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Economia Monetária – Resumo Conteúdo para 1° avaliação – 2019.2 Prof°: Jacqueline Franco Cavalcante Monitor: Marcus Vinicius Resumo de Keynes 5°) Teoria da preferência pela liquidez, abordagem da demanda de ativos. Keynes, ao elaborar o que ficou conhecido como “Teoria da Preferência pela Liquidez”, criticou a tradição clássica (teoria dos fundos emprestáveis), segundo o qual a taxa de juros é o “preço” que equilibra a demanda por recursos para investir (determinada pela produtividade marginal do investimento) e a propensão de abster-se do consumo imediato. Em outras palavras, a taxa de juros seria o fator equilibrante que determina a igualdade entre a demanda de poupança, resultante do investimento novo que pode ser realizado a uma determinada taxa de juros, e a oferta de poupança, estabelecida a partir da propensão marginal a poupar. Para Keynes, em contraste, a taxa de juros é definida como uma recompensa por abrir-se mão da liquidez e, portanto, da riqueza na forma monetária, uma vez que a moeda é o ativo como maior prêmio de liquidez e, portanto, da riqueza na forma monetária, uma vez que a moeda é o ativo com o maior prêmio de liquidez dentre todos os ativos. Deste modo, é o preço mediante o qual o desejo de manter a riqueza em forma liquida se concilia com a quantidade de moeda disponível. A taxa de juros, portanto, ao invés de ser a recompensa pela “espera”, pelo adiamento do consumo, é, segundo Keynes a recompensa por não entesourar; ou seja, a taxa de juros é o que se ganha não porque se poupa, mas porque se aplica esta poupança em outros ativos (ex. Ativos financeiros) que não a moeda. Neste sentido, a determinação da taxa de juros é tomada como um fenômeno eminentemente monetário (determinado pela preferência da liquidez dos agentes e pela política das autoridades monetárias) ao invés de ser explicada por fatores reais (ex. Preferências intertemporais dos agentes e a produtividade do capital) como estabelecia a teoria clássica. A preferência pela liquidez, portanto, determina a quantidade de moeda que o público desejará reter quando a taxa de juros for dada. As expectativas quanto ao futuro da taxa de juros, fixadas pela psicologia dos agentes, têm reflexos na preferência pela liquidez. A condição necessária para a existência de preferência pela liquidez por parte dos agentes é a existência da incerteza quanto ao futuro da própria taxa de juros. Assim cada conjunto de circunstâncias e de expectativas corresponderá uma taxa de juros apropriada. 6°) Demanda por Moeda em Keynes: Circulação Industrial e Circulação Financeira. Para sua análise apresente os motivos para se demandar moeda em keynes. No tratado sobre a moeda. Keynes distinguiu dois circuitos de circulação monetária: • Circulação Industrial: Refere-se a quantidade de moeda necessária para dar suporte ao giro de bens e serviços produzidos na economia. Esta quantidade, por sua vez, depende do intervalo médio durante o qual a moeda é retida entre transações por parte do público, isto é, da velocidade da moeda. • Circulação Financeira: Inclui operações com ativos financeiros, isto é, cobre as necessidades de moeda para a realização de compras de ações, títulos da dívida, etc, não relacionadas ao giro da renda corrente. Neste circuito, porém, ao contrário do anterior, a moeda não é apenas um meio de circulação, podendo torna-se ela própria objeto de retenção, como um ativo. Motivos para Demandar Moeda em Keynes: Keynes na Teoria Geral, procurou enfatizar os motivos pelos quais o público demanda moeda. No novo enfoque, a circulação industrial dá lugar à demanda transacional por moeda, como demanda por saldos ativos, enquanto que a circulação financeira é transformada nas demandas precaucionária e especulativa por moeda. Motivo Transação: refere-se à retenção de moeda para realização de um ato definido de compra numa data especificada. O volume de moeda demandada para realização de transações depende do montante da renda e da duração normal do intervalo entre o seu recebimento e o seu desembolso. Motivo Precaução: Para atender ás contingências inesperadas e ás oportunidades imprevistas na realização de negócios vantajosos, já que a moeda é um ativo seguro que serve para atravessar um futuro incerto e nebuloso. Motivo Especulação: É o canal por onde agirá a política monetária (está relacionada à incerteza quanto ao comportamento futuro da taxa de juros). A demanda por moeda para satisfazer o motivo especulação varia de modo mais ou menos contínuo sob o efeito de alterações graduais na taxa de juros de mercado. Motivo Financeiro: refere-se à demanda por moeda antecipada a alguma despesa discricionária planejada, sendo o gasto deste tipo mais vultoso e menos rotineiro (o investimento em busca de capital). Neste caso, saldos monetários são mantidos em antecipação à compra de bens de investimento. Esta demanda pode ser satisfeita pela venda de bens e serviços ou de ativos líquidos por parte do empresário ou com dinheiro tomado emprestado junto aos bancos. Em sintese: Md=M1+M2+M3+M4=L1(Y):Transação+L2(r):Especulação+L3(*):Precaução+L4(I):Financeiro 7°)Atributos específicos à moeda em Keynes Na economia monetária desenvolvida por Keynes (ao contrário do que preceituava a teoria quantitativa da moeda) não é possível definir posições de equilíbrio, seja no curto ou no longo prazo, sem se considerar o comportamento da moeda e da política monetária. Isto porque a moeda, nesta concepção, não é apenas um meio de troca, mas também uma reserva de valor, pelo seu atributo de transportar a riqueza no tempo. Portanto, ela é mais do que uma forma conveniente de estabelecer a