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H AR V AR D | BU S I N ES S | S CH O O L 9-710-038 REV: 10 DE JANEIRO DE 2013 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 MATTHEW WEINZIERL JACOB KUIPERS Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional Apesar de ter salvado o planeta várias vezes de máquinas guerreiras viajantes no tempo, Arnold Schwarzenegger encontrou um adversário à sua altura em 2009. Como governador da Califórnia, "a oitava maior economia do mundo", ele era responsável por obter um orçamento de Estado através de um processo legislativo tortuoso que tinha levado o estado à beira do que o governador chamou de "Armagedom Fiscal."1 Quando o ano fiscal começou em 1º de julho sem um acordo de orçamento, a Califórnia recorreu a pagar as suas contas com notas promissórias em vez de dinheiro. Vários bancos de grande porte se recusaram a aceitar as promissórias como moeda corrente, deixando seus titulares com pedaços de papel potencialmente sem valor. Proponentes no eBay ofereceram menos de 100 centavos de dólar nas promissórias, e tanto a Fitch quanto a Moody's desvalorizaram severamente os títulos do estado, refletindo a percepção do mercado de que as chances de inadimplência por parte do estado eram reais.2 O governador Schwarzenegger declarou emergência fiscal pela terceira vez em 18 meses.3 Após uma sessão maratona no final de julho, o legislativo da Califórnia aprovou (com a maioria de dois terços constitucionalmente exigida) um orçamento que, uma vez assinado pelo governador, fechou o déficit orçamentário de $26 bilhões que emergiu ao longo dos seis meses anteriores. Enquanto a taxa de imposto sobre vendas estadual tinha sido elevada em um ponto percentual em abril para aumentar as receitas, em julho, a grande maioria do déficit foi fechada com cortes de gastos, muitos em serviços sociais. O blog com tendências esquerdistas Daily Kos reagiu com sarcasmo: "Se um orçamento é de fato um documento moral, parece, julgando por este orçamento, que o estado da Califórnia tem o coração de um sociopata. . . ." Jean Ross, diretora-executiva do Projeto Orçamento da Califórnia, apartidário, reitera essa preocupação: "Nós chegamos a um ponto onde estamos cortando muito além da carne e da gordura; estamos bem na medula."4 O governador reconheceu que "...não é um orçamento fácil, é um orçamento difícil; mas é um orçamento necessário."5 Embora o acordo de Julho tenha fechado o déficit atual, as perspectivas para as finanças públicas da Califórnia eram sombrias. O Gabinete do Analista Legislativo (Legislative Analyst's Office - LAO), a agência apartidária de análise de políticas do legislativo estadual, estimou déficits operacionais anuais maiores que $15 bilhões (equivalente a 14% das receitas de 2008- 2009) ao longo do ano fiscal 2014-2015 (Quadro 1a). De acordo com o LAO, ". . . a dimensão dos déficits é tão grande que [o LAO] não conhece nenhuma maneira como o Legislativo, o governador e os eleitores possam evitar fazer escolhas adicionais muito difíceis a respeito das prioridades do estado."6 Embora sejam intimidadores por si só, esses déficits excluíam o fundo público de pensões do estado, que por estimativa do governador estava "$300 bilhões no vermelho."7 O Professor Matthew Weinzierl e o Pesquisador Associado Jacob Kuipers prepararam este caso. Determinados detalhes foram disfarçados. Os casos HBS são desenvolvidos exclusivamente como base para discussão em sala de aula. Os casos não se destinam para servir como endosso, fontes de dados primários, ou ilustrações de gestão eficiente ou ineficiente. Copyright © 2010, 2012, 2013 President and Fellows of Harvard College. Para encomendar cópias ou solicitar permissão para reproduzir materiais, ligue 1-800-800545-7685, escreva para a Harvard Business School Publishing, Boston, MA 02163, ou visite www.hbsp.harvard.edu/educators. Esta publicação não pode ser digitalizada, fotocopiada, ou de outra forma reproduzida, divulgada ou transmitida, sem a permissão da Harvard Business School. 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 2 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Qual foi a fonte dos problemas orçamentários do estado? Líderes políticos da Califórnia culparam as políticas fiscais do estado. A senadora Denise Ducheny, presidente do Comitê de Revisão do Orçamento e Fiscal, enfatizou os impostos: "Nos anos 70 e 90, quando havia um superávit, em vez de guardar para economizar para os tempos mais difíceis, as pessoas insistiram em fazer cortes nos impostos. Por que você faria um corte nos impostos quando você é rico?"8 Em contrapartida, David Crane, Assessor Especial para o Emprego e o Crescimento Econômico do governador, enfatizou uma falta de contenção de despesas: "Todos os incentivos são para que [os políticos] gastem sem levar em conta o que provavelmente vai acontecer com a receita"9 Uma explicação alternativa, de que o sistema fiscal do estado estava prejudicando sua competitividade e retardando o crescimento, foi enfatizada pelo próprio governador: "Para fortalecer a economia, que é a base de todos os empregos, nós aqui nesta câmara devemos reformar o sistema fiscal da Califórnia."10 Para enfrentar os problemas fiscais a longo prazo do Estado, em outubro de 2008 os líderes legislativos e Schwarzenegger tinham formado uma "Comissão sobre a Economia do Século 21" (COTCE, pronuncia-se "cât'-si") para propor mudanças fundamentais nas políticas fiscais da Califórnia. Embora grandes reformas fiscais fossem raras, a terrível situação na Califórnia havia criado um sentimento de urgência que muitos esperavam que seria suficiente para impulsionar reforma. Os limites de mandato decretaram que 2010 era o último ano em exercício do governador Schwarzenegger. Poderia ele e os líderes legislativos encontrar um conjunto de reformas que solucionariam os problemas fiscais do estado, e ao mesmo tempo equilibrariam suas prioridades conflitantes? Resumo da História Econômica da Califórnia Exploradores da Espanha chegaram na Baía de San Diego, em 1542, e encontraram os índios americanos habitavam a região há milhares de anos. Os espanhóis chamaram a área de "Alta Califórnia" e começaram a estabelecer colônias entre San Diego e San Francisco sob a forma de missões cristãs. Em 1821, o México ganhou a independência da Espanha, tornando a Califórnia atual uma província mexicana. No entanto, tal designação foi de curta duração. Em 1848, a Califórnia tornou-se propriedade dos Estados Unidos na forma de uma concessão após a Guerra Mexicano-Americana. No mesmo ano, foi descoberto outro no sopé das montanhas de Sierra Nevada. na Califórnia, trazendo milhares de colonos do leste. A Califórnia ganhou soberania em 1850. Para ligar o novo estado ao resto do país, uma estrada de ferro transcontinental foi concluída em 1869. Juntamente com o clima da Califórnia, o acesso ferroviário ao mercado nacional fez da agricultura o alicerce da economia