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Elaboração e Análise de Projetos Internacionais - Aula 2

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CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Elaboração e Análise de Projetos 
Internacionais 
 
 
 
 
Aula 2 
 
 
Prof. João Alfredo Lopes Nyegray 
 
 
 
 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
Conversa inicial 
Você já se perguntou de onde vem a riqueza das nações? Países 
prósperos como os da América do Norte ou da Europa, ou ainda os que vêm 
crescendo intensamente, como a China e a Índia: qual será o motor que 
impulsiona o avanço econômico desses países todos? Obviamente que esta não 
é uma pergunta de fácil resposta. Educação de qualidade, facilidade para 
empreender e fazer negócios e capacidade das empresas para inovar e gerar 
novos produtos e oportunidades sem dúvida são elementos que pesam bastante 
para elucidar essa questão. 
No entanto, há outro ponto importante: o comércio. Não o comércio de rua 
ou dos grandes shopping centers, mas sim o comércio internacional, que é, sem 
dúvida, um dos grandes motores do desenvolvimento econômico de países 
como China e Índia. Nesses locais, fabricam-se os mais diversos bens, alguns 
com matéria-prima importada, que depois são exportados para todo o mundo. 
 
Figura 1 – Nova York, Cingapura e Londres: exemplos de desenvolvimento 
 
Fontes: World Study, 2016; Lucas, 2016; Casa Mirian London, 2016. 
 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
Quando se analisa a questão proposta acima, percebe-se que o comércio 
internacional é um dos fortes motores do crescimento e do desenvolvimento das 
nações. E não são só mercadorias que podem ser comercializadas: há também 
os serviços! Seja como for, porém, todas essas trocas são compreendidas pelas 
relações econômicas internacionais, as quais veremos adiante. 
 
Contextualizando 
Se as relações econômicas internacionais são responsáveis por uma 
parcela importante do desenvolvimento das nações, isso quer dizer também que 
as empresas e governos — participantes que fazem essas relações 
acontecerem, seja através de operações de comércio, seja por meio de 
incentivos — têm papel fundamental. 
Mas, afinal, por que motivo as nações comercializam? Será que é apenas 
para vender e lucrar? Leia o trecho citado abaixo: 
O comércio permite aos países usar seus recursos nacionais de modo mais eficiente 
por meio da especialização. O comércio permite a indústrias e operários serem mais 
produtivos. O comércio também permite às nações atingirem padrões de vida mais 
elevados e manterem baixo o custo de muitos produtos de uso cotidiano. Sem o 
comércio internacional, a maioria delas ficaria impossibilitada de alimentar, vestir e 
abrigar seus cidadãos nos níveis atuais. Até as economias ricas em recursos como 
os Estados Unidos sofreriam sem comércio. Alguns tipos de alimento ficariam 
indisponíveis ou só poderiam ser obtidos a preços exorbitantes. Café e açúcar 
passariam a ser artigos de luxo. As fontes de energia derivadas de petróleo 
escasseariam. Os veículos parariam de rodar, as cargas deixariam de ser 
entregues, e as pessoas não poderiam aquecer seus lares no inverno. Em suma, 
não se trata somente de nações, empresas e cidadãos beneficiarem-se do comércio 
internacional; a vida moderna é praticamente impossível sem ele. (Cavusgil, Knight, 
Riesenberger, 2010) 
 
Você já havia pensado por essa perspectiva? Considere as imagens a 
seguir: 
 
Figura 2 – Xangai, 1990-2010 
 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
Fonte: Adaptado de San Diego Reader, 2010, citado por Helm, 2016. 
 
Essa imagem mostra a cidade chinesa de Xangai em 1990 e depois em 
2010. Que mudança radical, não é mesmo? E o que houve nesse curto intervalo 
de tempo? Houve o advento de relações econômicas: facilitação das atividades 
dos empreendedores e dedicação às relações econômicas internacionais, não 
só no que diz respeito a exportações de produtos ou serviços, mas também a 
serviços financeiros e à atração de investimentos e inovações. Espantoso, não 
é? 
 
