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UNIDADE 1
DIREITO À SAÚDE
A saúde é um direito de todos os cidadãos garantido pela Constituição de 1988 onde tem acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) que realiza ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. Antes, o modelo adotado dividia os brasileiros entre os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública pela Previdência Social, ou seja, trabalhadores com carteira assinada; e os que não possuíam nenhum direito.
SAÚDE ANTES E DEPOIS DA CRIAÇÃO DO SUS
Antes de 05 de outubro de 1988, quem prestava assistência médico-hospitalar para a população brasileira era o antigo INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. A saúde não era um direito de todos, a assistência médica era um privilégio apenas dos trabalhadores com carteira assinada e seus dependentes. O restante da população ficava excluído desses serviços, eram atendidos como “indigentes”. Predominava na saúde a assistência médica curativa (INAMPS – o primo rico) e o combate às endemias e a prevenção das doenças eram tratadas pelo Ministério da Saúde (o primo pobre ).
Agora, com o SUS, universal, cabe ao Estado assegurar este direito. O SUS baseia-se em três princípios ideológicos ou doutrinas: Universalidade, Equidade e Integralidade e mais outros princípios organizacionais como Descentralização, Resolutividade, Regionalização e Hierarquização, Participação Social. 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS
Primeiro devemos entender os conceitos de:
- Princípio = aquilo que serve de base, alicerce;
- Diretriz = estratégias para atingir os objetivos.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS:
- Universalidade: direito à saúde e à vida, pois garante acesso aos serviços de saúde a todos os cidadãos brasileiros em todos os níveis de assistência; pressupõe a ideia de direito e jamais a de pagamento ou gratuidade.
- Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
- Integralidade: acesso integral à saúde, que vai das ações preventivas às assistenciais; garantir acesso a todos os tipos de serviços que envolvam promoção, proteção e recuperação da saúde.
As políticas de saúde devem ser desenvolvidas tendo em vista a integralidade, compreendendo a atenção e as necessidades dos grupos específicos. Exemplo: política de atenção integral à saúde da mulher, atenção às DST/AIDS. 
ORGANIZAÇÃO DO SUS
Os princípios organizativos do SUS são:
- Descentralização: é uma desconcentração do poder da União para os estados e municípios. Com essa descentralização, o formato do processo de gestão do SUS fica assim definido:
União – governo federal: Ministério da Saúde;
Estados e Distrito Federal: Secretaria Estadual de Saúde;
Municípios: Secretaria Municipal de Saúde.
A Lei nº 8.080, de 1990, apresenta as atribuições e competências de forma genérica e, segundo alguns autores, torna a compreensão das especificidades de cada instância gestora um pouco difícil. Já as Normas Operacionais Básicas (NOB) definem claramente as competências de cada esfera de governo na organização e operacionalização do SUS. Elas definem de maneira estratégica e detalhada as condições que os estados e municípios precisam adquirir diante do processo de implantação e consolidação do SUS.
- Regionalização: essa diretriz deve focar a organização do sistema em uma noção de território, levando em consideração os perfis populacionais, os indicadores epidemiológicos, as condições de vida e o suporte social. Assim, a gestão municipal estará mais próxima da realidade que a cerca e contribuirá para uma melhor resolutividade dos problemas que acometem a população que está presente nos distritos e regiões que compõem o município. Segundo Matta (2006), a lógica proposta é de que quanto mais perto da população, maior será a capacidade de o sistema identificar as necessidades de saúde e melhor será a forma de gestão do acesso e dos serviços para a população. A regionalização deve ser norteada pela hierarquização dos níveis de complexidade requerida pelas necessidades de saúde das pessoas. O princípio da integralidade deve ser levado em consideração, pois é a partir dele que vamos organizar o serviço, desde as ações de promoção e prevenção de doenças até as de maior complexidade como recursos diagnósticos, internação, cirurgias e transplantes.
- Hierarquização: A hierarquização diz respeito à organização do acesso da população à rede de serviços de saúde por meio da definição de níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário). 
- Participação da comunidade (ou controle social): essa diretriz também é definida como participação popular ou participação da comunidade, ou ainda como participação dos cidadãos e até controle social. Podemos considerar essa diretriz como um dos marcos históricos da reforma sanitária brasileira, pois garantiu a participação da comunidade no processo de construção e consolidação do SUS.