ponte entre os fluxos de entrada e saída de recursos, como estabelecia a teoria clássica. Para Keynes, a moeda desempenha um papel duplo de meio de pagamento e forma de riqueza. Seu retorno vem na forma de um prêmio de liquidez entre os ativos. Nesse sentido, o insight fundamental do novo paradigma que Keynes procurou desenvolver é o reconhecimento de que, em uma economia monetária, a moeda torna-se um ativo, ainda que dotada de atributos que lhe são específicos. Pelo seu atributo de liquidez por excelência, a moeda acalma as inquietações dos agentes diante das incertezas do futuro, que são características de uma economia monetária. Assim, quanto maior a incerteza percebida pelos agentes, maior tenderá a ser a retenção de moeda por parte dos mesmos, para fazer frente à imprevisibilidade de um futuro que depende das decisões e comportamentos de todos os outros agentes que operam nesta economia. 8°) O papel das expectativas na decisão sobre a estrutura do portfólio dos agentes? Ilustre sua análise através de análise comparativa das taxas de juros. Os agentes formam expectativas específicas a respeito do futuro da taxa de juros, mas que não são necessariamente corretas. Todo agente que opera com ativos no mercado financeiro têm uma avaliação subjetiva, dada sua própria experiência e seu acesso à informação, do que constitui uma taxa normal de juros, que ele espera que prevaleça depois que se descontem as flutuações observadas nessa variável no curto prazo. Essa taxa funciona como uma âncora para suas expectativas com relação aos movimentos futuros da taxa de juros de mercado (ou corrente). Ela define se o agente será “urso” ou “touro”, diante das taxas de jutos correntes, e portanto, se demandará moeda ou títulos. Considere um agente que tenha dois ativos a escolher para aplicar seus recursos: moeda (um ativo seguro), e títulos (não tão seguro, mais rende juros). Conforme a taxa de juros correntes esteja situada acima ou abaixo da taxa normal, os agentes procurarão vender ou comprar títulos: eles compram títulos quando esperam que seu preço suba (e os juros caiam) e os vendem, obtendo dinheiro em contrapartida, quando esperam que seu preço caia (os juros subam).Assim, sendo rc a taxa (corrente) de juros de mercado, rn a taxa normal de juros e E(dr/dt), a expectativa em relação à taxa de juros, pode-se estabelecer as seguintes decisões para a demanda especulativa (Ms): Ursos: rc – rn < 0 e E(dr/dt) > 0 Ms > 0 (agentes preferem reter moeda) Neste caso, se os agentes têm expectativas de que a taxa de juros suba no horizonte de decisão, eles podem preferir moeda a aplicar em títulos. Se a taxa normal de juros (rn) for mairo que a taxa de juros de mercado (rc), e assim rn>rc, o agetne reterá moeda ao invés de comprar títulos. Logo a demanda por moeda por motivo especulativo é uma demanda de urso; Touros: rc – rn > 0 e E(dr/dt) < 0 Ms = 0 (a moeda é usada para comprar títulos) Neste caso, se os agentes esperam uma queda nas taxas futuras de juros, tenderão a comprar títulos a reter moeda. Se a taxa normal de juros (rn) for menor que a taxa de juros de mercado (rc), e assim, rn < rc, o agente usará dinheiro para comprar títulos. 9°) Qual o comportamento dos touros e dos ursos na decisão sobre alocação dos recursos? Como Keynes ilustra o comportamento dos agentes no presente diante das expectativas das taxas de juros futuras. Ursos: Esperando uma alta das taxas de juros no horizonte de decisão. Os agentes preferirão reter moeda a títulos, de modo a evitar as perdas esperadas de capital. (retém moeda e põem os títulos que possuem à venda) Touros: Esperam uma queda nas taxas futuras de juros preferindo comprar títulos agora, ao invés de reter moeda para obter ganhos de capital, mesmo que tenham que se endividar para fazê-lo. (demandam títulos e usam seus saldos monetários para comprá-los). As taxas de juros correntes mover-se-ão de acordo com a predominância de um ou outro grupo, até que a demanda por moeda e por títulos iguale-se à disponibilidade de ambos os tipos de ativo. 10°) Apresente (explicando) a função preferência pela liquidez. Keynes elaborou uma teoria de precificação de ativos, utilizando uma estrutura mais diversificada de ativos, em que uma dada quantidade de ativos é demandada de acordo com sua taxa própria de juros, calculada segundo o preço corrente (à vista) dos ativos. O retorno total esperado oferecido por um ativo (a sua taxa própria de juros) é calculado através de valores assumidos por quatro atributos: A) Taxa Esperada de Quase-Renda: taxa de rendimento que se espera ganhar pela posse ou uso do ativo. B) Custo de Carregamento incorrido na Retenção dos Ativos: como estocagem, custos de seguros, etc. C) Prêmio pela Liquidez: Mede a facilidade de negociação de um ativo no caso de desejo de mudança da composição do portfólio. D) Taxa Esperada de Apreciação do Ativo: Ao final de um período, uma vez que o possuidor de riqueza pode ganhar (ou perder) com a apreciação (ou depreciação) dos preços de mercado daquele ativo. ra : Cada classe de ativos possui sua taxa própria de juros. a: Apreciação do valor de mercado do ativo (taxa de apreciação) q: Rendimento do ativo c: Custo de carregamento incorrido na conservação do ativo l: Prêmio pela liquidez ra=a+q-c+l Nesta abordagem, a preferência pela liquidez é refletida em termos do trade-off entre retornos esperados (a+q-c) e o prêmio pela liquidez (l). Causando substituições na estrutura de demanda por ativos, que se diferenciam de acordo com combinações de retornos esperados e prêmio de liquidez que eles oferecem, sendo a liquidez valorizada quando a incerteza aumenta.
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