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DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO:
· LINDB, a partir do art 7º-18 fala sobre as regras civis para casos estrangeiros
· estatuto do estrangeiro
· lei dos refugiados
· lei de arbitragem
· CF, (ex: art. 4º, 12, 222, 5º XXXI, 5º §3º)
· C/C (ex: art. 70, e ss, 1134 e ss)
· CPC (ex: art. 21 e ss, art. 162, 260 e ss, 961 e ss)
· tratados internacionais e convenções
	tratados: os que criam regras de conexão para leis aplicadas em casos mistos, já existentes na legislação nacional EX: conferências interamericanas de Dipr;
	tratados que estabelecem normas orgânicas ou uniformes para determinados setores, EX: lei uniforme do cheque (decreto presidencial)
	distinção entre fontes de caráter regional e global, EX: conferência de Haia, UNIDROIT
· Costumes, art. 4º LINDB, EX: INCOTERMS
· jurisprudência: a maioria em tribunais domésticos, 
a carta rogatória é passando pelo Ministério da Justiça é encaminhada ao STJ para análise 
· Fontes institucionais e normas narrativas- soft law: não tem a mesma força que uma norma obrigatória, não tem a mesma força que uma lei ou tratado; (quando o direito não acompanha a mudança social essa soft law é usada como uma forma mais flexível de se fazer direito)
contratos: Em controvérsia submetida ao juiz brasileiro sobre contrato firmado no exterior por brasileiro domiciliado no exterior e estrangeiro domiciliado no Brasil, aplica-se ao mérito: a lei do local da celebraçãodo contrato.
Para qualificar e reger as obrigações aplicar-se-á a lei do país em que
se constituírem: Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil
e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
 peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do
ato. (§ 1º do art. 9º, da lei de introdução as normas do Direito
Brasileiro. P. 09 do Conteúdo Teórico da Unidade IV.
 ELEMENTO DE CONEXÃO: NACIONALIDADE 
domicílio: art. 7º LINDB
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
· Qual o elemento de conexão previsto, como regra geral, pela Lei de Introdução ao Código Civil para determinar a legislação aplicável, no Brasil, às obrigações contraídas no estrangeiro? local da celebração da obrigação 
Nacionalidade
é o conjunto de vínculos políticos e jurídicos entre alguém e determinado Estado, integrando o indivíduo no povo de um país, ou seja, é o status do indivíduo perante o Estado.
Os critérios preconizados pela Declaração dos Direitos do Homem para a solução de divergências sobre a nacionalidade são:
· a) todo o indivíduo deve ter uma nacionalidade
· b) a nacionalidade deve ser atribuída a todo o indivíduo desde o nascimento
· c) deve ser garantido o direito à mudança de nacionalidade
Devemos ter presente que o conceito de povo não equivale ao de população. População refere-se a pessoas que residem em determinado território, sejam ou não nacionais de um determinado país, submetidos ao ordenamento jurídico e político daquele Estado; 
Povo: refere-se a uma comunidade da mesma base sociocultural, que não depende de base territorial para se reconhecido.
Perante determinado Estado, o indivíduo somente pode ser nacional ou estrangeiro.
Espécies de nacionalidade
A nacionalidade pode ser primária (ou originária), que resulta de ato involuntário do indivíduo, como o nascimento ou a ocorrência de condição considerada pelo Estado como suficiente para atribuir-lhe tal status político e jurídico, ou secundária ( ou adquirida), que se obtém mediante ato voluntário, preenchidas condições, exigidas pelo estado, para que seja concedida.
A nacionalidade primária pode ser adquirida segundo os critérios da origem territorial (“ius solis), ou da origem sanguínea (“ius sanguinis”).
