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13/04/20 1 Cerebelo O cerebelo é um órgão vinculado ao controle fino do movimento, a manutenção da postura e equilíbrio e aprendizagem motora. Síndromes cerebelares clássicas (sinais clássicos de desordem cerebelar): - Dismetria: o indivíduo não consegue atingir o alvo; - Disartria: dificuldade na fala; - Hipotonia: diminuição do tônus muscular; - Decomposição: movimentos em câmera lenta, ou seja, o indivíduo apresenta dificuldade para executar movimentos; - Disdiadococinesia: dificuldade de realizar movimentos alternados, coodernados e rápidos; - Rechaço: tremor de intenção que se acentua quando o indivíduo deseja pegar objetos; - Tremor; - Nistagmo: movimento oscilatório dos olhos; - Transtornos afetivos; - Vias de reforço; - Área tegmental ventral. Há vias que ligam o cerebelo com o encéfalo e a medula espinal. Inicialmente essas vias saem do cerebelo, se direcionam para o encéfalo e posteriormente para a medula espinal. Portanto, o cerebelo envia informações para o tálamo que, por sua vez, as direciona para o córtex motor. Do córtex é disparado um sinal em direção a medula espinal descendo através do neurônio motor superior. Por fim, essa informação é transmitida ao neurônio motor inferior que realiza a conexão com o músculo esquelético. Por esse motivo, o cerebelo é um órgão vinculado com as funções de execução de e ajuste dos movimentos. Para que os movimentos sejam executados com precisão e com refinamento é necessário a utilização do cerebelo. O neurônio motor inferior é comandado pelo neurônio motor superior que, por sua vez, é controlado por uma via proveniente do cerebelo. Essa via apresenta um aferência a nível de medula espinal, onde o órgão tendinoso de golgi (fibras do fuso) envia informações que chegam até o cerebelo permitindo a percepção do comprimento muscular para caso necessário, ajusta-lo. Portanto, o cerebelo é constantemente avisado via medula espinal acerca do ambiente muscular e da tensão local. Assim, o cerebelo apresenta relação com a medula espinal e com o córtex motor de onde é proveniente o neurônio motor superior. O cerebelo se localiza na fossa posterior e em um plano sagital mediano é possível perceber as dobras ou folhas cerebelares. Toda a extensão do córtex cerebelar é constituído por três camadas: camada molecular (externa), camada de células de Purkinje (mediana) e camada granular (interna). A medula cerebelar é composta basicamente por axônios sendo constituída, portanto, por substância branca. Na medula são encontrados os núcleos cerebelares: núcleo denteado, núcleo fastigial, núcleo globoso e emboliforme. O núcleo denteado é o maior e se localizada mais lateralmente e o núcleo fastigial localiza-se próximo à linha média. Entre esses dois núcleos estão localizados o núcleo glososo e emboliforme que podem ser agrupados compondo o núcleo interpósito. Na parte posterior do tronco encefálico são encontrados três pedúnculos: pedúnculo cerebelar superior, pedúnculo cerebelar médio e pedúnculo cerebelar inferior. Esses três pedúnculos servem para manter e conectar o cerebelo ao tronco encefálico. Através desses pedúnculos há a entrada e saída de fibras do cerebelo constituindo as vias cerebelares. O pedúnculo cerebelar superior conecta o cerebelo ao mesencéfalo e cérebro, o pedúnculo cerebelar médio conecta o cerebelo a ponte e o pedúnculo cerebelar inferior conecta o cerebelo ao bulbo e medula espinal. Organização funcional do cerebelo O cerebelo é dividido em três áreas funcionais: 1. Arquicerebelo: área pequena e inferior do órgão constituída basicamente pelo nódulo e flóculo. 2. Paleocerebelo: localizado em uma região mais mediana do órgão e sendo composto basicamente pela língula, central, cúlmen, pirâmide e úvula. 