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• Os nervos cranianos, composto por 12 pares, são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles se ligam ao tronco encefálico com exceção do nervo olfatório e óptico. Os nervos oculomotor troclear V e abducente V inervam os músculos do olho. O V par, nervo trigêmeo, é assim denominado em virtude de seus três ramos: nervos oftálmico, maxilar e mandibular. O V nervo facial, compreende o nervo facial propriamente dito e o nervo intermediário, considerado por alguns como a raiz sensitiva e visceral do nervo facial. O V par, nervo vestíbulococlear apresenta dois componentes distintos. São eles a parte vestibular e a parte coclear, relacionados respectivamente com o equilíbrio e a audição. O nervo vago, é também chamado de pneumogástrico. Por último o nervo acessório difere dos demais pares cranianos por serem formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e outra espinhal. Três nervos cranianos ( V) contêm axônios de neurônios sensitivos e são, portanto, denominados de nervos sensitivos especiais. Na cabeça eles são exclusivos e estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da audição respectivamente. Os corpos celulares da maioria dos nervos sensitivos estão localizados em gânglios fora do encéfalo. As fibras aferentes desses nervos são de 4 tipos: -Fibras aferentes somáticas gerais: originam-se em extereoceptores e proprioceptores, conduzindo impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção. -Fibras aferentes somáticas especiais: originam-se na retina e no ouvido interno, relacionam-se com a visão e audição. -Fibras aferentes viscerais gerais: originam-se em visceroceptores e conduzem, por exemplo, impulsos relacionados com a dor visceral. -Fibras aferentes viscerais especiais: originam-se em receptores gustativos e olfatórios, localizados dentro das vísceras. Cinco nervos cranianos ( V V X X) são classificados como nervos motores, pois eles contêm apenas axônios de neurônios motores quando deixam o tronco encefálico. Os axônios que inervam músculos esqueléticos são de dois tipos: 1-Axônios motores branquiais (fibras eferentes viscerais especiais) inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos arcos faríngeos (branquiais). Estes neurônios deixam o encéfalo por nervos mistos e pelo nervo acessório. 2- Axônios motores somáticos (fibras eferentes somáticas) inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos somitos da cabeça (músculos dos olhos e da língua). Estes neurônios saem do encéfalo por meio de cinco nervos cranianos motores ( V V X X) Existe ainda os axônios motores que inervam os músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas. Eles são denominados axônios motores autônomos (fibras eferentes viscerais gerais) e fazem parte da divisão autônoma do sistema nervoso. Os quatro nervos cranianos restantes (V, V, X, X) são nervos mistos, contêm axônios de neurônios sensitivos que entram no encéfalo e de neurônios motores que saem que do encéfalo. ▪ Nervo olfatório, I par Representado por numerosos pequenos feixes nervosos, os quais originam-se na região olfatória de cada fossa nasal, atravessam a lâmina crivosa do osso etmoide e terminam no bulbo olfatório. No bulbo as terminações axônicas fazem sinapses com os dendritos e corpos celulares dos próximos neurônios da via olfatória. Os axônios destes neurônios, por sua vez, formam os tratos olfatórios, que terminam na área olfatória primária. É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo elas do tipo aferente visceral especial. Anosmia é o nome dado a perda do olfato devido a infecções da túnica mucosa do nariz, lesões nas quais ocorre fratura cribiforme do etmoide, lesões na via olfatória ou no encéfalo, meningite, tabagismo ou uso de cocaína. ▪ Nervo óptico, II par Na retina, os cones e os bastonetes iniciam os sinais visuais, transmitindo-os para as células bipolares da retina, que enviam estes sinais para as células ganglionares, que formam o nervo óptico. Ele é constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico se une ao do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há o cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral. Lá os axônios fazem sinapses com neurônios que se estendem até a área visual primaria. Alguns axônios também passam pelo núcleo geniculado lateral e se projetam para os colículos superiores do mesencéfalo e para os núcleos motores do tronco encefálico, onde fazem sinapse com neurônios motores que controlam os músculos extrínsecos e intrínsecos do bulbo ocular. Ele é um nervo exclusivamente sensitivo. Lesão, decorrente de fraturas da órbita, lesões ao longo da via visual, doenças do sistema nervoso, tumores hipofisários, ou aneurismas cerebrais podem causar defeitos nos campos visuais e perda da acuidade visual. A cegueira secundária a um defeito em um ou ambos os olhos é denominada anopsia. • Nervo oculomotor, III par; troclear, IV par; e abducente VI par. Nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular: elevador da pálpebra superior, reto inferior, reto superior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior. Todos esses são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente pelos nervos abducente e troclear. O nervo óculo motor ainda possui fibras responsáveis pela inervação pré-ganglionar parassimpática dos músculos intrínsecos do bulbo ocular: o músculo ciliar, que regula a convergência do cristalino (visão dos objetos próximos ao observador, acomodação), e o músculo esfíncter da