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Disciplina: CCJ0234 / Direito do Trabalho II Data: 05/10/2020 Avaliação Período: 2020.02 Turma: 1001 ALUNA: DANIELLE OLIVEIRA DE TOLEDO MATRÍCULA: 201102311359 1) Julião Petroso era estoquista em uma empresa havia 19 anos. O empregador pretendendo a redução do seu quadro de funcionários, lançou, em outubro de 2018, um programa de demissão voluntária, com regras claras e objetivas, fixadas em acordo coletivo assinado com o sindicato de classe dos empregados. Diante do longo tempo trabalhado, a indenização adicional devida a Julião Petroso era generosa. Assim, após refletir e conversar com sua família, ele aderiu ao PDV em questão, sem lançar ressalvas. Diante da situação apresentada, responda aos itens a seguir. A) Caso Julião Petroso procurasse você, como advogado, pretendendo ajuizar ação pleiteando horas extras após aderir ao PDV e receber a indenização correspondente, de que forma você iria orientá-lo? Resposta: Uma vez que assinou o PDV sem que houvesse ressalvas, ocorreu então a quitação total e irrevogável de todos os direitos da relação de emprego, ficando somente as vantagens pactuados no acordo coletivo, combinadas com os benefícios do PDV após alteração da reforma, Artigo 477-B da CLT. B) Se, em vez de aderir ao PDV, o contrato fosse extinto por distrato entre empregado e empregador, Julião Petroso teria direito a receber o seguro-desemprego? Responda de forma fundamentada. Resposta: Quando ocorre distrato de contrato entre empregado e empregador, o primeiro não terá direito ao ingresso no Programa de Seguro-Desemprego, conforme previsto no Art. 484-A, § 2º, da CLT, incluído pela Lei nº 13.467, de 2017. 2) Josué, fora eleito dirigente sindical e vinha representando ativamente os empregados de uma sociedade empresária na unidade situada em São Jose do Rio Preto/SP. Porém fora surpreendido com um comunicado da empresa determinando sua transferência para a unidade de Belo Horizonte/MG. No comunicado constava que a empresa pagaria apenas o transporte de ida e volta, bem como a moradia em hotel local. O trabalho em Belo Horizonte duraria cerca de 06 meses não havendo qualquer perda salarial em relação ao que recebia em São José do Rio Preto, acrescido ainda do adicional de transferência devido. O empregador comprovou a real necessidade e a transferência estava prevista em cláusula contratual. A mudança deveria ocorrer em 15 dias. Josué procura você, como advogado(a), para uma consulta. Observando o texto da CLT, responda aos itens a seguir. a) Essa transferência é devida? Fundamente. Resposta: De acordo com o Art. 469 da CLT, Josué deveria obrigatoriamente concordar com a mudança, uma vez que esta não está localizada na mesma base territorial da que consta em seu contrato de trabalho, portanto, essa transferência é indevida. b) Na hipótese de não ser devida, há alguma medida judicial prevista expressamente na CLT que possa ser adotada a fim de, imediatamente, evitar a transferência de Josué? Fundamente. Resposta: Josué deverá entrar com ação trabalhista com pedido de liminar para cancelar a transferência, de acordo com Art. 659, IX, CLT 3) Julieta e Rosemere trabalham em uma indústria alimentícia, sendo Julieta contratada como estagiária e Rosemere, como aprendiz. Ambas assinaram no mesmo período contrato de 18 meses, porém no 9º mês do contrato, ambas informaram aos respectivos superiores imediatos que estavam grávidas, Julieta com 1 mês e Rosemere com 2 meses. Mesmo ciente do estado gravídico das trabalhadoras, a indústria considerou o final do contrato ao término do 18º mês, pagando os valores devidos. Acreditando terem algum direito trabalhista Julieta e Rosemere procuram você como advogado (a) buscando orientações sobre a estabilidade provisória. Diante do caso narrado, das disposições legais e do entendimento consolidado do TST e do STF, responda às indagações a seguir. A) Julieta e Rosemere possuem direito a estabilidade provisória em decorrência da gestação? Justifique de forma fundamentada. Resposta: Julieta não e Rosemere sim. Vejamos: Julieta, estagiária com 1 mês de gravidez, 9 meses de estágio: O contrato de estágio tem regulamentação específica na Lei 11.788 de 2008, e de acordo com a Súmula 244 do TST, a estabilidade provisória é garantida apenas à trabalhadora com vínculo, ou seja, aquela que mantém uma relação empregatícia, o que não é o caso em tela, pois a referida Lei que regulamenta o estágio, afirma categoricamente que o estágio não caracteriza qualquer vínculo empregatício. Rosemere, aprendiz com 2 meses de gravidez, 9 meses de trabalho aprendiz: A Constituição Federal prevê a estabilidade no emprego desde a http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/93117/lei-do-est%C3%A1gio-lei-11788-08 confirmação da gravidez, até cinco meses depois do parto e a gestação ocorreu durante a vigência do contrato de aprendizagem, condição essencial para que seja assegurada a estabilidade, pois a súmula 244 do TST, no item 3, estabelece que a gestante tem direito à estabilidade provisória, mesmo em caso de contrato por tempo determinado. b) Na hipótese de reconhecida a estabilidade, qual seria o direito da empregada gestante? Fundamente. Resposta: Julieta, por ser contrato de estágio, não possui direito à reintegração. Rosemere, por ser contrato de menor aprendiz, terá estabilidade provisória garantida às empregadas gestantes, estabelecida pelo inciso III da Súmula 244 do TST, uma vez que o contrato de formação profissional possui natureza equivalente ao contrato por tempo determinado. 