do estado. A política do estado também estava intimamente ligada à ferrovia. Na virada do século XX, "A política pública era ditada principalmente pela máquina política da Estrada de Ferro Southern Pacific, a Companhia mais poderosa do estado."11 O clima da Califórnia e os terrenos baratos atraíram entretenimento, defesa e indústrias de alta tecnologia. Los Angeles tornou-se um centro mundial de produção de cinema e televisão. Os militares tiraram vantagem dos três grandes portos do estado (SanDiego, Los Angeles e San Francisco) e do clima árido para desenvolver grandes bases navais e aéreas em todo o estado. A indústria de defesa veio em seguida e ajudou a impulsionar a economia da Califórnia, nos meados e no fim do século XX. Empresas de tecnologia avançada que auxiliavam os militares localizaram-se na área da Baía de San Francisco durante esta época, já que os militares haviam desenvolvido muito de sua principal tecnologia e centros de pesquisa lá. Universidades da área da Baía, incluindo Stanford, também aproveitaram a entrada de recursos federais para desenvolver tecnologias de ponta em eletrônica, engenharia, arquitetura computacional e defesa A associação da região com a indústria de computação eletrônica foi tão forte que uma parte dela ganhou o apelido "Vale do Silício". A ascensão da indústria de computadores pessoais na década de 1980 foi impulsionada em parte por empresas de tecnologia da área da Baía (Bay Area), tais como Hewlett-Packard, 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 3 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Intel e Apple. A indústria de softwares veio em seguida, com as empresas Electronic Arts, Sun Microsystems e Adobe, todas sendo estabelecidas nas proximidades. À medida em que a Internet foi se desenvolvendo, algumas das suas empresas mais importantes foram sediadas na região, incluindo Google, eBay e Facebook. Crescendo em paralelo com a indústria de computadores, empresas líderes em biotecnologia —inclusive a Genentech— também se desenvolveram na Bay Area, apoiadas pelas principais universidades de pesquisa da região. De acordo com alguns analistas, um fator que desempenhou um papel importante porém sutil no sucesso da Califórnia em fomentar a inovação e o empreendedorismo foi sua falta de rigor na execução de cláusulas de não concorrência nos contratos de trabalho.12 De acordo com estes argumentos, a livre circulação de trabalhadores entre empresas no Vale do Silício permitiu que o conhecimento se alastrasse e que talentos fossem direcionados para as empresas mais promissoras de forma mais rápida do que em outras regiões onde a execução dos contratos de trabalho foi mais severa. Ao longo dos anos 90 e 2000, as indústrias de tecnologia e os funcionários talentosos que elas atraíam foram os principais propulsores da economia da Califórnia. Estes funcionários, por sua vez, impulsionaram o rápido aumento no preço da moradia na Califórnia. Entre 2000 e 2005, as 10 áreas metropolitanas dos Estados Unidos com o maior aumento percentual nos preços de casas ficavam todas na Califórnia.13 Em 1999 e 2002, o estado ficou em segundo lugar no Índice de Nova Economia Estadual da Fundação Kauffman. Na época da crise orçamentária de 2009, a Califórnia era um estado-potência econômica (Quadro 1b). A Califórnia reivindicou um quarto das patentes concedidas nos Estados Unidos e quase a metade do investimento em capital de risco do país.15 Ela não era apenas a maior economia estadual dos Estados Unidos, era mais de 50% maior do que a segunda maior (Nova York). Ela também tinha o sétimo maior PIB per capita nos Estados Unidos.16 Desafios Econômicos Atuais Apesar do seu tamanho e prosperidade, a economia da Califórnia estava apresentando baixo desempenho para muitos de seus moradores mais vulneráveis. A taxa de desemprego do estado foi a mais alta entre os seis maiores estados a cada ano, exceto um, de 1992 a 2008. Sua taxa de pobreza, apesar de anteriormente ter estado no mesmo nível destes outros estados grandes, havia subido, tornando-se a segunda maior neste grupo de seis por volta de 2008 (apenas o Texas tinha uma taxa de pobreza mais elevada). A qualidade do sistema de saúde do estado foi classificado como o pior do país,17 e as escolas públicas do estado foram consideradas por alguns como estando entre as mais fracas da nação.18 Muitos dos residentes pobres da Califórnia eram imigrantes não-autorizados. De acordo com o Instituto de Políticas Públicas da Califórnia (Public Policy Institute of California - PPIC), um grupo de reflexão, "a maioria dos imigrantes na Califórnia (cerca de 70%) ou são cidadãos naturalizados ou têm visto", mas aproximadamente 2,8 milhões de imigrantes não-autorizados moravam na Califórnia em 2006 — aproximadamente 7,5% da população do estado, um total de 37 milhões, e um quarto do total da população de imigrantes não autorizados dos Estados Unidos. Um debate acalorado sobre se esses moradores constituíam um encargo ou um lucro líquido para as finanças do governo era uma característica persistente da política da Califórnia. Depois de analisar as provas, o PPIC concluiu que "não há estudos confiáveis de efeitos fiscais dos imigrantes ilegais na Califórnia."19 As disparidades regionais também eram uma preocupação. As áreas metropolitanas costeiras (a Bay Area de San Francisco, Los Angeles e San Diego) eram algumas das mais ricas dos Estados Unidos, enquanto o Central Valley (Vale Central) da Califórnia, que era rural, ficou para trás. Em 2006, a taxa de pobreza do Central Valley (sem contar a região metropolitana de Sacramento) foi de 20% em comparação com os 13% do resto do estado. Além disso, apenas 14% dos indivíduos do Central Valley com 25 anos ou mais possuíam diploma universitário, em comparação com 28% no resto do estado. A renda familiar média no Município de San Francisco 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 4 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 em 2008 foi de $ 73.127, mais de 50% maior do que a média nos oito municípios do Central Valley.20 a Classificado por produto bruto do estado em 2008, nos outros cinco maiores estados foram Nova York, Texas, Flórida, Illinois e Pensilvânia. Por fim, apesar de seu Histórico de atrair empresas líderes, a Califórnia estava sendo criticada por criar de um ambiente difícil para os negócios. Uma enquete entre os CEOs da revista Chief Executive nomeou a Califórnia como sendo o pior estado para fazer negócios por quatro anos seguidos, de 2006 ao fim de 2009.21 ndice de Nova Economia Estadual da Fundação Kauffman rebaixou a Califórnia de segundo lugar (em 1999 e 2002) para o quinto em 2007 e oitavo em 2009 . Líderes políticos, especialmente os Republicanos, reforçaram essas preocupações. "A Califórnia não é competitiva em seu âmbito de negócios, em seu âmbito de impostos, ou seu âmbito regulamentar ", disse o Líder de Minorias do Senado, Dennis Hollingsworth.22 O