pupila (constrição da pupila). O nervo oculomotor possui núcleo localizado na parte anterior do mesencéfalo, e divide-se em ramo superior e inferior. Já o nervo troclear emerge da face posterior do tronco encefálico, e seus neurônios motores somáticos se originam no núcleo troclear mesencefálico. Por último o neurônio abducente se origina em um núcleo pontino, o núcleo abducente; ele tem esse nome porque é responsável pela abdução do bulbo do olho. Lesões do nervo óculo motor causam estrabismo, ptose da pálpebra superior, dilatação da pupila, movimentação do bulbo do olho para baixo ou para longe do lado afetado, perda da acomodação para visão em curta distância e diplopia. Em lesões do nervo abducente, o bulbo do olho afetado não consegue se mover lateralmente, o que também causa estrabismo e diplopia, comum também nas lesões do nervo troclear. ▪ Nervo trigêmeo O nervo trigêmeo é um nervo misto, ou seja, ele emerge a partir de raízes na face anterolateral da ponte, uma raiz sensitiva e uma raiz motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam os três ramos ou divisões: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. Estas fibras conduzem impulsos extereoceptivos e proprioceptivos (músculos mastigadores e na articulação temporomandibular). A raiz motora do trigêmeo, origina-se em um núcleo pontino, ela é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular (suprem o músculo da mastigação), distribuindo-se aos músculos mastigadores (temporal, masseter, pterigóideo medial e lateral, milo-hiódeo e o ventre anterior do músculodigástrico). A neuralgia, causada por inflamações ou lesões é um dos problemas médicos mais frequente observado em relação ao trigêmeo. Ela se manifesta em crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos. ▪ Nervo facial, VII par O nervo facial é um nervo craniano misto. Destacam-se suas relações com o nervo vestíbulococlear e com as estruturas do ouvido médio e interno, no trajeto intrapetroso, e com a parótida (apesar de não a inervar) no trajeto extrapetroso. Ele emerge do sulco bulbo-pontino, através de uma raiz motora, nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermediário. Seus axônios sensitivos se projetam a partir de calículos gustatórios dos dois terços anteriores da língua, entrando no osso temporal para se unir ao nervo facial. Deste ponto, os axônios sensitivos passam pelo gânglio geniculado lateral, e terminam na ponte. A partir da ponte eles se estendem até o tálamo, e dali para as áreas gustativas do córtex cerebral. A parte sensitiva também apresenta axônios da pele do meato acústico externo, que transmitem sensações táteis, álgicas e térmicas. Além disso, proprioceptores de músculos da face e do escalpo transmitem informações, por meio de seus corpos celulares, para o mesencéfalo. Os axônios dos neurônios motores branquiais se originam de um núcleo pontino e saem pelo forame estilomastóideo para inervar os músculos da orelha média, da face, do escalpo e do pescoço. Impulsos nervosos que se propagam por estes axônios causam a contração dos músculos da mímica facial, bem como do músculo estilo- hióideo, ventre posterior do músculo digástrico e músculo estapédico. Axônios de neurônios motores percorrem ramos facial e terminam em dois gânglios: gânglio pterigopalatino e o gânglio submandibular. Por meio de transmissões sinápticas nos dois gânglios, os axônios motores parassimpáticos se projetam para as glândulas lacrimais, as glândulas nasais, as glândulas palatinas, as glândulas sublinguais e as glândulas submandibulares. Lesões do nervo facial por doenças como infecções virais ou bacterianas causam paralisia de Bell (paralisia dos músculos faciais), bem como perda da gustação, diminuição da salivação e perda da capacidade de fechar os olhos, mesmo durante o sono. Também pode ser lesado por traumatismo, tumores e AVE. ▪ Nervo vestíbulococlear, VIII par Nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo, região denominada ângulo-ponto- cerebelar. Ocupa, juntamente com o nervo facial e o nervo intermédio, o meato acústico interno na porção petrosa do osso temporal. Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, as quais embora unidas em um tronco comum, possuem origens, funções e conexões centrais diferentes. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, os quais conduzem impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do ouvido interno. Seus axônios terminam nos núcleos vestibulares da ponte e do cerebelo, no qual entram através do pedúnculo cerebelar inferior. A parte coclear do VIII par é constituída por fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral, e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição, originados no orgão espiral, receptor da audição, situado na cóclea. Seus axônios projetam-se até os núcleos bulbares e terminam no tálamo. Vale lembrar que o núcleo vestibular contém algumas fibras motoras, as quais modulam as células ciliadas da orelha interna. Lesões do ramo vestibular podem causar vertigem, ataxia (descoordenação muscular) e nistagmo (movimentos involuntários rápidos do bulbo do olho). Já lesões do ramo coclear podem causar zumbido ou surdez. Essas lesões podem ser secundárias a condições como traumatismo, tumores, ou infecções da orelha interna. ▪ Nervo glossofaríngeo, IX par O nervo glossofaríngeo é um nervo craniano misto, que emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares, que se unem para formar o tronco do nervo glossofaríngeo. Os axônios sensitivos deste nervo se originam dos calículos