Problematizando 
Considere o texto a seguir: 
Comércio Exterior é fundamental para desenvolvimento do País 
Durante abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovido 
pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), [...] o secretário-executivo 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 
Alessandro Teixeira, disse que “o comércio exterior é fundamental no projeto de 
desenvolvimento do governo”. 
“Não existem reduções das desigualdades e da miséria e desenvolvimento 
econômico e social do nosso País sem comércio exterior. A economia brasileira é 
hoje globalizada, em que as exportações de bens e serviços são determinantes 
dentro de nossas estratégias. Portanto, todo o desenvolvimento de nossa economia 
passa pelo setor externo”, complementou Teixeira. 
O secretário-executivo do MDIC avaliou ainda que deve haver no próximo ano, uma 
mudança na hegemonia econômica mundial, quando espera-se que os países 
emergentes passem a ser responsáveis por mais de 50% do PIB mundial. A 
formação de uma nova classe média de consumidores nos países emergentes 
 
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continuará sendo um dos principais impulsionadores do crescimento econômico. 
(Brasil. 2016) 
 
Analise as seguintes afirmações: 
1) O crescimento do comércio internacional, somado à totalidade das 
relações econômicas internacionais, é um dos fortes motores do 
crescimento e do desenvolvimento das nações. 
2) Para alcançar um melhor nível de desenvolvimento econômico, o governo 
e o setor privado podem investir em iniciativas de desenvolvimento de 
relações econômicas internacionais. 
3) O comércio internacional e as relações econômicas internacionais até se 
relacionam, de alguma forma, com o desenvolvimento, mas as nações 
podem, por conta própria, produzir tudo aquilo de que necessitam para 
sua vida diária. 
4) É inviável que os países tentem, por conta própria, fabricar ou plantar tudo 
aquilo de que precisam; se isso acontecesse, produtos de uso diário 
escasseariam e os preços subiriam demais. 
 
Tendo em vista o texto transcrito acima, assinale a alternativa verdadeira: 
a) ( ) As afirmações 1 e 2 são falsas 
b) ( ) As afirmações 1 e 3 são falsas 
c) ( ) As afirmações 2 e 4 são falsas 
d) (X ) Somente a afirmação 3 é falsa 
e) ( ) Somente a afirmação 2 é falsa 
 
Comentário: 
Neste início de aula, percebemos como o comércio internacional e as 
relações econômicas estão plenamente conectados com o desenvolvimento 
econômico das nações. A transformação da cidade chinesa de Xangai é um 
exemplo flagrante disso: exportações de produtos e serviços, investimentos 
diversos em inovação e tecnologia, prestação de serviços financeiros de classe 
mundial, e vários outros fatores ligados às relações econômicas internacionais 
 
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contribuiram para esse avanço. O comércio internacional, uma das expressões 
das relações econômicas, permite maior eficiência de nações e trabalhadores, 
o que causa uma redução de preços dos produtos de uso diário, visto que se 
amplia a oferta. Com isso nós, consumidores, saímos ganhando, pois aumenta 
o nosso acesso a uma série de bens. 
 
Tema 1: Comércio e Transações Internacionais 
Se o comércio internacional possibilita a existência de nações, 
trabalhadores e empresas mais eficientes, será que isso tudo acontece apenas 
em consequência das exportações? Não! Existe uma série de outras atividades 
que podem ser desempenhadas pelas empresas, além das exportações. Cada 
uma dessasatividades ou operações implica um risco, que pode ser maior ou 
menor. 
É devido à existência do risco que as exportações são vistas como um 
primeiro passo na caminhada internacional das empresas. Considera-se que 
elas oferecem um risco baixo para a empresa exportadora, além de proporcionar 
uma aprendizagem paulatina sobre os mercados nos quais a organização está 
entrando. Aos poucos, a empresa exportadora adquire conhecimentos a respeito 
das preferências e hábitos dos consumidores de uma determinada localidade, o 
que permite que ela passe a oferecer produtos especialmente projetados para 
esse público. O mesmo vale para as importações: aos poucos, uma determinada 
organização pode importar produtos para comercializá-los em seu país. Se o 
produto for aprovado pelo mercado interno, as importações podem ser 
aumentadas, tanto em termos de frequência quanto de quantidade. 
Por permitirem um envolvimento gradual das empresas, considera-se as 
exportações e importações a forma mais básica de comércio ou transação 
internacional. 
E há vida além das exportações? Sem dúvida! O licenciamento de 
propriedade intelectual é um possível exemplo. Uma empresa brasileira que 
fabrica produtos infantis pode, por exemplo, querer aumentar suas vendas pela 
atuação em mercados internacionais. Para tornar isso possível, essa empresa 
 