3) José e Pedro são membros da CIPA, sendo José eleito pelos empregados e Pedro indicado pelo empregador, figurando como presidente da Comissão. Um mês após a posse, ambos foram dispensados imotivadamente. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. A) José e Pedro poderiam ser dispensados? Fundamente. Resposta: José foi eleito, portanto, não podendo ser dispensado. Art. 10, II, “a”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT : “II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para o cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro da candidatura até um ano após o final de seu mandato”. Pedro foi indicado pelo empregador e a garantia de emprego é apenas para membros eleitos CIPA (tanto titulares como suplentes). b) A dispensa dos empregados exigiria inquérito judicial? Resposta: Sim, pois os empregados da CIPA não poderão sofrer despedida arbitrária, ou seja, para a empresa despedir o funcionário ela tem que apresentar um motivo técnico, econômico ou financeiro, e provar todos esses motivos, de acordo com o artigo 165 da CLT. 4) A sociedade empresária Novo Mundo Ltda. possui 30 empregados. No https://www.jornalcontabil.com.br/clt/ último ano, Joaquim foi aposentado por invalidez, Heitor pediu demissão do emprego, Túlio foi dispensado por justa causa e Isaura rompeu o contrato por acordocom o empregador, aproveitando-se da nova modalidade de ruptura trazida pela Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista). De acordo com a norma de regência, em razão dos eventos relatados, responda de forma fundamentada: A) Quem tem direito ao saque do FGTS? B) Algum dos casos relatados teria direito a indenização, integral ou parcial, prevista na Lei 8.036/90, calculada sobre o saldo do FGTS? Justifique Resposta: Joaquim, aposentado por invalidez: Sim, conforme previsto no artigo 20 da Lei 8.036/1990 a conta do FGTS poderá ser movimentada nos casos de aposentadoria pela Previdência Social, inclusive nos casos de aposentadoria por invalidez. Heitor, Pediu demissão: Atualmente existe uma proposta de Projeto de Lei do Senado, PLS 392/2016 da Senadora Rose de Freitas, em tramitação no Senado Federal que visa permitir a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na hipótese de pedido de demissão, mas por enquanto a resposta é talvez, pois o trabalhador que pede demissão pode sim ter direito de sacar o FGTS, mas somente em situações específicas. Ele não pode sacar logo após o pedido de demissão, mas se por qualquer motivo, ficar três anos ininterruptos fora do regime CLT, ele poderá sim ter direito de sacar o saldo integral do FGTS. Túlio, foi dispensado por justa causa: Demissões por justa causa, Art. 482 da CLT, não têm direito ao saque FGTS. Isaura, rompeu o contrato por acordo PDV com empregador: Acordo PDV feito entre empregado e empregador possui diversas vantagens que não seriam devidas em caso de pedido de demissão, dentre elas o saque do FGTS. 5) Na sociedade empresária Bela Forma, com 45 funcionários, trabalham os empregados listados a seguir: Júlia, que fundou e foi eleita a presidente da cooperativa de funcionários da empresa Bela Forma; Joaquim, que foi contratado a título temporário, e, pouco antes do termo final de seu contrato, sofreu um acidente do trabalho e Luana, que foi indicada pelo empregador para compor a CIPA da empresa. Diante das normas vigentes e do entendimento consolidado do TST, indique os empregados que terão garantia no emprego descrevendo os períodos de estabilidade de forma fundamentada. Resposta: Júlia e Joaquim. https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127329 Júlia fundou e foi eleita presidente da cooperativa de funcionários: Dirigentes de cooperativas de empregados gozam de garantia provisória de emprego (artigo 55 da Lei 5.764/1971). Joaquim foi contratado temporário e sofreu acidente de trabalho antes do término: De acordo com o artigo 118 da Lei nº 8.213/91 possui a estabilidade o empregado segurado que sofreu acidente do trabalho, pelo prazo de 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Luana foi indicada pelo empregador para compor a CIPA: A garantia de emprego é apenas para membros eleitos CIPA e não para os indicados. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11342697/artigo-118-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
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