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4ºAula O ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental Objetivos de aprendizagem Esperamos que, ao término desta aula, vocês serão capazes de: • analisar a situação do ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental; • estudar e avaliar os Parâmetros Curriculares Nacionais destinados ao ensino de Matemática dos anos inicias do Ensino Fundamental; • sugerir atividades para serem desenvolvidas em sala de aula, que estabeleçam uma ligação entre conhecimentos que os alunos trazem consigo e os que estão sendo adquiridos. • descrever a origem dos números estabelecendo a necessidade de sua criação e consequentemente a necessidade da escrita; • utilizar, adequadamente, os termos empregados no ensino de nosso sistema de numeração; • comparar os sistemas de numeração existentes; • sugerir atividades para serem desenvolvidas em sala de aula, que facilitem o ensino e a aprendizagem das ordens e classes que compõem um numeral. Levando em consideração a experiência que temos como professora, atuando praticamente em todos os níveis de ensino, desde os anos iniciais do ensino fundamental até o curso de Licenciatura em Matemática, constatamos no transcorrer de nossa prática pedagógica, que a disciplina de Matemática chega até mesmo a apavorar muitos alunos e, por esse motivo, é responsável por muitas reprovações e evasões em nível da educação básica. Sendo assim, a atuação de vocês, futuros professores, é muito importante para ajudar a desmistificar o ensino de Matemática. Bons estudos! Fonte: PCN (2007, p. 36). 34Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. Seções de estudo Vocês gostam de Matemática? Ou vocês são do tipo que dizem: “Eu odeio Matemática” ou “Eu nunca aprendi Matemática”, ou ainda “Em minha casa ninguém gosta de Matemática”. Como deve ser o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental? E vocês, que tipo de professores(as) pretendem ser? 1 - Considerações gerais sobre o ensino de Matemática na educação básica 2 - Objetivos e conteúdos para o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental 3 - Avaliação em Matemática 4 - Sistema de Numeração 1 - Considerações gerais sobre o ensino de matemática na educação básica Vocês já param para pensar como deveria ser o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Vocês têm alguma lembrança sobre as aulas de Matemática, as quais vocês assistiram nos primeiros anos do Ensino Fundamental? Para qualquer atitude que alguém tenha em relação à Matemática, existe, mesmo que implícito, um motivo, que levou esse indivíduo a formar um conceito negativo em relação à essa disciplina. É comum ouvirmos pessoas de nosso convívio afirmando que não gostam ou não aprendem Matemática devido a um bloqueio criado por algum professor, outro diz que não gosta de Matemática porque os professores nunca dizem para que servem determinados conteúdos ou onde serão aplicados, o porquê disso ou daquilo ... entre outros fatos que acontecem diariamente em nossas escolas de educação básica. Aqueles(as) que faz seus alunos fugirem das aulas de Matemática ou os(as) que proporcionam atividades que tornam as aulas agradáveis e interessantes e, que mostram para os alunos que a Matemática está presente em nossa vida desde a hora que acordamos até a hora que vamos dormir novamente? Caros(as) aluno(as), tudo é Matemática, basta olhar ao seu redor. O ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, deverá estar centrado nas experiências que a criança traz consigo, sendo assim, o professor deve, em primeiro lugar, partir de onde a criança está, porque “[...] a aritmética é aquilo que as crianças constroem a partir de suas experiências na vida real e não algo que é colocado em suas cabeças a partir dos livros” (JOSEPH, 1992, p. 125). E ainda conforme pensa essa pesquisadora, um professor de Matemática construtivista deve buscar ou oferecer aos seus alunos, situações que podem ser usadas para desenvolver o pensamento numérico dessas crianças. Essas situações podem ser aquelas que aparecem no dia a dia, como por exemplo, conversar com o aluno sobre o percurso de sua casa até a escola, o tempo gasto por ele ou ainda, discutir com eles sobre a altura e o peso dos próprios colegas; ou sobre suas idades; idades de seus colegas de sala; idades de seus pais e irmãos, entre outras atividades. O professor também pode lançar mão de uma atividade que vai envolver o aluno e também a sua família. Por exemplo, aquele cuja mãe ou outro parente guardou o álbum de recém- nascido ou algum documento que comprove seu peso e medida, assim, poderá comparar, fazer a diferença com o peso e medida que tem atualmente. Existem inúmeras atividades que o professor poderá aplicar em sala de aula para desenvolver o pensamento numérico. Observem que a figura mostra um tipo de atividade que envolve conteúdos matemáticos e pode ser desenvolvida em sala de aula. Fonte: PCN (2007, p. 130). 1.1 - O ensino de Matemática e os Parâmetros Curriculares Nacionais E os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) o que dizem sobre o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Antes de recorrermos aos PCN para responder a esse questionamento, vamos discorrer sobre as finalidades desse importante documento, cujo propósito é contribuir tanto para a formação inicial, quanto para a formação continuada do professor. Os PCN foram elaborados por um grupo de pedagogos, publicados em 1997 e colocados à disposição da comunidade educacional, servindo como referência para o trabalho nas escolas de Ensino Fundamental da rede pública, oportunizando às crianças um papel mais ativo nas escolas brasileiras, sugerindo inovações didáticas que contribuem para melhorar a qualidade de ensino. E como deve ser o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, segundo os PCN? A seleção e organização de conteúdos não deve ter como critério único a lógica interna da Matemática. Deve-se levar em conta sua relevância social e a contribuição para o 35 De que maneira? Como é possível facilitar o ensino e a aprendizagem de Matemática? desenvolvimento intelectual do aluno. Trata-se de um processo permanente de construção (BRASIL, 1997, p. 20). 1.2 - Conhecimento prévio do aluno E, em relação aos conhecimentos que os alunos trazem consigo o que dizem esses PCN? Também a importância de se levar em conta o “conhecimento prévio” dos alunos na construção de signifi cados geralmente é desconsiderada. Na maioria das vezes, subestimam-se os conceitos desenvolvidos no decorrer da atividade prática da criança, de suas interações sociais imediatas, e parte-se para tratamento escolar, de forma esquemática, privando os alunos da riqueza de conteúdo proveniente da experiência pessoal (BRASIL, 2007, p. 25). ATENÇÃO!!! Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, a Matemática não deve ser considerada apenas como pré-requisito para o estudo de temas que serão vistos em anos posteriores. É necessário que o ensino dessa disciplina esteja voltado para a formação do indivíduo que utiliza, cada vez mais, os conceitos de Matemática em sua rotina. E a maneira pouco eficaz de ensinar essa disciplina seria por meio de atividades que exigem que o aluno decore, quando na realidade ele precisa compreender e assimilar os conceitos. Os Parâmetros Curriculares reforçam essa afirmação, mostrando que a Matemática “[...] faz parte da vida de todas as pessoas nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades” (BRASIL, 2007, p. 29). Portanto, se a Matemática pode resolver problemas de ordem numérica que surgem no cotidiano das pessoas, se as dificuldades para o seu aprendizado não podem estar centradas nela mesma, e se também não está nas pessoas é porque essas têm condições de entendê-la, apreciá-la e produzir Matemática, então: [...] já que o problema não está naMatemática e nem tão pouco nos alunos, então pode estar na forma de apresentação de um ao outro. Não queremos com isso concluir que o professor de Matemática do Ensino Fundamental é o “grande vilão” da história. Queremos apenas que cada professor repense sua prática de sala de aula e busque aprofundar cada vez mais seus conhecimentos sobre os conteúdos matemáticos que trabalha e também sobre seus alunos, sobre como pensam e como aprendem Matemática (FREITAS & BITTAR, 2004, p. 18). 1.3 - Características do professor Diante de todas essas constatações como deve proceder o(a) professor(a) de Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental? Ele(a) não deve se preocupar muito com os conteúdos que serão apresentados, mas, sim, com a forma como eles serão trabalhados. Para responder tal questionamento, consultamos a Revista Nova Escola – Parâmetros Curriculares fáceis de entender, e constatamos que, um(a) professor(a) pode obter sucesso no ensino da Matemática seguindo alguns princípios, tais como: • É fundamental conhecer a fundo a disciplina, seus métodos e aplicações para poder escolher a maneira correta de ensinar e avaliar seus alunos. Por exemplo, não adianta o professor tentar ensinar frações aos alunos se ele próprio não dominar esse conteúdo por completo e não souber mostrar- lhes em que situações concretas as frações serão úteis para cada um. • É necessário também conhecer a história de vida de seus alunos para sintonizar o ensino com a bagagem que eles trazem de casa. Se a criança mora no campo e ajuda seus pais na lavoura, o professor, ao ensinar o conceito de área e perímetro, deverá se esforçar para propor exercícios que envolvam o cálculo de áreas de plantio, o que certamente o tornará muito mais fácil a compreensão da questão (2001, p. 52). Para facilitar o ensino e a aprendizagem de conteúdos matemáticos há necessidade de relacioná-los com o cotidiano dos alunos. Além disso, temos a noção de que é muito importante para a criança a socialização, então, novamente recorremos à Revista Nova Escola (2001, p. 52), para verificarmos sobre a importância de trabalhar as atividades matemáticas em grupo e, para justificar essa argumentação, citamos: • o trabalho coletivo em classe pode lhe trazer ganhos substanciais. Você vai deixar de ser aquele tipo de professor que apenas enche o quadro-negro e expõe o conteúdo a classe e passará a desenvolver a função de facilitador e organizador de informações. Outra vantagem: os laços afetivos entre as crianças se estreitarão, tornando mais proveitosas as atividades. Já os lucros para o aproveitamento escolar merecem uma relação especial; • os alunos vão perceber que, além de buscar uma solução para uma situação proposta, devem cooperar para resolvê-la; • a habilidade em se expressar e compreender o pensamento dos colegas de classe será desenvolvida; • o aluno será incentivado a incorporar soluções alternativas, o que obrigará a ampliar seu conhecimento acerca dos conceitos envolvidos na atividade proposta. 2 - Objetivos e conteúdos para o ensino de matemática É necessário que o professor repense a sua prática pedagógica em função dos objetivos propostos para os anos iniciais do ensino fundamental, recomendados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. E cada um desses objetivos deve ser decomposto pelo professor, ou seja, deve-se buscar o significado de cada uma das palavras, e para exemplificar o que estamos sugerindo, 36Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. escolhemos um dos objetivos propostos para o primeiro ciclo, o qual indica que o ensino de Matemática deve levar o aluno a: Construir um significado de número natural a partir de seus diferentes usos no contexto social, explorando situações-problema que envolvam contagens, medidas e códigos numéricos. ATENÇÃO!!! “Construir o significado de número natural”, não quer dizer que o professor tem que passar uma relação de números naturais e, o aluno por sua vez deve decorar essa relação sem entender o que significa, sem relacioná-los com o seu cotidiano ou com as situações-problema que eles vivenciam no dia a dia. Dessa forma, o professor ao planejar sua aula e propor os objetivos, (esses objetivos constam nos Parâmetros Curriculares Nacionais - vol.3) precisa analisar cada termo e relacionar esse objetivo com o conteúdo correspondente. O ideal seria que os professores selecionassem os conteúdos a partir dos objetivos propostos. E, por falar em conteúdo, ... o que propõem os Parâmetros Curriculares Nacionais para os primeiros anos do Ensino Fundamental? Há um razoável consenso no sentido de que os currículos de Matemática para o ensino fundamental devam contemplar o estudo de números e operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da Álgebra e da Geometria) (BRASIL, 2007, p. 53). Mas... em que consiste cada um desses blocos? 2.1- Bloco de conteúdos: Números e operações Neste bloco será discutido um conteúdo bastante conhecido nosso e muito presente no cotidiano de nossos alunos. Os números e as operações básicas estão presentes no dia a dia de todos os indivíduos e constituem o tema central de estudo nos anos iniciais do ensino fundamental. Conforme os PCN, vejamos: Ao longo do ensino fundamental os conhecimentos numéricos são construídos e assimilados pelos alunos num processo dialético, em que intervêm como instrumentos efi cazes para resolver determinados problemas e como objetos que serão estudados, considerando suas propriedades, relações e o modo como se confi guram historicamente. (BRASIL, 1997, p. 54). As crianças têm noção de operações antes de entrarem na escola, por isso é importante que o professor a partir desse conhecimento ou seja, aproveite o que a criança já sabe, proporcionando atividades que contribuam na construção do pensamento numérico. 2.2 - Bloco de conteúdos: espaço e forma No bloco “espaço e forma”, destaca-se a importância da Geometria no currículo de Matemática do ensino fundamental, e é por meio dos conteúdos geométricos que o aluno terá condições de compreender o mundo em que vive, e ainda poderá descrevê-lo, representá-lo e aprender a se localizar nele. Conforme sugerem os PCN, nos anos iniciais do Ensino Fundamental as atividades de Geometria devem estimular nos alunos a capacidade de estabelecer pontos de referência a seu redor e ainda o professor deve elaborar atividades que ajudem o aluno a compreender termos como esquerda, direita, distância, deslocamento, acima, abaixo, ao lado, na frente, atrás, perto e longe, entre outros. Também é importante incentivar a criança a explorar mapas e guias da cidade. 2.3 - Bloco de conteúdos: grandezas e medidas Quanto ao bloco “grandezas e medidas”, o professor deve proporcionar atividades que utilizam medidas não- padronizadas, por exemplo, medir a largura da sala de aula com passos, medir a mesa com palmos, usar instrumentos como balança, fita métrica e recipientes de uso diário, como um copo para medir volume. Em relação às transformações de unidades de medidas, o professor deve trabalhar somente com as mais usadas no cotidiano, por exemplo, transformar metros em centímetros ou quilômetros em metros, entre outras. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) o conteúdo de Geometria faz parte dos dois blocos: “espaço e Forma” e “grandezas e medidas”. 2.4 - Bloco de conteúdos: tratamento da informação Os PCN apresentam também o bloco de conteúdo, intitulado tratamento da informação, consiste em um tema importante em função do uso de noções de estatística, probabilidade e combinatória na sociedade atual. É evidente que nos anos iniciais do ensino fundamental não se pretende definir termos ou aplicar fórmulas, ou seja, os alunos terão apenas noções básicasdesses temas relacionando-os ao cotidiano dos alunos. Em estatística, a finalidade é desenvolver atividades com os alunos para coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, representando-os por meio de gráficos e tabelas. Em relação à combinatória, a objetivo é proporcionar aos alunos atividades que envolvam combinações, arranjos, permutações e, especificamente, o princípio multiplicativo da contagem. E para trabalhar com probabilidade, o professor deve mostrar ao aluno que muitos dos acontecimentos do cotidiano são de natureza aleatória e que os prováveis resultados desses acontecimentos podem ser identificados. Como dissemos anteriormente, o professor não deve se prender à quantidade de conteúdo, mas à forma como eles serão trabalhados em sala de aula, porque pela nossa experiência, podemos conjecturar que um dos motivos que rotularam a Matemática como a disciplina vilã na educação básica, ou seja, aquela que é responsável pelo maior número de reprovações nas escolas ou aquela que os alunos menos gostam, é o fato dos professores se preocuparem muito com a quantidade dos conteúdos a serem trabalhados, quando deveriam se preocupar 37 mais com a qualidade. E os PCN, em relação à atenção que deve ser dada aos conteúdos, só vêm reforçar o nosso pensamento ao sugerir que: O desafi o que se apresenta é o de identifi car, dentro de cada um desses vastos campos, de um lado, quais conhecimentos, competências, hábitos e valores são socialmente relevantes; de outro, em que medida contribuem para o desenvolvimento intelectual do aluno, ou seja, na construção e coordenação do pensamento lógico-matemático, da criatividade, da intuição, da capacidade de análise e de crítica, que constituem esquemas lógicos de referência para interpretar fatos e fenômenos. (BRASIL, 2007, p. 53). Portanto, futuros(as) professores(as), não são apenas os objetivos que devem ser analisados antes de serem operacionalizados, os conteúdos também devem ser cuidadosamente avaliados antes de serem apresentados aos alunos. Geralmente, ouvimos dos professores que estão em sala de aula, que não podem “perder tempo” com aulas práticas porque têm uma proposta curricular a cumprir, uma lista de conteúdos que devem ser apresentados até o final do ano letivo. Mas ... o que signifi ca para vocês, futuros(as) professor(as), “perder” ou “ganhar” tempo”? Alguns professores dizem que perdem tempo quando trabalham com atividades práticas em sala de aula para facilitar o ensino e a aprendizagem de Matemática. Na maioria das vezes quando o professor pensa que está perdendo tempo, na realidade ele está é ganhando tempo, porque o aluno por meio das atividades práticas, irá construir seu próprio conhecimento. No início, mesmo que o professor demore um pouco mais para trabalhar determinado conteúdo, haverá a compensação logo mais à frente e esse aluno será levado a raciocinar com maior agilidade. Também existe algo que precisa ser repensado, ainda têm professores que estão preocupados em trabalhar todos os conteúdos que estão no livro didático adotado, sem ao menos preocuparem-se com a qualidade das aulas. O livro didático desempenha importante papel nas escolas brasileiras, principalmente no segmento da educação básica, consistindo muitas vezes numa única referência, ou seja, único recurso auxiliar do qual o professor dispõe, e por isso muitos professores ainda acreditam que para realizarem um bom trabalho terão que trabalhar todo o conteúdo que está nesse livro, ou seja, de capa a capa. Caros(as) alunos(as), pensem nisso! O livro didático deve ser considerado como um dos elementos que auxilia no processo de ensino e aprendizagem. Não queremos dizer que o professor deve abolir esse recurso, mas é importante filtrar o que realmente precisa ser trabalhado em sala de aula, evitando usá-lo como um fim em si mesmo. 3 - Avaliação em matemática Vocês têm ideia de como deve ser a avaliação em Matemática? De acordo com os PCN se ocorreram mudanças na forma de apresentação dos conteúdos, na maneira de conceber a aprendizagem e na definição de objetivos será necessário repensar as finalidades da avaliação, focando principalmente como e o quê se avalia. Atualmente, a questão do erro é vista de outra forma por muitos educadores e em determinadas situações o erro do aluno é aproveitado para formar novos conceitos. Em relação ao erro, Lorenzato (2006, p. 50) argumenta: O erro constitui-se numa oportunidade para o professor mostrar seu respeito ao aluno, pois o aluno não erra porque deseja; e mais o erro é pista (dica) para a realização de sondagem às suas possíveis causas. Os erros de nossos alunos podem ser interpretados como verdadeiras amostragens dos diferentes modos que os alunos podem utilizar para pensar, escrever e agir. Portanto, não é atitude correta do professor simplesmente informar ao aluno que o problema está errado, mas é importante dialogar com ele numa tentativa de descobrir o que ele está pensando e os motivos que o levaram a resolver a questão de tal forma. Ele pode indagar ao aluno: por que você resolveu dessa maneira? Ou mostrar como você resolveu. Após essa conversa, o professor pode propor ao aluno uma ou mais situações para que ele possa perceber a incoerência de suas respostas, dessa forma o professor estará contribuindo para que o aluno reformule seus conceitos e corrija os seus erros e, sobretudo compreendendo onde foi que ele errou. 3.1 - Como trabalhar com o erro Para exemplificar o que acabamos de afirmar, apresentamos a seguir duas situações distintas que envolvem professor, aluno e uma atividade referente às operações com frações. Vamos à situação: se um determinado aluno resolveu a adição de frações com denominadores iguais, assim: 3/5 + 1/5 = 4/10, como a operação não foi resolvida de maneira correta, porque a resposta certa é 4/5 o mais comum é deparar com um professor que faz a correção e diz para o aluno que a atividade está “errada”, ou “não é assim que se faz”, ou ainda “quantas vezes eu já disse que conserva o mesmo denominador e somam os numeradores?” Vocês mesmos já devem ter presenciado algo semelhante. Porém, o professor que está preocupado com a aprendizagem do aluno, vai propor a resolução de outra operação semelhante, tal como: 1/2 + 1/2, meio mais meio, deixando o aluno resolver. 38Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. Provavelmente, ele vai resolver da mesma maneira e o resultado será 2/4 que simplificando por 2 vai dar como resultado 1/2 , então o professor questiona o aluno, será que meio mais meio dá meio? E, então, o aluno vai dizer que não e que o resultado correto é um inteiro. Então, nesse momento o professor mostra que 1/2 + 1/2 = 2/2 = 1 (inteiro). O aluno que passar por tal situação, não irá se esquecer e toda vez que precisar resolver operações de frações com denominadores iguais, irá se lembrar do meio mais meio. Podemos dizer, um professor que age conforme o segundo exemplo, está ensinando o aluno realmente. 3.2 - Como agem alguns professores Os professores, geralmente, têm pressa em passar os conteúdos e, por isso, despejam esses conteúdos como se a cabeça do aluno fosse um reservatório pronto para receber tudo que vem do professor. Nesse caso, a ideia que se tem de ensinar Matemática é transmitir conteúdos ou transferir o conhecimento da cabeça deles (professores), para a cabeça dos alunos. Esses professores acabam fazendo a parte do aluno, ou seja, faz o que competiria ao aluno realizar em sala de aula. Nas escolas de educação básica, o ensino quase sempre ocorre dessa forma: o professor coloca um exemplo no quadro, resolve esse problema explicando cada passo, pede para o aluno reproduzi-lo em seu caderno e, a seguir, propõe exercícios semelhantes ao exemplo dado. O professor precisa acreditar mais em seus alunos e deve fornecer as ferramentas tanto teóricas quanto práticas, parao aluno aprender uma Matemática que envolva a sua realidade. Deve também dar condições para que os alunos possam caminhar sozinhos e acreditar que eles são capazes de fazer Matemática. RESUMINDO: o ideal seria que os professores assumissem a posição de auxiliares do aluno na construção do seu conhecimento. O professor que age dessa maneira será aquele que vai educar, deixando que o aluno seja ele mesmo; será um ser atuante, participando de todas as situações de sala de aula refletindo sua forma de ver o mundo. Até agora, ficou evidente que o professor deve se preocupar com a qualidade de suas aulas e não com a quantidade de conteúdos trabalhados durante o ano letivo. Você, futuro(a) professor(a), ao trabalhar conteúdos matemáticos com seus alunos deve se perguntar o tempo todo: será que meu aluno formou esse conceito? Será que ele construiu o conhecimento? Para melhorar a qualidade das aulas será necessário utilizar diferentes metodologias e recursos didáticos que ajudam a tornar as aulas de Matemática mais interessantes e prazerosas? E, como sugestão apresentamos: o ensino por meio de jogos matemáticos; a resolução de problemas; o uso da história da Matemática; o uso de recursos didáticos (material concreto de manipulação) e uso de tecnologias no ensino de Matemática, entre outros. 4 - Sistema de numeração Fonte: IMENES, L. M. Os números da história da civilização. São Paulo: Scipione, 1989. p. 15. Temos conhecimento de que a Matemática é uma ciência que surgiu na pré-história, porém somente com o aparecimento das primeiras civilizações, é que cada povo procurou uma maneira própria para representar quantidades, dependendo das necessidades que iam aparecendo no dia a dia. E à medida que aumentavam essas necessidades, novos conhecimentos também iam surgindo. Por sua vez, a história dos números é longa e como pudemos ver, em cada civilização, eles apareceram de uma determinada forma, mas com a mesma finalidade: organizar, registrar e contar. Antes eram usados inúmeros símbolos para representação numérica e para escrever um número que ocupasse várias casas numéricas era mais difícil ainda, mas hoje com apenas dez símbolos podemos representar qualquer que seja o valor. O conceito de número além do ato de contar, envolve diversas noções como ordem, seriação, quantificação, conservação, entre outros. Essas noções permitem que qualquer pessoa tenha o senso numérico sem necessariamente conhecer e escrever os símbolos numéricos. Como exemplo, podemos citar as crianças, antes de irem para a escola têm a noção de números contando seus brinquedos, demonstrando que já apresentam alguma noção de quantidade. 4.1 - A origem dos números A origem dos números é de uma época em que ainda não existia a linguagem escrita e, os historiadores, conforme aponta Imenes (1989, p. 7) se apoiam na história da humanidade para desvendar o passado, e segundo ele, a diferença entre o homem das “cavernas” e o homem de hoje, está nas formas de viver. Por exemplo, os que viveram no passado, não usavam dinheiro, não realizam compras, nem vendas; não criavam animais e nem construíam casas, o que leva a entender que eles não conheciam os números, ou seja, não sentiam necessidade de contar. Porém, novas maneiras de viver foram surgindo e as mudanças que ocorreram na vida do homem, como por exemplo, a criação de animais, a dedicação à agricultura, a construção de moradias, levaram à necessidade de estabelecer um parâmetro de valor dos objetos. E, que exemplos podemos citar? 39 Cabe, portanto, ao(a) professor(a) dos anos iniciais, estabelecer estratégias para aproveitar esse conhecimento que a criança traz consigo, e não ignorá-lo simplesmente. O homem se deparou com um problema aparentemente impossível de ser resolvido: como designar números grandes com o mínimo de símbolos possíveis? Vocês sabiam por que nosso sistema é dito decimal? Um dos exemplos típicos para ilustrar essa necessidade de contar, refere-se ao controle que os pastores precisavam ter sobre o seu rebanho, inicialmente, esse controle era feito por meio de pedrinhas, cada uma das pedras correspondiam a uma ovelha e, se ao final do dia faltasse uma pedrinha, quando as ovelhas voltavam do pasto, o pastor saia para procurar o animal que não havia retornado. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/numeros/ numeros.htm>. Acesso em: 12 out. 2010. Conforme Imenes (1989, p. 15) “a palavra cálculo originou-se da palavra calculus, que significa ‘pedrinha’. Essa deve ser a origem da palavra calcular: contar pedrinhas.” ATENÇÃO!!! A invenção dos números deu-se, portanto, por necessidade de ordem prática e objetiva. Esses números, hoje fazem parte do cotidiano de todas as pessoas e como não poderia ser diferente também está presente no dia a dia das crianças. Sendo assim, a criança quando entra na escola, já traz consigo, conhecimentos matemáticos sobre números e de acordo com Moreira: Como se sabe, as ideias fundamentais que vão se desenvolver até a formação do conceito de número natural começam a ser elaboradas muito cedo pelas crianças, a partir principalmente de atividades associadas à contagem e a ordenação de objetos. As operações de adição, subtração, multiplicação e divisão de naturais também tem, em geral, significados fortemente associados a uma diversidade de situações da vida cotidiana (2007, p. 47). Desse modo, é importante que os conceitos de quantidade e o sistema de numeração decimal sejam bem trabalhados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, para que a criança não venha enfrentar problemas nos próximos anos de sua escolaridade. Sabemos que esse nível de ensino constitui a base para a continuação dos estudos em todas as disciplinas e, como estamos tratando do ensino de Matemática temos convicção de que o sucesso dos alunos, nessa disciplina, vai depender do trabalho dos professores nos primeiros anos do ensino fundamental. Nosso sistema de numeração decimal, com os símbolos de zero a nove, baseia-se no sistema indo-arábico, que teve seu início na Europa no século IX e, aos poucos, alastrou-se pelo mundo. Uma base de numeração é o número de unidades que é necessário agrupar no interior de