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Unip - Pdagogia Interdisciplinar 2020 2

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Prof: Me. Helton Lima
Pedagogia Interdisciplinar 
FORTALEZA-CEARÁ
2020
Licenciatura Plena em Educação Física – 2006
Especialista em Educação Física Escolar – 2008
Formação em Educação a distância - 2019 
Mestre em Ciências da Educação – 2020
Professor da Prefeitura de Fortaleza – PMF 2007
Professor da Faculdade Ratio Fortaleza
Professor do IAMP – Instituto Antônio Mesquita Parente
Professor da UNIP – Universidade Paulista
Coordenador do PELC 
Coordenador do Projeto Segundo Tempo - PST 
Projeto Esporte Amigo do Idoso. PMF 
E-mail: heltonblima@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9173320359418041 CREF: 10992-G/CE
Instagram: heltonbbblima
mailto:heltonblima@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9173320359418041
APRESENTAÇÃO
A disciplina Pedagogia Interdisciplinar estuda a 
relação entre os diferentes saberes e o 
conhecimento. É a integração dos saberes 
disciplinares que implica a colaboração de, no 
mínimo, duas disciplinas que objetiva acabar 
com as supostas divisões existentes entre 
elas. 
A interdisciplinaridade é de fundamental importância, 
pois possibilita a troca de informação e de discussão, 
ampliando a formação, compreensão e enfoque do 
que se está estudando, pois este conteúdo é visto 
dentro de um universo maior. Ser interdisciplinar é 
admitir uma postura de trabalho em equipe que 
ultrapassa as paredes da disciplinaridade e da 
fragmentação científica. Ela provoca trocas de 
informações e saberes. 
Encontra-se em Jean Piaget (1972) a definição 
de interdisciplinaridade como uma concepção 
de integração entre disciplinas, que, no final, 
enriquecerá todos os envolvidos. Nesse 
envolvimento interdisciplinar, nascerá uma 
nova visão sobre o objeto pesquisado ou 
estudado, pois houve uma junção, uma 
organização entre duas ou mais disciplinas a 
fim de compreender melhor o objeto a ser 
estudado.
O pedagogo interdisciplinar
Iniciamos esta obra fazendo alguns questionamentos
como: o que é ser pedagogo? E qual é o significado da
palavra pedagogia?
O pedagogo é o profissional formado em Pedagogia.
A palavra pedagogia teve sua origem na Grécia Antiga:
paidós (criança) e agogé (condução), conduzir a
criança. Portanto, o pedagogo é aquele que conduz a
criança, ou seja, faz que o aluno alcance o
conhecimento.
Nos tempos hodiernos ( Atual, modernos), o termo pedagogo 
é utilizado para se referir aos estudiosos da educação e do 
processo de ensino-aprendizagem, entendendo que um 
pedagogo é o profissional capacitado para discutir o caminho 
que a aprendizagem percorre em todas as fases e espaços, já 
que se sabe que ela não se limita à escola, pois o ser humano 
aprende em todo e qualquer espaço. A aprendizagem 
acontece em casa, na comunidade, na rua, na igreja, na 
internet, no convívio diário com as pessoas nas empresas, 
nos parques etc.
O pedagogo pode ter sua formação em: 
O termo Lato Sensu é de origem latina e quer dizer 
“sentido amplo”
Lato sensu — os profissionais que transitam na educação 
e lecionam nas mais variadas instituições educativas; e o 
O termo Stricto Sensu, em latim, significa “sentido 
específico”.
Strictu sensu — o profissional que trabalha na área da 
pesquisa, documentação, tem uma formação específica. 
A sociedade contemporânea é conhecida como sociedade do
conhecimento, ou seja, a sociedade pedagógica, em que o
aprender é eminente. Este perpassa os espaços intra e
extraescolares, formal e informal. Você já parou para pensar sobre
esse assunto?
O fazer pedagógico vai além da sala de aula, requer um olhar e
preparo diferentes do professor. Se o conhecimento está em
todos os espaços e não pertence mais unicamente à escola, a
prática pedagógica deve ser repensada e modificada,
adaptando-se à situação atual.
