatos, bombons, produtos eletrônicos, remédios, multipacks, que são embalagens que comportam várias unidades individuais de um determinado produto, como um conjunto de latas de cerveja, etc. As embalagens cartonadas podem acondicionar produtos líquidos, como leite longa vida e sucos. Para confeccioná- las, geralmente é utilizado cartão de 150 g a 250 g, cortado e vincado. (3) Embalagens de papelão rígido: feitas de papelão ondulado ou micro-ondulado, correspondem normalmente a caixas e cartonados usados para embalagens de transporte, por exemplo, de produtos eletrônicos e frutas. Suas gramaturas podem chegar até a mais de 700 g/m². Dependendo do produto a ser transportado, das características do material da embalagem, do transporte e do armazenamento, elas são extremamente resistentes. Embalagens de metal A matéria-prima das embalagens metálicas é alumínio e aço, com características diferenciadas em sua produção. São materiais resistentes, e, com as modernas técnicas de fabricação, facilmente moldáveis, possuem tampas desenvolvidas para facilitar a abertura de vários tipos de embalagens sem deixar de proteger o conteúdo e têm utilização possível em uma infinidade de produtos. As diferenças entre os dois materiais são basicamente o preço mais alto do alumínio, que é um Embalagem e inovação do produto Pág. 36 de 105 material mais leve e mais resistente à corrosão. Entretanto, em relação à aplicação na confecção de embalagens e na proteção aos produtos, a utilização é quase a mesma. (1) Embalagens de alumínio: as latas de alumínio começaram a ser fabricadas no Brasil na segunda metade da década de 1980. Esse metal é um material 100% reciclável que mantém as características dos produtos contidos inalteradas e prolonga a durabilidade deles, impedindo a entrada de luz e umidade. Geralmente, é usado para latas de cerveja, refrigerantes, sucos, chás, bisnagas normais, bisnagas com efeitos especiais, revestimento de embalagens longa vida para sucos, leite e até vinho. Tem presença em outros tipos de embalagens, como blisters - cartelas de comprimidos -, tampas de iogurtes e águas minerais, na forma de folhas finas aluminizadas que selam as embalagens, e também em embalagens de produtos químicos, farmacêuticos, cosméticos etc. (figura 29). FIGURA 29 – Embalagem de metal Descrição: Embalagens de alumínio para refrigerantes. Fonte: Africa Studio/shutterstock De acordo com a Abal (Associação Brasileira de Alumínio) e a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Rentabilidade), em 2014, foram consumidas 476 mil toneladas de alumínio pela indústria de embalagens, sendo que 33% foram destinados ao mercado interno (GODDARD; TWEDE, 2010). O alumínio é produzido em forma de folhas para embalagens flexíveis e chapas para bebidas e alimentos em geral. As flexíveis são embalagens cartonadas revestidas, tais como longa vida, blisters (muito usados em remédios), sachês, revestimento de embalagens de doces, chocolates etc. e stick packs - embalagens em forma de tubos. São ideais para o consumidor atual, que pode Embalagem e inovação do produto Pág. 37 de 105 levá-las para os mais diferentes lugares devido à sua alta portabilidade, além de representarem uma grande economia de material em comparação com outros tipos de embalagem (figura 30). FIGURA 30 – Embalagem flexível em alumínio Descrição: Embalagem blister de folha de alumínio flexível. Fonte: Davydenko Yuliia/shutterstock ID:219480094 As embalagens que utilizam o alumínio em forma de chapa são representadas por latas de refrigerantes, cervejas, sucos, chás, sardinhas, atum etc. Essas embalagens são produzidas em duas peças: o corpo estruturado e moldado e a tampa semirrecortada, com um anel rebitado para facilitar a abertura. As latas de aerossol são moldadas em peças únicas, pressurizadas, e podem receber tratamento interno, dependendo do produto. As embalagens feitas de chapas de alumínio também são usadas basicamente para alimentos, cosméticos, medicamentos humanos e veterinários, higiene etc. As bisnagas produzidas em tubos de alumínio, que não voltam ao formato inicial depois de usadas, impedem a entrada de ar porque isso prejudicaria a integridade do produto, que varia desde cremes, pomadas, gel, cosméticos, alimentos até tintas, colas etc. A versatilidade das embalagens de alumínio, além da variedade enorme de produtos atendidos, permite acabamentos e formatos