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Resumo - Propriedade Intelectual

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· O que é propriedade intelectual?
A Convenção da OMPI define como Propriedade intelectual, a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico.
· Propriedade Industrial:
Na definição da Convenção de Paris de 1883 (art. 1 § 2), é o conjunto de direitos que compreende as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de proveniência ou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal. Aplica-se não só a indústria e ao comércio, mas também às atividades agrícolas. 
Código da Propriedade Industrial em vigor (Lei 9.279 de 15 de maio de 1996) diz o seguinte:
“Art. 2° - A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, se efetua mediante: I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; II - concessão de registro de desenho industrial; III- concessão de registro de marca; IV - repressão às falsas indicações geográficas; e V - repressão à concorrência desleal”. O rol de objetos legais é menor que os de objetos possíveis.
1) O que é propriedade intelectual? 
Proteção às criações do espírito humano e aos direitos de proteção dos interesses dos criadores sobre suas criações. Traduz-se na informação ou no conhecimento refletido em objetos e cópias, sendo, portanto, um ativo intangível.
A propriedade industrial abrange:
a) Patentes que protegem as invenções em todos os domínios da atividade humana;
b) Marcas, nomes e designações empresariais;
c) Desenhos e modelos industriais;
d) Indicações geográficas;
e) Segredo industrial e repressão à concorrência desleal.
PATENTE: 
1) Invenção: 
· Conceito: Invenção é uma nova solução para problemas técnicos. Para ser patenteável, a invenção, além de apresentar as características de novidade absoluta e atividade inventiva, tem que ter aplicação industrial, isto é, tem que poder ser produzida em grande escala.
· Tipos: As patentes de invenção podem ser de produto ou de processo. A criação de uma nova liga metálica é um exemplo de uma invenção de produto. A invenção de um novo método ou processo de fabricação de uma liga metálica já conhecida é uma invenção de processo.
· Inovação: A inovação é, então, uma atividade econômica executada no ambiente da produção e que se destina a dar maior competitividade a uma tecnologia ou descoberta tecnológica agregando valor econômico e lucratividade, podendo ser protegida por meio de patentes.
2) Modelo de Utilidade: 
· Conceito: a proteção de uma nova forma, disposição ou projeto que melhora um produto já existente ou que traz um aperfeiçoamento na sua aplicação. As características de novidade absoluta e aplicação industrial são também requeridas, porém com um menor grau de inventividade. Por exemplo, um alicate que tem a forma do cabo modificado (Figura 6) para cortar e dobrar materiais com maior eficiência e tornar mais confortável o seu uso pode ser um modelo de utilidade patenteável.
Lei 9.279/96
Conceito
 	A Convenção da OMPI[footnoteRef:1] define como Propriedade intelectual, a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e [1: Organização Mundial da Propriedade Intelectual.] 
todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico.
 	Tem-se, correntemente, a noção de Propriedade intelectual como a de um capítulo do Direito, altissimamente internacionalizado, compreendendo o campo da Propriedade Industrial, os direitos autorais e outros direitos sobre bens imateriais de vários gêneros.
· Conceito de Domínio Público
 	Para a Propriedade Intelectual, o domínio comum, público, simboliza o estágio em que um bem cuja natureza é não proprietária (ubíqua e não rival), depois de ter sido apropriado por um particular (inventor, autor…), retorna ao status que sempre lhe pertenceu, e pode ser usufruído por toda coletividade sem necessidade do pagamento pelo seu uso.
· Propriedade Industrial
 	Na definição da Convenção de Paris de 1883[footnoteRef:2], é o conjunto de direitos que compreende as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de proveniência ou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal. Ou seja, é o segmento da Propriedade Intelectual que tradicionalmente afeta mais diretamente ao interesse da indústria de transformação e do comércio. [2: O Brasil é país unionista, isto é, signatário de uma convenção internacional referente à propriedade industrial — a Convenção de Paris. Em função disto, vigoram no direito brasileiro os princípios e normas consagrados pela referida Convenção, também conhecida por “União de Paris”.] 
 	Este ramo do Direito não se resume às criações industriais propriamente ditas, mas “entende-se na mais ampla acepção e aplica-se não só à indústria e ao comércio propriamente ditos, mas também às indústrias agrícolas e extrativas e a todos os produtos manufaturados ou naturais, por exemplo: vinhos, cereais, tabaco em folha, frutas, animais, minérios, águas minerais, cervejas, flores, farinhas”.
 	O titular da patente, ou da marca, tem uma espécie de monopólio do uso de sua tecnologia ou de seu signo comercial, que difere do monopólio stricto sensu pelo fato de ser apenas a exclusividade legal de uma oportunidade de mercado (do uso da tecnologia, etc.) e não - como no monopólio autêntico - uma exclusividade de mercado.
 	Segundo a Constituição Brasileira vigente, a propriedade, e
especialmente aquela resultante das patentes e demais direitos industriais, não é absoluta - ela só existe em atenção ao seu interesse social e para propiciar o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Abrangência do Direito Industrial
A propriedade industrial é uma importante ferramenta para a promoção do desenvolvimento de um país, pois ela decorre diretamente da capacidade inventiva ou criadora de tecnologia de seus habitantes.