uma ordem dada, para formar uma unidade de ordem imediatamente superior: A partir do momento em que o homem teve acesso à abstração dos números e aprendeu a distinção sutil entre o número cardinal e o número ordinal, ele retomou seus antigos “instrumentos” (pedras, conchas, pauzinhos, terços de contas, bastões entalhados, nós de cordas, etc.). Mas desta vez passou a considerá-los sob o ângulo da contagem. De simples instrumentos materiais eles tornaram- se, assim, verdadeiros símbolos numéricos, bem mais cômodos para assimilar, guardar, diferenciar ou combinar números inteiros (IFRAH, 1998, p. 52). Porém, o homem conheceu conjuntos cada vez maiores e com isso surgiram outras dificuldades, porque para representar números maiores, não poderíamos utilizar pedras, nem os dedos da mão e nem poderíamos repetir uma mesma palavra infinitamente. Tentaremos responder a esse questionamento, com a ilustração narrada por Ifrah (1998, p. 29) sobre os pastores de certas regiões da África ocidental, os quais tinham um hábito bastante prático para contar o rebanho. Eles faziam com que os animais passassem em fila, um a um. A cada animal que passasse eles enfiavam uma concha num fio de lã branca e, assim até passar o décimo. Então, neste momento eles tiravam todas as conchas e enfiavam uma concha num fio de lã azul, a qual representava as dezenas. E recomeçava a enfiar concha no fio de lã branca, até passar o vigésimo animal, quando introduzia mais uma concha no fio de lã azul. Quando este tinha por sua vez, dez conchas, era porque já haviam passado cem animais, então desfazia-se o colar das dezenas e enfiava uma concha no fio de lã vermelha que significava as centenas. Para trezentos e trinta e seis animais, porexemplo, haveriam seis conchas de lã branca, três conchas de lã azul e três de lã vermelha. Ainda conforme Ifrah (1998, p. 53), as conchas de lã branca representam unidades simples, as conchas de lã azul e as de lã vermelha marcam um agrupamento de dez ou de cem unidades. O que na linguagem dos matemáticos se chama “empregar a base dez”. O homem teve como base os dedos da mão para agrupar e é por isso que a base dez ocupa nas nossas numerações um lugar imbatível. Temos conhecimento de que as crianças têm o hábito de contar nos dedos, às vezes, são repreendidas pelos pais ou por professores por tal procedimento e em relação a esse recurso utilizado pelas crianças, reconhecemos que: 40Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. Os dedos foram o primeiro instrumento de contagem e de cálculo utilizado pelo homem. A humanidade inteira aprendeu a contar abstratamente até 5 nos dedos de uma mão. Depois, por simetria, prolongou a série até 10 nos dedos da outra mão, até ser capaz de estender indefi nidamente a sucessão regular dos números inteiros naturais. Etnólogos, arqueólogos, historiadores e fi lósofos acharam vestígios do uso da mão para fazer contas em todas as regiões do mundo. Assim, quando os alunos utilizam os dedos para contar ou resolver problemas envolvendo cálculos aritméticos, eles estão reproduzindo um gesto que foi importante na evolução das soluções numéricas na história da humanidade, e não mostrando uma defi ciência em sua aprendizagem dos números. Portanto, não há por que proibir este tipo de atitude (PCN – FÁCEIS DE ENTENDER – 1ª A 4ª SÉRIE, p. 52). Porém, nem todas as civilizações resolveram o problema da base da mesma maneira, pois alguns povos adquiriram o hábito de agrupar os objetos em feixes de cinco. E outros povos ainda, preferiram adotar uma base vintesimal, ou seja, eles se habituaram a agrupar por vintenas e potências de vinte os objetos a serem contados. ATENÇÃO FUTUROS(AS) PROFESSORES(AS)!!! Permitam que seus alunos utilizem os dedos para resolverem operações básicas e ou problemas de qualquer ordem. É um procedimento normal. Conhecemos casos em que os professores e até mesmo alguns pais repreendem as crianças que utilizam os dedos para contar. E então, você sabia que os primeiros números inventados foram o “um” e o “dois”? Segundo Ifrah (1998, p. 17), o UM é o símbolo do homem em pé, como sendo o único ser vivo dotado de capacidade. E o DOIS, corresponde à dualidade do feminino e do masculino, à simetria aparente do corpo humano. Esses números (ideias), juntamente com os numerais correspondentes (palavras, símbolos), foram aparecendo um após outro. E, de acordo com a necessidade, para representar a ausência de quantidades foi criado o zero. O zero aparece com a ideia de sucesso e insucesso: pesquei ou não pesquei, tenho ou não tenho. Vocês sabem para que servem os números naturais? Os números naturais foram os primeiros números que surgiram e com eles podemos efetuar as adições e multiplicações sem maiores dificuldades, porém não podemos dizer o mesmo da subtração e divisão, pois em alguns casos não existem resultados no conjunto dos números naturais, como por exemplo, no caso das operações 8 - 10 ou 4 : 8, não é possível resolvê-las no campo dos números naturais, o que não significa que tais operações não poderão ser resolvidas. Portanto, o professor deve esclarecer para seus alunos que para resolver essa subtração, ou seja, tirar um número maior de um número menor, necessitou da criação de um novo conjunto de números, ou seja, o conjunto dos Números Inteiros (positivos e negativos) e, para resolver divisões de um número menor por um número maior foi criado o conjunto de Números Racionais, representados pelas frações e pelos números decimais. RESUMINDO Atualmente, não conseguimos viver sem os números, estes fazem parte constantemente de nossas vidas, nos relógios, números de telefones, placa de carro etc., sem que a gente perceba a nossa dependência hoje é bem maior que a dos nossos antepassados. Estudar os números possibilita- nos conhecer de onde eles surgiram e porque surgiram, compreende-se que anteriormente surge pela necessidade do homem em se organizar, além de tudo conhecer como foi o sistema de numeração das civilizações e como eles evoluíram até chegar ao atual sistema. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais: O primeiro ciclo tem, portanto, como característica geral o trabalho com atividades que aproximem o aluno das operações, dos números, das medidas, das formas e espaço e da organização de informações, pelo estabelecimento de vínculos com os conhecimentos com que ele chega à escola. Nesse trabalho, é fundamental que o aluno adquira confi ança em sua própria capacidade para aprender Matemática e explore um bom repertório de problemas que lhe permitam avançar no processo de formação de conceitos (BRASIL, 1997, p. 70). Apresentaremos o trabalho de uma professora da educação infantil, porque achamos bastante interessante, o mesmo foi relatado pela aluna Cintia Rodrigues Barbosa do curso de Pedagogia da UNIGRAN, quando realizou sua pesquisa para o trabalho de conclusão do curso (sob nossa orientação). “A professora relatou que as primeiras atividades são com músicas que falam dos números como: “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho”, “Um elefante incomoda muita gente”...”, “Indiozinho”, “Um dois, feijão com arroz...”, ela baseia-se também no folclore brasileiro que segundo o RCNEI (1998, p. 218) “é fonte riquíssima de cantigas e rimas infantis envolvendo contagem e números, que podem ser utilizadas como forma de aproximação com sequência numérica oral”. Trabalhando com essas músicas ela inicia o processo de contagem, sendo que a contagem é realizada de forma diversificada pelas crianças, com um significado que se modifica conforme o contexto e a compreensão que desenvolvem sobre número. Além das cantigas ela realiza diversas brincadeiras e jogos como amarelinha, quebra-cabeça, dominó, boliche, jogo da memória, jogos com dados etc., e todos os jogos são realizados em grupos, ora com toda a sala, ora com formação de grupos. Em relação à percepção de quantidades, diariamente, ela faz a contagem das crianças que estão presentes na sala. Conta os meninos e desenha bonequinhos no quadro, representando 41 a quantidade que está presente e coloca o número na frente, com as meninas da mesma forma. Logo em seguida, ela faz as seguintes perguntas; “quantos meninos vieram hoje?”, e “quantas meninas?” e “quantos vieram a mais, meninos ou meninas?”