senador Roy Ashburn, membro do Comitê do Senado sobre o Orçamento e Avaliação Fiscal, concordou: "A disfunção da estrutura que temos; os desincentivos em nossa abordagem fiscal atual são óbvios "23 David Crane, o Assessor Especial do Governador, disse: "Nós temos um sistema fiscal muito deformador. . . . Nós punimos as pessoas por estarem aqui. Isso é dispendioso para o crescimento econômico. . . . Nosso imposto sobre as sociedades é particularmente prejudicial para o crescimento no Central Valley, que tradicionalmente tem a maior taxa de desemprego."24 Como prova, estes críticos observaram que as taxas de imposto da Califórnia sobre grandes rendas individuais e sobre rendas de empresas estavam entre as mais altas do país e que a Califórnia teve a sexta maior carga tributária estatal e local como parte da renda nos Estados Unidos em 2009 (Quadros 2a e 2b). Desequilíbrios Fiscais A fraqueza mais premente do estado, noentanto, foi seu persistente déficit fiscal.25 Dos 50 anos fiscais de 1959 até o final de 2009, a Califórnia teve déficits orçamentais gerais em 38 anos, ou 76% do tempo. Além disso, a situação não estava melhorando: dos 30 anos fiscais após 1979, o estado teve déficits em 25 anos, ou 83% do tempo (Quadro 3). Embora os detalhes de contabilidade dificultem fazer comparações estatais cruzadas, uma análise sugeriu que os déficits da Califórnia foram relativamente grandes quando comparados aos cinco outros estados maiores.26 As enormes dívidas futuras subfinanciadas para as pensões do setor público somaram-se às preocupações sobre a gestão e saúde a longo prazo da situação fiscal do estado. A estimativa de $300 bilhões de déficit em financiamento para os três sistemas de pensão para funcionários públicos era equivalente a mais de três anos de despesas globais do Fundo Geral pelo governo do estado e representava uma dívida de $ 23.852 por família na Califórnia. As agências de notação tomou nota destes problemas, o que resultou em períodos recorrentes de notações estaduais fracas (Quadro 4).27 Mecanicamente, os desequilíbrios fiscais recorrentes da Califórnia refletiam uma lacuna entre as taxas de crescimento das despesas e receitas do estado. De 1978 até 2008, os gastos cresceram a uma taxa composta de crescimento anual de 7,7% ao ano, enquanto a receita cresceu a apenas 6,9% ao ano.28 Democratas e republicanos reconheceram que as políticas de receitas e despesas do estado haviam se tornado dissociadas. "Os californianos querem serviços sem pagar impostos por eles", disse um conselheiro político líder Democrata. Ele argumentou que os californianos tinham criado programas rígidos e caros — o legislativo através de leis e os eleitores por meio de proposições — que não tinham "mecanismo de receita associado" a eles.29 Por exemplo, aprovação da Proposição 98 em 1988 definiu um nível mínimo de financiamento anual para a educação que foi determinado apenas em parte pelo ambiente econômico global. O senador 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 5 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Ashburn viu tais requisitos de gastos como peça chave para os desequilíbrios fiscais do estado: "É extraordinariamente difícil cortar os gastos para a metade do fundo geral. . . . [Esses requisitos] são, em sua essência, um Pac-Man gigante. "30 No entanto, o argumento de que os eleitores haviam arrancado o controle do orçamento do estado das mãos de seus representantes era controverso. O Gabinete do Analista Legislativo do estado, que é apartidário, opinou que "o Legislativo continua a controlar a grande maioria dos gastos do estado. . .as decisões são muitas vezes mais restringidas pela falta de consenso político ao invés de qualquer restrição orçamentária estrutural."31 Independentemente do motivo, as quotas de despesas eram notavelmente estáveis a partir de meados da década de 1970 (Quadro 5). As necessidades de gastos rígidas contrastavam fortemente com a receita fiscal cada vez mais volátil. Enquanto a receita fiscal da Califórnia foi 16% menos volátil do que a média dos outros cinco maiores estados de 1978 a 1998, foi 11% mais volátil do que essa média de 1998 a 2008.32 Algo que contribuiu para essa volatilidade foi a mudança da Califórnia em direção ao imposto de renda individual, que era uma fonte de receitas mais variável do que as taxas relativas a veículos motorizados e impostos sobre as vendas de varejo que suplantou (Quadro 6). Em um exemplo dramático, os impostos de renda individuais caiu 26% em um ano e passou de 47% da receita total no ano fiscal 2000-2001 para apenas 27% em 2001-2002. A mudança de impostos sobre veículos motorizados33 e vendas para impostos sobre o rendimento individual foi devido tanto ao crescimento dos serviços, que eram não-tributados, e o crescimento especialmente rápido dos rendimentos entre os contribuintes nos mais elevados brackets do imposto de renda pessoal (Quadro 7a). A progressividade do imposto de renda individual ampliou ainda mais essa volatilidade, já que uma parcela maior da receita era levantada em ganhos de capital altamente cíclicos, bônus e ganhos de opções sobre ações. Enquanto os 5% principais dos contribuintes pagaram 17,6% da receita total do imposto de renda individual em 1975, eles pagaram 53% desta receita em 2009 (Exhibit 7b). De um lado ao outro do espectro político, os políticos concordaram que a dependência do estado sobre os contribuintes de renda mais elevada havia atingido níveis nada saudáveis. O senador republicano Ashburn afirmou, "A estrutura fiscal da Califórnia está fracassando, e as cargas não são devidamente colocadas no que é mais produtivo. [Esta] é uma limitação automática no reinvestimento do capital obtido desses indivíduos."34 O senador Democrata Ducheny foi menos crítico a respeito do sistema atual, mas admitiu que o imposto de renda individual "poderia ser achatado um pouco", já que era "um pouco excessivo "35. Política do Estado Três características fizeram do sistema político moderno da Califórnia um sistema singular: a necessidade de maioria absoluta em matéria de legislação fiscal, limites de mandatos legislativos rigorosos e democracia direta através de referendo dos eleitores. Cada uma delas foi responsabilizada por alguns pelos problemas econômicos e fiscais que o estado enfrentou. Instituída em 1978, como parte de um referendo de eleitores, a chamada "exigência de maioria absoluta" mandatava que qualquer aumento de imposto líquido e todo orçamento final de nível estadual fosse aprovado por uma maioria de dois terços do legislativo. Esta "maioria absoluta" pode ser difícil de ser alcançada em um sistema de dois partidos, mesmo em um estado como a Califórnia, onde um único partido era politicamente dominante (Quadro 8a). Como resultado, nas palavras de um consultor sênior de política de um líder Democrata, "Questões acabam sendo desviadas. Não importa quão boa a política é. . você tem que acrescentar alguma