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pode obter o licenciamento da imagem de algum personagem da cultura popular, 
o que tornará seu produto mais atrativo. 
Outra possibilidade: a Disney, a Warner Brothers, a Pixar ou qualquer 
outro grande estúdio cinematográfico pode licenciar a produção de itens 
associados aos seus personagens para empresas situadas fora dos Estados 
Unidos, seu país de origem. Com isso, os produtos finais ficam mais baratos e 
elas lucram com uma porcentagem das vendas da empresa licenciada. E isso 
não vale apenas para personagens de filmes: vale também para times de futebol 
ou marcas de roupa, que podem licenciar a fabricação de seus itens para 
empresas de outros países. 
 
Figura 3 – O fenômeno Harry Potter: produtos licenciados renderam mais de um bilhão de 
dólares para a Warner 
 
Fonte: Onari, 2016. 
 
Outra forma de envolvimento internacional são as parcerias, como as 
alianças e as joint ventures. Trata-se de casos nos quais duas ou mais empresas 
se unem para reduzir os custos e os riscos de entrar num mercado diferente do 
seu. Por exemplo: a Portugal Telecom uniu-se à empresa espanhola Telefónica 
para atingir o mercado brasileiro com a operadora Vivo. Perceba, porém, que a 
cada transação como essa corresponde um risco: os riscos das exportações e 
importações são menores, se comparados aos das alianças e joint ventures. 
No entanto, o maior risco encontra-se no chamado Investimento 
Estrangeiro Direto ou Investimento Direto Estrangeiro. É o caso de uma empresa 
 
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que envia certa quantidade de dinheiro para um país no exterior, a fim de abrir 
uma fábrica, comprar uma empresa local, adquirir uma companhia concorrente 
ou iniciar operações no local de destino. Um exemplo frequente é o das 
montadoras de automóveis: essas organizações transferem dinheiro de seus 
países de origem para adquirir terreno, construir fábricas, importar máquinas e 
contratar pessoas aqui no Brasil. É por isso que essa modalidade chama-se 
Investimento Estrangeiro Direto 
 
Figura 4 – Construção de fábrica no Maranhão 
 
 
Fonte: www.suzanoblog.com.br 
 
Tema 2: Comércio Exterior e Competitividade 
Anteriormente, vimos como a riqueza das nações está ligada, entre vários 
fatores, à sua participação nas transações financeiras internacionais. Mas, 
então, qualquer nação altamente exportadora terá boa qualidade de vida? 
Qualquer nação exportadora oferecerá oportunidades para os estudantes de 
relações internacionais? Infelizmente, não! 
Vamos tomar como exemplo um país qualquer do Oriente Médio: esse 
país, de pequena população, pode ter exportações altíssimas, importações 
comparativamente pequenas, e ainda assim oferecer uma baixa qualidade de 
vida aos seus habitantes. Normalmente, isso acontece porque essa nação pode 
exportar muito petróleo, e importar todo o resto numa quantidade razoavelmente 
pequena, para atender sua população reduzida. Nesse caso, apenas alguns 
poucos cidadãos se beneficiam das exportações, e não a nação como um todo. 
 