diferenciados, facilitando também a impressão de comunicação para o consumidor. Embalagem e inovação do produto Pág. 38 de 105 ACONTECEU A reciclagem do alumínio é o processo pela qual a sucata de embalagens feitas com esse material pode ser reprocessada e reutilizada após o uso inicial e o descarte. O processo é simples, embora feito em várias etapas para possibilitar a higienização do material recolhido e evitar que outras substâncias possam interferir no processo de reciclagem. A reciclagem do alumínio é significativamente mais barata do que o processo tradicional de extração desse mineral da natureza e consome muito menos energia, além de evitar os procedimentos traumáticos para a natureza causados pela extração primária. Grande parte do alumínio utilizado na produção de embalagens no Brasil vem do reaproveitamento da matéria-prima das embalagens descartadas, e nosso país é líder mundial de reciclagem de latas de alumínio, tendo batido o recorde mundial em 2014. Leia uma reportagem sobre esse evento: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE LATAS DE ALTA RECICLABILIDADE (ABRALATAS). Reciclagem de latas de alumínio bate novo recorde e Brasil continua líder mundial. Disponível em: <http://www.abralatas.org.br/reciclagem-de-latas-de-aluminio-bate-novo-recorde/>, acesso em: 18.ago.2016 (2) . Embalagens de aço: os componentes derivados do aço, como a folha de flandres, são muito usados para embalagens de produtos como latas de azeite, conservas, sardinhas, tintas, vernizes etc. As embalagens que usam folhas de flandres têm um enorme mercado nos produtos alimentícios Esse material é revestido com estanho e vernizes especiais, que protegem o metal da corrosão e impedemque partículas dele contaminem os alimentos. Cada tipo de enlatado exige um tipo específico de verniz. Essas embalagens, por fatores de processamento, têm formatos característicos, como as latas de três partes, constituídas de um fundo, um corpo e uma tampa, fechadas hermeticamente. Também pode ser utilizada para essas embalagens uma tampa removível, para produtos que serão usados parcialmente e deverão permanecer na embalagem até o seu término, caso das latas de tintas e vernizes. Alguns formatos foram personalizados de tal forma que reconhecemos os produtos só pela embalagem, como o queijo tipo reino com formato de bola (figura 31). Embalagem e inovação do produto Pág. 39 de 105 FIGURA 31 – Embalagem de aço Descrição: Embalagem de aço para queijo tipo bola. Fonte: http://stravaganzastravaganza. blogspot.com.br/2011/07/queijos-do-brasil.html. A rigidez das embalagens metálicas protege os produtos acondicionados, permitindo o empilhamento, como no caso das latas de tinta, estruturadas com frisos horizontais para amortecer impacto, e permite receber produtos sob pressão interna, como as embalagens do tipo aerossol. As embalagens de alimentos são esterilizadas por autoclave. A evolução das pesquisas nas indústrias de embalagens tem levado a inovações, como lata para micro-ondas, sistemas de aberturas muito mais eficientes, processos de impressão mais refinados etc. Embalagens plásticas O plástico é derivado de resinas extraídas no processamento do petróleo. São polímeros com características diferenciadas, com mais de 40 grupos básicos, cada um diferente do outro. Dependendo do processamento do plástico, as suas propriedades são alteradas, resultando numa enorme possibilidade de materiais para os mais diversos tipos de embalagens. Cada tipo tem determinadas características, que devem ser avaliadas para as aplicações corretas. Só uma pequena porcentagem do óleo produzido nas petroquímicas (indústrias dedicadas à produção de derivados de petróleo) é destinada à produção do plástico para embalagens. A partir da década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, foi que se iniciou a utilização do plástico em embalagens (NEGRÃO; CAMARGO, 2008). De acordo com o processamento (por aquecimento e/ou resfriamento) do plástico, os materiais resultantes são classificados em dois grandes grupos: Embalagem e inovação do produto Pág. 40 de 105 (1) Termoplásticos: como o PET (polietileno) e o PP (polipropileno), podem ser moldados quando aquecidos e endurecem após o resfriamento. Podem ser reprocessados várias vezes sem perder suas propriedades iniciais, o que facilita extraordinariamente a sua reciclagem. Correspondem a 80% dos plásticos e são