Pensar que a pedagogia apenas forma professores é 
pensar de forma muito simples. Ela deve preparar o 
profissional da educação para a pesquisa, para a 
reflexão e para a transformação. Pensar 
sistematicamente na educação e em seu processo 
requer uma reflexão sobre a prática educativa dos 
professores como parte do processo social. Essa 
prática exige um olhar amplo, que percorra as várias 
áreas do conhecimento — filosófica, científica e 
técnica, a fim de investigar o fenômeno educativo em 
pormenores.
Ao desenvolver essa habilidade, o 
professor não só conseguirá discutir com 
mais fundamentação as questões da 
educação, como estará preparado para 
agir interdisciplinarmente, utilizando sua 
percepção e seus conhecimentos diversos 
para solucionar e discutir problemas.
O pedagogo pode atuar como professor na 
Educação Infantil; nas séries iniciais do 
Ensino Fundamental — do primeiro ao quinto 
ano; na Educação de Jovens e Adultos; na 
orientação pedagógica; na coordenação 
educacional; na área administrativa da escola 
— como diretor.
O docente também pode trabalhar em outras esferas 
que não sejam educacionais: pedagogia empresarial, 
hospitalar, clínica; pode analisar softwares educativos 
em empresas; analisar livros didáticos em editoras etc. 
Há diversos setores que se abrem para o professor 
trabalhar com a diversidade cultural, étnica, social e 
econômica. Para tal, é preciso que o mestre seja capaz 
de trabalhar em equipe, de lidar com conflitos, buscar 
soluções para problemas presentes e desenvolver 
projetos que mobilizem as pessoas.
A Pedagogia, por abranger disciplinas 
como Filosofia, Sociologia, 
Antropologia, Psicologia, entre outras, 
tem, por excelência, a 
interdisciplinaridade.
Um fator muito importante no ensino-
aprendizagem é a interdisciplinaridade; esta 
surge da necessidade de uma reconstrução 
epistemológica, porque há uma fragmentação 
do conhecimento, quando, na verdade, o 
correto é que haja a associação de 
conhecimentos e a articulação de diferentes 
saberes, visando a um desenvolvimento global 
do aluno.
Lembrete 
A epistemologia é um ramo da filosofia 
que estuda o conhecimento, sua origem e 
sua validade; é um estudo aprofundado, 
ocorre desde a raiz do conhecimento.
Interdisciplinaridade, transdisciplinaridade
e multidisciplinaridade
A interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e 
a multidisciplinaridade podem parecer muito 
semelhantes, mas se você interpretá-las com 
atenção perceberá que cada qual possui suas 
idiossincrasias.
A interdisciplinaridade surgiu no final do século 
XIX, pois havia a necessidade de uma resposta 
frente à fragmentação causada pela concepção 
positivista — as ciências foram subdivididas, ou 
seja, surgiram várias disciplinas. Após longas 
décadas convivendo com um reducionismo 
científico, a ideia de interdisciplinaridade foi 
elaborada visando a restabelecer um diálogo 
entre as diversas áreas do conhecimento 
científico.
A interdisciplinaridade deve ser entendida e concebida não 
apenas no campo do conhecimento, e sim nas atitudes dos 
professores e dos diferentes profissionais que se proponham a 
tê-la como seu princípio de postura e de visão do mundo. Dessa 
forma, podemos considerá-la um meio de levar o aluno ao 
conhecimento dos fatos de uma forma ampla. Compreendendo 
a extensão do fenômeno e da complexidade que envolve a 
realidade, o docente precisa ter a noção da dimensão da 
diversidade que circunda o fato a ser estudado, aprendido ou 
pesquisado.
Veja a seguinte definição para a 
interdisciplinaridade: 
O prefixo ‘inter’, dentre as diversas conotações que 
podemos lhe atribuir, tem o significado de troca, 
reciprocidade, e disciplina, ensino, instrução, ciência. Logo, 
a interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo 
a troca de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências, ou 
melhor, áreas do conhecimento (FAZENDA, 1993, p. 21-22, 
grifo nosso).