. Depois dessa atividade eles somam quantos meninos e meninas estão presentes na sala para saber o total de alunos. Diariamente, a professora faz a leitura da reta numérica e do calendário. Na reta numérica as crianças são questionadas sobre qual é o número que vem antes e qual vem depois e assim eles vão analisando e dizendo. No calendário são trabalhados os dias da semana. As crianças são questionadas pela professora da seguinte forma: “que dia é hoje?” e “que dia foi ontem?” e “que dia será amanhã?” e “quantos dias tem a semana?” e “qual é o primeiro dia da semana?” e “o último dia?” e “quantos dias faltam para terminar o mês?”. Desenvolvendo esta atividade, a professora possibilita aos alunos identificarem um número numa determinada série, eles tendem a identificar a posição em que se encontram, qual o antecessor e sucessor de cada número e o mesmo acontece com o calendário. Todas as atividades realizadas na sala são planejadas de acordo com os acontecimentos vividos pelas crianças, como diz Lorenzato (2006, p. 152) “ao propor atividades às crianças, o professor deve lembrar-se de que o desempenho dos alunos é melhor quando as atividades estão inseridas num contexto vivido pelas crianças”. Dessa forma, quando ela trabalha peso e medida, pesando e medindo cada criança e fazendo um gráfico onde as crianças analisamquem é o mais pesado e o mais leve, ou quem é o mais alto e o mais baixo, elas tornam-se os próprios atores dessa atividade, sendo que tanto o peso quanto a medida fazem parte do seu desenvolvimento e eles sentem-se estimulados em analisar e comparar-se com as demais crianças. Quando ela conta histórias, sempre pergunta quantos personagens tem, qual é o personagem principal e quantas vezes ele apareceu. Relacionando com as histórias lidas ela prepara atividades com conjuntos em que eles precisam comparar, contar e observar. Como tarefa para casa ela aplica exercícios que envolvam lateralidade, maior e menor, o que vem antes e o que vem depois, mais e menos, dentro e fora, cedo e tarde, devagar e depressa, noite e dia. Portanto, trabalhar com as situações do cotidiano das crianças, juntamente com a realidade de mundo em que estão inseridas, faz com que a aprendizagem aconteça tanto nos conteúdos a serem trabalhados como também no mundo em que estão inseridas. Em todas as atividades ela desafia as crianças a pensarem, observarem, questionarem e refletirem sobre diversas situações, procurando realizar atividades que tenham significados para eles, trazendo para a sala de aula atualidades, para que eles aprendam os conteúdos que ela quer transmitir, e também saibam o que acontece na vida fora da sala de aula. Não basta o professor chegar à sala e colocar uma reta numérica na parede ou os números com objetos correspondentes a quantidades e pensar que as crianças irão aprender, sabemos que o mais importante é que toda a metodologia esteja voltada para a realidade das crianças propondo diversas situações e experiências. RESUMINDO Caros(as) alunos(as), citamos a realidade de uma sala de aula e o trabalho de uma professora que se preocupa em proporcionar atividades relacionadas ao cotidiano do aluno. E esperamos que vocês, futuros(as) professores(as), promovam atividades que facilitem o ensino e a aprendizagem de Matemática. 4.2 - Os primeiros sistemas de numeração As primeiras noções de números surgiram por meio da contagem de pedras. Mas como destaca Bianchini e Paccola (1997, p. 13) “À medida que o tempo foi passando, o homem necessitou cada vez mais, lidar com conjuntos contento grandes números de elementos”. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/numeros/ numeros.htm>. Partindo dessa necessidade, foram aparecendo diversas representações por meio de desenhos para descrever grandes quantidades. Os primeiros sinais de representação surgiram no Egito. Conhecidos pelas grandes construções de pirâmides, destaque na agricultura, na Astronomia, na medicina e nas esculturas, foram os primeiros a desenvolverem uma forma de comunicação escrita e o primeiro sistema de numeração. Como destaca Bianchini e Paccola (1997, p. 15) “a escrita egípcia era feita por meio de combinações de desenhos e sinais gráficos, chamados hieróglifos”. 4.2.1 - Sistema de numeração egípcia Vejamos em seguida os sinais convencionais utilizados no sistema de numeração egípcio. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/sistema-de-numera- cao-egipcia/sistema-de-numeracao-egipcia.php>. Acesso em: 08 jun. 2010. 4.2.2 - Sistema de numeração da Mesopotâmia Na região conhecida como Mesopotâmia, próxima do mar vermelho, foi onde se desenvolveu uma das mais antigas 42Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. civilizações da humanidade, a dos mesopotâmicos. Essa civilização também desenvolveu um sistema de numeração. Os números eram escritos com caracteres em forma de cunha, que era conhecida como escrita cuneiforme que quer dizer “forma de cunha” segundo Bianchini e Paccola (1997, p. 20). Como a Mesopotâmia era uma região muito rica em argila, eles escreviam em placas de barro e depois as levavam ao forno ou ao sol a fim de secar as peças. Para escreverem eles utilizavam uma espécie de bastonete. Vejamos como os mesopotâmicos escreviam os números: Disponível em: <http://www.invivo.fi ocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoi- d=976&sid=9>. Acesso em: 08 jun. 2010. Como podemos ver, a cunha em “pé” representava o número um e era possível serem repetidas nove vezes, e a cunha “deitada” representava no número dez que podia ser repetida até cinco vezes. 4.2.3 - Sistema de numeração romana Anteriormente vimos anteriormente que as outras civilizações criaram símbolos para representar os números, já os Romanos usavam as letras do próprio alfabeto, sendo que cada letra representava um valor. I = 1 XX = 20 CCC = 300 II = 2 XXX = 30 CD = 400 III = 3 XL = 40 D = 500 IV = 4 L = 50 DC = 600 V = 5 LX = 60 DCC = 700 VI = 6 LXX = 70 DCCC = 800 VII = 7 LXXX = 80 CM = 900 VIII = 8 XC = 90 M = 1.000 IX = 9 C = 100 MM = 2.000 X = 10 CC = 200 MMM = 3.000 Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/matematica/numeros-romanos1>. Acesso em: 08 jun. 2010. Esse sistema de numeração foi usado por muitos séculos na Europa, quando os livros eram copiados manualmente. Com ele era possível representar qualquer número. Ainda hoje ele é muito usado. 