coisa para conseguir."36 A Califórnia possuía alguns dos limites de mandato mais rígidos do país: Os membros da Assembleia tinham limite de seis anos, e senadores de oito anos. Noreen Evans, membro da Assembleia e também presidente do Comitê da Assembleia sobre o Orçamento, definiu o problema: "Em qualquer determinado período de dois anos, um terço do legislativo está indo 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 6 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 embora ou é novo. . . os adultos têm que ir embora. Estive aqui por cinco anos e agora estou encarregada de ajudar a fabricar a resposta à crise orçamentária histórica do estado da Califórnia. . . . Isso faz dos lobistas e os funcionários as pessoas que realmente comandam esta casa. E por melhores e mais bem intencionados que eles sejam, eles sabem disso. Isso faz do legislativo o grupo mais baixo na hierarquia."37 Alguns analistas alegaram que o maior obstáculo do Estado para a reforma era o processo de referendo através do qual os eleitores da Califórnia decidiam alguns problemas diretamente em vez de através de representantes eleitos. A partir de 1911, a Califórnia permitiu que uma iniciativa fosse incluída como uma "proposição" em uma cédula de votação se um número suficiente de assinaturas apoiando sua inclusão fosse levantado. A maioria dos estados dos EUAusavam alguma forma de democracia direta. [Quadro 8b] A Califórnia era excepcionalmente ativa, no entanto, com o maior número de iniciativas entre todos os estados de 1958 até 2008.38 O argumento original em favor do processo de proposições era permitir que os eleitores evitassem um legislativo no qual não confiassem, mas o controle direto pelos eleitores veio com seus próprios riscos. Evans, membro da Assembleia, disse: "Por causa do processo de iniciativas, e estas iniciativas lockbox, uma porção tão grande do orçamento do estado agora está fora de nosso controle. Quando nos deparamos com momentos como este, quando nossas receitas estão 25% mais baixas em relação ao ano fiscal anterior, isso torna difícil fazer nosso trabalho."39 Como a revista Economist escreveu em 2009,". . . rombos no orçamento muitas vezes resultam das conseqüências cumulativas de iniciativas do eleitor tanto quanto da desaceleração econômica. Desde os anos 70 os eleitores tendem a gostar de iniciativas que prometem melhores escolas, novos hospitais ou penas de prisão mais duras, mas eles se esquecem dos custos envolvidos. Ao mesmo tempo, eles detestam impostos. . . ."40 Analistas e políticos enfatizaram que uma das consequências desses três fatores foi a influência substancial de interesses concentrados na política do estado. Charles Calderon, presidente do Comitê da Assembleia sobre a Receita e Tributação, argumentou, ". . . é irônico que o próprio processo destinado a proteger o eleitorado dos interesses especiais tenha sido pervertido em um sistema que proporciona democracia direta às pessoas com mais dinheiro, o que lhes permite escapar do processo deliberativo do Legislativo e do sistema constitucional de pesos e contrapesos."41 David Crane, assessor do governador, disse:" É um grupo muito pequeno de interesses especiais que tem poder. . . . [A reforma tributária] não é em nada parecida com o que eu pensei que ia ser. Há muito pouca atenção nas políticas e é tudo sobre poder e políticagem."42 Reformas Tributárias na Califórnia, Passado e Presente Uma das proposições aprovadas pelos eleitores da Califórnia mais importantes foi projetada para impor disciplina aos gastos do estado. A proposição 13, aprovada em 1978, dificultou ainda mais (através da exigência de maioria absoluta descrita anteriormente) para o legislativo do estado aumentar as receitas fiscais em geral. Seus apoiadores esperavam que a proposição 13 forçasse o governo do estado a gastar menos através da diminuição do crescimento das receitas fiscais. Bruce Bartlett, um ex-alto funcionário nos governos de Ronald Reagan e George H. W. Bush, escreveu: "Uma das principais justificativas para a proposição 13. . . era que os gastos nunca seriam cortados até que os contribuintes cortassem os cartões de crédito dos políticos. Essa ideia evoluiu para algo chamado de deixar a fera passar fome— apenas corte os impostos, e o medo de déficits vai forçar os políticos a cortar gastos." 43 Se a Proposição 13 surtiu o efeito pretendido sobre os gastos era discutível. Por um lado, a fraqueza dos sistemas de educação e de saúde do estado sugeriam fundos limitados. Na realidade, os gastos por aluno da Califórnia caíram consideravelmente em relação à média nacional após a Proposição 13. [Quadro 9a] Além disso, a propagação de proposições semelhante à Proposição 13 por muitos outros estados sugeria que os eleitores as considerava uma ferramenta potencialmente eficaz. Por outro lado, os gastos da Califórnia continuaram a exceder sua receita 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 7 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 tributária, em parte porque o estado escolheu compensar locais pela queda na receita que enfrentavam devido os limites severos da Proposição 13 sobre os impostos de propriedade locais. Para pagar esta despesa, os impostos, com exceção dos impostos sobre propriedade, assumiram um papel maior na Califórnia do que nos Estados Unidos, em média (Quadro 9). Além da Proposição 13, os californianos tentaram empenhar-se por um rumo fiscal mais sustentável de outras maneiras. Em 2004, a Califórnia aprovou a Proposição 58, que constitucionalmente exigia que o governo equilibrasse o seu orçamento a cada ano. Especificamente, ela exigia que legisladores estaduais limitassem os gastos do Fundo Geral de forma a não exceder as receitas previstas para o Fundo Geral, e proibia a venda de títulos gerais de obrigação por parte do governo do estado, a fim de custear os gastos deficitários. No entanto, logo ficou evidente que a proposição tinha várias lacunas. E o mais importante: só era exigido do legislativo que ele aprovasse um orçamento equilibrado, ou seja, não havia exigência de que o orçamento implementado estivesse em equilíbrio. O resultado foi que os gastos deficitários não só continuaram, como também atingiram novos picos apenas alguns anos após a aprovação da Proposição 58.46 Na mesma Proposição 58 de 2004, os californianos tentaram outra tática para evitar grandes déficits futuros, instituindo um fundo de "dia ruim" para amortecer as finanças do estado. Embora os decisores políticos em todo o espectro político apoiassem um fundo para dias difíceis a princípio, muitos expressaram ceticismo a respeito de sua praticidade. O senador Ducheny resumiu o problema: "[o fundo ] não tem tempo de encher. . . . Existe uma tendência política de "bem, o governo tem muito dinheiro, é preciso devolvê-lo."47 Na verdade, o fundo estabelecido em 2004 acumulou saldos positivos até 2008, quando foi esvaziado para pagar os gastos do estado. O