3. Neocerebelo: constitui o restante do órgão. Síndromes e lesões cerebelares são classificadas de acordo com a área funcional atingida no órgão. Cada uma dessas áreas representará uma sintomatologia diferente. O arquicerebelo também pode ser chamado de vestibulocerebelo ou cerebelo vestibular. O paleocerebelo também pode ser denominado de espinocerebelo ou cerebelo espinal. E o neocerebelo também pode ser denominado de cerebrocerebelo ou cerebelo cerebral. Essas nomenclaturas estão relacionadas com a evolução das espécies, ou seja, à medida que as espécies foram adquirindo membros foram surgindo novas áreas cerebelares. O cerebelo vestibular consiste na região mais antiga do órgão, portanto, animais que viviam em ambientes aquáticos como a lampréia apresentam somente esta região do órgão. Os peixes por possuírem 13/04/20 2 nadadeiras já apresentam a região do cerebelo espinal. Já os mamíferos, por possuírem membros superiores e inferiores utilizados com uma grande exatidão, apresentam o surgimento do cerebelo cerebral. Além disso, essa nomenclatura está relacionada com a função de cada região do órgão e com as aferências direcionadas para o cerebelo. Por exemplo, o vestíbulocerebelo diz respeito ao aparelho vestibular presente na orelha média que é responsável por informações de equilíbrio enquanto o espinocerebelo recebe informações da medula espinal e o cérebro cerebelo do cérebro. Aferências cerebelares - Aparelho vestibular; - Aparelho muscular (órgão tendinoso de golgi); - Fibras do fuso muscular; - Córtex e medula espinal; - Tronco encefálico. As aferências cerebelares constituem neurônios que trazem informações de diferentes áreas do corpo sobre o equilíbrio, tensão e comprimento muscular. Aferências do aparelho vestibular se direcionam ao vestibulocerebelo. Aferências do fuso muscular e órgão tendinoso de golgi se direcionam para o paleocerebelo. E informações provenientes do córtex cerebral se direcionam para o neocerebelo. Circuito cerebelar básico As fibras trepadeiras e fibras musgosa são fibras aferentes do cerebelo que fazem contato incialmente com as células da camada granular que, por sua vez, se comunicarão com as células de Purkinje. As células de Purkinje realizam as eferências para os núcleos cerebelares. Eferências cerebelares Se direcionam através das fibras de Purkinje predominantemente para a medula passando incialmente no córtex motor. Na medula essas eferências são transmitidas através do neurônio motor superior que se comunica com o neurônio motor inferior responsável pela inervação muscular. Há dois tratos na medula espinal direcionados para o cerebelo localizados em uma região periférica do funículo lateral: trato espinocerebelar anterior e trato espinocerebelar posterior. O trato espinocerebelar anterior cruza a nível de medula e se direciona para o pedúnculo cerebelar superior para o cerebelo oposto, ou seja, se a aferência ocorreu no lado esquerdo da medula, no cerebelo as fibras se direcionarão para o lado direito. Já o trato espinocerebelar posterior ascende homolateralmente e se direciona para o cerebelo também homolateralmente, ou seja, permanecerá sempre do mesmo lado que ocorreu a aferência. Portanto, quando há informações provenientes do lado esquerdo ou direito, independente de ocorrer o cruzamento no nível medular, sempre se direcionarão para o mesmo lado onde foi iniciada esta aferência. A importância funcional deste processo é que quando ocorrem lesões de um dos hemisférios do cerebelo a sintomatologia sempre será homolateral. Por exemplo, se há perda de função específica do hemisfério esquerdo do cerebelo o mesmo hemisfério corporal será comprometido. Lesões no arquicerebelo estarão relacionados a dificuldade do indivíduo de manter o equilíbrio e a postura. Lesões no neocerebelo haverá lesões de execução dos movimentos motores finos. Resumindo: informações do aparelho vestibular, ambiente muscular esquelético e atividade cortical circuitos cerebelares no córtex (células de Purinje) núcleos tálamo córtex motor medula (neurônio motor superior) ajuste muscular e controle fino dos movimentos.
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