4.2.4 - Sistema de numeração maia Os maias habitavam na região onde hoje é o sul do México e a América Central, viveram ali por mais de mil anos. Eram povos indígenas com cultura bem avançada. Desenvolveram seu sistema de numeração que consistia em ponto e barra horizontal. Vejamos: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Numera%C3%A7%C3%A3o_maia>. Acesso em: 08 jun. 2010. O sistema de numeração maia era um sistema vigesimal, ou seja, a contagem era feita em grupos de vinte que representavam a soma dos dedos das mãos e dos pés. 4.2.5 - Sistema de numeração chinesa A civilização chinesa é uma civilização milenar, e como as outras civilizações também criaram o seu sistema de numeração representados por símbolos, e é um dos mais antigos e complexos da história. Para representar a unidade eles usavam um traço horizontal e para representar a dezena usavam um traço na vertical. Os chineses tiveram vários tipos de representações numéricas, como o Suan Zé que quer dizer “calculo mediante barras” que foi inventado a mais ou menos 2.700 anos atrás. Disponível em: <http://www.invivo.fi ocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoi- d=982&sid=9>. Acesso em: 08 jun. 2010. E, o mais usado até hoje, é formado por treze símbolos fundamentais. Disponível em: <http://www.invivo.fi ocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoi- d=982&sid=9>. Acesso em: 08 jun. 2010. O sistema de numeração chinês era muito útil para a religião e administração daquela grande civilização. 4.3 - Sistema de numeração indo- arábico Vocês sabem como surgiu nosso sistema de numeração? O sistema de numeração Indo-Arábico foi criado pelos hindus e divulgado pelos árabes, é o sistema que utilizamos hoje. O sistema de numeração indo-arábico é constituído por dez símbolos que podemos representar qualquer número. 43 Esse sistema é uma combinação de três princípios: • tem base dez, ou seja, dez unidades de uma ordem formam uma unidade de ordem imediatamente superior; • utiliza apenas dez símbolos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 com os quais são chamados algarismos; • é um sistema posicional, isto é, um mesmo símbolo representa quantidades diferentes, dependendo da posição em que ele esteja. Vejamos como era a representação dos números hindo- arábico: Disponível em: <http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoi- d=984&sid=9>. Acesso em: 08 jun. 2010. Ao contarmos grandes quantidades, procuramos fazer agrupamentos que facilitam a contagem. Como por exemplo, os bancários quando contam dinheiro, costumam fazer montinhos de 10 em 10, de R$5,00; R$ 10,00 etc, para no final fazer a soma geral. Devido a esses agrupamentos de 10 é que podemos reafirmar que o nosso sistema tem base 10. Assim temos: • 10 unidades formam uma dezena; • 10 dezenas formam uma centena; • 10 centenas formam uma unidade de milhar e assim sucessivamente.Cabe ao professor(a) dos anos iniciais do Ensino Fundamental, trabalhar esses conceitos utilizando material concreto como o “material dourado”, entre outros. O valor do algarismo depende da posição que ele ocupa no número. Por exemplo, dado o número: 6457893, em primeiro lugar será necessário separar os algarismos de três em três do final para o início. Nesse exemplo deve ficar assim: 6.457.893, sendo 893 pertencentes à classe das unidades simples, ou seja, 3 unidades, 9 dezenas e 8 centenas. Enquanto que 457 pertencem à classe do milhar, isto é: 7 unidades de milhar, 5 dezenas de milhar e 4 dezenas de milhar. Finalmente, o 6 pertence à classe do milhão corresponde à 6 unidades de milhão. O ábaco (figura abaixo) é um recurso excelente para o ensino da leitura de números e é de fácil acesso. Disponível em: <www.google.com.br>. Acesso em: 28 set. 2010, às 22:10. Como podemos constatar, os números surgiram há milhares de anos e de inúmeras maneiras, sendo que todas elas surgiram da necessidade de organizar, registrar facilitando a contagem. Sugestões se Atividades para o Ensino de Sistema de Numeração Decimal: 1. Jogo do Nunca Dez Para discutir o conceito de base, recomenda-se trabalhar com materiais, como tampas de garrafa, palitos e outros, permitindo que as crianças os agrupem de forma variada. É importante estimulá-las a tentar criar novas formas de contar e de agrupar. O jogo do “nunca dez” tem esse nome porque sua regra é “nunca ter um monte de dez”. Assim, se juntarmos canudinhos, por exemplo, cada vez que temos um monte de dez canudos devemos trocar por outro canudo, que pode ser de cor diferente, que represente o grupo de dez canudos. Esse jogo pode ser usado como “nunca 4”, “nunca 3” ou “nunca 2”, por exemplo, para promover a compreensão do conceito de base (FREITAS & BITTAR, 2004, p. 53). 2. Encontre 10 Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis de cada; ou cartas de baralho, de ás a 9. O ás representa o 1. Desenvolvimento do jogo: O objetivo do jogo é conseguir duas cartas que somem 10 (8 + 2, por exemplo). Vence aquele que conseguir o maior número de pares. Todas as cartas são distribuídas entre os jogadores, que devem mantê-las num monte à sua frente, viradas para baixo. Na sua vez, cada um deve virar a carta de cima do seu monte e tentar fazer um par cujo total seja 10 com alguma das cartas da mesa (colocadas lá antes de o primeiro jogar). Se conseguir o par, fica com as cartas para si. Se, ao contrário, nenhuma das cartas servirem deve descartar a sua também na mesa, virada para baixo. Por exemplo, se o jogador vira um 6 e não há um 4 sobre a mesa, então o seu 6 passa a compor os descartes e é a vez do próximo jogador (KAMII & JOSEPH, 1992, p. 141). 3. Desça 10 Número de jogadores: quatro. Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis cada; ou cartas de baralho de ás a 9. O ás representa 1. Desenvolvimento do jogo: Uma carta é retirada do maço e colocada de lado durante todo o jogo, de modo que uma outra no final ficará sem par. As demais são distribuídas entre os jogadores. Cada jogador procura no seu maço pares que formem 44Conteúdo e Met. do Ens. da Lingua Portuguesa e Matemática nos Anos Iniciais do Ens. Fund. 10 e os descarta no meio da mesa. Os jogadores se revezam deixando que aquele à sua esquerda pegue uma carta de sua mão ao acaso (como no jogo “Mico Preto”). Se fizer um par deve abaixá-lo sobre a mesa, se não fica com a carta, oferecendo o maço para o próximo jogador. A partida termina quando apenas um jogador sobrar com a última carta, sendo ele o perdedor (KAMII & JOSEPH, 1992, p. 141). 4. Memória de 10 Materiais: 54 cartões com números de 1 a 9, seis de cada; ou cartas de baralho de ás (representando o 1) a 9. Desenvolvimento do jogo: 16 cartas são colocadas no centro da mesa, quatro por quatro, viradas para baixo. Cada jogador, na sua vez, vira duas cartas tentando fazer com elas um total de 10. Se conseguir fica com o par e joga novamente, até que saiam duas cartas cujo total seja outro. Quando isso acontecer, ele deve devolver essas cartas para as suas posições originais, e repor as que retirou com as cartas que ficaram no monte. Com as 16 cartas viradas para baixo, novamente, ele passa a vez ao jogador à sua esquerda. Aquele que conseguir mais pares, no final do baralho, é o vencedor. Esse jogo pode variar conforme o número de cartas na mesa, 25 (5 x 5) ou 36 (6 x 6), para ficar ainda mais desafiante (KAMII & JOSEPH, 1992, p. 142). 