No Brasil, de acordo com o art. 2º da lei, a proteção dos direitos relativos à propriedade industrial efetua-se mediante:
a) Concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;
b) Concessão de registro de desenho industrial;
c) Concessão de registro de marca;
d) Concessão de registro de indicações geográficas;
e) Repressão à concorrência desleal.
Os Direitos industriais são concedidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Imaterial (INPI).
· Das Patentes (art. 6º - 93)
Conceito
 	É um direito, conferido pelo Estado, que dá ao seu titular a exclusividade da exploração de uma tecnologia. Como contrapartida pelo acesso do público ao conhecimento dos pontos essenciais do invento, a lei dá ao titular da patente um direito limitado no tempo, no pressuposto de que é socialmente mais produtiva em tais condições a troca da exclusividade de fato (a do segredo da tecnologia) pela exclusividade temporária de direito.
Resumindo: A patente é o título legal que documenta e legitima,temporariamente, o direito do titular de uma invenção ou de um modelo de utilidade. Ela visa tanto às criações novas como ao aperfeiçoamento das criações existentes.
É o instrumento de proteção mais utilizado no processo de inovação empresarial. Sua importância é fundamental, pois a concessão desse direito de exclusividade garante ao seu titular a possibilidade de retorno do investimento aplicado no desenvolvimento de novos produtos e processos industriais. Por outro lado, a revelação pública da invenção, um passo essencial para a concessão da patente, contribui para equilibrar os interesses da sociedade em geral.
Titularidade da Patente (art. 6º e 7º)
 	O próprio autor da invenção ou do modelo de utilidade ou, ainda, um terceiro (pessoa física ou jurídica), como resultado de uma herança, uma sucessão, uma cessão ou um contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Os direitos de propriedade sobre uma invenção ou modelo de utilidade durante a vigência de um contrato de trabalho ou de prestação de serviços podem ser:
• Exclusivamente do empregador, se o contrato tem por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva. Nesse caso, a retribuição por esse trabalho limita-se ao salário, podendo o empregador, titular da patente, conceder ao empregado, autor de invento ou aperfeiçoamento, participação nos ganhos econômicos resultantes da exploração da patente;
• Comuns, em partes iguais, ressalvada expressa disposição contratual em contrário, quando resultar da contribuição pessoal do empregado cujo contrato de trabalho não tem por objeto tal desenvolvimento, e de recursos, dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador;
• Exclusivamente do empregado, desde que desenvolvido de modo desvinculado do contrato de trabalho e não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador.
 	A patente diz respeito à invenção ou modelo de utilidade.
I. Invenção é o ato original do gênio humano. Toda vez que alguém projeta algo que desconhecia, estará produzindo uma invenção.
II. Modelo de utilidade é o objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial, com novo formato de que resulta melhores condições de ou fabricação. (art. 9º).
Requisitos
São requisitos para patenteabilidade da invenção e modelo de utilidade:
a) Novidade — Para a obtenção do direito industrial não basta que a invenção ou o modelo sejam originais, característica de natureza subjetiva (isto é, relacionada ao sujeito criador). É necessário que a criação seja desconhecida pela comunidade científica, técnica ou industrial (numa palavra, os experts da área). (Art. 11)
b) Atividade inventiva — a lei define que a invenção apresenta inventividade quando não é uma decorrência óbvia do estado da técnica (LPI, art. 13). Em outros termos, a invenção deve despertar no espírito dos técnicos da área o sentido de um real progresso. Ao seu turno, o modelo de utilidade atende ao requisito, se não decorrer de maneira comum ou vulgar do estado da técnica, segundo o parecer dos especialistas no assunto (art. 14).
c) Aplicação industrial — somente a invenção ou modelo suscetível de aproveitamento industrial pode ser patenteado (art. 15).
d) Não impedimento — a lei proíbe, por razões de ordem técnica ou de atendimento ao interesse público, a patenteabilidade de determinadas invenções ou modelos (art. 18).
Do Pedido da Patente (art. 19 – 37)
O primeiro passo para se obter o direito de propriedade sobre um invento é redigir um pedido de patente de acordo com as normas legais. O pedido de patente geralmente contém o título do invento e uma breve descrição do campo técnico no qual se situa o invento e uma descrição do invento de um modo suficientemente claro, permitindo que seja avaliado e reproduzido por uma pessoa com conhecimento técnico naquela área tecnológica.
No Brasil, uma vez redigido o pedido de patente ele deve ser depositado no INPI e estará sujeito a um exame para verificar o preenchimento dos requisitos legais.
Uma vez redigido o pedido de patente, no Brasil ele deve ser depositado no INPI e estará sujeito a um exame para verificar o preenchimento dos requisitos legais. o que deverá ocorrer após 18 meses a contar da data de depósito (art. 30).