Vamos estudar agora o que é 
transdisciplinaridade.
Trans + disciplinaridade = transcender, ultrapassar as 
disciplinas. 
Disciplinaridade = disciplinas de fragmentação do saber. 
Organização de conhecimento científico, subdivisão do 
conhecimento.Transdisciplinaridade = um saber que transcende a 
disciplinaridade, é a dinâmica gerada pela ação de vários 
níveis, é a realidade multidimensional do conhecimento a 
ser pesquisado, substituindo o conhecimento clássico e 
tradicional do objeto a ser estudado ou pesquisado. 
Piaget, no I seminário Internacional sobre pluri e 
interdisciplinaridade, na Universidade de Nice, 
em 1970, referiu-se à interdisciplinaridade como 
uma interação dialética entre diversas 
disciplinas e à transdisciplinaridade como um 
método que transpõe o individualismo do 
assunto a ser estudado, pesquisado ou 
compreendido, na busca de uma visão holística 
da realidade.
A transdisciplinaridade é colocada como uma forma de 
articular as novas compreensões da realidade, que vai 
além das disciplinas tradicionais. Ela percorre a 
disciplinaridade na busca da compreensão da 
complexidade dos saberes a serem absorvidos. A 
transdisciplinaridade não implica uma ligação ou 
cooperação entre as disciplinas, mas que haja um 
entendimento para organizar e ultrapassar a fronteira 
entre as disciplinas. 
Para que se consiga desenvolver um pensamento 
transdisciplinar, é necessário nos remetermos a Edgar Morin
(1999); este mencionava a necessidade de desenvolver nos 
alunos e em todos o “pensamento complexo”, a metadisciplina, 
e não pensar sobre um único ponto de vista. Assim, todo 
conhecimento transdisciplinar pressupõe um processo sempre 
aberto, que vai além do horizonte que conhecemos, implicando 
a criação e recriação permanente, a aceitação do diferente e a 
renovação das formas aparentemente acabadas do 
conhecimento.
Para Maria Cândida Moraes:
Pela transdisciplinaridade, transcendemos, criamos algo novo e 
diferente do conhecimento original, algo que pode surgir a partir 
de um insight, de um instante de luz na consciência, de um 
processo sinérgico qualquer envolvendo as diferentes 
dimensões humanas. Portanto, é a subjetividade objetiva do 
sujeito aprendente que expressa o conhecimento de uma nova 
maneira, demonstrando que o conhecer envolve todas essas 
dimensões humanas, dimensões estas não hierarquizadas e 
nem dicotomizadas, mas articuladas, funcionalmente 
complementares em sua dinâmica operacional e que atuam a 
partir de uma cooperação global que acontece em todo o 
organismo.
A multidisciplinaridade
A multidisciplinaridade refere-se a um conjunto de 
disciplinas dentro de um mesmo ramo do 
conhecimento. Podemos exemplificar da seguinte 
maneira: um trabalho que envolva várias disciplinas de 
Psicologia (como a Psicologia Sociointeracionista, 
Psicologia do Consumidor etc.). Nessa perspectiva, 
podemos considerar este trabalho como uma tarefa 
multidisciplinar. Citamos como exemplo de 
multidisciplinaridade uma cirurgia para separar dois 
bebês siameses, que pode contar com a participação 
de várias equipes médicas.
Projetos e interdisciplinaridade
Para utilizar projetos em sala de aula, é preciso 
entender que a educação vai além do aluno, 
que ela envolve o professor, a escola, os 
espaços de interação e a comunidade que a 
rodeia; o ensino transforma o espaço escolar 
em um verdadeiro ambiente de aprendizagem, 
desenvolve a autonomia do estudante e permite 
que ele crie estratégias para a construção de 
seu conhecimento. 
Para ter sucesso com essa prática, deve-se interagir e 
transitar nas diferentes áreas do conhecimento, 
resolver situações-problema a partir dos seus 
conhecimentos prévios e mobilizar-se na construção 
de conhecimentos científicos. O projeto mobiliza e 
motiva o aluno na busca desse conhecimento mais 
organizado e estruturado, e cabe ao professor fazer 
que ele busque teorias e que estabeleça as relações 
necessárias entre elas.