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É por isso que precisamos falar sobre competitividade! 
A competitividade liga-se, geralmente, a vários fatores, dentre os quais a 
capacidade de produzir e vender com mais eficiência. Nesse sentido, “Um país 
com maior competitividade é um país que consegue com maior facilidade, [sic] 
colocar os bens e serviços que produz, [sic] nos mercados externos, aumentando 
por isso as suas exportações” (Competitividade, 2016). Essas exportações 
acabam retornando em benefícios para a população, decorrentes de empregos, 
investimentos, crescimento econômico e desenvolvimento, de forma geral. 
Anualmente, são divulgados diversos índices de competitividade mundial. 
Infelizmente, ano a ano, o Brasil vem perdendo posições, e atualmente está atrás 
até mesmo do Cazaquistão e do Peru. O mesmo vale para o ranking dos maiores 
exportadores elaborado pela Organização Mundial do Comércio. Quando 
consideramos a posição brasileira, no 25º lugar, constatamos que há muitos 
países com territórios mais reduzidos e menores parques industriais, como a 
Espanha e a Arábia Saudita, que ocupam posições mais favoráveis. Em outras 
palavras, apesar de suas limitações, essas nações estão na nossa frente. Veja 
o Quadro 1, abaixo, e compare os maiores exportadores com os países mais 
competitivos. Você consegue perceber como esses dados se relacionam? 
 
 
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Quadro 1 – Comparação entre os maiores exportadores e os países mais competitivos 
 
Maiores 
Exportadores 
Mais Competitivos 
China Suíça 
Estados Unidos Estados Unidos 
Alemanha Cingapura 
Japão Alemanha 
Holanda Holanda 
França Japão 
Coreia do Sul Hong Kong 
Reino Unido Finlândia 
Hong Kong Suécia 
Itália Reino Unido 
Fonte: Elaboração própria com base em dados da OMC e Fórum Econômico Mundial. 
 
Quanto mais livre é o ambiente de um país, quanto mais suas empresas 
importam, mais opções de escolha têm seus consumidores. Como 
consequência, suas empresas nacionais buscam criar produtos melhores, mais 
inovadores e de maior tecnologia, para permanecerem no mercado. Por outro 
lado, quando o governo trava as importações, cria empecilhos ao comércio 
exterior — através de leis e procedimentos burocráticos e sem sincronia, com a 
existência de muitos órgãos intervenientes —,as empresas se engajam menos 
em atividades internacionais. Consequentemente, esse país perde 
oportunidades de crescimento, desenvolvimento e exportação. 
Um exemplo de país que evoluiu e cresceu graças à sua dedicação às 
relações econômicas internacionais foi Cingapura. Esse país asiático, na década 
de 1960, era pobre, sem recursos naturais ou terras férteis. Mediante incentivos 
governamentais, solidificação da moeda, respeito à propriedade privada e 
incentivos ao empreendedorismo e ao setor industrial, Cingapura hoje tem uma 
renda per capita maior que a dos Estados Unidos e a da União Europeia. Esse 
país possui poucas regulamentações que travem a internacionalização de suas 
empresas, impostos baixos e zero tributos sobre as operações de importação ou 
exportação. 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento DialógicoE você, acha que o Brasil poderia seguir esse exemplo? 
 