tamanho do fundo quando foi esvaziado, $1,4 bilhão, foi só uma pequena fração dos déficits anuais que o estado enfrentou em 2008 e 2009. A COTCE estimou que um fundo para dias difíceis grande o suficiente para compensar os déficits cíclicos teria que se "aproximar de quase $30 bilhões. . . . Isto seria politicamente insustentável."48 Estas tentativas de impor disciplina fiscal não enfrentaram, e talvez tenham agravado, o sistema tributário amplamente criticado da Califórnia. A Comissão sobre a Economia do Século 21(COTCE) O governador Schwarzenegger e os líderes legislativos estabeleceram a COTCE em outubro de 2008 para estudar e propor reformas específicas para o sistema tributário da Califórnia. Oficialmente um esforço bipartidário, a COTCE era composta por 14 membros, sete nomeados pelo governador Republicano, e sete nomeados pelo Legislativo controlado pelos democratas. O seu presidente era um executivo do setor financeiro republicano, e ela incluía líderes importantes do setor privado, acadêmicos e figuras políticas (Quadro 10). O governador ordenou que a COTCE desenvolvesse reformas fiscais que fossem de "rendimento neutro", isto é, que gerassem a mesma receita conforme a legislação em vigor. O objetivo da COTCE era mudar a forma como a receita fiscal era levantada, e não quanto era levantado. Nos termos da legislação existente, uma taxa de imposto sobre os lucros corporativos de 8,84% constituía 9% do total das receitas fiscais do estado. A renda pessoal era sujeita a um imposto com seis brackets, com taxas de imposto marginais subindo conforme a renda de 1% até 10,55%, e representava 46% da receita. A maior parte da receita restante era levantada através de um imposto de vendas estadual de 5% (temporariamente aumentado para 6%, como parte da resolução de lacunas orçamentais em 2009). Ao longo do período de 11 meses durante o qual a comissão deliberou sobre a reforma, ela desenvolveu duas propostas principais, cada uma das quais teria consideravelmente alterado a estrutura das receitas fiscais do Estado.50Em setembro de 2009, a COTCE emitiu sua recomendação final, decidindo-se por uma proposta que unia os dois pacotes de reformas. Sob sua proposta, ambos o imposto sobre rendimentos de sociedades e o imposto sobre vendas e uso imposto seriam eliminados, enquanto os rendimentos pessoais estariam sujeitos a dois brackets: 2,75% sobre os rendimentos de até $101.000 e 6,5% sobre rendimentos acima desse nível. Para 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 8 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 substituir a receita perdida devido a essas mudanças, a COTCE introduziu um Imposto Sobre Receitas Líquidas de Negócios (Business Net Receipts Tax - BNRT). Este imposto, economicamente semelhante a um imposto sobre valor agregado (value-added tax - VAT), imporia uma taxa de imposto uniforme sobre a receita de uma firma menos suas despesas não salariais. A COTCE estimava que um BNRT não superior a 4% seria suficiente para alcançar uma neutralidade nos rendimentos. Impostos VAT foram amplamente utilizados fora dos Estados Unidos, mas a BNRT ligeiramente diferente se revelaria altamente controversa na proposta da COTCE. O governador anunciou seu apoio imediatamente.51 O relatório final da COTCE citou três principais benefícios das suas propostas de reforma. Em primeiro lugar, a mudança no sentido oposto ao dos impostos sobre o rendimento pessoal e corporativo iria "Aumentar a Estabilidade da Receita." Em segundo lugar, a mudança no sentido oposto ao de impostos sobre o rendimento altamente progressivo iria "Aumentar [o] Âmbito dos Impostos", levando uma parcela de residentes do estado a pagar impostos para financiar a atividades do estado e, portanto, "ser investido no futuro da Califórnia. " Em terceiro lugar, a redução dos impostos sobre o rendimento das empresas e impostos marginais sobre o rendimento pessoal em altas rendas iria "aumentar a competitividade e o crescimento", "[colocando] a economia do estado na melhor condição possível para competir com outros estados e nações por emprego e investimento." A COTCE detalhou este terceiro benefício: "Como parte das mudanças econômicas radicais que ocorreram, o capital e o trabalho se tornaram muito mais móveis do que eram no passado. Isto ocorreu principalmente como resultado dos avanços tecnológicos, da eliminação das barreiras institucionais e da globalização dos mercados. Consequentemente, a Califórnia enfrenta mais concorrência do que nunca de outros estados e nações num momento em que é mais fácil do que nunca transferir os investimentos e criar empregos em qualquer lugar. Um dos principais objetivos da Comissão é melhorar o sistema tributário da Califórnia de forma que o estado esteja em melhores condições de prosperar economicamente no futuro." No entanto, a proposta da COTCE não foi unânime. Apenas 9 dos 14 membros da comissão aprovaram a proposta com cinco dos sete democratas dissidentes. Richard D. Pomp, um dos membros dissidentes e professor de direito tributário da Universidade de Connecticut, escreveu uma intensa crítica: "No que diz respeito à reforma tributária, eu me atenho ao equivalente ao juramento de Hipócrates: não faça mal. Estamos propondo mudanças radicais e fundamentais no sistema tributário do estado.... O objetivo da redução de impostos para os abastados não é uma prioridade suficientemente alta para mim a ponto de me fazer apoiar um imposto regressivo, falho, e sem precedentes, com potencial para prejudicar a economia da Califórnia." A crítica Democrata mais proeminente à proposta da COTCE era que ela iria favorecer os ricos ao tornar sistema tributário da Califórnia menos progressivo. O achatamento das taxas sobre os rendimentos individuais afetaria diretamente a progressividade. Além disso, devido ao fato de que os impostos de valor agregado poderiam ter um peso muito maior para os pobres do que os impostos de renda progressivos, poderia se esperar da substituição de impostos de renda corporativos com o BNRT recomendada pela COTCE uma redução da progressividade.52 Evans, membro da Assembléia, argumentou contra essas implicações da proposta da COTCE: "Este relatório bajula CEOs e milionários enquanto rejeita as famílias da Califórnia." Separadamente, ela acrescentou, "A Califórnia sempre foi um estado progressivo. . . e orçamentos e estruturas tributárias devem refletir os valores políticos e sociais do estado ".53 Os críticos alegavam que, além disso, a evidência de que as empresas e pessoas com rendimentos elevados estavam saindo do estado devido aos impostos era, na melhor das hipóteses, fraca. Um relatório influente do Instituto de Políticas Públicas da Califórnia apontou que a proporção de emigrantes que deixavam a Califórnia em relação à de imigrantes que entravam na Califórnia foi maior para pessoas de baixa renda do que para pessoas com rendimentos elevados. Embora a interpretação desta descoberta fosse