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02/04/20 1 Nervos Cranianos Nervos Sensitivos Nervo Óptico (II) Exclusivamente sensitivo. Anatomia macroscópica: globo ocular (olho), nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico corpo geniculado lateral e diencéfalo. 1. Via visual Parte posterior do globo ocular há duas retinas, a retina medial (nasal) e retina lateral (temporal). Nesta parte estarão células fotorreceptoras denominadas de cones e bastonetes que farão sinapse com outros neurônios denominados de células bipolares que, por sua vez farão sinapse com os neurônios ganglionares. Os neurônios ganglionares são responsáveis por formar o nervo óptico. A retina medial apresenta fibras (axônios das células ganglionares) que cruzam no quiasma óptico para o lado oposto que se direcionam para o corpo geniculado lateral localizado no diencéfalo. A retina lateral apresenta o mesmo padrão de fibras e células, entretanto não realiza o cruzamento para o lado oposto se direcionando para o corpo geniculado lateral homolateral ou ipsilateral. Portanto, no quiasma óptico haverá apenas fibras provenientes da retina medial tanto do olho esquerdo como do olho direito enquanto as fibras da retina lateral não realizam esse cruzamento. Há dois tipos de campos visuais, o nasal ou medial e o temporal e o lateral. Todo o campo visual lateral incide sobre a retina medial e todo campo visual nasal incide sobre a retina lateral. Após o corpo geniculado lateral no diencéfalo há uma projeção de fibras em direção ao córtex occiptal no lobo occiptal. Defeitos do campo visual o Secção do nervo óptico: comprometimento do campo visual de todo o olho – cegueira monocular direita. o Secção do quiasma óptico: comprometimento das fibras da retina medial que trazem informações do campo visual lateral (perda da visão periférica) – hemianopsia bitemporal. Exemplo: a proximidade da glândula hipófise com o quiasma óptico pode provocar a compressão do quiasma devido à presença de algum tumor havendo a perda da visão periférica onde o indivíduo fica com uma visão em túnel. Nervo Vestibulococlear (XIII) No ponto de vista anatômico é relativamente simples. É um nervo sensorial que apresenta dois componentes: um componente vestibular e um componente coclear. Seu componente vestibular está associado ao equilíbrio (posição e postura da cabeça) e seu componente coclear está associado a audição. A junção destes dois nervos forma o nervo vestibulococlear. Os canais semicirculares são estruturas que enviam informações para o sistema nervoso em relação ao equilíbrio e a cóclea é uma estrutura que permite a detecção dos sons. O nervo vestíbulococlear se direciona para um núcleo específico no tronco encefálico denominado de núcleo vestibular. No núcleo vestibular há a presença de outros neurônios que influenciam outros centros como, por exemplo, o núcleo cerebelo. Informações que chegam pelo nervo vestibulococlear que se direcionam até o núcleo vestibular e, por sua vez, atingem o cerebelo. O cerebelo recebe informações do aparelho vestibular em relação ao equilíbrio. Portanto, o núcleo vestibular influencia outros centros como a medula espinal e os nervos acessório, abducente, troclear, oculomotor que interferem na posição do bulbo ocular e posição e movimentação da cabeça. Via de regra as fibras dos nervos sensitivos óptico e olfatório são consideradas exclusivamente sensoriais, pois são nervos aferentes. O nervo vestibulococlear também é um nervo aferente e sensorial, onde o nervo coclear apresenta em sua estrutura fibras essencialmente sensoriais que são provenientes da periferia e se direcionam para a cóclea e posteriormente para o sistema nervoso trazendo informações sobre a audição. Entretanto, alguns autores afirmam que o nervo coclear também apresenta fibras motoras que são provenientes do sistema nervoso e se direcionam para estruturas da cóclea que são importantes para a amplificação sonora. 