· 1. IUS SOLI: Critério pelo qual a nacionalidade é concedida ao recém-nascido, levando-se em consideração tão somente o local do seu nascimento, pouco importando a origem dos pais do recém-nascido, salvo se forem estrangeiros e pelo menos um deles estiver a serviço do seu país de origem;
· 2. IUS SANGUINIS? Critério pelo qual a nacionalidade é concedida ao indivíduo levando- se em consideração tão somente a origem dos seus pais, pouco importando o local de nascimento. Trata-se de uma verdadeira herança transmitida pelos pais aos seus filhos. Esse critério, ele é extraterritorial. Filho adotivo não serve, pois a criança estrangeira não adquire a nacionalidade brasileira pela adoção. Não tem como efeito, a adoção, a concessão da nacionalidade;
· 3. MISTO: Critério que adota tanto o ius soli quanto o ius sanguinis
estado e capacidade + direito de família 
· estado civil: existe uma tripla aferição:
	política: busca saber quem é aquela pessoa em relação ao país que ela se encontra, Ex: brasileiro, nato, naturalizado, estrangeiro
familiar: em relação ao parentesco (pai, filho, irmão), em relação a casamento (solteiro, casado, viúvo, divorciado)
individual: busca saber três qualidades: sexo, idade e sanidade
· ações de estado: ações que lidam com estado civil
· art. 7§ LINDB, regra de conexão principal: lei do domicílio
			 regra de conexão subsidiária: lei da residência;
· impedimentos e formalidades para o casamento será a lei do local de celebração, art. 7º, §1º, ainda que os nubentes sejam estrangeiros, aplicáveis 1525 e 1542 C/C
· regra alternativa: pode-se usar a lei da nacionalidade dos nubentes se: art. 7º, §2º; requisitos: ambos estrangeiros + autoridade diplomáticas ou consulares
· existe uma regra para o casamento e outra para regime de bens: CAI NA OAB
· REGIME DE BENS: art. 7º,§4º, será a lei de domicílio conjugal, deve-se respeitar o princípio da unidade do regime matrimonial de bens do casal (não é permitido mais de um regime de bens) 
· princípio da mutabilidade justificada do regime de bens: art. 1639,§2ºC/C (mudar o regime de casamento), art. 7º, §5º- para estrangeiro naturalizado -comunhão parcial de bens: 
		requisitos: prévia naturalização, expressa autorização do cônjuge, respeito ao direito de terceiro, registro.
· divorcio ocorrido no estrageiro: o divorcio precisa passar por um processo de homologação pelo STJ. Art. 7º§6º C/C e art. 226 §6º CF, dispensa a homologação se o divorcio for consensual. 
princípio da territorialidade das leis no regime feudal
Com a consolidação do sistema feudal no século IX, põe fim a personalidade das leis e “instala-se o da territorialidade da lei (...). Submetidas as populações exclusivamente às leis vigentes em seus territórios, não se verificava conflitos de leis, daí inexistente na época feudal qualquer interesse pelo Direito Internacional Privado.” (DOLINGER, 1997: p. 113).
Com o feudalismo, no qual o indivíduo pobre ou remediado era um "servo da gleba" (estava "preso" à terra de seu suserano), tal postura jurídica foi substituída, passando a prevalecer o princípio da territorialidade das leis, face o regime feudal vigente. Nessa época, principalmente a partir do século IX, o estrangeiro se sujeitava às leis do feudo de maneira exclusiva, não podendo recorrer à lei pessoal. Esse sistema, é possível deduzir-se, não havendo conflito de leis, prescindia da existência do Direito Internacional Privado, pois inexistia a possibilidade de imposição de outra lei que não o direito local
CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO/Lei 13445/17
· refere ao conjunto de normas que regulam a entrada e permanência de nacionais de outros Estados no Brasil;
· nenhum estado é obrigada a acolher e manter um estrangeiro em seu território;
tipos de ingresso
· a entrada e permanência de estrangeiros no território de outro Estado depende a posse do ‘’justo título’’, um documento de viagem válido, que identifique 0 viajante como passageiro. 
· visto concedido de acordo com a proposta da viagem
· em alguns casos o visto pode ser dispensado em determinados tipos de viagens com base em tratados ou na reciprocidade
tipos de visto concedidos no Brasil
· visto de trânsito
· temporário,
· oficial
· cortesia
· turismo:não garante entrada no Brasil
· permanente 
diplomático
quando não se concede visto:
· menores de 18 anos desacompanhados dos responsáveis legais ou sem autorização expressa
· nocivos a ordem pública ou interesse nacional
· expulso, exceto quando a expulsão tiver sido revogada
· condenados ou processados em outro país por crime doloso, passível de extradição segunda legislação brasileira.