Tema 3: Comércio Exterior de Serviços 
Até aqui entendemos como o comércio e as transações econômicas 
internacionais são parte importante da riqueza das nações. Vimos, também, que 
muitos dos países mais competitivos, são também grandes exportadores. Essa 
semelhança é natural, uma vez que, ao comprometer-se com o comércio exterior 
e com as transações internacionais, uma determinada nação deve sempre se 
preocupar com inovação e aprimoramento, para sempre estar um passo à frente 
de seus concorrentes. 
Aqui, é necessário fazer um questionamento: as transações internacionais 
compreendem apenas as trocas de bens físicos? 
Não! O setor de serviços é parte importante não só das economias, mas 
também das trocas internacionais! Vamos pensar nos transportes, que carregam 
cargas por todo o mundo. O transporte, em si, é um bem? Não, um serviço! O 
mesmo vale para as transações financeiras. São serviços, e não bens que 
podem ser encaixotados, colocados num container, depois num navio, e por fim 
enviados ao exterior. E não são só os serviços financeiros ou de transporte que 
importam aqui: 
Serviços como hospedagem e varejo tornam-se cada vez mais internacionais. Nas 
economias mais avançadas, as empresas prestadoras de serviços respondem por 
uma participação maior do investimento direto estrangeiro (IDE) do que as 
manufatureiras. Os serviços face a face colocam seus fornecedores em contato 
direto com clientes estrangeiros por meio de transações além das fronteiras 
nacionais. Entre esses provedores estão arquitetos, consultores e advogados. Os 
serviços baseados em ativos são aqueles em que alguém se oferece para 
estabelecer uma instalação física no exterior, tais como bancos, restaurantes e 
lojas. (Cavusgil, Knight, Riesenberger, 2010) 
Temos, então, dois tipos de serviços: os com base em ativos e os com 
base em determinado atendimento. E qual a principal diferença entre o comércio 
de serviços e o de bens? É a imaterialidade que caracteriza os serviços. Na 
esmagadora maioria das vezes, os serviços são “consumidos” no momento de 
sua prestação, visto que são imateriais. Por isso, frequentemente é difícil 
 
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quantificá-los. E existe outra questão crítica em relação aos serviços: muitas 
vezes, um produtor do país consumidor pode produzi-lo: 
Há, ainda, a situação em que o produtor internacional do serviço permite que algum 
produtor do país consumidor produza o serviço em questão. Para que isso ocorra é 
necessário que o produtor nacional adquira ativos específicos à propriedade do 
produtor internacional, ativos estes que são necessários para a produção do 
serviço. Um exemplo evidente é o caso das franquias (por exemplo, fast food, 
vestuário). Neste caso, a transferência de ativos ocorre por meio de relações 
contratuais. (GONÇALVES, 2005) 
 
Você sem dúvida já consumiu algo oriundo de uma transferência 
internacional de serviços, em qualquer uma das franquias existentes. É 
importante que os profissionais de relações internacionais tenham em mente que 
o comércio internacional de serviços pode ser uma fonte de oportunidades. O 
fato de o serviço ser imaterial facilita sua transação e prestação, uma vez que 
não é necessário se preocupar com trâmites aduaneiros ou logísticos. 
Sabendo dessas possibilidades, o Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior criou o Sistema Integrado de Comércio Exterior de 
Serviços e Intangíveis (Siscoserv), que permite registrar as operações 
internacionais desse tipo. 
 
Tema 4: Comércio Exterior e Projetos Internacionais 
Anteriormente, vimos algumas modalidades de transações internacionais, 
as quais variam conforme o risco e os recursos comprometidos. A mais simples 
das transações internacionais são as exportações. Por outro lado, a transação 
mais arriscada e que compromete mais recursos é o Investimento Estrangeiro 
Direto ou Investimento Direto no Exterior. 
Independentemente de qual seja a modalidade escolhida por uma 
determinada empresa, essa organização dificilmente começará sua transação 
sem um plano de ação ou uma estratégia. As empresas normalmente iniciam 
suas atividades internacionais com uma visão de futuro, ou seja, buscando 
entender aonde elas desejam chegar. A visão pode ser: obter um percentual do 
faturamento do exterior, tornar-se líder de mercado num outro país ou tornar-se 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
menos dependente do mercado interno em x por cento. A partir do momento em 
que a empresa assume uma visão de futuro, pode-se traçar uma estratégia para 
alcançá-la. 
É justamente por isso que se diz que uma boa parte dos projetos 
internacionais — se não todos — partiu de uma visão, a qual resultou em 
determinada estratégia. Ainda que a empresa esteja iniciando suas atividades 
internacionais pela forma mais básica, a exportação, esse início de atividade 
parte de um projeto, ou seja, a definição do que fazer primeiro: 
 
Figura 5 – Estratégias de atuação internacional 
 
 
 