02/04/20 2 Nervos Motores Nervo oculomotor (III), Nervo Troclear (IV) e Nervo Abducente (VI) Responsáveis pelo controle da musculatura extrínseca do bulbo ocular (musculatura extraocular). O nervo troclear inerva o músculo oblíquo superior do olho, o nervo abducente inerva o músculo reto lateral do olho e o nervo oculomotor inerva os músculos reto superior, reto medial, reto inferior, oblíquo inferior e elevador da pálpebra. O nervo troclear e o nervo aducente apresentam componentes exclusivamente motores somáticos inervando somente um músculo. Já o nervo oculomotor além do componente motor somático que inerva uma maior quantidade de músculos apresenta também um componente motor visceral que inerva o esfíncter da pupila e o músculo ciliar (musculatura intraocular). Portanto, lesões no nervo oculomotor ocasionam a queda de pálpebra denominada de ptose. o Midríase: dilatação das pupilas. Um componente simpático proveniente da medula espinal que sobe pela carótida e entra pelo crânio é responsável por realizar a contração da pupila que inerva o músculo dilatador da pupila. o Miose: contração das pupilas. O músculo esfíncter da pupila, componente visceral do terceiro par craniano, é o responsável por realizar a contração pupilar. Há uma fibra pré-ganglionar e uma fibra pós-ganglionar que se direcionam para o músculo esfíncter da pupila que quando estimulado por uma fonte de luz contrai. O componente motor somático do nervo oculomotor é da divisão parassimpática e, portanto, a fibra pós-ganglionar será curta. Quando a luz incide na retina, a informação será transmitida via nervo óptico até o tronco encefálico. Essa informação no tronco encefálico estimula uma outra via composta pela fibra pré e pós-ganglionar do nervo oculomotor que ativa o músculo constritor da pupila realizando a contração pupilar. Um reflexo de luz na pupila estimula a sua contração (miose). Ao mesmo tempo que um olho reage a este estímulo o outro irá reagir da mesma forma este processo é denominado de reflexo consensual. O olho do lado oposto reage ao estímulo de luz mesmo que não tenha incendido sobre ele, pois também há ativação da via contralateral. O núcleo estimulado que ativa essas duas vias é denominado de Edinger-Westphal. Portanto exames são realizados baseados no reflexo consensual para verificar a integridade do tronco encefálico ou no nervo oculomotor em que se há a contração de ambas as pupilas a via se encontra intacta e, se por algum motivo uma das duas pupilas não reagem, há o comprometimento do nervo oculomotor. Lesões do nervo abducente promovem o desvio do globo ocular ocasionando estrabismo convergente devido à ausência de funcionamento do musculo reto lateral e, portanto, o reto medial direciona o olho para medial. Nervo Acessório (XI) Inerva o músculo esternocleideomastoideo e o músculo trapézio. As fibras do nervo acessório são originadas a nível da medula espinal, podendo ser considerado um nervo espinal. O nervo acessório entra pelo forame magno forma uma alça e saí pelo forame jugular para inervar os músculos esternocleideomastoideo e trapézio. Ao realizar a curva se aproxima de um grupo de fibras provenientes do bulbo (fibras vagais aberrantes) que funcionalmente pertencem ao nervo vago. Durante muito tempo anatomistas consideravam as fibras vagais aberrantes como fibras do nervo acessório e as verdadeiras fibras do nervo acessório como fibras espinais havendo diversas confusões. Importante: todo o componente motor visceral de qualquer nervo craniano será parassimpático – nervos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago. 02/04/20 3 Nervo Hipoglosso (XII) Nervo exclusivamente motor que inerva a musculatura extrínseca e intrínseca da língua exceto o músculo palatoglosso inervado pelo nervo vago. Portanto, a parte motora da língua é inervada pelo nervo hipoglosso. Esse nervo cria uma anostomose com ramificações provenientesdos primeiros nervos cervicais (C1, C2 e C3). Nervos Mistos Nervo Trigêmeo (V) Nervo misto que apresenta três ramos: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular. Apresenta um gânglio que será conectado a ponte (origem