O aluno precisa aprender a lidar com as incertezas, com as 
possibilidades diversas, com as soluções provisórias, com a 
ambiguidade, com o sim e com o não juntos. 
Para Fazenda (1994), um projeto como prática interdisciplinar 
corresponde a articular a teoria e a prática, é dialogar com 
conceitos diferentes. Para a autora, esse processo é a ação do 
ir e vir na busca de um conhecimento. Esse exercício da dúvida, 
da pergunta e da incerteza leva o aluno ao verdadeiro 
conhecimento, pois haverá uma articulação horizontal e vertical 
entre as disciplinas, desfragmentando o saber.
Quando trabalhamos com projetos, objetivamos 
envolver várias disciplinas, estudando o tema 
escolhido dentro da especificidade de cada uma delas. 
O uso de projetos nas escolas nos conduz a um 
aprendizado mais aprofundado e significativo, 
contribuindo para o desenvolvimento cognitivo do 
aluno. O educando não é visto como um simples 
receptor, e a informação é tratada de forma construtiva 
e proveitosa. Com isso, o estudante desenvolve a 
capacidade de selecionar, organizar, priorizar, analisar, 
sintetizar etc.
 Sempre elaboramos um projeto a partir de um questionamento; para obter 
sucesso, é preciso atentar-se à sua base: a curiosidade, a necessidade 
de saber, de compreender a realidade, afastando a dicotomia entre teoria 
e prática.
 Fernando Hernandez (1998) diz que, ao trabalhar um projeto, devemos: 
pensar de forma globalizada, possibilitando aos alunos a relação entre 
informações e procedimentos; levar o professor à reflexão e à 
interpretação da prática de maneira cotidiana, empregando significado à 
relação de ensino-aprendizagem; dar um novo significado às práticas na 
sala de aula e possibilitar a discussão de temas diversos, conforme o 
interesse dos alunos e o desafio estabelecido pelo professor.
 Podemos, portanto, ensinar por meio de projetos todos os 
assuntos que tragam uma dúvida inicial, e, a partir do 
pressuposto levantado, pesquisar e buscar evidências sobre 
a questão, sem perder de vista a importância dos trabalhos 
individuais e em grupo, as aulas expositivas, os seminários, 
os debates etc. Depois da escolha do tema, devemos partir 
para as hipóteses. Depois, é preciso haver a definição do 
material de apoio para a pesquisa, que será utilizada para a 
busca de respostas — de confirmação ou não — das 
hipóteses levantadas. Certamente, as ações a serem 
desenvolvidas serão determinadas pelo tipo de pesquisa.
Ao trabalhar com projetos interdisciplinares:
 [...] tanto educadores quanto alunos envoltos numa 
pesquisa não serão mais os mesmos. Os resultados 
devem implicar em mais qualidade de vida, devem 
ser indicativos de maior cidadania, de maior 
participação nas decisões da vida cotidiana e da 
vida social. Devem, enfim, alimentar o sonho 
possível e a utopia necessária para uma nova lógica 
de vida. (FREIRE, 1996, p. 156).