discutível, os decisores políticos freqüentemente a 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 9 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 citavam como algo que colocava em dúvida a afirmação de que os impostos progressivos estavam desencorajando os trabalhadores altamente qualificados em relação a morar na Califórnia.54 Um componente da proposta da COTCE foi foco dos ataques mais amplos: a BNRT. Allan Zaremberg, Presidente e CEO da Câmara de Comércio da Califórnia, resumiu as preocupações de muitos dos que falavam a respeito: "Ao comparar o BNRT com a estrutura tributária existente para os negócios, o mal que você conhece é melhor do que o mal que você não conhece."53 Os críticos estavam preocupados com os efeitos da BNRT tanto sobre os trabalhadores quanto sobre as empresas. Primeiro, os críticos argumentaram que a BNRT iria prejudicar os trabalhadores. Como discutido anteriormente, os Democratas estavam particularmente preocupados com a possibilidade da substituição do do Imposto sobre Sociedades pela BNRT reduzir a progressividade. Muito se acreditava que os Impostos sobre Sociedades relacionados aumentavam o custo relativo de capital versus trabalho para as empresas. Para alguns, isso sugeria um risco de perda de empregos se o imposto sobre sociedades fosse substituído por uma BNRT, o qual uma análise econômica sugeriu ser neutro no que diz respeito a capital e trabalho.55 Esta preocupação foi agravada por uma diferença administrativa entre as BNRT e uma VAT padrão. Enquanto uma VAT padrão era aplicada transação a transação, as empresas teriam que calcular sua fatura da BNRT ao final de cada ano fiscal, de forma semelhante a um Imposto sobre Sociedades. Ao contrário de um do Imposto sobre Sociedades, no entanto, as empresas não poderiam deduzir encargos salariais dos seus rendimentos tributáveis sob uma BNRT. Os críticos alegavam que, diante de uma BNRT que parecia tão semelhante a um imposto sobre o rendimento, mas que tratava os encargos salariais como tributáveis, as empresas reduziriam o emprego e aumentariam o uso de capital consolidado, mão-de-obra de fora do estado ou profissionais independentes. Em segundo lugar, a BNRT também foi criticada como sendo ruim para os exportadores da Califórnia. A origem desta preocupação era uma complicação na implementação de uma BNRT em vez de e uma VAT padrão. Sob um VAT padrão, qualquer VAT pago no início do processo de produção é reembolsado aos exportadores, de modo quenenhum VAT é embutido no preço pago pelos consumidores fora do estado. Em contraste, a BNRT não fornece nenhum desses abatimentos; assim, os exportadores provavelmente repassariam parte do imposto aos consumidores de fora do estado.56 Isso poderia, ao menos em princípio, colocar os exportadores da Califórnia em desvantagem em relação aos outros. Enfrentando duras críticas tanto de Democratas quanto de Republicanos, as recomendações da COTCE definharam. Em resposta ao apelo do governador para que o Legislativo promulgasse as propostas da COTCE, o membro da Assembléia Calderón escreveu: "Uma aprovação da proposta pela Comissão do Governador seria jogar imprudentemente com o futuro da Califórnia. A proposta de COTCE não 'desapareceu em algum lugar sob esta cúpula.' Está em meu Comitê [o Comitê da Assembleia sobre Receita e Tributação]." Com a improbabilidade das recomendações da COTCE se tornarem legislação, Calderón realizou uma série de audiências sobre reformas alternativas. Política Fiscal em Outros Estados Apesar da reação negativa que recebeu no legislativo da Califórnia, o impulso para a reforma no sentido contrário de Impostos sobre Sociedades e impostos de renda individuais progressivos recomendada pelo COTCE era consistente com as tendências gerais em matéria de tributação em nível estadual dos Estados Unidos ao longo de algumas décadas anteriores. Desde o início dos anos 1980 a meados dos anos 2000, a parcela de receitas fiscais estaduais e locais provenientes de impostos sobre as sociedades caiu em um terço, apesar do rápido crescimento nos lucros das empresas e das estabilidade das taxas de imposto sobre as sociedades (Quadro 11). Duas razões pelas quais estas tendências aparentemente paradoxais 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 10 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 poderiam coexistir eram a manipulação das regras de rateio para impostos sobre sociedades e o aumento dos créditos tributários das empresas. As regras de rateio governavam a obrigação tributária de uma empresa cujas atividades eram distribuídas por vários estados. Em 1957, a Conferência Nacional dos Comissários sobre Leis Estaduais Uniformes elaborou a Lei da Divisão Uniforme de Renda para Fins Tributários, recomendando que cada estado tributasse uma porção dos lucros de uma empresa igual à média das porções de vendas, propriedade física e folha de pagamento das empresas que estavam situadas no estado. A competição entre estados por investimento por parte das empresas e emprego, no entanto, levou a mudanças nesta fórmula ao longo do tempo que reduziram o peso dado à propriedade e folha de pagamento nas fórmulas de rateio da maioria dos estados. Por volta de 2007, apenas 10 estados continuavam a utilizar esta fórmula de três fatores, enquanto a maioria dos estados mudaram e colocaram mais peso sobre as vendas. Na verdade, embora a atual crise fiscal da Califórnia tivesse colocado a sua implementação em risco, em 2009, o estado adotou um "fator de vendas eletivo", permitindo que uma empresa repartisse sua obrigação com o estado de imposto sobre sociedades com base inteiramente em sua parcela de vendas totais no estado. Como consequência dessas diferenças nas fórmulas entre os estados, as empresas puderam alocar recursos entre os estados para alcançar uma carga tributária mais leve, por exemplo, através da concentração de empregos em estados com baixos pesos de rateio na folha de pagamento. Os créditos tributários eram atraentes porque eles permitiam que os estados tratassem novos investimentos corporativos de forma diferente do capital social existente. Em particular, os créditos fiscais ao investimento reduziram a carga tributária sobre novos investimentos, deixando em seu lugar taxas tributárias sobre o retorno de investimentos passados mais altas. De acordo com uma pesquisa realizada pelos economistas Daniel Wilson e Robert Chirinko, apenas alguns estados ofereciam tais créditos no início da década de 1970, mas quase a metade entre todos os estados apresentava algum tipo de crédito no início do anos 2000. Além disso, o tamanho médio dos créditos tributários aumentou dramaticamente ao longo deste período nos Estados Unidos (Quadro 12). Os incentivos do estado para investimento empresarial eram controversos e tinham começado a enfrentar sérios desafios no tribunal. Em 1998, o estado de Ohio e a cidade de Toledo haviam concedido créditos fiscais de investimento e outros