Mas, afinal, como uma empresa inicia sua atuação internacional? Isso 
depende de uma série de fatores! Às vezes, a empresa busca importar algum 
insumo para baratear o custo do produto final. Outras vezes, ela quer exportar 
para, por exemplo, depender menos do mercado interno. Tudo depende da 
empresa e do seu produto ou serviço. Apenas depois de entender a motivação 
da empresa é que se pode partir para a seleção do mercado de atuação: 
A seleção dos mercados para onde expandir as operações é determinada por 
fatores internos e externos à empresa. A nível interno, são aspectos como a 
capacidade de adaptar o produto (se necessário), a disponibilidade de recursos 
financeiros e técnicos, a experiência prévia nesses mercados, a existência de 
contatos com clientes ou distribuidores locais e mesmo eventuais vantagens 
competitivas de que a empresa dispõe e lhe permitem competir melhor, quer com 
• Buscar clientes?
• Buscar 
fornecedores?
• Participar de eventos 
internacionais?
Atuação 
Internacional
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
as empresas locais quer com outras empresas estrangeiras já instaladas. No plano 
dos fatores externos, é indispensável analisar questões como a dimensão atual (e 
potencial) do mercado, as condições econômicas, as políticas governamentais, as 
barreiras ao comércio e ao investimento, as evoluções socioculturais, as políticas 
de incentivos governamentais ao investimento estrangeiro, entre outras. (Ferreira, 
Reis, Serra, 2011) 
 
É o entendimento de todos esses fatores que permite delinear a estratégia 
para iniciar o projeto internacional. Digamos que determinada empresa queira 
efetuar sua primeira exportação. Nesse caso, o indicado é buscar onde há 
demanda para o produto que ela fabrica ou o serviço que ela presta. Pode-se, 
também, procurar feiras internacionais que os diretores e gerentes possam 
visitar. Outra possibilidade é participar de rodadas de negócios promovidas pelas 
federações da indústria de cada um dos estados. 
E se a empresa quiser, por outro lado, importar algum insumo para 
baratear o produto final? Nesse caso, ela deve recorrer a fornecedores desse 
insumo. Novamente, existe a possibilidade de visitar feiras internacionais ou 
entrar em contato direto com fábricas no exterior. 
Perceba: não há uma resposta pronta sobre como as organizações devem 
iniciar suas atividades internacionais: as estratégias variam caso a caso. Os 
projetos servem, portanto, para ajudar as empresas a selecionar um mercado e 
uma forma de ingressar neste. 
 
NaPrática 
Leia atentamente a notícia a seguir: 
 
Fiep realiza rodada de negócios internacionais para setor do vestuário 
 
Encontro vai trazer importadores do Uruguai, República Dominicana, Paraguai, 
Panamá e Colômbia. 
 
Fabricantes do setor do vestuário do Paraná que têm interesse no mercado externo 
terão a oportunidade de ampliar contatos comerciais e negociar com compradores 
da América do Sul e América Central, no Encontro Internacional de Negócios do 
 
CCDD — Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
Setor do Vestuário, que será realizado no Campus da Indústria do Sistema 
Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). 
O encontro, promovido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep vai 
trazer oito importadores de vestuário do Uruguai, República Dominicana, Paraguai, 
Panamá e Colômbia. Eles vêm ao Brasil em busca de produtos relacionados ao 
vestuário para adultos, jovens e crianças, esportivo e fitness, roupa íntima, moda 
praia, uniformes, bonés e sapatos. (Fiep, 2016) 
 
Depois de analisar a notícia acima, responda: qual a importância desse 
tipo de iniciativa para a competitividade de um país? Como você, enquanto 
profissional de relações internacionais, pode auxiliar sua empresa a iniciar 
atividades internacionais? 
Eventos de rodadas internacionais de negócios, como a relatada na 
notícia acima, são importantes pois atraem a atenção de empresários e 
investidores para a possibilidade de atuar internacionalmente. Esses 
empresários e investidores podem, por sua vez, fechar negócios que gerarão 
mais empregos e vendas. Esse tipo de iniciativa, quando se torna frequente, 
pode fazer com que cada vez mais empresas de uma localidade interessem-se 
por atuar internacionalmente. Muitas vezes, para iniciar a atuação internacional, 
é necessário que as empresas aprimorem seus produtos ou serviços, a fim de 
serem mais competitivas. Como consequência, o país todo acaba ganhando com 
isso. Nesse cenário, o papel do profissional de relações internacionais é auxiliar 
a empresa na qual trabalha a escolher um mercado e uma maneira de iniciar 
suas atividades internacionais. Isso, normalmente, ocorre por meio de um projeto 
internacional, que analisa múltiplas questões e propõe uma estratégia de 
atuação. 
 