Os conselhos de saúde têm caráter permanente e deliberativo. Estão presentes nos três níveis de governo, representados pelo Conselho Nacional de Saúde, Conselho Estadual de Saúde e Conselho Municipal de Saúde. São órgãos colegiados compostos por representantes do governo, prestadores de serviço privado, profissionais de saúde e usuários. Atuam na formulação de políticas, estratégias, acompanhamento das ações e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Os conselhos devem ser formados de forma paritária entre usuários e prestadores: 50% de participação dos usuários (população); 25% de representantes das instituições administradoras do SUS e prestadores de serviços de saúde; 25% de representantes dos trabalhadores da saúde.
A Lei nº 8.142 também define que as conferências de saúde estruturam-se em cada nível de governo e se reúnem a cada quatro anos, com o intuito de avaliar a conjuntura de saúde vivenciada por cada uma das áreas de abrangência e propor diretrizes para formulação política em cada esfera. Elas podem ser convocadas pelo Poder Executivo ou de forma extraordinária pela própria conferência ou pelos conselhos.
UNIDADE 2
INFORMAÇÕES EM SAÚDE
Para demarcar o início do uso do termo informação no campo da saúde, devemos relembrar o ressurgimento dos estudos em epidemiologia no seu momento de maior intensidade, pois é nesse momento – a partir do século XIX – que aumenta a necessidade de comunicar questões relacionadas à saúde das populações. Deste momento em diante, podemos relatar as primeiras peças da informação em saúde, compostas pelas estatísticas vitais, pelas tábuas de sobrevida, enfim, por instrumentos de predição e inferência de estados de saúde a partir do status atual de um grupo de pessoas em determinado contexto de saúde. No correr da história, numerosos desdobramentos para a expressão informação em saúde transformaram-se, praticamente, em subáreas distintas e dirigidas, principalmente, a subsidiar não apenas a população em geral, mas também gestores da área saúde:
Sobre: perfil da população (de que adoece e morre dados demográficos e socioeconômicos); serviços prestados; materiais e medicamentos consumidos; força de trabalho envolvida.
Para conhecer: necessidades da população atendida; uso potencial e real da rede instalada; investimentos necessários.
A fim de: planejar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde.
Destaca-se também a importância do papel fundamental do desenvolvimento das ciências da computação, no século XX, e, portanto, da informática como instrumental necessário e multiplicador tanto das metodologias estatísticas quanto das informações em saúde. Ressalte se, ainda, que esse desenvolvimento tecnológico tem papel crucial em inovações intrínsecas à área da saúde, como:• a disseminação e facilitação da acessibilidade às bases de dados em saúde;
• o surgimento e a propagação da informática médica;
• a concepção e a implementação do prontuário eletrônico do paciente; entre outros.
A expressão informação em saúde, nos tempos atuais, abrange vários outros termos e múltiplas dimensões, podendo ser tomada, portanto, por uma teoria. Para Moraes, de forma esquemática, existe a possibilidade de observar a informação em saúde como subsídio para o próprio setor de saúde: na administração; na assistência; no controle e avaliação; no orçamento e finanças; no planejamento; nos recursos humanos; na regulação; na saúde suplementar; no geoprocessamento em saúde; e na vigilância (epidemiológica, sanitária, ambiental).
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
As informações são fundamentais para perceber problemas, investigar suas causas, planejar soluções e avaliar as intervenções realizadas. As informações são transformadas em indicadores que servem de análise para situações de saúde, sociais ou demográficas. Nesse sentido, a vigilância em saúde busca monitorar e alertar para todas as dimensões que envolvem e determinam a saúde do indivíduo e do coletivo.
A vigilância se distribui entre: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador.
A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle dessas doenças específicas. 
A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e roedores. 
As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente.
Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho.
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
Urbanização, transição demográfica, crescimento econômico e distribuição de renda, educação e saúde.
UNIDADE 3
RACIONALIDADE MÉDICA
É um sistema médico estruturado com as cinco dimensões de forma sistematizada em maior ou menor grau. Isso não é uma comparação entre melhor ou pior entre as racionalidades. As cinco dimensões são:
- Morfologia humana: define a estrutura e a forma de organização do corpo. 
- Dinâmica vital humana: define o movimento da vitalidade, seu equilíbrio ou desequilíbrio no corpo, suas origens ou causas. 
- Doutrina médica: define, em cada sistema, o que é o processo saúde-doença, o que é a doença ou adoecimento, em suas origens ou causas, o que é passível de tratar ou curar.
- Sistema de diagnose: determina se há ou não um processo mórbido, sua natureza, fase e evolução provável, origem ou causa. 
- Sistema terapêutico: determinam-se as formas de intervenção adequadas a cada processo mórbido (ou doença) identificado pela diagnose. 