os mais utilizados na fabricação de embalagens. (2) Termorrígidos (ou termofixos): como o PU (poliuretano) rígido, quando aquecidos e moldados, permanecem com o formato definitivo inalterado e são de difícil reciclagem. É um material que se decompõe antes de ser fundido ou reformatado, e isso dificulta o reaproveitamento pela indústria da reciclagem. Os termorrígidos são utilizados para enchimento de superfícies e frestas (indústria moveleira, construção civil), peças injetadas, como engradados para transporte de garrafas, fios de tecidos e isolamento de cabos elétricos, solados de sapato etc. No processamento do plástico com acréscimo de aditivos, esse material adquire outras propriedades, de acordo com o objetivo que se pretende alcançar e as características desejadas. É o caso de aditivos antiestáticos, autoextinguíveis, biodegradáveis etc. Com a tecnologia avançada disponível, eles podem ser moldados nas mais variadas formas e servir a fins inumeráveis, que abrangem desde sacos plásticos de paredes finíssimas até o corpo de celulares. Essa capacidade de adaptação tão vasta serve para atender às necessidades das embalagens atuais, tanto pela ampla possibilidade de formatos quanto por facilidade de exibição no ponto de vendas, impressão de informações, proteção dos produtos e reciclagem. Existem muitos tipos de materiais plásticos com várias propriedades diferentes, o que significa que eles podem ser empregados para atender às mais diferentes exigências das embalagens, como proteção para evitar a quebra de ovos ou transporte de órgãos vitais para transplante, tornando possível salvar vidas humanas. Para confecção de embalagens, podemos citar entre os mais utilizados: (1) PET (polietileno tereftalato): começou a ser fabricado no Brasil em 1989, principalmente para a produção de embalagens de bebidas gaseificadas. Dependendo da espessura, o acabamento pode ser rígido ou semirrígido. Esse material plástico é aplicado em embalagens de vários tipos de produtos e é facilmente reciclável. Por ser mais leve, mais resistente ao impacto e permitir transporte mais barato, tem substituído as embalagens de vidro. É usado em garrafas de refrigerante, água e óleo vegetal, frascos de ketchup, mostarda e medicamentos, embalagens de iogurte etc. (2) PVC (policloreto de vinila): existem dois tipos de PVC: o rígido, que é pouco resistente a altas e baixas temperaturas, é frágil e muito tóxico quando em decomposição, usado na moldagem de Embalagem e inovação do produto Pág. 41 de 105 blisters, em frascos de xampu, em garrafas de óleo comestível, de vinagre, de água mineral etc.; e o flexível, que não deve ser usado para embalar alimentos, sendo usado em recipientes transparentes de produtos de limpeza, como detergente líquido, garrafas de água sanitária, embalagens de óleo de motor, blisters, filmes em geral etc. (3) PP (polipropileno): tem a menor densidade entre os plásticos, pode substituir vários outros, é resistente a produtos químicos e calor e muito transparente, competindo com o PVC. É usado em potes de margarina e de ketchup, embalagens de biscoitos, bandejas de alimentos para forno de micro-ondas, rótulos de garrafas de refrigerantes, embalagens de iogurte, frascos de medicamentos, tampas etc. O polipropileno biorientado (BOPP) é componente de um filme plástico muito resistente usado em embalagens flexíveis. Pode ser metalizado, transparente ou fosco opaco. É muito usado em embalagens de alimentos. Sua aparência brilhante dá um visual atraente, além de ser muito versátil, pois permite vários tipos de impressão. Pode ser usado em embalagens laminadas, como em salgadinhos, biscoitos, cafés, rótulos de garrafas PET etc. (figura 32). FIGURA 32 – Embalagem plástica Descrição: Embalagens plásticas para salgadinhos. Fonte: http://www.plastcapbig. com.br/produtos_lista.asp?categoria=2&subcategoria=3. (4) PS (poliestireno): tem múltiplas funções, pode ser rígido ou na forma expandida. É um plástico frágil, usado na forma transparente ou composto com aditivos. As principais aplicações são em caixas de ovos, embalagens de fast food, iogurte, café, queijo fresco e manteiga, copos de água mineral. Quando expandido, é usado como isolante térmico (isopor) e também em embalagens de alimentos, como complemento amortecedor para proteger produtos frágeis, em tampas etc. Embalagem e inovação do produto Pág. 42 de 105 (5) PE (polietileno): é