5. Vá Para o Dez Número de jogadores: Três ou quatro (com duas pessoas esse jogo tem algumas vantagens e desvantagens). Materiais: 54 cartões com numerais de 1 a 9, seis de cada; ou cartas de baralho de às (representando o 1) a 9. Desenvolvimento do jogo: O objetivo do jogo é fazer 10 com duas cartas. Todas as cartas são distribuídas igualmente entre os jogadores, que as olham e pedem uma carta especifica a qualquer outro jogador (pode também ser jogado ordenadamente em sentido horário). “Vá para o Dez” é parecido com o jogo “Pescaria”. Por exemplo, John pergunta a Carol: “– Você tem um 1?” Se ela tiver, deve entregá-lo a John, e ele deve abaixar o seu par (no caso o 1 e o 9) para que todos vejam. Um jogador pode continuar pedindo cartas enquanto conseguir as que deseja. Se a pessoas a quem perguntou por uma certa carta não a tiver termina a sua vez, e essa pessoa é a próxima a jogar. Aquele que terminar com o maior números de pares é o vencedor (KAMII & JOSEPH, 1992, p. 142). Obs: Outros exemplos poderão ser encontrados nas obras citadas acima. Que tipo de material o professor poderá utilizar para que os alunos formem conceitos sobre unidades, dezenas e centenas? Sugerimos, em primeiro lugar, o “material dourado” porque é de fácil acesso porque está em quase todas as escolas de ensino fundamental, e é importante o uso desse material, no ensino de unidades, dezenas, centenas etc. O material Dourado ou Montessori é constituído por cubinhos, barras, placas e cubo grande, que representam: Disponível em: <www.google.com.br>. Acesso em: 29 set. 2010, às 13:00. Observem que o cubo é formado por 10 placas, que a placa é formada por 10 barras e a barra é formada por 10 cubinhos. Este material baseia-se em regras do nosso sistema de numeração. O material dourado consiste em um material concreto de manipulação, que tanto pode ser feito de madeira quanto de plástico. Ele é formado por quatro tipos de peças diferentes, que são: cubinhos medindo 1 cm de aresta; placas em forma de um paralelepípedo medindo 1cm x 10cm x 10cm; barra em forma de um paralelepípedo medindo 1cm x 1cm x 10cm e um bloco em forma de cubo medindo 10cm de aresta. A maioria das escolas de educação básica dispõem desse material, mas caso a escola não tenha, o professor poderá construí-lo em cartolina ou E.V.A, sendo quadradinhos de 1cm de lado, retângulos divididos em 100 quadradinhos de 1cm de lado. Para representar a unidade de milhar, pode-se construir um cubo e colar sobre as faces do cubo os quadrados maiores, que representam centenas. É um material riquíssimo e pode ser utilizado para explorar diversos conteúdos matemáticos, tais como: sistema de numeração decimal, sistema métrico decimal, frações decimais, números decimais, conceito de área, conceito de volumes, entre outros. Ele é indicado, principalmente, para introduzir o ensino das operações de adição e subtração, para auxiliar a compreensão dos agrupamentos, trocas e mudanças de posição, e principalmente para esclarecer o quer dizer os conhecidos “vai um” e “empresta um”, que muitas vezes aparecem sem sentido para os alunos. Vejam como utilizar o material dourado no ensino das operações básicas. 1º Resolver a adição, usando o material dourado: 27 + 48 Para resolver essa atividade, o aluno poderá usar a regra do “nunca dez” trocando as unidades quando for superior a 9 por barrinha. Assim, no exemplo, ao juntar 7 cubinhos com 8 cubinhos, ele terá 15 cubinhos,devendo trocar dez desses cubinhos por uma barrinha, tendo então como resultado, 1 barrinha e 5 unidades. A resolução da adição dessa forma proporciona ao aluno a compreensão do significado do tão utilizado “vai um”, que muitas vezes não é esclarecido aos alunos o que vai mesmo, neste caso, é uma dezena. Continuando a operação, o aluno deverá somar as dezenas (1+2+4), cujo resultado será 7, então o total será 75. ATENÇÃO FUTUROS(AS) PROFESSORES(AS)!!! ESCLAREÇAM PARA SEUS ALUNOS O SIGNIFICADO DO “VAI UM” E DO “EMPRESTA UM”. UTILIZEM O MATERIAL DOURADO. 45 2º Resolver a subtração, usando o material dourado: 36 – 27 Para essa atividade, ao tentar retirar 7 cubinhos de 6 cubinhos o aluno verá que isso não é possível, para realizar tal tarefa, então, ele deverá pegar um bastão dos três bastões (36) e trocar por dez cubinhos e, então, poderá retirar a quantidade desejada, que ficará 16 menos 7, tendo como resultado 9. E, das 3 barrinhas que existiam, como uma delas foi transformada em cubinhos ficaram duas apenas, então, 2 menos 2 é igual a zero, então, o resultado da operação será 9. É importante apresentar ao aluno a resolução de operações desse tipo, utilizando o material dourado porque esclarece a questão do “empresta um” que, geralmente, os professores não deixam muito claro para os alunos. Se ao final desta aula tiverem dúvidas, vocês poderão saná- las por meio das ferramentas “Fórum” e “Quadro de Avisos”. Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa aula, vamos recordar: 1 - Considerações iniciais sobre o ensino de Matemática na educação básica A Matemática faz parte da vida de todos os indivíduos, e é importante que o seu ensino parta da realidade do aluno, aproveitando sempre o conhecimento que esse aluno traz consigo. O problema do ensino e da aprendizagem dessa disciplina não está na Matemática, mas na forma como ela está sendo apresentada aos alunos. 2 - Objetivos e conteúdos para o ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental É essencial que o professor selecione os conteúdos a partir dos objetivos propostos para o ensino de Matemática. Como professores(as), vocês não devem se preocupar com a quantidade de conteúdos, mas, sim, com a qualidade de suas aulas. Vocês devem se questionar o tempo todo: será que meu aluno está compreendendo? Será que ele está formando conceitos? Ou será que ele está apenas decorando para fazer a prova e depois esse conteúdo vai cair no esquecimento? Vocês podem usar o livro didático como recurso, mas tenham cuidado para não tornar-se dependente dele. 3 - Avaliação em Matemática A avaliação de conteúdos matemáticos deve ser repensada. O professor deve aproveitar o erro do aluno para contribuir com o ensino e a aprendizagem de Matemática e nunca condená-lo ou fazê-lo sentir inferior àqueles que acertaram as questões propostas. O professor deve dar condições para o aluno caminhar sozinho e não fazer a parte dele ou dar tudo pronto. 4 - Sistema de Numeração Decimal Os números surgiram da necessidade de estabelecer um parâmetro de valor dos objetivos. Os primeiros números criados foram o um e o dois. O homem primitivo usava os dedos da mão para agrupar, por isso o nosso sistema tem base dez. À medida que o tempo foi passando, o homem necessitou cada vez mais, lidar com conjuntos maiores. E, a partir dessa necessidade, foram aparecendo diversas representações por meio de desenhos para descrever grandes quantidades. O sistema indo-arábico foi criado pelos hindus e divulgado pelos árabes. Para contar grandes quantidades é necessário fazer agrupamentos. O ábaco e o material dourado são materiais que auxiliam a leitura de números. Vale a pena Vale a pena ler GRANDO, C. M. & BERNARDI, L. S. Sistema de numeração e operações. Chapecó – SC, 2006. IMENES, L. M. Os números na história da civilização. São Paulo: Scipione, 1989. KAMII, C. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a educação junto a escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, 2003. Vale a pena acessar Disponível em: <www.somatematica.com.br> Disponível em: <www.novaescola.org.br> Minhas anotações
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