· que não atendam às condições estabelecidas no Ministério da Saúde
obs: a posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao estrangeiro o direito de obter visto ou autorização de permanência no território nacional
obs: a concessão de visto temporário de trabalho dependerá de anuência prévia do Ministério do Trabalho e Emprego, bem como é necessária a concessão para o estrangeiro investidor.
Deportação
É o ato de pelo qual o Estado retira compulsoriamente de seu território um estrangeiro que ali entrou ou permanece de forma irregular 
o retorno do deportado é permitido em seguintes condições:
· o estrangeiro deve ser legalizado 
· o estrangeiro deve ter ressarcido eventuais despesas feitas pelo Tesouro Nacional com sua deportação;
· o estrangeiro deve ter pago multas porventura devidas por conta da irregularidade de sua presença no Brasil.
OBS: não é permitida deportação em dois casos:
· quando configurar extradição inadmitida pela lei brasileira;
· quando o estrangeiro estiver solicitando asilo ou refúgio no Brasil;
Expulsão 
é o ato pelo qual o Estado retira de seu território o estrangeiro considerado nocivo ou inconvenientes aos interesses nacionais, fundamentando-se, portanto na nocividade ou inconveniência do nacional de outro Estado. 
 a lei 6.815/80 prevê as seguintes hipóteses específicas no Brasil.
· prática de fraude para obter entrada ou permanência no Brasil
· quando o estrangeiro houver entrado no território nacional com infração à lei e não sair do Brasil no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação 
· prática vadiagem ou ou da mendincância 
· desrespeito de proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro
Nos casos de roubo de passaporte ainda válido, o titular deverá formalizar boletim de ocorrência junto à Polícia Civil e apresentá-lo no posto emissor de passaporte, no dia agendado, juntamente com a documentação necessária.
PASSAPORTE DE EMERGÊNCIA 
O passaporte de emergência será concedido àquele que, tendo satisfeito as exigências para concessão de passaporte, necessite do documento de viagem e não possa comprovadamente aguardar o prazo de entrega.
​
Seguindo orientações internacionais, não é permitida a emissão de passaporte de emergência para viagens a turismo
​
· catástrofes naturais;
· conflitos armados;
· necessidade de viagem imediata por motivo de saúde do requerente, do seu cônjuge ou parente até segundo grau;
· para a proteção do seu patrimônio (o que NÃO inclui o mero prejuízo com passagens, hospedagem etc);
· por necessidade do trabalho;
· por motivo de ajuda humanitária;
· interesse da Administração Pública;
· ou outra situação emergencial QUE NÃO SE PODERIA PREVER, cujo adiamento da viagem possa acarretar grave transtorno ao requerente;
_______________________
· Lei 13.445-17 . 
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
II - ter filho brasileiro;
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização;
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na forma disposta em regulamento
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
​
Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade
​
· 	 Nosso país não impõe a naturalização, nem mesmo pressiona ou procura convencer o estrangeiro a naturalizar-se. Querendo, o estrangeiro pode permanecer como tal em nosso convívio por toda a vida, sem precisar naturalizar-se, e sem perder os direitos que nossa lei lhe assegura. 	
​
A nova lei de Migração trata o imigrante como um sujeito de direitos, e não como um forasteiro indesejável
​
· a lei institui o repúdio à xenofobia, ao racismo e a outras formas de discriminação, além de garantir o acesso às políticas públicas
​
· O requerimento de naturalização, em qualquer hipótese, é a peça inicial de um processo administrativo que tem curso no Ministério da Justiça e que culmina com a edição de uma portaria de naturalização, publicada no DO
​
· O que aí vemos em prática é o princípio de que ninguém pode impor a outrem a perda ou a aquisição de uma nacionalidade.
quando for provada a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos legalmente exigidos para a sua concessão,
​
· A decisão que deferir o pedido de naturalização será publicada no Diário Oficial da União. Publicada a decisão deferindo o pedido de naturalização, o naturalizado deverá entregar a Carteira de Registro Nacional Migratória em uma das unidades da Polícia Federal
diferença entre imigrante e emigrante
​
imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil;
III - emigrante: brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior;
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho;
V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional;
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos;
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação; 
III - não criminalização da migração;
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em território nacional;
V - promoção de entrada regulare de regularização documental;
DA SITUAÇÃO DOCUMENTAL DO MIGRANTE E DO VISITANTE
Condição jurídica do estrangeiro no Bras
Nenhum Estado soberano é obrigado, por princípio de direito das gentes, a admitir estrangeiros em seu território, seja em definitivo, seja a título temporário”.(REZEK, 2005, p. 193)
· A entrada do estrangeiro no país se dá, via de regra, mediante a aposição de um visto de entrada em seu passaporte, concedido ainda no país de origem, nas repartições diplomáticas e consulares do Brasil no exterior. Através de acordos específicos celebrados com os governos de outros países, o Brasil pode dispensar essa exigência
· O visto não é um direito, é um ato de cortesia. 	