 Durante esse período, o pedido de patente é mantido em sigilo. Havendo interesse, esse período pode ser abreviado por requerimento do depositante.
A partir da publicação, o texto completo do pedido ficará disponível para consulta pública no banco de patentes do INPI, e qualquer interessado poderá apresentar comentários e documentos destinados a quem fará o exame técnico de mérito do invento. Esse exame não é automático; ele só será feito mediante pedido do interessado em até 36 meses a contar da data de depósito.
A Carta Patente será expedida após o deferimento do pedido.
Em todo esse processo, há cobrança de taxas e anuidades, conforme art. 38 e 39.
Vigência da Patente (art. 40)
A. Uma patente de invenção (PI) tem vigência de 20 anos a contar da data de depósito ou no mínimo de 10 anos a contar da data de sua concessão.
B. Já a patente de modelo de utilidade (MU) é válida por 15 anos da data de depósito ou no mínimo de 7 anos contados da concessão.
Esse prazo mínimo, contado a partir da data de concessão, visa compensar qualquer lentidão que porventura ocorra no exame do pedido de patente. Ao final do prazo de vigência da patente, o invento entra em domínio público, e qualquer um pode utilizá-lo livremente.
Direitos Conferidos pela Patente
Segundo João da Gama Cerqueira, a propriedade, em seu aspecto positivo, assegura a faculdade de usar, gozar e dispor da invenção, e que, negativamente, importa a exclusão de qualquer pessoa, característica erga omnes essencial de direito sobre a coisa.
a) Usar: explorar o invento em benefício próprio, auferindo-lhe todos os proveitos econômicos;
b) Fruir e Dispor: explorar, em benefício próprio, os direitos de exclusiva decorrentes da patente o que compreende a faculdade de disposição, como a de cedê-la ou licenciá-la;
c) Ius Persequendi da propriedade clássica: a de impedir que terceiros explorem a invenção patenteada (o que compreende o direito de ação contra os infratores do privilégio).
Das Licenças (art. 61 – 74)
I. Licença voluntária (art. 61 – 67)
Para que um terceiro utilize um bem industrial patenteado ou registrado é necessária uma autorização ou licença do titular do bem. A alienação desses bens ocorre por atos inter vivos ou mortis causa.
A de licença voluntária é um acordo de vontades elaborado para exploração da patente pelo terceiro.
Pode ser gratuito, onerosa, exclusiva, sem exclusividade.
II. Licença Compulsória (art. 68 – 74)
 	A Lei de Propriedade Industrial define algumas exceções ao princípio de que a patente de invenção não pode ser legalmente explorada sem autorização do titular da patente e prevê a concessão de licenças compulsórias.
Essas licenças existem para impedir que o titular da patente exerça seus direitos de forma abusiva ou que não explore o objeto da patente no Brasil, ou ainda para os casos em que um inventor cria um objeto com um substancial progresso técnico, mas que, para funcionar, necessita de outro objeto patenteado anteriormente e o seu titular não autoriza o uso. 
As licenças compulsórias podem também ser concedidas em casos de emergência nacional ou de interesse público declarados em ato do governo federal.
A licença compulsória obedece a função social da propriedade imaterial, isto porque o direito considera relevante o interesse social relacionado ao acesso às comodidades propiciadas pelo desenvolvimento industrial.
Extinção da Patente (art. 78-83)
A patente extingue-se:
1) pela expiração do prazo de vigência;
2) pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros;
3) pela caducidade;
4) pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e
5) pela inobservância do disposto no art. 217.
Outra forma de Proteção da Invenção
 	Além da patente, uma empresa pode proteger sua invenção de outras formas como,por exemplo, o segredo industrial. 
A desvantagem da patente para a empresa é a publicidade da invenção e o prazo definido para exploração econômica exclusiva, pois, a depender da atividade por ela exercida e da utilidade do produto, será mais vantajoso mantê-lo em segredo. É o caso, por exemplo, das fórmulas da Coca-Cola e do Guaraná Antártica.
A proteção aos segredos industriais permite a preservação da natureza confidencial da informação contra a revelação indevida e contra o uso por pessoas não autorizadas.
A dificuldade desse tipo de “proteção” é que um produto colocado no mercado pode ser desmontado e os segredos podem ser desvendados por uma simples observação do produto. Não se pode, ainda, desconsiderar o avanço tecnológico que permite a construção de modelos tridimensionais computadorizados e a prototipagem rápida. Com a patente concedida, embora a informação sobre a tecnologia envolvida no invento esteja disponível ao público no documento do pedido de depósito, ela está protegida e por isso não pode ser aplicada industrialmente sem autorização.
A proteção por segredo industrial pode ter duração maior do que teria uma patente, além do que a divulgação ou exploração não autorizada é considerada crime de concorrência desleal.
O segredo de fábrica ou industrial é muito utilizado em áreas onde a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico são intensos, como na indústria de biotecnologia, de tecnologia da informação e comunicação, petroquímica, de bebidas, alimentos e cosmética.