Essa transformação mútua professor/aluno será 
concretizada quando o projeto tiver claro sua 
justificativa, a situação problema encontrada, a 
hipótese levantada, os objetivos traçados, a 
metodologia que será utilizada etc. Diante disso, 
algumas etapas precisam ser seguidas e 
obedecidas. São elas:
• Delimitação da área: para que seja fácil a escolha da bibliografia a 
ser lida, deve-se saber a qual área o trabalho se refere; 
• Justificativa: é ter a noção do que está acontecendo, ou seja, saber 
o que precisa ser pesquisado. Os argumentos devem ser 
convincentes e claros; 
• Delimitação do tema: um tema amplo inviabiliza a realização do 
trabalho. Deve-se selecionar um aspecto a ser abordado de acordo 
com as características de cada série e idade; 
• Problema: um questionamento surge de uma curiosidade, de uma 
pergunta a ser respondida durante o trabalho; 
• Hipóteses: são as possíveis respostas à pergunta feita;
• Objetivos: aonde se pretende chegar com esse trabalho? Qual 
a finalidade de sua realização? Nos objetivos, encontraremos o 
objetivo geral e mais amplo, que se insere nas competências a 
serem desenvolvidas no aluno e o objetivo específico: saber as 
habilidades que devem ser desenvolvidas; 
• Revisão bibliográfica: são os livros lidos e que servirão como 
embasamento teóricopara o seu trabalho; 
• Procedimentos metodológicos: são instrumentos utilizados na 
pesquisa; 
• Recursos financeiros: quanto vai custar e quem vai pagar ou 
patrocinar o projeto; 
• Divulgação: como vai ser divulgada a pesquisa; 
• Avaliação: toda atividade deve ser avaliada no processo da 
pesquisa e após o seu término.
A avaliação deve compreender os 
conceitos procedimentais e atitudinais.
A avaliação procedimental deverá ser analisada pelas 
ações que foram utilizadas para se conseguir o 
objetivo estabelecido. Deverão ser ações ordenadas, 
que envolvam destrezas, habilidades e as estratégias 
utilizadas.
A avaliação atitudinal, como o próprio nome diz, 
refere-se às atitudes durante o trabalho desenvolvido, 
como a cooperação, a solidariedade e a empatia.
Modelo de projeto
Pensar em projeto é pensar em desenvolver, na 
criança ou no aluno, um olhar amplo sobre o 
assunto que está pesquisando. Pensemos em um 
trem, que passa em várias cidades, e, conforme as 
pessoas vão entrando, ele vai incorporando as 
informações e formando uma identidade com tudo 
o que foi acrescido. Aos poucos, as pessoas vão 
deixando seus hábitos, linguagens, jeitos, e o trem, 
ao ser visto e analisado por outra pessoa, terá um 
pouco de cada um que por lá passou e interagiu. 
Modelo de projeto
Pense em um projeto que, conforme se desenvolve, 
seus participantes vão interagindo com as diversas 
áreas de conhecimento, diferentes maneiras de 
desenvolvê-lo e diferentes olhares sobre o mesmo 
objeto. No fim, este trabalho terá desenvolvido o 
conhecimento sobre o tema de maneira ampla, 
dinâmica, pois os alunos terão a noção das múltiplas 
facetas e visões existentes. Tal aprendizado não se 
limita ao tema pesquisado ou desenvolvido, ele 
possibilita a inter-relação desse saber com as outras 
áreas e situações.
Vejamos um exemplo de projeto com o rio 
Tietê:
1) Justificativa 
O rio Tietê é um dos rios mais importantes economicamente 
para o estado de São Paulo e para o país. Ficou mais 
conhecido pelos seus problemas ambientais crescentes na 
história, especialmente no trecho em que banha a cidade de 
São Paulo, esquecendo-se da sua importância na história do 
país. No século XXVIII, ele serviu de rota para os bandeirantes, 
que ampliaram o território brasileiro. Esse rio divide o estado ao 
meio, cruzando-o de leste a oeste. É considerado o símbolo de 
São Paulo.
 2) Objetivo 
O foco é compreender a história e a problemática do rio Tietê, 
que cruza a região metropolitana de São Paulo e percorre 1.136 
quilômetros ao longo de todo o interior do estado.
 3) Planejamento das atividades 
Pesquisas teóricas realizadas pelos alunos sobre o processo 
histórico de ocupação da Grande São Paulo, sobre a 
urbanização, a industrialização e a progressiva degradação 
ambiental do rio. Análise de mapas antigos e atuais. Visita à 
nascente do rio Tietê, em Salesópolis.
4) Elaboração de um caderno de campo orientado pelo professor 
Indicações de observações a serem feitas no trajeto para a nascente 
por meio de fotos, desenhos e outros registros. Nesse caderno, 
poderá haver o mapa da área percorrida.