um material plástico apresentado em três formulações: PE de alta densidade; PE de média densidade; e PE de baixa densidade. Em qualquer delas, é inerte, possibilitando contato direto com alimentos. É muito usado em garrafas de detergente e água sanitária, frascos de xampu e óleo de motor etc., dependendo das densidades, que devem se adequar ao tipo de produto que a embalagem vai conter. (6) Pead (polietileno especial de alta densidade): esse plástico pode substituir o polipropileno. É um material leitoso, fácil de moldar, resistente a quedas. Por ser barato em comparação com outros plásticos, é muito usado em embalagens de detergente para roupas, xampu, leite, suco de frutas, produtos lácteos, óleo de motor etc. Em forma de filmes, compete com o PEBD. (7) PEBD (polietileno especial de baixa densidade):é um dos materiais plásticos mais utilizados em embalagens. É semitransparente, branco leitoso ou colorido, flexível, de baixo custo, porém não resiste a temperaturas altas. É usado em potes de margarina, sacolas, sacos, tampas elásticas de várias embalagens etc. Quando em forma de filme, serve para embalar frutas, verduras e carnes e também pode ser aplicado para envolver pallets nas unidades de carga (figura 33). FIGURA 33 – Película plástica Descrição: Película plástica especial para embalar alimentos, pode ter uso industrial ou doméstico. Fonte: https://pt.aliexpress.com/film-plastic-bag_reviews.html. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS E SISTEMAS INOVADORES DE EMBALAGEM É muito importante enfatizar que as embalagens são sempre levadas em consideração no âmbito do desenvolvimento de novos produtos. A alta competitividade no mercado de bens de consumo Embalagem e inovação do produto Pág. 43 de 105 tem determinado uma ação constante de renovação dos produtos existentes ou de criação de novos por parte das empresas, que procuram assim garantir a sua fatia de participação de mercado. A embalagem faz parte do planejamento para desenvolver novos produtos. Ela precisa ser diferenciada em relação à concorrência, tornando-se, muitas vezes, um fator de distinção poderoso nas ofertas para o consumidor pelo alto potencial de comunicação e atratividade que pode incorporar, tanto do ponto de vista do seu design como também por fornecer um suporte importante para a transmissão de informações e mensagens de venda. Cada vez mais, a importância da embalagem cresce em relação à formatação técnica das normas de padronização no lançamento de novos produtos, tanto no mercado interno quanto nos internacionais. Diversos fatores podem levar um produto ao sucesso ou fracasso, dentre eles, a concepção de uma embalagem adequada, que, além de protegê-lo efetivamente, sirva também para destacá-lo e criar atratividade. Isso é especialmente válido quando esse produto é distribuído nos autosserviços, como hipermercados e supermercados. A superioridade de um produto é fator determinante para o sucesso de venda e a aceitação por parte dos consumidores. Por isso, as fases de definição do projeto e pré-desenvolvimento são cruciais para a concepção do produto, e a forma como ele vai ser protegido e enviado ao mercado necessariamente deve fazer parte dessa preocupação. Um novo produto exige uma nova embalagem, e isso inclui não só design como também formatos e materiais que possam atender de maneira mais eficaz à necessidade de embalá-lo. As inúmeras possibilidades de combinação de materiais para aumentar a eficácia de uma embalagem, bem como durabilidade, resistência mecânica, flexibilidade, porosidade, não interferência química, além dos esforços para diminuir os custos de produção, têm estimulado as indústrias de embalagens a investir altas quantias em pesquisas. Muitas combinações de diversos materiais com características próprias já são utilizadas nas embalagens, integrando uma nova categoria. As composições procuram atender às necessidades de cada produto, de modo a complementar as propriedades de cada material individual. As embalagens compostas geralmente combinam dois ou mais materiais com outros reciclados. Entre as diversas possibilidades de combinação de matérias-primas, podemos destacar as seguintes: Embalagem e inovação do produto Pág. 44 de 105 (1) Embalagens cartonadas: usam várias camadas de materiais, como as embalagens longa vida, compostas de 75% de papel cartão, 20% de polietileno (PEBD) e 5% de