gustatórios do terço superior da língua; de proprioceptores de alguns músculos de deglutição que são inervados pela parte motora; de barorreceptores do seio carotídeo que monitoram a pressão sanguínea; de quimiorreceptores (monitoram os níveis sanguíneo de oxigênio e pressão) nos glomos caróticos e nos glomos paraórticos; e na orelha externa para transmitir impulsos táteis, álgicos e térmicos. Os corpos celulares destes neurônios estão localizados nos gânglios superior (jugular) e inferior (petroso). A partir dos gânglios, os axônios sensitivos passam pelo forame jugular e terminam no bulbo. Os axônios motores partem dos núcleos bulbares e saem do crânio também pelo forame jugular. Os neurônios motores branquiais inervam o músculo estilofaríngeo, que auxilia na deglutição, os axônios dos neurônios motores parassimpáticos estimulam a secreção de saliva pela glândula parótida. Os corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares dos neurônios parassimpáticos situam-se no gânglio ótico. Desse gânglio saem fibras nervosas do nervo auriculotemporal que inervam a parótida. Lesões do glossofaríngeo provocam disfagia, dificuldade para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção de saliva; perda da sensibilidade na garganta/faringe; e ageusia, perda do paladar. Pode causar também nevralgia, que se manifesta no terço posterior da língua e na faringe, podendo irradiar para o ouvido. Reflexo faríngeo: evitar engasgos; ocorre devido ao contato de objetos com o palato, com a parte posterior da língua, com a área ao redor das tonsilas e com a parte posterior da faringe; ativa o nervo glossofaríngeo e o vago; provoca contração dos músculos faríngeos. ▪ Nervo vago, X par O nervo vago é um nervo misto, que passa pela cabeça, pelo pescoço, pelo tórax e desce até o abdomem. Ele emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Suas fibras são essencialmente viscerais. No seu trajeto, o vago emite ramos que inervam a laringe, a faringe, entrando na formação de plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. Os axônios sensitivos se originam da pele e da orelha externa para enviar informações sensitivas táteis, álgicas e térmicas; de alguns receptores gustativos na epiglote e na faringe; e de proprioceptores em músculos do pescoço e da faringe. Este nervo também apresenta barorreceptores no seio carotídeo e quimiorreceptores no glomos paraórticos. A maior parte dos neurônios sensitivos se originam de receptores da maioria dos órgãos situados na cavidade torácica e abdominal, transmitindo sensações destes órgãos. Os corpos celulares destes neurônios sensitivos se localizam nos gânglios superior (jugular) e inferior (nodoso). Seus axônios então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo e na ponte. Os neurônios motores branquiais, que percorrem uma curta distância junto com o nervo acessório, se originam de núcleos bulbares e suprem músculos da faringe, da laringe e do palato mole, que são utilizados na deglutição, na vocalização e na tosse. Os axônios de neurônios motores parassimpáticos do nervo vago se originam também dos núcleos bulbares e inervam os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrointestinal e músculo liso das vias respiratórias, do esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e boa parte do intestino grosso. Eles estimulam a contração dos músculos lisos do TGI,para auxiliar na motilidade do trato, e na secreção das glândulas digestórias; ativam os músculos lisos das vias respiratórias para diminuir seu calibre; e diminuem a frequência cardíaca. Lesões nesse nervo provocam neuropatia vagal, ou interrupção do envio das sensações de vários órgãos da cavidade torácica e abdominal; disfagia; e taquicardia. ▪ Nervo acessório, XI par O nervo acessório possui uma raiz craniana ou bulbar e uma raiz espinhal. Seus neurônios motores se originam dos cinco primeiros segmentos da parte cervical da medula espinal e formam um tronco comum que sobe pelo forame magno e então sai através do forame jugular, junto com o nervo vago e glossofaríngeo. O nervo acessório transmite impulsos motores para o músculo esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos da cabeça. Os axônios sensitivos deste nervo, derivados dos proprioceptores dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio, começam seu curso em direção ao encéfalo no nervo acessório, contudo eles acabam deixando este nervo para se juntar a nervos do plexo cervical. A partir do plexo cervical, estes axônios entram na medula por meio de raízes posteriores dos nervos cervicais. Na medula eles ascendem em direção a núcleos bulbares. Se o nervo acessório é lesado como consequência de traumatismos, tumores ou AVE, ocorre a paralisia dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Neste caso, o indivíduo não consegue elevar os ombros e tem dificuldade em realizar rotação da cabeça. ▪ Nervo hipoglosso, XII par O nervo hipoglosso, essencialmente motor, emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Ele emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e tem trajeto inicialmente descendente, dirigindo-se a seguir, para diante, distribuindo-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. Estes axônios conduzem impulsos nervosos relacionados à fala e à deglutição. Devido a isso, lesões do nervo hipoglosso podem causar dificuldades na mastigação; Disartria (dificuldade para falar) e disfagia. A protusão da língua para seu lado lesado se torna atrofiado.
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