REGISTRO:
1) Desenho Industrial: 
· Conceito: Desenho industrial é o aspecto ornamental ou estético de um objeto que pode ser constituído de características tridimensionais, como a forma ou a superfície do objeto, ou de características bidimensionais, como padrões, linhas ou cores. Ele tem que ser passível de reprodução por meios industriais e por isso é denominado desenho industrial.
· Qual é a diferença entre o registro de desenho industrial e uma patente? A proteção de um desenho industrial refere-se à aparência do objeto, enquanto a patente protege a sua funcionalidade. O desenho industrial é de natureza essencialmente estética, e o seu registro não protege quaisquer funções técnicas do dispositivo no qual é aplicado.
· Requisitos para o registro: Como regra geral, para ser registrável o desenho precisa ser novo e original. O desenho industrial é considerado novo e original quando não está compreendido no estado da técnica, ou seja, nenhum desenho idêntico ou muito similar é conhecido como já existente, por uso ou qualquer outro meio, antes da data de depósito do pedido, no Brasil ou no exterior.
· Por que é recomendável fazer o registro de desenho industrial?
O registro de desenho industrial é uma medida comercialmente recomendada, pois:
a) Pode impedir que ele seja copiado ou imitado pela concorrência, o que fortalece a posição da empresa no mercado;
b) Contribui para a obtenção de retorno do montante investido na criação e na comercialização do produto, aumentando os lucros da empresa;
c) Os desenhos industriais fazem parte do ativo de uma empresa e podem aumentar o valor comercial dela e dos seus produtos no mercado que atua;
d) Permite o licenciamento ou a cessão a terceiros. Por exemplo, por meio da concessão de licenças sobre um desenho protegido, uma empresa pode entrar em mercados que, de outro modo, não seria capaz;
e) Fomenta a concorrência leal e as práticas comerciais honestas, que, por sua vez, promovem a produção de uma série diversificada de produtos esteticamente atraentes.
· Direitos aferidos pelo registro do desenho industrial: O titular de um desenho industrial protegido tem o direito de impedir cópias ou imitações não autorizadas do seu desenho por terceiros, implicando a proibição de produzir, oferecer, importar, exportar ou vender qualquer produto no qual o desenho seja incorporado ou no qual seja aplicado sem o seu consentimento. O titular pode licenciar o uso do desenho por terceiros mediante o pagamento de royalties. Ele pode, ainda, ceder o direito sobre o desenho industrial a terceiros.
· Titulares: 
- Exclusivamente do empregador, quando a criação resulta da própria atividade contratada;
- Exclusivamente do empregado, quando a criação não tenha qualquer relação como contrato de trabalho ou prestação de serviços;
- Comum, quando a criação decorre de contribuição pessoal do empregado e de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador. Nos termos da Convenção de Paris (CUP), o criador do desenho industrial, mesmo que tenha cedido ou licenciado o seu uso, tem o direito de ser mencionado como o autor da criação (direito moral).
· Prazo: registro vale por 10 anos, contados da data do depósito. Ele pode ser prorrogado por mais 3 períodos sucessivos de 5 anos, até atingir o prazo máximo de 25 anos. O INPI cobra taxas referentes aos serviços de registro, além de uma taxa de manutenção, para cada 5 anos. proteção do desenho industrial é limitada ao país no qual o registro foi concedido.
· Design: Atualmente, o design visa à melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e visuais dos produtos, aumentando o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários. Ao definir a forma do produto, o profissional não busca apenas o valor estético. Assim, o design envolve atividades como planejar, delinear, desenhar, esboçar, projetar, esquematizar, criar, inventar e executar, em repetidas interações e retroalimentações que caracterizam o processo de inovação. Portanto, o conceito de design engloba o do desenho industrial, embora sejam termos usualmente utilizados de forma indistinta.
2) Marca: 
· Conceito: Marca é o sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica um produto ou serviço. Ela também simboliza para o consumidor algumas características da empresa fabricante do produto ou fornecedora do serviço, tais como a reputação, o controle de qualidade, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a qualidade do design do produto e a qualificação dos profissionais que prestam o serviço.
· Finalidade: Uma marca bem selecionada e desenvolvida é um bem de valor para a maioria das empresas. Isso ocorre porque os consumidores associam o símbolo a uma reputação, imagem e conjunto de qualidades que eles valorizam e estão dispostos a pagar mais por um produto que leve essa marca.
· Tipos: 
As marcas podem ser de produto ou de serviço. 
As marcas de produto ou serviço podem ser classificadas em dois tipos: a marca coletiva e a marca de certificação. 
A marca coletiva é uma marca de produto ou serviço utilizada por pessoas diferentes que fazem parte de uma mesma coletividade. A marca coletiva identifica que determinado produto ou serviço tem origem em qualquer empresa de uma coletividade, como uma cooperativa.
A marca de certificação é utilizada para indicar que os produtos ou serviços assinalados estão em conformidade com determinadas normas ou especificações técnicas, como a qualidade do material utilizado, padrões de consumo de energia ou a metodologia utilizada.