Síntese 
O incremento do comércio internacional é um dos fortes motores do 
crescimento e do desenvolvimento das nações. O comércio internacional, uma 
das expressões das relações econômicas, permite maior eficiência de nações e 
trabalhadores, o que possibilita uma redução dos preços de produtos de uso 
 
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diário, visto que amplia a sua oferta. Com isso, nós, consumidores, saímos 
ganhando, pois há um aumento do nosso acesso a uma série de bens. 
Por permitirem um envolvimento gradual dos empreendedores, considera-
se as exportações e importações a forma mais básica de comércio ou transação 
internacional. O licenciamento de propriedade intelectual é outra possibilidade 
de envolvimento internacional, mas, nesse caso, há maior risco. Uma outra forma 
de atuação internacional são parcerias, como as alianças e as joint ventures. 
Nesses casos, duas ou mais empresas unem-se para reduzir os custos e riscos 
de entrar num mercado diferente do seu. No entanto, o maior risco manifesta-se 
através do chamado Investimento Estrangeiro Direto ou Investimento Direto 
Estrangeiro. É o caso de empresas que enviam certa quantidade de dinheiro 
para um país no exterior, a fim de abrir uma fábrica, comprar uma empresa local, 
adquirir um concorrente ou iniciar operações no local de destino. 
Quanto mais livre é o ambiente de um país, quanto mais suas empresas 
importam, mais opções de escolha têm seus consumidores. Consequentemente, 
as empresas nacionais esforçam-se para criar produtos melhores, mais 
inovadores e de maior tecnologia, para permanecerem no mercado. Por outro 
lado, quando o governo trava as importações, cria empecilhos ao comércio 
exterior — através de leis e procedimentos burocráticos e sem sincronia, com 
atuação de muitos órgãos intervenientes — menos as empresas se engajam em 
atividades internacionais. Consequentemente, esse país perde oportunidades de 
crescimento, desenvolvimento e exportação. 
Mas as transações internacionais compreendem apenas as trocas de 
bens físicos? Não! O setor de serviços é parte importante não só das economias, 
mas também das trocas internacionais! Existem dois tipos de serviços: os 
baseados em ativos e aqueles com base em um determinado atendimento. E 
qual a principal diferença entre o comércio de serviços e o de bens? É a 
imaterialidade dos serviços. Na esmagadora maioria das vezes, os serviços são 
“consumidos” no momento de sua prestação, visto que são imateriais. Por isso, 
muitas vezes é difícil quantificá-los. 
Independentemente de qual seja a forma escolhida uma empresa para 
iniciar seu envolvimento internacional, essa organização dificilmente começará 
 
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a transação sem um plano de ação ou uma estratégia. As empresas 
normalmente iniciam suas atividades internacionais com uma visão de futuro, ou 
seja, buscando entender aonde elas desejam chegar. Essa visão pode ser: obter 
um percentual do faturamento do exterior, tornar-se líder de mercado num outro 
país ou tornar-se menos dependente do mercado interno em x por cento. A partir 
do momento em que uma determinada empresa tem uma visão de futuro, ela 
pode traçar uma estratégia para alcançar essa visão. 
É justamente por isso que se diz que uma boa parte os projetos 
internacionais — se não todos eles — partiu de uma visão, a qual resultou numa 
determinada estratégia. Os projetos servem, nesse caso, para ajudar as 
empresas a selecionar um mercado e uma forma de entrada. 
 
Referências 
AMATUCCI, M. Teorias de negócios internacionais e a economia brasileira — de 
1850 a 2007. In: _____. Internacionalização de empresas. São Paulo: Atlas, 
2009. 
 
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