5) Trabalho de campo Este trabalho compreende: 
observações, fotos e uma entrevista com o monitor que organiza a 
visita à nascente. É preciso que haja o entendimento da degradação 
do rio por poluição industrial e esgotos domésticos no trecho da 
Grande São Paulo, que teve origem principalmente no processo de 
industrialização e de expansão urbana desordenada ocorrido nas 
décadas de 1940 a 1970.
6) Após a realização do trabalho de campo
Depois do trabalho em campo, deve-se apresentar 
as fotos, os desenhos e as produções de textos 
sobre a história do rio Tiete e o processo histórico 
da poluição e as perspectivas para uma 
despoluição em um mural ou numa revista.
7) Avaliação 
Na avaliação, será discutido todo o caminho percorrido pelo 
grupo e se os objetivos foram alcançados. Os alunos, ao se 
depararem com a importância do rio, localizando-o 
geograficamente e entendendo sua história, ampliarão seu olhar 
sobre o Tietê, encarando a situação atual de forma diferente e 
buscando possíveis discussões e soluções. 
Trazer para discussão temas e/ou situações-problema é a 
melhor forma de aguçar a curiosidade do aluno. Piaget definia a 
inteligência como a capacidade de estabelecer relações. 
Quando um projeto interdisciplinar consegue ligar conceitos, 
encoraja os estudantes a encontrar respostas a partir de suas 
próprias perguntas e inquietações.
A UNESCO compôs uma comissão internacional de educação, 
presidida por Jacques Delors (2001), que, após profunda 
reflexão sobre a visão de pessoa e de mundo, elaborou um 
relatório, propondo uma educação para o século XX I baseada 
nos seguintes pilares:
 1) aprender a ser; 
 2) aprender a conviver;
 3) aprender a conhecer; 
 4) aprender a fazer.
Aprender a conhecer
O aprender a conhecer significa ensinar o aluno a 
buscar respostas para suas dúvidas e curiosidades em 
múltiplas fontes, proporcionando-lhe autonomia para 
construir o próprio saber. É uma aprendizagem que 
não visa a um repertório de conhecimento, mas sim a 
dominar as ferramentas que possibilitam o saber.
É importante que o professor medeie a relação do 
aluno com o mundo, conhecendo o meio que o 
circunda, afinal, este está inserido nesse espaço.
Aprender a conhecer
O conhecimento não é estático, ele muda e evolui. É impossível 
conhecer tudo, o conhecimento, hoje, significa, primeiramente, 
saber procurar, selecionar e utilizar as fontes e pesquisas. É 
necessário desenvolver nos discentes a capacidade de buscar 
novos saberes, de ampliar sua visão, de entender as diferentes 
culturas existentes e de compreender o ambiente sob seus 
diversos aspectos. Para que isso aconteça, é necessário que a 
criança tenha acesso aos diferentes tipos de metodologias 
científicas. No Ensino Médio e no Superior, a instituição escolar 
deve oferecer condições para que os estudantes adquiram 
ferramentas necessárias para entender a sociedade e o mundo.
Aprender a conhecer
Atualmente, a internet é um meio muito eficaz para se 
buscar conhecimento e informações, mas o professor 
deve alertar os alunos para pesquisarem em sites 
fidedignos. Sendo assim, o aprender a conhecer exige 
um pensamento reflexivo, e pensar reflexivamente é 
criar atitudes de questionamentos, é construir o 
conhecimento cientificamente, isto é, com bases 
sólidas. O aprender, então, envolve o pensar dialético, 
ou seja, aquele que transforma as ideias em atitudes.
Aprender a fazer
 O aprender a fazer é uma consequência do conhecer. É o colocar 
em prática o conhecimento adquirido, adaptando-o a diferentes 
situações. Aprender a fazer relaciona-se à autorrealização, pois, a 
cada pequeno avanço que conseguimos em nossos objetivos, 
ficamos satisfeitos. Portanto, aprender a fazer é caminhar em 
direção ao alvo que pretendemos atingir. 