​
· São de propriedade da União, cabendo a seu titular a posse direta e o uso regular
​I - passaporte;
II - laissez-passer;
III - autorização de retorno;
IV - salvo-conduto;
V - carteira de identidade de marítimo;
VI - carteira de matrícula consular;
VII documento de identidade civil ou documento estrangeiro equivalente, quando admitidos em tratado;
VIII - certificado de membro de tripulação de transporte aéreo; e
IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado brasileiro em regulamento.
O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em território nacional. 	
O visto será concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-consulados e, quando habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior.
Não se concederá visto:
I - a quem não preencher os requisitos para o tipo de visto pleiteado;
· a quem comprovadamente ocultar condição impeditiva de concessão de visto ou de ingresso no País; ou
a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou sem autorização de viagem por escrito dos responsáveis legais ou de autoridade competente.
​I - de visita;
II - temporário;
III - diplomático;
IV - oficial;
V - de cortesia.
· O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência, nos seguintes casos:
I - turismo;
II - negócios;
III - trânsito;
IV - atividades artísticas ou desportivas; e
O beneficiário de visto de visita poderá receber pagamento do governo, de empregador brasileiro ou de entidade privada a título de diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem, bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em competições desportivas ou em concursos artísticos ou culturais.
O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - o visto temporário tenha como finalidade:
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
b) tratamento de saúde;
c) acolhida humanitária;
d) estudo;
e) trabalho;
ser concedido ao imigrante que venha exercer atividade laboral, com ou sem vínculo empregatício no Brasil, desde que comprove oferta de trabalho formalizada por pessoa jurídica em atividade no País, dispensada esta exigência se o imigrante comprovar titulação em curso de ensino superior ou equivalente. 	
 férias-trabalho;
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, tecnológica ou cultural;
i) reunião familiar;
j) atividades artísticas ou desportivas com contrato por prazo determinado;
 o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos;
​
permitirá múltiplas entradas no País enquanto o visto estiver válido.
Os vistos diplomático, oficial e de cortesia serão concedidos, prorrogados ou dispensados na forma desta Lei e de regulamento.
​
a autoridades e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente, representando Estado estrangeiro ou organismo internacional reconhecido.
· 	 Os vistos diplomático e oficial poderão ser transformados em autorização de residência, o que importará cessação de todas as prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes do respectivo visto.
​
· 	 O registro consiste na identificação civil por dados biográficos e biométricos, e é obrigatório a todo imigrante detentor de visto temporário ou de autorização de residência que gerará número único de identificação que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil.
Do Residente Fronteiriço
· 	 A fim de facilitar a sua livre circulação, poderá ser concedida ao residente fronteiriço, mediante requerimento, autorização para a realização de atos da vida civil.
O residente fronteiriço detentor da autorização gozará das garantias e dos direitos assegurados pelo regime geral de migração desta Lei, conforme especificado em regulamento
​
· 	 O espaço geográfico de abrangência e de validade da autorização será especificado no documento de residente fronteiriço. 	
· 	 O documento de residente fronteiriço será cancelado, a qualquer tempo, se o titular:
I - tiver fraudado documento ou utilizado documento falso para obtê-lo;
II - obtiver outra condição migratória;
III - sofrer condenação penal; ou
IV - exercer direito fora dos limites previstos na autorização.
​
Da Proteção do Apátrida e da Redução da Apatridia
​
· 	 O reconhecimento da condição de apátrida assegura os direitos e garantias previstos na Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto no 4.246, de 22 de maio de 2002, bem como outros direitos e garantias reconhecidos pelo Brasil.
[
Do Asilado
​
O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 .
A saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo.