alumínio. Esses materiais são eficazes para criar barreiras protetoras e para manter a integridade do produto. (2) Embalagens mistas: são compostas por dois ou mais materiais, inclusive reciclados, como plástico com metal, plástico com vidro, vidro com metal, cartão com madeira etc. (3) Embalagens laminadas: usam menos materiais e ocupam menos espaço no armazenamento e no transporte, por exemplo: sacos de salgadinhos, biscoitos, café em pó etc. e embalagens SUP (stand-up pouches). São normalmente compostas de duas camadas de filmes, uma de poliéster, o que dá brilho ao formato final da parte externa, e outra de polietileno, que pode ser metalizado ou receber aplicação de nylon, na parte interna. Essas embalagens são utilizadas em produtos líquidos, pastosos, granulados, em vários setores do mercado. Entre elas, destacam-se: • Embalagens de plástico e alumínio: tubos ou bisnagas de cosméticos, creme dental. • Embalagens de plástico, papel e alumínio: café em pó, ração para cães e gatos. • Embalagens de papel e alumínio: pacote de manteiga, envelopes de papel Kraft com alumínio interno. • Embalagens de cartão e polietileno: blisters em geral, como a cartela de pilhas. • Embalagem de papel, alumínio e polietileno: embalagens longa vida. Os designers de produto estão sempre procurando reinventar seus modelos em uma tentativa de atender cada vez mais satisfatoriamente às exigências de um novo consumidor. Este passou a ser alinhado com os problemas ambientais e mais crítico em relação aos impactos negativos que produtos e embalagens podem causar à natureza. Outra preocupação é em encontrar novas formas de destacar o produto nas prateleiras. Em consequência, a indústria de embalagens de alimentos é provavelmente uma das mais inovadoras do mundo, embora existam ainda algumas empresas de gêneros alimentícios cujas embalagens não mudam há mais de um século, caso de alguns alimentos enlatados. Entretanto, as pressões ambientais e dos consumidores estão alterando até mesmo esses comportamentos, e a indústria de enlatados começou a utilizar embalagens de plástico transparente ao invés do metal tradicional (figura 34). Embalagem e inovação do produto Pág. 45 de 105 FIGURA 34 – Embalagem transparente Descrição: Embalagens de plástico transparente. Fonte: https://revipack.wordpress. com/2015/05/12/meetingpack-2015-inovaes-para-embalagem-alimentar/. As latas de plástico transparente, embora ainda criticadas por alguns ambientalistas, são resultado de alta tecnologia na combinação de múltiplas camadas de plástico, que permitem aos consumidores visualizar exatamente aquilo que estão comprando. Muitas dessas embalagens mantêm as tampas e o fundo confeccionados em metal, configurando assim uma excelente combinação entre os dois materiais e facilitando as possibilidades de reutilização, pois eles são facilmente separáveis quando são destinados aos processos de reciclagem. As embalagens transparentes para alimentos são uma nova tendência no setor de alimentos enlatados, permitindo atender com êxito as expectativas do consumidor. Além disso, possibilitam transmitir uma imagem de alimentos sempre frescos, melhorando as chances de os alimentos conservados competirem melhor com os in natura, além do alto impacto nas prateleiras e nas gôndolas dos pontos de varejo. Essas embalagens plásticas, pelo tipo de material que utilizam, aumentam os prazos de validade dos produtos e melhoram significativamente as condições de armazenagem e durabilidade. Ao contrário de outros plásticos de embalagens tradicionais, as novas “latas plásticas” são capazes de suportar altas temperaturas em ambientes de alta pressão com a mesma competência das latas de metal durante todo o seu percurso na cadeia de abastecimento. Assim, oferecem vários benefícios e alta competitividade em relação a outros tipos de embalagens. A qualidade do material oferece proteção total e segura aos alimentos embalados. Embalagem e inovação do produto Pág. 46 de 105 SAIBA MAIS A indústria norte-americana de embalagens acaba de lançar uma nova linha de latas plásticas transparentes e recicláveis para atender à indústria de alimentos processados. Ela oferece uma excelente oportunidade para sustentabilidade, conveniência e até mesmo rentabilidade pelo baixo custo de produção em relação às latas de aço que tradicionalmente são utilizadas
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