· Formas de apresentação da marca:
- Marca nominativa: A marca pode ser constituída apenas por palavras e combinações de letras e algarismos, compondo inclusive siglas e neologismos.
- Marca figurativa: A marca também pode ser constituída de desenhos, símbolos, imagens, grafismos e formas geométricas. Este caso também inclui as letras e algarismos isolados.
- Marca mista: A marca que combina elementos nominativos e figurativos.
- Marca tridimensional: que podem ser a própria forma do produto ou sua embalagem (desde que sejam distintivas), que também podem conter elementos nominativos e figurativos (permitida pela legislação brasileira).
· Procedimento: 
a) Observar os requisitos impostos pela LPI;
b) Distintiva: ser diferente o suficiente para ser capaz de identificar, sem ambiguidade, a origem dos produtos ou serviços assinalados pela marca;
c) Verificar se ela já não foi registrada por outra pessoa. Busca no banco de dados do INPI;
d) Custos de serviços e manutenção (similar aos depatente): 
• Custo de depósito;
• Custos de assessoria profissional especializada;
• Custos de tradução;
• Custos de manutenção. 
· Direitos do titular:
- Tem o direito de defender o registro e zelar pela integridade material e pela reputação da marca. A reprodução não autorizada da marca pode ser combatida por meio de ações judiciais.
- Ele também pode autorizar outras pessoas a utilizar a marca por meio de contratos de licença de uso, averbando-os no INPI. Ele pode ainda transferir a titularidade do registro ou do pedido para outra pessoa, e essa cessão deve ser anotada pelo INPI no certificado de registro e no próprio pedido.
Limites do titular: O titular não pode impedir que comerciantes ou distribuidores utilizem suas próprias marcas juntamente com a marca do produto ou serviço, na sua promoção e comercialização, bem como não pode impedir que fabricantes de acessórios utilizem a marca para indicar a destinação do produto. Ele também não tem o direito de impedir a citação da marca em discurso, obra científica ou literária ou qualquer outra publicação, desde que sem conotação comercial e sem prejuízo para seu caráter distintivo. 
· Prazo: O registro é válido por 10 anos, contados da data da concessão do registro, e esse prazo pode ser prorrogado, a pedido do titular, por períodos iguais e sucessivos. O registro concedido pelo INPI tem validade apenas no Brasil.
· Domínio de internet: os nomes de domínios não são considerados marcas e por isso não são passíveis de registro no INPI.
3) Indicações Geográficas: 
· Conceito: um sinal utilizado em produtos estabelecendo que são originários de uma determinada área geográfica e que possuem qualidades ou reputação relacionadas ao local de origem. Exemplos: o queijo Roquefort, produzido exclusivamente nessa região da França; o vidro Boêmia, somente para cristais produzidos nessa região da República Tcheca ou o vinho espumante Champagne, produzido somente nessa região da França.
· Diferença em relação à marca: uma indicação geográfica identifica para o consumidor que um produto é produzido em um determinado lugar e tem certas características que são ligadas ao local de produção.
· Prazo: A lei não estabelece prazo para a vigência do registro de indicação geográfica, porém, entende-se que ele protegerá os direitos enquanto persistirem as razões pelas quais ele foi concedido.
· Motivação para usar das Indicações geográficas: são percebidas pelos consumidores como referências quanto à origem e à qualidade dos produtos. Muitas delas adquiriram valiosa reputação, que, se não for adequadamente protegida, pode ser falsamente utilizada por empresários desonestos.
REPRESSÃO À CONCORRÊNCIA DESLEAL:
· Conceito: qualquer ato contrário às práticas honestas, na indústria ou no comércio, que deturpe o livre funcionamento da propriedade intelectual e a compensação econômica que ela oferece.
· Tipos de atos: 
a) Causam confusão com as indicações da origem comercial e a aparência dos produtos, por exemplo pelo uso de logotipo ou embalagem similares;
b) Induzem a erro dando falsa impressão dos próprios produtos ou serviços. Por exemplo: consta na embalagem do produto A que ele tem “0% de gordura trans”; em outro local do mesmo rótulo é mencionado que o produto contém “gordura vegetal hidrogenada”, caracterizando a propaganda enganosa, pois trata-se da mesma gordura trans;
c) Provocam o descrédito de concorrente, lançando calúnias sobre seus produtos ou serviços;
d) Infringem segredo de fábrica;
e) Tiram proveito de realização de terceiros. Por exemplo: explorar a marca SENAE, com uma diferença sutil em relação à marca SENAI, de grande renome e confiabilidade, na oferta de cursos profissionalizantes;
f) Fazem publicidade comparativa, alegando que o próprio produto é tão bom quanto o outro ou alegando que o próprio produto é melhor que o outro.
TEXTO - AS MARCAS DE CERTIFICAÇÃO E MARCAS COLETIVAS COMO INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS NACIONAIS
1) Tipos de marca na legislação nacional: 
• as marcas de serviços;
• as marcas de produtos;
• as marcas coletivas e
• as marcas de certificação.