incentivos à Daimler Chrysler para incentivar a construção de uma fábrica de jipes na área. Esses incentivos foram questionados judicialmente, chegando eventualmente ao Tribunal de Recursos da Sexta Circunscrição dos Estados Unidos como Cuno contra Daimler Chrysler. O Tribunal de Recursos da Sexta Circunscrição decidiu que os incentivos violavam a Cláusula de Comércio da Constituição dos EUA, o que permitia que o governo federal regulasse o comércio interestadual e evitasse que os estados interferissem nele, ao tratar a atividade econômica de forma diferente quando ocorria dentro do estado do que quando não ocorria . A decisão da Sexta Circunscrição foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal dos EUA por motivos de ordem técnica, mas o futuro dos incentivos fiscais do estado era incerto. Durante o mesmo período, os estados também se afastaram de impostos progressivos sobre o rendimento individual.59 Embora a taxa média de impostos marginais máximos entre os estados fosse volátil e tenha aumentado durante as recessões, ela havia caído um décimo em geral a partir de 1977, quando a taxa média não ponderada máxima foi de 5,7%, até 2005, quando a média foi de 5,22%.60 Outra medida da progressividade do sistema de imposto de renda, a diferença entre o nível de desigualdade de renda em um estado antes e depois dos impostos, diminuiu aproximadamente a mesma fração de 1980 até o início de 2000 para os Estados Unidos em média.61 Diversos estados pequenos se divulgavam como particularmente amistosos a empresas e indivíduos de alta renda. Notavelmente, Delaware havia ativamente e com sucesso exercido uma estratégia que consistia em oferecer regulamentações fáceis para as corporações com o objetivo de atrair sedes de empresas.62 Lar de 0,3% da população dos EUA, Delaware havia se tornado o lar jurídico de "mais de 50% de todas as Sociedades Anônimas dos EUA e 63% das empresas 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 11 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 listadas na Fortune 500", de acordo com a Divisão de Corporações do estado.63 Vários outros estados, como Nevada e Wyoming, haviam seguido o exemplo com estratégias tais como ausência de taxas de imposto sobre as sociedades, generosos créditos fiscais ao investimento e regulamentos adaptados. Outros estados focaram em atrair indivíduos, sem imposto de renda individual do estado sendo avaliado em 2009 em nove estados: Alasca, Florida, Nevada, New Hampshire, South Dakota, Tennessee, Texas, Washington e Wyoming. Como um artigo na revista Trusts e Herdades coloca, "A Flórida se transformou em um paraíso fiscal e de proteção de credores dos Estados Unidos, seduzindo indivíduos ricos para que migrem para o sul. Uma das maiores atrações é que a Flórida não impõe imposto de renda sobre indivíduos e fundos de investimento. Desde primeiro de janeiro de 2006, também não há nenhum imposto patrimonial,imposto sobre doações ou imposto sucessório estadual."64 Tais mudanças no sentido oposto de impostos sobre o rendimento das sociedades das empresas e impostos de renda individuais progressivos por parte do estado podem ter sido devidas a uma variedade de fatores. Os estados podem ter sentido que estas mudanças eram necessárias para competir por empresas geograficamente móveis e indivíduos de alta renda. As evidências sobre a verdadeira mobilidade dessas bases de impostos em resposta a diferenças tributárias entre os estados foram conflitantes, já que os principais estudos sobre a questão chegaram a conclusões dramaticamente diferentes. Por exemplo, duas análises de destaque no final dos anos 1990 resumiram suas descobertas com as afirmações: "[i] mpostos não parecem ter um efeito substancial sobre a atividade econômica entre os Estados", e "o consenso emergente entre os economistas diz agora que que os impostos importam, de fato."65 Em relação aos interesses sobre a mobilidade geográfica, pensava-se que as bases tributárias para empresas e pessoas de alta renda eram altamente elásticas, já que os contribuintes podiam evitar esses impostos escolhendo usos alternativos para seu capital financeiro ou humano. Aumentar as taxas de impostos em uma base tributária altamente elástica era uma forma relativamente ineficiente de aumentar a receita, porque isso proporcionava um menor aumento das receitas fiscais para um dado aumento nas taxas. Além disso, se o investimento nessas formas de capital fosse desencorajado por uma tributação mais elevada, o crescimento econômico global poderia ser menor do que seria caso ocorresse o contrário.66 Por fim, essas bases tributárias tendiam a produzir fluxos de receitas voláteis, já que tanto as corporações quanto os indivíduos de alta renda tinham rendimentos que seguiam estreitamente os rastros da macroeconomia. Embora esses fatores possam ter ajudado a explicar a mudança geral na estrutura da tributação estadual, o alinhamento entre a teoria e a realidade estava longe de ser perfeito. Na verdade, nos anos que antecederam o debate sobre a reforma da Califórnia em 2009, alguns estados passaram a aumentar as taxas de impostos sobre as empresas e indivíduos de alta renda. O Centro sobre Orçamento e Prioridades Políticas listou 30 estados como tendo elevado impostos só em 2009, incluindo 11 aumentos na renda de pessoa jurídica e 11 na renda individual.67 Os aumentos de impostos de 2009 podem ter sido simplesmente maneiras politicamente viáveis de preencher as lacunas orçamentárias induzida pela recessão , mas eles reforçaram um enigma mais fundamental: independentemente das tendências a uma menor tributação dos rendimentos corporativos e de grandes rendas individuais, na maioria dos estados dos Estados Unidos esses impostos permaneceram maiores do que as forças da concorrência e eficiência fiscal sugeriram que seriam (ver Quadro 2a). Diversos fatores estavam por trás das taxas de impostos positivas e, em alguns casos, em processo de aumento, sobre os impostos a empresas e indivíduos com alta renda vistas em alguns estados. Em primeiro lugar, as empresas e indivíduos altamente qualificados não poderiam migrar para jurisdições de menores impostos sem incorrer em custos, assim grupos regionais de estados que agiam em conjunto poderiam manter taxas elevadas através da redução da variação em impostos entre eles, limitando assim a mobilidade de suas bases tributárias.68 Em segundo lugar, a evidência não era clara a respeito de como e se as empresas e indivíduos de alta renda levaram em conta a política fiscal de um estado ao decidir onde se situar. Na verdade, aqueles que se opunham às reduções fiscais argumentavam que os impostos financiavam bens públicos (por exemplo, infra-estrutura, educação, saúde, segurança pública, qualidade ambiental), que atraíam 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 12 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 trabalhadores talentosos e empreendedores e elevavam a