aparente). Cada nervo apresenta uma área de distribuição sensorial denominada de máscara facial que indica a representação da área de inervação da pele (componente sensorial geral – dor, temperatura, tato, pressão). Além da face, a raiz sensitiva também é responsável pela sensibilidade geral dos dois terços da anteriores da língua. A raiz motora acompanha a divisão mandibular do nervo trigêmeo que se direciona predominantemente para os músculos da mastigação (masséter, temporal, pterigoideo lateral e pterigoideo medial) e músculos ventre anterior do músculo digástrico, tensor do véu palatino, tensor do tímpano e milo-hioideo. Nervo Facial (VII) Nervo misto onde seu componente motor somático se direciona para a face inervando os músculos da mímica (esqueléticos) responsáveis pelas expressões faciais e os músculos ventre posterior do músculo digástrico, estapédico. Também é responsável pela sensibilidade gustativa dos dois terços anteriores da língua. O componente motor visceral inerva as glândulas lacrimais (produz as lágrimas) e as glândulas sublingual e submandibular (produz a saliva). O nervo trigêmeo passa por essas glândulas, portanto, o nervo facial faz uma justaposição nervosa direcionando as suas fibras até as glândulas através de outro nervo, mas que funcionalmente são estimuladas pelo nervo facial. Lesões no nervo facial promovem a paralisia da musculatura da face. A face é dividida em 4 quadrantes e cada uma delas é inervada por uma fibra proveniente de um núcleo localizado no tronco encefálico. Portanto, o tronco encefálico apresenta dois núcleos direcionados para cada hemi-face. O núcleo superior envia fibras para a parte inferior da face enquanto o núcleo inferior envia fibras para a região superior da face. O controle desses dois núcleos é realizado pelo córtex motor onde o núcleo superior é inervado por neurônios contralaterais e o núcleo inferior é inervado por neurônios homolaterais e contralaterais. Assim, é possível determinar as áreas específicas de lesões em que as paralisias supra-nucleares são as acima dos núcleos e as infra-nucleares abaixo dos núcleos. Lesões infra-nucleares promovem a ruptura do nervo facial (lesão periférica) ocasionando a paralisia completa da hemi-face do lado do nervo lesionado. Enquanto, paralisias de apenas um quadrante podem indicar lesão de fibras provenientes do córtex (lesão central) e direcionadas homolateral para o núcleo. o Lesão sistema nervoso central: um quadrante de uma hemi-face é preservado; o Lesão sistema nervoso periférico: acometimento de toda hemi-face – paralisia de Bell. Ex.: vírus, bactérias. O nervo facial apresenta um trajeto ósseo estreito, portanto, toda vez que houver um aumento de linfonodos pode haver uma compressão do nervo provocando paralisia transitória. Pequenas glândulas da mucosa nasal também são inervadas pelo nervo facial. Nervo glossofaríngeo (IX) Apresenta um componente motor somático para o músculo estilo-fríngeo, componente motor visceral que se direciona para a glândula paródia e o componente sensorial é responsável pela inervação do terço posterior da língua (sensibilidade gustativa e sensibilidade geral). A bifurcação da carótida denominada de corpo carotídeo carrega neurônios sensoriais para o nervo glossofaríngeo informando o sistema nervoso acerca da pressão arterial (barorreceptores). Nervo vago (X) Maior nervo craniano (penetra na cavidade cervical, torácica e abdominal). Apresenta componente motor somático, componente motor visceral e componente sensorial. O principal componente motor somático consiste na inervação da musculatura intrínseca da laringe e faringe. O componente motor visceral inerva as vísceras (parassimpático) da cavidade torácica e abdominal exceto o intestino grosso. Por fim, o componente sensorial está relacionado com a inervação da parte superior da laringe e epiglote. O nervo laríngeo-recorrente ou laríngeo inferior inerva a musculatura intrínseca da laringe (movimentação das pregas vocais).
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