- Cosmologia: são os sentidos, símbolos, metáforas que sustentam o imaginário das demais dimensões das racionalidades médicas.
PARADIGMA BIOMÉDICO
Existe o paradigma entre o biomédico e o vitalista. Biomédico é aquele que enfatiza questões materiais, mecânicas, centradas na doença e no controle do corpo biológico e social, tendo, dessa forma, controle também sobre a natureza. Essa visão deriva do período renascentista e do discurso racional posterior à idade média. A natureza passa a ser objeto dominado pelo ser humano, que pensa poder controlá-la pela tecnologia. Entende-se, assim, que as doenças podem ser do nosso controle. Muitas críticas surgem ao fato de esta racionalidade reduzir o processo saúde-doença a critérios biológicos ou catalogados, que excluem a subjetividade da pessoa atendida e enfraquecem – desmancham – o vínculo entre profissional e paciente, sendo, assim, pouco integral. Já a visão vitalista busca a harmonia entre meio ambiente social, natural e a pessoa. Nessa harmonia, é entendida a saúde. Existe a valorização da subjetividade das pessoas, a prevenção e promoção da saúde e a integralidade do cuidado. Dessa forma, a sustentabilidade é uma das premissas deste ponto de vista, que cresce a partir dos anos 1960 como resultado da contracultura. Em todas as racionalidades médicas estudadas, foi observada a coexistência de duas formas de interpretação das situações de saúde-doença: uma baseada na teoria e regida pela razão, outra baseada no empirismo, ou seja, na sensibilidade do profissional ou terapeuta.
PRÁTICAS ALTERNATIVAS DE SAÚDE
Existem racionalidades médicas (ayurveda, medicina tradicional chinesa, homeopatia, etc.) e existem as práticas (yoga, tai chi chuan, acupuntura, meditação, reiki, acupuntura, biodança, automassagem, homeopatia). A utilização das PAS tem mostrado resultados que vão para além do indivíduo. Estudos apontam que a criação de grupos que exercem estas práticas promove a autonomia individual, a participação social e a vinculação entre os participantes dos grupos. Além disso, gera uma percepção positiva de saúde, em que o indivíduo deixa de se perceber como portador de uma doença para se enxergar como próprio instrumento de cura.
Em virtude da crescente demanda da população brasileira, por meio das conferências nacionais de saúde e das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) aos EstadosMembros para formulação de políticas visando à integração de sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos (também chamados de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/MCA) ou Práticas Integrativas e Complementares (PIC)). Aos sistemas oficiais de saúde, além da necessidade de normatização das experiências existentes no SUS, o Ministério da Saúde aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, contemplando as áreas de homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, medicina antroposófica e termalismo social – crenoterapia.
UNIDADE 4
SISTEMAS DE SAÚDE
O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira. 
Os dois modelos existentes em nosso país são: modelo médico-assistencial privatista e modelo assistencial sanitarista. Há autores ainda que incluem um terceiro modelo, chamado de saúde da família, pautado em uma estratégia de (re)organização da atenção primária em nosso país. 
Os dois principais modelos assistenciais constituídos no decorrer da história do sistema de saúde no Brasil estão voltados para dois aspectos importantes: demanda espontânea de saúde e necessidades de saúde da população.
- Modelo médico-assistencial privatista: está destinado a conter a demanda espontânea dos usuários. A população tem livre iniciativa para procurar os serviços de saúde, seja em hospitais, centros de saúde, unidades de saúde, prontos-socorros, consultórios particulares ou laboratórios. Caracteriza-se por ser um modelo voltado para o imediatismo, isto é, o indivíduo o procura por apresentar algum sinal ou sintoma de alguma enfermidade. O objetivo da população é apenas resolver o sofrimento naquele momento. É uma abordagem centrada na doença e na resolução imediata do problema. Por esse motivo, é o mais difundido e o mais prestigiado por grande parte das pessoas. O grande entrave desse modelo é o fato de estar atrelado ao grau de conhecimento e/ou sofrimento dos indivíduos sobre determinadas doenças.Logo, aqueles que não percebem a existência de agravos ou de doenças propriamente ditas deixarão de ser abordados pelo sistema de saúde. Esse modelo reforça a ideia de saúde como sendo a ausência de doença e por isso só necessitam de cuidados os que estão verdadeiramente doentes ou que apresentam algum mal físico. É um modelo que tem sua gênese na assistência filantrópica e na medicina liberal e que se consolidou com o desenvolvimento da medicina capitalizada. Reproduz-se tanto no setor público como no setor privado de saúde com um único objetivo: caráter curativo. Isso tende a prejudicar o atendimento integral do indivíduo e da comunidade da qual ele faz parte, além de interferir negativamente no impacto sobre o nível de saúde da população.