As marcas de serviços e produtos são as mais comuns, elas servem para distinguir um produto ou um serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. Enquanto as marcas coletiva e de certificação, podem ser utilizadas por várias pessoas ao mesmo tempo, asseguram qualidade por força de lei ou de mercado, e são signos distintivos complementares e agregados às marcas de produto ou serviço.
· O que é inovação sob a ótica da propriedade imaterial?
Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. A inovação pode se dar por uma ideia, uma prática ou um objeto percebido como novo por um indivíduo.
· Novo produto melhorado ou novo – efetivamente implementado – colocado no mercado.
· Novos processos, métodos de marketing e métodos organizacionais – efetivamente implementado – quando utilizados nas operações das empresas.
Quando uma empresa passa a comercializar um novo produto, modernizando os seus processos, criando novos instrumentos de publicidade e implementando mecanismos de proteção dos seus ativos, ela está inovando. A inovação não precisa ser nova no país, mas sim na empresa que está utilizando. 
· Categorias de Inovação:
a) Inovação de produto: que é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que diz respeito às suas características ou usos previstos;
b) Inovação de processo: que é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares;
c) Inovação de marketing: que é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção, na imagem do produto através da marca registrada, na qualidade do produto através da marca de certificação ou na fixação de preços;
d) Inovação organizacional: que é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. Ex.: redução de custos administrativos ou de custos de transação, estimulando a satisfação dos funcionários junto ao seu local de trabalho.
As marcas registradas, e aí se incluem as marcas coletivas e as de certificação, também podem ser classificadas como uma forma de aquisição de conhecimento externo e exemplo de atividades para as inovações de produtos.
· A propriedade intelectual como instrumento de inovação:
· Conceito: Segundo a Convenção da União de Paris - a propriedade industrial é um conjunto de direitos que abrange as patentes, as marcas, os desenhos industriais, as indicações geográficas – denominações de origem e indicações de procedência -, o nome comercial, e a repressão da concorrência desleal (dois primeiros artigos).
· Divisão: A propriedade intelectual pode ser considerada um gênero de duas espécies: os direitos de autor e os conexos e os direitos de propriedade industrial.
· Base legal:
O artigo 5°, XXIX, da Constituição Federal de nosso país dispõe que: a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
A Lei 9279/96, em seu artigo segundo, art. 2° - A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, se efetua mediante: I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; II - concessão de registro de desenho industrial; III- concessão de registro de marca; IV - repressão às falsasindicações geográficas; e V - repressão à concorrência desleal.
Constitucionalmente também temos o fomento à inovação previsto nos artigos 218 e 219 da CRFB.
A propriedade intelectual como instrumento de inovação está regulada tanto na nossa constituição como na LPI, quando estes dispositivos legais dispõem que a proteção da propriedade intelectual deve visar e priorizar o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
· As marcas coletivas e de certificação:
· Marcas de certificação:
 - Base legal: art. 123, II da LPI - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada.
- Exemplo: selo da Associação Brasileiras de Normas Técnicas – ABNT, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, Associação Brasileira da Indústria do Café – ABIC, dentre outras marcas registradas junto ao INPI.
- Conceito: Astrid Ângulo - um signo distintivo destinado a atestar, assegurar e informar sobre a presença ou ausência de determinados atributos comuns nos produtos ou serviços que a portam, diferenciando-os em relação a aqueles que não a apresentam, de acordo às normas ou especificações técnicas voluntárias e determinadas ao efeito, pelo titular da marca, de conformidade com as exigências da lei, no interesse geral dos diferentes agentes econômicos e consumidores que se vinculam em relação com este tipo de signo distintivo no mercado.
- Função/objetivo: A função de garantia é a principal função da marca de certificação. A marca de certificação tem como objetivo assegurar que produtos ou serviços provenientes de produtores ou prestadores de serviço distintos tenham determinadas características comuns, como qualidades superiores, garantia de que os produtos ou serviços foram testados e aprovados, de que sofreram um controle prévio e foram considerados adequados, etc.
- Requisito: Só pode ser titular de uma marca de certificação pessoa sem interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado, pois os órgãos certificadores necessitam de distanciamento e imparcialidade para certificar os produtos de serviços.
· Marcas Coletivas:
- Base legal: art. 123, III da LPI - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
- Conceito: é um sinal distintivo que indica que um produto ou serviço provém de ou é prestado por uma pessoa membro da Associação titular da marca, o que o distingue de outros produtos ou serviços da mesma classe.
- Exemplo: Brazil Speciality Coffe Association, COTRIGUAÇU Cooperativa Central, Cooperativa Agropecuária Boa Esperança – CAPEBE.
- Observação: A obtenção do registro de uma marca coletiva é mais simples do que a obtenção do registro de uma marca de certificação, uma vez que a marca coletiva não precisa seguir nenhuma exigência maior, basta ter um regulamento de utilização da marca. Já a marca de certificação deve comprovar que possui capacidade de atestar e fiscalizar as características e requisitos contidos no seu regulamento.