Onde está
Meu irmão sem irmã
O meu filho sem pai
Minha mãe sem avó
Dando a mão pra ninguém
Sem lugar pra ficar
Os meninos sem paz
Onde estás meu Senhor
Onde estás?
Onde estás?
LEI DE IMIGRAÇAO: DOCUMENTOS DE VIAGEM
PASSAPORTE: DECRETO Nº 1.983, DE 14 DE AGOSTO DE 1996.
Da Autorização de Residência
Da Reunião Familiar
Da Fiscalização Marítima, Aeroportuária e de Fronteira
LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017.
Exclusão do Estrangeiro
	Ministro da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização.
Resumo do julgado
Segundo o art. 12, § 4º, I, da CF/88, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial, mesmo que o ato de concessão da naturalização tenha sido embasado em premissas falsas (erro de fato).
O STF entendeu que os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram recepcionados pela CF/88.
Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização.
STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 7/2/2013 (Info 694).
Comentários do julgado
Nacionalidade é...
· 	o vínculo jurídico-político que une uma pessoa a determinado Estado,
· 	do qual se originou ou pelo qual foi adotado,
· 	fazendo deste indivíduo um componente do povo,
· 	e sujeitando-o aos direitos e obrigações oriundos desta relação.
DIREITO FUNDAMENTAL
A nacionalidade é considerada um direito fundamental, protegida em âmbito internacional, valendo ressaltar que a Declaração Universal dos Direitos dos Homens proclama em seu artigo XV que “todo homem tem direito a uma nacionalidade” e que “Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
NACIONALIDADE X CIDADANIA
Nacional e cidadão não são conceitos coincidentes.
• Nacional: é o indivíduo que faz parte do povo de um Estado através do nascimento ou da naturalização (nacionalidade = vínculo marcantemente jurídico).
• Cidadão: é o indivíduoque tem direitos políticos, ou seja, pode votar e ser votado, propor ação popular além de organizar e participar de partidos políticos (cidadania = vínculo marcantemente político).
Todo cidadão é nacional, mas nem todo nacional é cidadão. Exs: o louco e o menor de 16 anos são nacionais, mas não são cidadãos.
O procedimento de naturalização ordinária é previsto nos arts. 111 e seguintes do Estatuto do Estrangeiro (Lei n.° 6.815/80).
“W”, cidadão austríaco, tendo requerido a naturalização ordinária brasileira, deferida esta por portaria do Ministro da Justiça (art. 111 da Lei n.° 6.815/80), tornou-se brasileiro naturalizado.
Ocorre que, posteriormente, verificou-se que “W” havia feito, no pedido de naturalização, declaração ideologicamente falsa de que nunca tinha sofrido condenação criminal, quando na verdade ele já havia sim sido condenado em seu país de origem.
1) Quais as principais diferenças entre o direito internacional privado e o direito internacional público?
R: O direito internacional privado é um sobredireito, pois indica o direito aplicável e não soluciona um litígio, assim, trata-se de um ramo que possui normas conflituais, indiretas, que não proporcionam uma solução, mas trazem o direito incidente sobre determinado fato jurídico. O direito internacional público trata das relações entre Estados soberanos, Organizações Internacionais Intergovernamentais, como a ONU, FMI, por exemplo, e pessoas e demais entes, como as organizações não governamentais (Greenpeace) no âmbito internacional.
2) Explique o que é direito uniforme e a sua distinção com o direito internacional privado.
R: O direito uniforme, substantivo ou material é o que procura alcançar a unidade do direito dentro do seu campo de atuação, é delineado por preceitos jurídicos concordantes e indicativos do direito aplicável, que estejam em vigor em dois ou mais estados, portanto, o tratado internacional é um instrumento jurídico de utilização neste caso e, dentro de seu âmbito, perante aos Estados, é que estão em vigor as normas jurídicas uniformizadas. Assim, o direito uniforme do direito internacional privado são distintos, mas se interligam pois os tratados internacionais apenas promovem a uniformização de algumas normas.
3) Explique o que é direito comparado e sua distinção com o direito internacional privado.
R: O direito comparado estuda, mediante contraposição, vários sistemas jurídicos distintos examinando suas regras, fontes, histórias e diversos agentes sociais e políticos. No direito internacional privado, distintamente do direito comparado, não há estudo de sistemas jurídicos, mas sim, concretiza-se no momento da busca pela melhor composição para os conflitos envolvendo diferentes ordenamentos jurídicos.
