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Daniela Carvalho – Turma LVI RECEPTORES E MECANISMO DE AÇÃO PROTEÍNA G • Acoplada a canais iônicos metabotrópicos (se é proteína G é metabotrópico). • A interação do fármaco om receptores ligado a proteína G irá produzir segundos mensageiros. OBS - Receptores ionotrópicos X Receptores metabotrópicos: Receptores ionotrópicos estão envolvidos principalmente na transmissão sináptica rápida, abre o canal iônico diretamente, já o receptor metabotrópico o neurotransmissor abre o anal iônico indiretamente, tendo a presença do segundo mensageiro para ativação dos canais iônicos específicos, efeito é mais lento. • Acoplada a canais iônicos ligantes: o Despolarização. o Hiperpolarização. • Acoplada a receptores metabotrópicos: o Ativa formação do 2º mensageiro (Gs – Gq) -> proteína G excitatória. o Inibindo a formação do 2º mensageiro (Gi) -> proteína G inibitória. • DUAS VIAS CONTROLADAS DE PROTEÍNA G: o Ambas podem ser ativadas ou inibidas por ligantes farmacológicos. o Estão relacionadas ao controle da nossa pressão arterial. o 1.Via da adenilato ciclase/ cAMP: ativação da proteína G -> ativação da adenilato ciclase -> formação do cAMP (irá ativar proteínas quinases, ativar canais iônicos - é o responsável por causar os efeitos intracelulares desencadeados pelo fármaco, desejados ou não). ▪ AC catalisa a formação do mensageiro intracelular cAMP. ▪ O cAMP ativa várias proteínas quinases, fosforilando enzimas e outras proteínas. ▪ Todos os passos ligados a proteína G ligado ao cAMP. • Ligante que pode ser uma substância endógena ou o próprio fármaco (agonista ou antagonista) -> ativação da proteína G que desliga/ desloca sua porção alfa (não é teoria da alteração conformacional) -> porção alfa ativada via GTP vai determinar a ativação da Adenilato Ciclase (proteína que está na membrana celular). Daniela Carvalho – Turma LVI ▪ Quando a Adenilato Ciclase for ativada (quebra ATP em cAMP) teremos a formação do cAMP (segundo mensageiro) -> cAMP terá suas funções -> porção alfa volta e vai de novo se acoplar a proteína G. O cAMP tambn controla a entrada de cálcio para o meio intracelular, mas depende do tipo de tecido (não é o fármaco que determina se vai aumentar ou diminui o cálcio, ele atuará apenas na proteína G e o resultado intracelular dependera da função do cAMP dentro da célula). ▪ Pode ocorrer aumento ou diminuição do cálcio intracelular. ▪ Tecido liso -> redução do cálcio (ativação da proteína quinase que sequestra cálcio para o retículo sarcoplasmático). ▪ Tecido cardíaco -> aumento do cálcio (cálcio proveniente do meio extracelular) – aumento da frequência cardíaca (ação do simpático). ▪ Aumentar ou diminuir Ca é uma função do cAMP (2º mensageiro) e não da proteína G ou do fármaco. ▪ Final da ação: metabolismo cAMP = Fosfodiesterase. o 2. Via da fosfolipase C/ Trifosfato de inositol (IP3 - que vem do fosfatidil)/ Diacilglicerol (DAG): ▪ Catalisa a formação de dois mensageiros intracelulares -> IP3 e DAG. Daniela Carvalho – Turma LVI • Proteína G estimulante que ativa fosfolipase C -> gera IP3 e DAG. ▪ IP3 -> aumenta a [cálcio]ic -> sempre aumenta a concentração de cálcio intracelular (provavelmente pela saída do cálcio do reticulo sarcoplasmático para o meio intracelular). ▪ O [cálcio]ic desencadeia eventos como: • Concentração, secreção, ativação enzimática e hiperpolarização de membrana. ▪ DAG -> ativa proteína quinase C que controla muitas funções celulares. Não tão esclarecido suas funções. OBS: o primeiro mensageiro é a própria substância (fármaco por exemplo). • Receptor (depende de que órgão a proteína G esta e qual a função dela no órgão) -> ativação dos segundos mensageiros -> proteínas quinases -> efetores -> eventos intracelulares. o Eicosanóides -> fazem parte dos autacóides (são os hormônios locais). o O DAG pode levar a formação de prostaglandinas -> ruim pois nos vasos tem ações que podem causar formação de radiais livres por exemplo. o IP3 aumentando Ca irá causar vasoconstrição -> o que ocorre na HAS. OUTROS RECEPTORES LIGADOS A QUINASES • Vário hormônios (p. ex insulina) e fatores de crescimento incorporam a Tirosinase Quinase em seu domínio intracelular). o Receptores de hormônios (p ex a insulina que não ativa a proteína G e sim age em receptores de membrana é endocitado o complexo fármaco receptor, estimulando a transcrição gênica) ▪ OBS: Glicose em excesso gera muita insulina que estraga os receptores – inserir açúcar para crianças menores de 2 anos causa diabetes na vida adulta. • Eventos que controlam o crescimento e a diferenciação celular e atuam indiretamente: regulam a transcrição gênica. Daniela Carvalho – Turma