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Letícia Soares del Rio – T6 DELIRIUM É um diagnóstico sindrômico, não uma doença É sub diagnosticado e sub reconhecido Um conjunto de sinais e sintomas similares que podem ter diferentes causas O sintoma inconfundível do delirium é o prejuízo da consciência Denominações: Estado de confusão aguda Síndrome cerebral aguda Encefalopatia metabólica Psicose tóxica Insuficiência cerebral aguda No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5) o Delirium é caracterizado por: • Perturbação da consciência • Alteração na cognição • Evolução em curto período de tempo Epidemiologia: 0,4% da população geral acima de 18 anos 1,1% acima dos 55 10 a 30% dos hospitalizados por condições clínicas 30 a 40% dos hospitalizados com mais de 65 anos Mais de 50% dos pacientes em recuperação por fratura de fêmur 60% dos residentes de clínicas geriátricas sofrem repetidos episódios 70 a 87% dos pacientes em UTI É um sinal de mal prognóstico. Mortalidade em 3 meses de 20-33% e em 1 ano pode chegar a 50% Em pacientes idosos a mortalidade pode chegar a 75% Fatores predisponentes: Mais de 65 anos Demência, prejuízo cognitivo, episódio de delirium prévio Imobilidade Fármacos/drogas (psicoativos, anticolinérgicos, álcool) Prejuízo sensório (audição, visão) Doenças clínicas coexistentes (AVC, AIDS, insuf. hepática ou renal, fraturas ou traumatismos) Redução da ingesta oral (desnutrição, desidratação) Fatores precipitantes: Sedativo-hipnóticos, narcóticos, anticolinérgicos, múltiplos fármacos Doenças intercorrentes (infecções, complicações iatrogênicas, perturbações metabólicas, hipóxia, choque, desidratação) Doenças neurológicas primárias (AVC, meningite) Cirurgias ortopédica e cardíaca Fatores ambientais (contenção física, privação de sono prolongada, UTI, cateter) Fatores predisponentes: alta vulnerabilidade, insulto leve Fatores precipitantes: baixa vulnerabilidade, insulto grave Características mais comuns: Redução do nível de consciência Atenção alterada Desorientação alopsíquica (tempo e espaço) Diminuição da memória Início rápido (horas a dias) Curta duração (dias a semanas) Oscilação do quadro – às vezes com piora à noite, variando períodos de lucidez e de desorganização Características que podem estar presentes: Desorganização do pensamento (tangencialidade até desagregação) Perturbações da percepção (ilusões, alucinações) Hiperatividade e hipoatividade psicomotora Distúrbio do ciclo sono vigília (insônia e sonolência diurna) Alteração do humor (irritabilidade, disforia, ansiedade) EEC normalmente mostra lentidão difusa de atividade de segundo plano Critérios diagnósticos DSM 5: A. Perturbação da atenção e da consciência Da atenção = capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção Da consciência = menor orientação para o ambiente B. Perturbação se desenvolve em um período breve de tempo, representa uma mudança da atenção e consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade C. Perturbação adicional da cognição Déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção D. As perturbações dos critérios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação, como no coma E. Há evidencias de que a perturbação é uma consequência fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância, de exposição a uma toxina ou de que ela se deve a múltiplas etiologias Subtipos: Hiperativo Hipoativo Misto Etiopatogenia: Paciente vulnerável -> cérebro sem reserva Fatores como anemia, função circulatória e respiratória reduzidas associadas a um quadro clínico subjacente reduzem a oferta de O2 ao cérebro A hipóxia reduz a disponibilidade de acetilcolina nas fendas sinápticas, a qual tem um papel importante na manutenção do nível de consciência através de seus receptores nicotínicos e muscarínicos A hipóxia compromete o funcionamento dos transportadores e de enzimas memtabolizadoras de dopamina (ambos dependem de ATP) aumentando muito a quantidade desse nt na fenda sináptica O mesmo ocorre com o glutamato, a falta de energia reduz a sua recaptação e aumenta sua disponibilidade na fenda. O excesso de glutamato tem ação neurotóxica A desregulação da neurotrasmissão dessas monoaminas provoca as alterações de consciência, atenção, sensopercepção e psicomotricidade características do delirium Fisiopatologia: Neurotransmissor – acetilcolina Área neuroanatômica – formação reticular Diagnóstico: Clínico Exame do estado mental Exame físico Exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico de fatores precipitantes Diagnóstico diferencial: Demência Esquizofrenia ou depressão Tratamento: Objetivo primário é abordar a causa subjacente Apoio físico, sensorial e ambiental Farmacológico: • Sintomático (agitação, psicose, insônia) Haloperidol Antipsicóticos atípicos (olanzapina, risperidona, quetiapina)
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