4) O que é lex mercatoria e sua distinção com o direito internacional privado.
R: A lex mercatoria é um complexo de normas que compõem um sistema jurídico integro e com mecanismos de concisos para a solução de controvérsias e sanções próprias, com o intuito de aumentar a segurança nas relações jurídicas comerciais internacionais realizadas entre indivíduos que se localizam em diferentes Estados. Confirme o conceito exposto sobre lex mercatoria percebe-se que não tem nenhuma ligação com o direito internacional privado, já que este apenas visa indicar o direito aplicável trazendo o direito incidente sobre determinado fato jurídico.
5) Qual o objeto do direito internacional privado?
R: O direito internacional privado regula e promove o estudo de um conjunto de regras que determinam qual o direito material aplicável às relações jurídicas particulares, sejam entre pessoas físicas como o divórcio, por exemplo, jurídicas, como o comércio, e estabelece qual a jurisdição competente para dirimir determinado conflito. Feitas tais colocações, cabe apresentar tal objeto do direito internacional privado, são:
a) Condição jurídica do estrangeiro: visa dar o conhecimento dos direitos do estrangeiro de entrar e permanecer no país, domiciliar-se ou residir-se no território nacional, sem haver prejudicidade sob o crivo econômico, político e social;
b) Conflito de Jurisdições: atenta-se observar a competência do Poder Judiciário, solucionando determinadas situações que dizem respeito a pessoas, coisas ou interesses que extrapolam o limite soberano de um Estado, devendo reconhecer e executar sentenças proferidas no estrangeiro;
c) Conflito de leis: analisam-se as relações humanas conectadas a dois ou mais sistemas jurídicos, nos quais as regras materiais não são concordantes, apenas o direito aplicável a uma ou diversas relações jurídicas de direito privado com conexidade internacional;
d) Direitos adquiridos no âmbito internacional: visa considerar a mobilidade das relações jurídicas, surgindo-se uma jurisdição, refletindo seus efeitos posteriormente a sujeição de uma legislação distinta;
e) Nacionalidade: caracteriza-se o nacional de cada Estado, sob as formas originárias e derivadas de atribuição de nacionalidade, da perda, requisição, dos conflitos positivos e negativos em caso de polipatrídia, apatrídia e restrições nacionais por naturalização.
6) Em que consiste o direito internacional provado brasileiro?
R: O direito internacional privado brasileiro observa as relações jurídicas existentes no plano interno que possuam elemento estrangeiro. Assim, devem-se verificar os critérios legais para solucionar determinados conflitos.
7) O que é elemento de conexão?
R: O elemento de conexão são normas estabelecidas pelo direito internacional privado que indicam o direito aplicável a uma ou diversas situações jurídicas unidas a mais de um sistema jurídico. Pode-se chamar também de normas indiretas ou indicativas, devido apontar o direito que irá aplicar no caso concreto nas relações particulares com conexão internacional, mas sem solucioná-lo, apenas indicam.
8) Para que servem as espécies de elemento de conexão e aponte alguma delas.
R: As espécies de elemento de conexão servem para viabilizar a solução do direito ao caso concreto. O rol de espécies de elemento de conexão não é exaustivo, é apenas exemplificativo, são elas: lex damni, lex domicilii, lex fori, lex locu actus, lex loci celebrationis, lex loci contractus, lex loci delicti, lex loci executionis, lex loci solutionis, lex monetae, lex patriae, lex rei sitae, lex voluntatis, locus regit actum, mobília sequuntur personam.
9) O casamento celebrado fora do território nacional poderá ser reconhecido como válido no ordenamento jurídico brasileiro?
R: Conforme leciona Maristela Basso, toda relação matrimonial constituída no exterior, em conformidade com a forma estabelecida pela lei local de celebração do casamento, será reconhecida como válida no ordenamento brasileiro, salvo naqueles casos em que o ato realizado violar a ofensa à ordem pública ou fraudar a lei nacional. Portanto, alude-se de acordo com a expressão latina do lex loci celebrationis.
10) O que é lex fori?
R: Lex fori é a norma jurídica aplicada do foro em que ocorre a demanda judicial entre os litigantes (partes conflitantes).