LVI • Existem duas vias importantes: o Via Ras/ Raf/ MAP (mitógenos-ativada da proteína) quinase (divisão, crescimento e diferenciação celular). o Via Jak (receptor da família “Janus-kinase”)/ Stat (transdutoras do sinal e ativadoras da transcrição) – controla a síntese e liberação de mediadores inflamatórios. RECEPTORES INTRACELULARES • Controlam a transcrição gênica. • Os ligantes incluem hormônios esteróides, hormônios tiroideanos, vit D, ac. Retinóico. • Os receptores são proteínas intracelulares, os ligantes devem penetrar nas células. • Os efeitos são produzidos em consequência da síntese alterada de proteínas e, portanto, de início lento - são mecanismos de início muito lento. • Corticoide se liga a uma proteína e entra no núcleo e ira ativa ou inibir a transcrição genica (depende da célula em que está atuando). Daniela Carvalho – Turma LVI ALVO DE AÇÃO: TRANSPORTADORES • São macroproteínas de membrana e quando a substância (normalmente um hormônio) se liga a estas substâncias ele é transportado para o interior da célula. • Estes transportadores podem ser inibidos (ainda não foi encontrado substâncias que possam ativá- los). o No caso da noradrenalina, serotonina e a dopamina -> pode – se bloquear seus transportadores, impedindo que sejam recaptada; com isto irão para a corrente sanguínea e serão metabolizadas. Exemplo - em fibra muscular cardíaca: Quando noradrenalina interage com receptor beta1 do músculo cardíaco, há ativação da adenilato ciclase que transforma ATP em APMc que vai provocar a abertura dos canais de cálcio voltagem dependente -> contração! Após esta ação, a noradrenalina será recaptada por um transportador para o neurônio terminal, podendo ser liberada novamente quando chegar outro estímulo nervoso. • Fármaco de ação indireta: o O fármaco indiretamente provoca o aumento da ação no receptor -> não é o fármaco que irá atuar no receptor, ele provoca acúmulo da substância que irá atuar no receptor. ▪ Aumenta a concentração da substância que ativará o receptor. o Exemplo: fluoxetina (bloqueador seletivo de recaptação de serotonina) bloqueia transportador principalmente para serotonina (e em menor grau para dopamina e noradrenalina). Neste casos será classificada como inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS). Isso faz com que o nível de serotonina aumenta na fenda sináptica provocando um efeito indireto de aumento de estímulo no receptor (não é o fármaco que está ativando o receptor). • Fármaco de ação direta: o O fármaco atua diretamente nos receptores. o Exemplo 2: Isoprenalina é agonista de receptores beta promovendo um efeito direto de estímulo no receptor. -> Exocitose pelo neurônio pré-sináptico, que libera o neurotransmissor que irá agir em receptores pós sinápticos (neurônios ou células) → após agir no local de ação, será recaptado → se liga ao transportador, que dará um giro de 180º e jogará o neurotransmissor novamente para o neurônio pré. -> Quando o fármaco bloqueia o transportador, aumenta a concentração do neurotransmissor na fendasináptica, fazendo com ele atue mais em seus receptores. OBS: cocaína bloqueia o transporte de noradrenalina, serotonina e dopamina, mas principalmente o de dopamina Daniela Carvalho – Turma LVI Não é usado como anestésico local e nem como estimulante do SNC, pois age destruindo os transportadores provocando um quadro psicótico semelhante ao da esquizofrenia. -> Endorfinas que usam este transporte e são recaptadas -> ocorre fisiologicamente no organismo. • O fármaco pode: o Ativar o receptor diretamente – agonista. o Bloquear o receptor – antagonista (impede que a substâncias endógenas ativem a proteína G). o Inibir o transporte do neurotransmissor (fazendo impeça a recaptação do neurotransmissor e sua concentração aumente, fazendo com que o NT ative o receptor). Ou ainda, aumentar a liberação do NT (aumenta a exocitose – ex: anfetamina) → neste caso aumenta a ação do NT no receptor indiretamente. o Também pode ter ação sobre enzimas e outros pontos que veremos mais adiante. • Os NT saem do neurônio pré por um mecanismo de acoplamento da membrana (exocitose). • O transportadores só possuem sentido de recaptação e nunca o inverso (de liberar o NT para a fenda sináptica). OBS: tudo que for dose dependente, também é paciente dependente -> pois se por exemplo, o paciente for hiperreativo, um dose um pouco maior pode ser muito tóxica para ele. ALVO DO AÇÃO – ENZIMAS • Exemplo: substrato fisiológico que será metabolizado por enzimas → noradrenalina é substrato da enzima MAO (monoamina oxidase), que ao se encaixar ao NT provocará sua metabolização fisiológica. Assim controla o efeito simpático (do sistema nervoso autônomo