· A utilização das marcas coletivas e de certificação como instrumento de inovação:
· Classificação: As marcas de certificação e as marcas coletivas estão classificadas como a aplicação de tecnologias industriais básicas - TIB, que são técnicas e procedimentos orientados para analisar, codificar, e normalizar diferentes aspectos de um produto ou processo.
· Funções básicas das TIB: a metrologia, a regulamentação, a normalização, a regulamentação técnica, a avaliação de conformidade, as tecnologias de gestão de qualidade, e a propriedade intelectual.
· Uso: as marcas de certificação e coletiva, podem ser utilizadas como instrumento de publicidade para os produtos ou serviços produzidos ou prestados pelas empresas nacionais. Elas podem ser utilizadas como instrumento de aumento de clientela com o estabelecimento de um elo de confiança entre os empresários e seus produtos ou serviços e o consumidor.
TEXTO – DESENHO INDUSTRIAL
· O que PODE ser registrado como desenho industrial?
O registro de desenho industrial protege a forma ornamental plástica aplicada a um produto, seja objeto tridimensional, seja um conjunto de linhas e cores bidimensional. Para que esse ornamento possa ser protegido, é necessário que ele apresente um resultado visual novo e original, assim como o produto ornamentado possa ser fabricado em escala industrial (não seja uma mera obra de arte).
 O que NÃO PODE ser registrado como desenho industrial?
Obras de caráter puramente artístico, como, por exemplo, esculturas artesanais ou qualquer tipo de arte não aplicável a um produto.
· Proibição legal: 
a) O que for contrário a moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou a imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito e veneração; e
b) A forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.
· Como posso saber se um desenho é novo e original?
· Novo - é necessário que o desenho industrial não esteja compreendido no estado da técnica nem constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data do depósito no Brasil ou no exterior, por uso ou qualquer meio, ressalvadas as hipóteses [ ].
· Original - quando resulta em uma configuração visual distintiva em relação a outros objetos conhecidos. O objeto pode reunir configurações visuais já existentes, porém deve resultar em algo distinto do conhecido.
· Procedimento para verificação do desenho como original e novo - realização de uma busca de anterioridades na Internet e no INPI, ou seja, verificar se os produtos similares previamente existentes antecipam as características ornamentais (algo que torne um objeto anteriormente conhecido em novo, a partir de um adereço incluso) que se quer proteger.
· Eu perco meu direito ao registro se divulgar o produto antes de depositar o pedido?
Não, desde que o pedido seja depositado dentro do chamado “período de graça”, ou seja, dentro de 180 dias contados a partir da primeira divulgação, e que sejam observadas as seguintes condições de divulgação:
a) A divulgação do desenho tenha sido feita pelo autor ou por terceiros que tenham obtido dele informações sobre o desenho; ou
b) A divulgação tenha sido feita por meio da publicação/concessão de um registro pelo INPI que tenha sido depositado sem o consentimento do autor, porém baseado em informações obtidas do autor ou em decorrência de atos por ele praticados.
Obs.: Não é aconselhável divulgar antes de registrar, pois nem sempre isso é aceito no direito estrangeiro. 
· Posso incluir mais de um objeto no mesmo pedido de registro de desenho industrial?
Não, pode haver a inclusão de um número máximo de 20 variações desse objeto, essas variações devem se destinar ao mesmo propósito e guardar entre si a mesma característica distintiva preponderante.
Caso a mesma característica distintiva preponderante seja aplicada a um conjunto de objetos destinados ao mesmo propósito (por exemplo, faqueiros ou aparelhos de jantar), é possível fazer o depósito de um único pedido no INPI para esse conjunto.
· O registro de desenho industrial deve estar no nome de uma pessoa física ou de uma pessoa jurídica?
Pode ser feito por qualquer pessoa, desde que conste no registro o nome do autor do desenho e a pessoa seja legitimada para obter o registro, sendo ele o depositante ou não. Para os estrangeiros, deverá ser mantido um procurador no Brasil. 
· Que direitos eu obtenho com um registro de desenho industrial?
A exclusividade de exploração de seu objeto, que culmina no impedimento de terceiros em diversos atos com o desenho protegido, como, por exemplo, comercializar, produzir ou vender.
· Meu registro de desenho industrial me dará proteção no exterior?
Não. Se houver interesse na proteção no exterior,deverá ser depositado pedido em cada país correspondente. 
· Qual o prazo de vigência do registro?
O prazo de vigência de um registro de desenho industrial é de dez anos contados de sua data do depósito, sendo que este termo pode ser prorrogado, a pedido do titular, por mais três períodos sucessivos de cinco anos.
· Devo proteger meu produto com uma patente, um registro de desenho industrial ou uma marca?
Um mesmo produto pode estar coberto por mais de um tipo de propriedade intelectual. Todas as proteções – marca, patente, desenho industrial, e até mesmo o direito autoral – podem coexistir, contanto que o produto em questão incorpore os elementos necessários para caracterizar cada proteção.