11) O que é lex domicilli?
R: A lex domicilli é a norma jurídica a ser aplicada do domicilio dos envolvidos da relação jurídica em que possui, bem como a capacidade (atos da vida civil) e a pessoa fisica (conjuntos de atributos que distinguem uns indivíduos dos outros). O art. 7º da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro diz:
“A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e dos direitos de família”
12) Explique, o que é lex rei sitae?
R: Lex rei sitae ou lex situs é o elemento de conexão que determina a norma jurídica que será aplicada conforme o local em que a coisa se encontra. O art. 12§ 1º, da LINDB, diz:
“Só a autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil”
13) O que é lex loci contractus?
R: lex loci contractus é a determinação de que a regra será aplicada do local em que o contrato foi firmado para reger o seu cumprimento, desde que não tenha ointuito de fraudar a lei vigente.
14) O que é lex patriae?
R: lex patriae determina qual será a lei aplicada a nacionalidade da pessoa física que rege o estatuto pessoal, caracterizando pelos aspectos primordiais e juridicamente de relevo da vida de uma pessoa, como o nascimento, personalidade, capacidade jurídica, poder familiar, morte, entre outros.
15) O que significa mobília sequuntur personam?
R: mobília sequuntur personam determina a lei aplicável do local dos bens móveis em que seu proprietário está domiciliado.
16) Quais são as fontes do direito internacional privado? Explique cada uma delas.
R: As fontes do direito internacional privado são: a Lei, os tratados e convenções internacionais, os costumes, a jurisprudência e a doutrina.
a) A lei é tida fonte do direito internacional privado e segue de acordo com os preceitos da ordem pública com normas internas. Como exemplo, a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, o Código de Processo Civil, o Código Civil, o Estatuto do Estrangeiro, a Lei dos Refugiados, a Lei de Arbitragem e, não deixamos de nos esquecer da Constituição Federal de 1988.
b) Os tratados e convenções: são acordos bilaterais, regionais e multilaterais de que são signatários os Estados e que tem como o escopo de aplicação de várias relações jurídicas compreendidas pelo direito internacional privado, direito processual civil internacional e matérias correlatas. Trata-se, em outros casos de grande fonte de inspiração para a interpretação e aplicação das normas do direito internacional privado, mesmo quando não ratificados pelo o Estado. O Código Bustamante, promovido pelo Tratado de Direito Internacional Privado de 1928, tratou das mais diversas áreas como família e proteção internacional de crianças, mas, na prática o “tratado foi esquecido com o tempo”, conforme Beat Walter Rechsteiner.
c) O costume, segundo Maristela Basso: “exprime-se pela prática reiterada de determinados comportamentos que, como a experiência e o transcurso do tempo, admitem-se como juridicamente observáveis, vinculando imediatamente os indivíduos – no plano interno do Estado”. Há dois requisitos para constatar-se o costume: o elemento material, externo (pratica constante de determinados atos pelos Estados) e o elemento subjetivo, interno (convicção jurídica dos Estados de observância de uma norma jurídica como elemento autentico do direito consuetudinário).
d) A jurisprudência, na visão de Espínola, concordada por Maristela Basso que, na falta de leis internas e costumes, recorrerão a jurisprudência, daí, observará o juiz as regras hermenêuticas.
e) A doutrina desempenha papel primordial para a adaptação da disciplina às demandas de regulação das relações jurídicas que geram efeitos em mais de um país ao mesmo tempo. Pode-se dizer que é um conjunto de estudos, pareceres, artigos, de caráter cientifico consignados em obras, como livros, revistas, jornais jurídicos, em que tratam de teorias ou interpretações à temática do direito internacional privado. Assevera Irineu Strenger que a doutrina não tem força de obrigatoriedade, mas pode incluir-se nas decisões dos tribunais, em casos de elaboração das regras de direito e tratados internacionais, portanto, tem sido guia dos interessados na solução dos casos concretos.
17) Explique, o que é ordem pública?
R: No direito internacional privado, deve ser entendido como o reflexo da filosofia sócio-politico-juridica de toda legislação. É noção de foro intimo do intérprete que em seu convencimento e decisão, no caso dos magistrados e árbitros, deve buscar a moral básica de uma nação, atendendo sempre às necessidades econômicas de cada Estado, compreendendo os planos político, jurídico, econômico e moral de todo Estado constituído.