 Quando percebemos que estamos no caminho certo, já 
experimentamos a sensação da ação realizada. Para explicar 
melhor, pense em um adolescente que deseja ser um médico e 
que ainda está cursando o segundo grau. A cada ano escolar, o 
aluno estará realizando e se aproximando de seu projeto.
Aprender a fazer
Diversos estudiosos já relataram a importância de 
seguirmos um passo de cada vez rumo aos nossos 
objetivos, e nossa própria experiência nos remete a 
isso. Cada passo consciente é uma fonte de 
realização para nossa vida. O aprender a conhecer 
e o aprender a fazer não se separam, pois, ao 
conhecer, a ação se transforma. Ao saber buscar o 
conhecimento e a utilizar suas ferramentas para tal, 
passa-se a fazer, a agir.
Aprender a conviver
Aprender a conviver é uma competência social. A família e 
a escola devem auxiliar o aluno a se descobrir, para que 
ele possa se colocar no lugar do outro nas diversas 
situações do cotidiano, aprendendo a lidar com a 
diversidade de problemas que existem.O ser humano é 
social e só sobrevive na relação interpessoal. Essa 
aprendizagem é o grande desafio do professor dos tempos 
contemporâneos: educar o aluno a conviver com o outro e 
com a suas limitações implica conduzi-lo ao 
autoconhecimento.
Aprender a conviver
A história humana é feita de conflitos, e, devido às 
rápidas mudanças que acontecem, há certa 
intensificação no elemento autodestrutivo no 
decorrer do século XX. A educação pode trabalhar 
para evitar os conflitos e desenvolver a consciência 
moral do educando. Deve transmitir ao estudante o 
respeito e a solidariedade, para que ele possa 
reconhecer o outro como alguém com direito de 
participar socialmente do grupo.
Aprender a ser
 A identidade é o que singulariza uma pessoa, é o que a torna única 
no mundo, diferente de todas as outras. O Templo de Apolo, em 
Delphos, na Grécia Antiga, menciona: “conhece-te a ti mesmo”. 
Este conhecimento é a base de todos os demais. Conhecer a si 
mesmo implica saber quem você é, suas qualidades, os pontos 
que precisam ser melhorados, seus sonhos, suas frustrações e o 
significado que você dá a tudo isso. 
 Nossas relações interpessoais também se beneficiam com a 
definição de nossa identidade. Aprendemos a nos colocar no lugar 
do outro, sentindo o que ele pode estar pensando. Fazemos isso 
com base em nossas emoções e em nossa racionalidade.
Aprender a ser
 Quando raciocinamos e mudamos nossas opiniões, muitas vezes alteramos 
nossas estruturas mentais para um nível melhor, deixando de lado as nossas 
opiniões formadas. 
 Conhecer-se e aceitar-se facilita o gostar de si mesmo. Afinal, quando 
conhecemos e aceitamos algo, é mais fácil de gostar. 
 Estudiosos da atualidade mostram que a educação deve contribuir para o 
desenvolvimento global da pessoa, deve favorecer o crescimento do espírito, 
do corpo, da inteligência, da sensibilidade, do sentido estético e da 
responsabilidade pessoal.
 É preciso desenvolver a autonomia no ser humano, torná-lo capaz de 
resolver uma situação, decidir sobre um problema e criticar uma ideia ou um 
posicionamento. Enfim, é muito importante ser capaz de formar seu próprio 
juízo de valor e atuar de forma consciente na sociedade.
A afetividade na relação professor/aluno
 Vários teóricos da educação abordam a questão da afetividade na relação 
professor/ aluno como um fator facilitador da aprendizagem. A afetividade 
pode ser definida como um sentimento de afeição por alguém, como uma 
simpatia e amizade pelo outro. 
 Para Wallon (1959), a afetividade é o ponto de desenvolvimento do 
indivíduo, e, juntamente com os aspectos cognitivos (quando integrados), 
constituem um par inseparável e permitem à criança atingir níveis de 
evolução cada vez mais elevados. 
 Wallon nasceu em Paris, em 13 de junho de 1879, e dedicou sua vida à 
compreensão do outro. Além de acadêmico, foi um homem político. 