Por exemplo, um telefone pode ser passível de proteção por patente (dispositivo novo e inventivo), por desenho industrial (forma externa nova e original), por marca (nome distintivo do produto) e por direito autoral (manual do produto).
· Como faço para solicitar um registro de desenho industrial?
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI é a autarquia federal competente para conceder registros de desenhos industriais. Esse Instituto, sediado no Rio de Janeiro, possui divisões regionais, representações e postos avançados em diversas cidades do País.
Assim, para o depósito do pedido, é necessário que o interessado, pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, ou seu procurador, agente de propriedade industrial associado à ABAPI, apresente o pedido ao INPI juntamente com um formulário de requerimento fornecido pelo próprio INPI.
O INPI cobra taxas pelo registro, que devem ter seus guias de pagamento anexos ao formulário. Deve ser ressaltado que o INPI fornece uma redução de valor de retribuição para pessoas físicas, microempresas, sociedades ou associações de intuito não econômico e órgãos públicos.
· O pedido de desenho industrial deve incluir:
a) Formulário de requerimento e as expectativas guias de pagamento;
b) Desenhos ou fotografias do objeto – os desenhos ou as fotografias devem permitir uma perfeita visualização do objeto, sendo que o pedido deve, preferencialmente, incluir as vistas em perspectivas inferior, superior, frontal, traseira e lateral;
c) Relatório descritivo – o relatório descritivo tem como objetivo auxiliar a visualização e o entendimento das figuras, e deve ser incluído quando necessário;
d) Reivindicações opcional – embora o pedido de registro de desenho industrial possa incluir reivindicações, deve ser lembrado que a proteção recairá sobre o objeto tal como ilustrado nas figuras ou nos desenhos;
e) Campo de aplicação do objeto – a indicação do campo de aplicação é obrigatória quando o título do pedido ou a descrição do relatório descritivo não for suficiente para permitir a identificação e a compreensão, seja do produto, seja do conjunto de linhas aplicado ao produto.
· O que acontece depois do depósito do pedido de registro de desenho industrial?
a) Exame preliminar - o INPI verifica se toda a documentação e a informação necessárias para a efetivação do depósito (formulário, guia de pagamento, pedido com desenhos ou figuras e campo de aplicação etc.) foram entregues. Caso alguma informação ou documentação esteja faltando, será formulada uma exigência formal para complementação. Essa exigência deve ser cumprida em cinco dias contados da notificação do depositante ou do seu procurador, sob pena de não aceitação do pedido. Passado esse exame preliminar, o pedido de registro recebe um número oficial e é encaminhado para o exame formal.
b) Exame formal - o examinador do INPI verifica se a matéria do pedido é registrável como desenho industrial; se toda a documentação necessária está anexada ao processo; se o pedido refere-se a apenas um objeto e as variações apresentadas se referem ao mesmo objeto; e se o pedido evidencia clara e suficientemente o objeto pretendido. Caso o examinador entenda que o objeto do pedido não pode ser registrado como desenho industrial, o pedido será indeferido, sendo que o depositante pode interpor recurso dentro do prazo de 60 dias a contar da publicação desse indeferimento na Revista da Propriedade Industrial.
No caso de algum dos demais requisitos acima não ser preenchido, será formulada uma exigência técnica. Tal exigência deverá ser cumprida em 60 dias contados da data de publicação na Revista de Propriedade Industrial – RPI, sob pena de arquivamento definitivo do pedido de registro. Finalizado o exame formal e sendo o pedido considerado de acordo com as disposições acima mencionadas, o registro de desenho industrial será concedido, e o respectivo certificado expedido. Simultaneamente à concessão, ocorre a publicação do desenho industrial.
Por outro lado, caso o pedido não atenda a essas disposições, ele será indeferido.
· Quanto ao requisito de novidade e originalidade:
O INPI não examina o mérito da originalidade e novidade. 
Caso o titular do registro queira, ele pode requerer o exame de mérito ao INPI, após a concessão do registro. O INPI então realiza uma busca de anterioridade e verifica se o desenho é novo e original em relação às anterioridades verificadas. Ao final do exame, o INPI emite um parecer conclusivo. Vale bastante quanto a uma eventual ação judicial. 
· Meu registro pode ser anulado?
Sim, administrativamente até cinco anos após sua concessão e anulado judicialmente a qualquer tempo de sua vigência. Caso a nulidade administrativa de um registro seja requerida por um terceiro ou de ofício pelo INPI, em até 60 dias da concessão, os seus efeitos serão suspensos até a decisão do processo de nulidade.
· Meu registro pode ser extinto?
Sim, pela expiração do prazo de vigência, pela renúncia do titular, pela falta de pagamento da taxa de manutenção do registro e, no caso de titular estrangeiro, pela falha em manter um procurador devidamente qualificado e domiciliado no Brasil.
A partir do quinto ano contado da data do depósito deverá ser paga taxa de manutenção do registro (quinquênio).
· Processamento do pedido de registro de desenho industrial:

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