No direito brasileiro, aplica-se o art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que reza:
“As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, o ­ordem pública e os bons costumes” (grifo nosso).
Neste ponto, explica Beat Walter Rechsteiner, “A reserva da ordem pública é uma cláusula de exceção que se propõe a corrigir a aplicação do direito estrangeiro, quando este leva, no caso concreto, a um resultado incompatível com os princípios fundamentais da ordem jurídica”.
Antigamente, como mostra Jacob Dolinger que a ordem pública até foi colocada em favor de Estado estrangeiro, quando num caso concreto, execução por dívida de jogos de azar contraída nos Estados Unidos. A defesa argumentava pela improcedência da ação, mas o TRF do Distrito Federal julgou procedente a ação mandando o réu o pagamento da dívida, aplicando inclusive o art. 9º da Lei de Introdução ao Código Civil (antiga nomenclatura).
18) que é fraude à lei? Explique.
R: A fraude à lei (fraus legis) é uma forma de abuso de direito, ou seja, o agente altera o elemento conexão para beneficiar-se da lei que lhe é mais favorável, em detrimento daquela que seria realmente aplicável. Para caracterizar-la deve-se observar:
a) Pretende-se evitar a aplicação de determinadas normas substantivas ou materiais do direito interno ou do direito estrangeiro, cujas conseqüências são legais, porém indesejadas.
b) Planeja-se uma manobra legal extraordinária para obter o resultado desejado. P. Ex. Um divórcio que não é possível nos pais de origem.
c) Como na maioria dos casos, o objetivo é evitar a aplicação do direito substantivo ou material interno, transferindo atividades e praticando atos para o exterior, como pode ocorrer ainda, a escolha do foro favorável no estrangeiro com a mesma intenção.
A fraude a lei deve ser admitida quando o objetivo é evitar a aplicação de normas cogentes e imperativas no direito interno, abrangendo, também as normas do direito estrangeiro.
19) Qual a sanção da lei contra uma fraude à lei praticada em vista de uma relação jurídica de direito privado com conexão internacional?
R: A sanção é a de que uma sentença, negócio jurídico ou outro ato jurídico não será reconhecido pelo direito interno, portanto, não surtirá efeitos jurídicos no país, mas conforme o caso concreto, por vezes, pode o magistrado valer-se da reação adequada não desconsiderando totalmente devido a lex fori.
20) O que é reenvio?
R: o reenvio, retorno ou devolução é o modo de interpretar a norma de direito internacional privado, mediante a substituição da lei nacional pela estrangeira, desprezando o elemento conexão apontado pela ordenação nacional, para dar preferência à indicada pelo ordenamento jurídico (Lei de Introdução ao Código Civil Interpretada, Maria Helena Diniz, p.415).
Na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, mais precisamente no art. 16, diz:
“Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”(grifo nosso).
O que o artigo acima pretende expor, atenta-se expressamente que é proibido, no ordenamento jurídico brasileiro interno que, se houver aplicação da lei estrangeira, tendo em vista em disposição deste, desconsidera qualquer remissão por ela feita a outra lei.
21) A qualificação é uma teoria? Se afirmativa, responda: quem a elaborou e o que significa.
R: A qualificação é uma teoria, elaborada pelo alemão Franz Kahn e por Etienne Bartin na França. Significa, a qualificação serve para adequar um caso concreto a uma especialidade do direito que lhe é pertinente, como exemplo: família, obrigações, contratos, sucessões, etc; classificando matéria jurídica e definindo as questões principais, como no caso do divórcio e questões prévias, num regime de bens ou paternidade, como exemplo. Jacob Dolinger diz: “é um processo técnico-jurídico sempre presente no direito, pelo qual classificam ordenadamente os fatos da vida relativamente às instituições criadas pela Lei ou pelo Costume, a fim de bem enquadrar as primeiras nas segundas, encontrando-se assim a solução mais adequada e apropriada para os diversos conflitos que ocorrem nasrelações humanas”.
22) O que é Questão prévia?
R: A questão prévia é um instrumento que diante da questão principal, o juiz deve tratar, de forma antecipada, uma questão anterior. P. Ex. Ação de paternidade (questão anterior), alimentos (questão posterior).

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