- Modelo assistencial sanitarista: Esse modelo, quando citado, na maioria das vezes é abordado como sinônimo de saúde pública. É caracterizado por campanhas e programas focalizados em algum problema específico de saúde, o qual o modelo hegemônico anterior não conseguiu resolver ou dar conta. Essas ações são extremamente importantes, porém não contemplam os problemas de saúde em sua real dimensão, pois priorizam determinados agravos ou grupos de risco em detrimento de políticas mais gerais e que gerem um verdadeiro impacto no modo de estruturação e prestação de serviços em saúde. Outra grande dificuldade dessas políticas é o caráter temporário que elas assumem. Com exceção de alguns programas que se tornaram permanentes, as campanhas focais têm caráter efêmero e, no momento em que ocorrem, desviam recursos federais para sua execução, modificando também todo um planejamento previamente elaborado, sem contar com a infraestrutura e a disposição de recursos humanos para tais políticas. Os programas focais também geram problemas no sistema de saúde, pois dispõem de administração vertical e única que individualiza os serviços e desintegra o sistema, uma vez que não conseguem integrar as diversas ações desses programas às outras atividades do sistema. Esse modelo é desenvolvido exclusivamente pelo setor público e tem vínculo e financiamento direto do Ministério da Saúde e de suas subsecretarias de gestão.
TERRITORIALIZAÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1997a), a territorialização pressupõe o diagnóstico das características sociais, demográficas e epidemiológicas e deve impactar, de forma favorável, as condições de saúde da população registrada. Para tal, as equipes de saúde devem realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas domiciliares.
A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma que permita um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica e sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade. O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de atenção básica, distribuídos regionalmente, que precisem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam serviços de saúde.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (conceitos e atributos)
Conceito = estratégia de organização da atenção à saúde voltada para responder, de forma regionalizada, contínua e sistematizada, à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades. Em sua forma mais desenvolvida, a atenção primária é a porta de entrada ao sistema de saúde e o local responsável pela organização do cuidado à saúde dos indivíduos, suas famílias e da população, ao longo do tempo.
Atributos essenciais da APS:
- Primeiro contato: Serviços procurados regularmente cada vez que o paciente necessita de atenção em caso de adoecimento ou para acompanhamento rotineiro de sua saúde. Porta de entrada do sistema de saúde: ponto de início da atenção e filtro para acesso aos serviços especializados.
- Longitudinalidade (Continuidade): Assunção de responsabilidade longitudinal pelo paciente com continuidade da relação clínico-paciente, ao longo da vida, independentemente da ausência ou da presença de doença.
- Integralidade (Abrangência): Reconhecimento de amplo espectro de necessidades, considerando-se os âmbitos orgânicos, psíquicos e sociais da saúde dentro dos limites de atuação do pessoal de saúde. Implica oferecer serviços preventivos e curativos e garantir acesso a todos os tipos de serviços para todas as faixas etárias por meio de encaminhamento, quando necessário.
- Coordenação: Coordenação das diversas ações e serviços essenciais para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas.
MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE (conceitos e tipos)
São uma estratégia de organização da atenção à saúde especificamente voltada para promover a integração do cuidado, a partir da combinação entre flexibilidade de alocação de práticas e tecnologias e coordenação do cuidado para a garantia da longitudinalidade do cuidado. O estímulo à organização de redes integradas de atenção à saúde nos sistemas municipais e estaduais de saúde como forma de garantir a integralidade, universalidade e equidade da atenção à saúde da população brasileira adquire maior relevância no final da década de 1990 e culmina com a publicação da Portaria GM nº 4.279, de dezembro de 2001. As redes de atenção à saúde surgem como uma possibilidade para a reestruturação dos serviços e processos de saúde, rumo ao restabelecimento da coerência entre os princípios e diretrizes do SUS e o perfil epidemiológico da população brasileira. Em nível internacional e nacional, tem-se estabelecido um consenso gradativo de que a organização dos sistemas de saúde sob a forma de redes integradas é a melhor estratégia para garantir atenção integral, efetiva e eficaz às populações assistidas, com a possibilidade de construção de vínculos de cooperação e solidariedade entre as equipes e os níveis de gestão do sistema de saúde. 
Em grande parte da literatura, o conceito de redes está estreitamente relacionado ao de cuidados integrados, sendo quase sinônimo desse.

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