periférico) sobre o organismo. Porém, se houver uma substância que serve como substrato semelhante, também será metabolizada por esta enzima -> se ela se ligar e desligar, tudo bem, o problema é quando ela liga e não se desliga mais → teoria da velocidade de ligação (será substrato para a determinada enzima a substância que se ligar primeiro) – ex: inibidor da MAO (se liga e não desliga mais, impedindo a ligação de outras substâncias), por este motivo, enquanto este fármaco estiver ligado à MAO, a noradrenalina aumentará suas concentrações (será sintetizada, mas não será metabolizada). • Antagonismo competitivo – Inibidores enzimáticos: o Inibidor que será substrato para a própria enzima, impedindo que os agonistas fisiológicos da determinada enzima atue nela. Exemplo: PABA compete com a sulfa pelas enzimas de hidrólise redutase, se houver muita sulfa o PABA não consegue se ligar e não há ácido fólico e prejudicando no organismo, SNC e bactérias Daniela Carvalho – Turma LVI • Se a substância se liga e fica não é por velocidade de ligação e sim por quem ficar ligado mais tempo. • Inibidor não competitivo: a substância que servirá de substrato pode modificar a estrutura da enzima, impedindo que o substrato da determinada enzima seja metabolizado. • O substrato possui sítios de ligação com a enzima, que podem ser: - Pontes de hidrogênio; - Atração elétrica; - Etc. • Reação enzimática: o substrato tem sítios de ligação com a enzima -> ao encaixar forma metabólito. - O fármaco pode se ligar e impedir este processo de metabolização. Exemplo: A figura acima mostra a principal enzima responsável pela função cardiovascular e renal, uma vez que ela converte angiotensina. A enzima (de membrana) conversora de angiotensina é uma macromolécula que se liga na angiotensina por 3 sítios específicos onde vai sofrer clivagem para promover a saída de angiotensina II. Portanto, fármaco como captopril e enalapril entra nesse sítio e impede a formação de angiotensina II. Assim, controla a produção dela, uma vez que ela é considerada uma substância fisiopatológica, ou seja, tem funções fisiológicas, mas se não controlada vira patológicas. CURVA DOSE RESPOSTA • Ocorre quando o fármaco se liga a sítio (alvo) que é dose dependente. Exemplo: Intestino do rato que contém receptores muscarínicos é colocado dentro de uma cuba de vidro e ligado a uma alavanca escritora. ● Ao colocar acetilcolina (que se liga ao M3) → forma um complexo reversível de Aceti-M3 que vai ativar a proteína G excitatória que desloca a porção alfa a qual vai agir ativando a fosfolipase C que age nos fosfolipídeos e forma IP3 e DAG. Por fim, o IP3 vai agir no RS aumentando a quantidade interna de cálcio. O cálcio extra forma o complexo cálcio-calmodulina que ativa a tirosina e inicia o processo de contração muscular. Se a acetilcolina se ligar em até 10% dos receptores há o efeito de contração de 10%, se ligar a 20% é 20%, 100% faz 100%, tem o efeito máximo (determina a eficácia da acetilcolina nos receptores de musculo liso no intestino). ● Ao colocar a pilocarpina (fármaco que se ativa o receptor M3) → mas não consegue ativar a formação de IP3 no mesmo nível do que ACH, então ao ocupar 100% dos receptores provoca uma resposta de apenas 70% de ação (portanto é um agonista parcial). OBS: pilocarpina é usada em shampoo para crescer cabelo, pois vasodilata os vasos da região. • Eficácia: “capacidade de atuação do fármaco”. Daniela Carvalho – Turma LVI o A do agonista total é maior que a do agonista parcial. o Apenas a eficácia seleciona fármaco, pois se desejo atingir um determinado efeito, escolho o que é mais eficaz em atingir este efeito. • Potência: capacidade de se ligar ao receptor (afinidade). o Quanto maior a potência menor quantidade de fármaco necessária na biofase, podendo assim administrar doses menores (neste caos, se preciso de doses menores para causar o mesmo efeito, tenho maior eficácia). o Não seleciona fármaco (se é menos potente para causar o efeito, menos potente para causar RAM). • Não confundir potência com eficácia -> eficácia também envolve o mecanismo de ação. OBS: Dose não seleciona fármaco: o que precisar de menores doses para atingir o mesmo efeito é o mais potente. Exemplo: Diclofenaco (500mg) e Ibuprofeno (200mg)→ tem efeito analgésico e anti-inflamatório • Para a inflamação → Ibuprofeno é mais potente, mas ambos possuem a mesma eficácia, então pode-se usar qualquer um dos dois. • Para analgesia → Ibuprofeno é mais potente e mais eficaz, pois consegue agir no SNC para controlar a dor, enquanto o diclofenaco não. Assim, eficácia também leva em conta o mecanismo de ação.
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