Vivenciou as duas Guerras Mundiais, sendo que, na primeira, era um dos 
médicos que cuidava dos feridos do exército francês, e isso o fez discutir 
o antagonismo das emoções e do automatismo.
 A primeira etapa dos trabalhos de Wallon diz respeito às 
questões relativas à afetividade; a segunda, aos estudos da 
inteligência. Ele formulou uma teoria da afetividade baseada 
na emoção e no caráter, e, ainda que o nascimento da 
afetividade seja anterior ao da inteligência, ambas progridem 
em etapas evolutivas. Para Wallon, a afetividade é um 
componente importante para o desenvolvimento da 
personalidade da criança e depende de dois fatores: o 
orgânico e o social. Ao nascer, as condições biológicas 
encontradas nas crianças não terão total responsabilidade 
pelo desenvolvimento da criança, neste processo também 
estão presentes o fator social, psicológico e a escolha do 
indivíduo.
 Para Wallon (1959), a inteligência e a afetividade se 
influenciam ao longo do desenvolvimento, mas são 
inseparáveis. Para o autor, nenhuma atividade inibe a 
emoção, e nenhuma situação elimina e a presença da razão. 
A emoção provoca a inteligência quando o conhecimento 
está sendo aclamado; a inteligência, por sua vez, precisa que 
a emoção esteja presente para se desenvolver. Portanto, 
pode-se dizer que a ambas se complementam, auxiliam uma 
a outra no processo de desenvolvimento.
Wallon foi um educador incansável, autor de inúmeras obras 
dedicadas aos problemas da educação. Para ele, a 
afetividade é um domínio funcional, sendo a primeira etapa 
que a criança percorre. 
O autor destaca que a afetividade é anterior à inteligência. As 
emoções sentidas pelo bebê, portanto, são enviadas para o 
universo social por gestos, espasmos, descargas musculares 
e reflexos, que, posteriormente, irão formar a personalidade.
Na afetividade humana, a emoção e a inteligência 
exercem um papel fundamental, estão presentes 
constantemente na vida de todos os indivíduos, 
mesmo no estado de maior serenidade. Sendo 
assim, qualquer atividade, por mais intelectual que 
seja, supre a emoção. A emoção motiva a 
inteligência, que, por sua vez, precisa das 
“tormentas” das emoções para ser estimulada e se 
desenvolver.
Vygotsky
 Vygotsky (1991) defende que cada cultura produz um modo 
diferente de funcionamento psicológico e diz que a afetividade 
evolui e norteia toda a ação humana. Para este pesquisador russo, 
a evolução mental se dá por etapas, isto é, fases qualitativas de 
um nível de conhecimento para outro. Desenvolveu a Zona do 
Desenvolvimento Proximal, Real e Potencial. O primeiro refere-se 
ao momento da assimilação do conhecimento, em que a ajuda do 
outro social se faz necessária; o segundo, ao momento em que 
realizamos algo com o conhecimento que consolidamos, aquele 
que já está alicerçado em nossas estruturas superiores; o último, é 
a habilidade de realização da ação de cada pessoa, isto é, aquilo 
que somos capazes de executar com nossos conhecimentos 
adquiridos.
 Na atualidade, não se pode separar a afetividade da habilidade 
emocional. A vida afetiva nas relações interpessoais envolve as 
transformações de nossas ações. Primeiramente, há o desenvolvimento 
dos sentimentos interindividuais (afeições, simpatia e antipatias); depois, 
ocorrem as socializações das ações. Então, surgem os sentimentos 
morais intuitivos, provenientes de nossas experiências vitais e, logo 
depois, são acrescidas aos nossos interesses e valores, formando, assim, 
um “todo” equilibrado e harmônico. As relações interpessoais entre 
professores e alunos constitui uma importante ferramenta no processo de 
ensino-aprendizagem, pois o uso da afetividade possibilita a disciplina na 
sala de aula, além de contribuir para uma educação que visa à autonomia 
e liberdade, cabendo ao professor ser o mediador do processo evolutivo 
do educando.

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