produtividade das empresas. Em terceiro lugar, as pesquisas em todo o país mostravam que a opinião pública era a favor de impostos sobre sociedades e de renda progressiva mais elevados.69 Política Fiscal em Outros Países A livre circulação de bens, capital e pessoas através das fronteiras entre os estados norte- americanos poderia ser vista como uma versão mais intensa da economia mundial no início do século XXI. Embora as barreiras ao comércio, ao investimento e à migração entre países ainda fossem comuns em 2010, essas barreiras vinha caindo há décadas. Os decisores políticos estavam cientes dessas tendências. Por exemplo, três futuros funcionários do Governo Obama—Jason Furman, Lawrence Summers e Jason Bordoff— escreveram em 2007 que "as mesmas forças dinâmicas de mudança tecnológica, inovação financeira e globalização que têm contribuído para o aumento da desigualdade de renda também apresentam novos desafios para a tributação progressiva. . . . E, como o capital é capaz de cruzar cada vez mais rapidamente e facilmente as fronteiras, tributar o rendimento das sociedades se torna cada vez mais difícil. "70 Coerente com esta crescente mobilidade das bases tributárias, os sistemas fiscais nacionais apresentaram tendências semelhantes às dos estados norte-americanos. Países com economias desenvolvidas reduziram as taxas estatutárias de imposto sobre sociedades legais de forma constante da década de 70 até os anos 2000 e ampliou a definição de renda corporativa tributável.71 Essas mudanças seriam unidas para manter a proporção de impostos sobre sociedades pagos no total em relação ao rendimento das sociedades mais ou menos constante ao longo deste período.72 (Quadros 13 e 14) Mas, como sugeriu a análise econômica padrão, se o desencorajamento em relação a atividades econômicas devido a impostos aumentou mais do que proporcionalmente com a taxa de imposto, essa combinação de mudanças de política provavelmente aumentou a eficiência de impostos corporativos. Zonas econômicas especiais com impostos reduzidos floresceram ao redor do mundo, em paralelo com o aumento nos créditos fiscais por estados dos EUA. Estas zonas especiais separavam o tratamento a investimentos novos e antigos, permitindo que os países mantivessem taxas mais elevadas sobre o capital existente ao mesmo tempo que competiam por capital novo.73 Apesar destas tendências em direção a um tratamento fiscal de empresas mais leve, o imposto sobre as sociedades permaneceu bem acima de zero na maioria dos países, cassim como nos estados dos EUA. A progressividade do imposto de renda individual em geral declinou em todo o mundo durante o mesmo período. As principais taxas marginais de imposto sobre o rendimento individual caíram, assim como a taxa marginal paga por um trabalhador que ganhava 250% do rendimento médio.74 Além disso, o spread entre a taxa de imposto paga por estes indivíduos de renda alta e um trabalhador que ganhava apenas 67% da média caiu de 22 pontos percentuais para 18 pontos percentuais em todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Organization for Economic Cooperation and Development - OECD) de 1981 até 2006.75 Finalmente, como o relatório da COTCE recomendou para a Califórnia, os impostos sobre valor agregado haviam assumido um papel cada vez maior nos países desenvolvidos ao longo das últimas três décadas, substituindo os impostos especiais de consumo sobre produtos específicos. (Quadro 13) Uma análise demonstrou: "Juntos, o aumento no número de países que utilizam um imposto sobre valor agregado e aumento das taxas nos países que já tinhamum imposto sobre valor agregado levaram a uma quase duplicação da quota de receitas fiscais (com base numa média não ponderada) arrecadada por impostos de consumo geral impostos na OECD, de 1960 a 2003."76 Em contrapartida, a Califórnia substituiu sua receita advinda de impostos especiais de consumo diminuída por impostos de renda pessoal aumentados. A linha de frente da concorrência fiscal internacional foi ocupada pelos chamados "paraísos fiscais". Os paraísos fiscais eram países (ou regiões dentro de países, como estados dos 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 13 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 EUA) que competiam por atividade econômica oferecendo impostos excepcionalmente baixos, juntamente com, na maioria dos casos, regulamentação fácil e proteções à privacidade extensivas. Especialistas identificaram cerca de 45 grandes paraísos fiscais nacionais em funcionamento em meados dos anos 2000 (Quadro 15). Paraísos fiscais eram geralmente de população e tamanho físico pequenos, mas eles tiveram um papel enorme na economia global por causa das várias maneiras criativas como eles poderiam ser usados por corporações e indivíduos abastados para evitar impostos. Embora os dados sobre a atividade econômica em paraísos sejam inerentemente difíceis de reunir, em 1999 eles hospedavam 16% dos ativos externos e 30% do rendimento estrangeiro de multinacionais americanas apesar de constituírem apenas 2,3% do PIB mundial e 0,8% da população mundial.77 Estes dados levaram muitos a culpar os paraísos fiscais pela acelerar uma corrida em direção ao abismo na política fiscal. Nenhum governo mundial existia para regular paraísos fiscais ou a concorrência fiscal em geral, então os países envolvidos organizaram iniciativas cooperativas para abordá-los. Mais importante, a OECD publicou um relatório influente em 1998, que iniciou seus esforços agressivos durante a década seguinte no sentido de limitar a extensão do que definia como "práticas fiscais prejudiciais." A OECD eventualmente obteve compromissos de reforma de 43 dos 47 paraísos fiscais que identificou originalmente, um recorde visto como um sucesso por muitos. Os críticos argumentaram, no entanto, que os requisitos para serem considerados "cooperativas" haviam sido enfraquecidos e tinham permitido que os paraísos continuassem competindo sobre impostos quase tão agressivamente quanto antes. Esforços como os da OECD eram em geral, incontroversos quando destinados a combater a evasão fiscal ilegal, mas a questão sobre se a prática de evasão fiscal legal através de paraísos fiscais era boa ou ruim para a política econômica permaneceu. Por um lado, forçando países a reconhecer a elasticidade de suas bases fiscais, os paraísos poderiam ter estado acelerando mudanças inevitáveis e até mesmo desejáveis em sistemas fiscais. Alguns analistas argumentaram que os efeitos positivos dos paraísos eram mais sutis, na medida em que eles tornavam possível para os países aumentar as receitas através de taxas de impostos sobre sociedades positivas, ao mesmo tempo que proporcionavam uma válvula de escape, reduzindo da carga fiscal sobre investimentos que de outra forma teriam sido alocados em outro lugar. Por outro lado, as mudanças na política coincidindo com o surgimento de paraísos reduziu a progressividade dos sistemas fiscais, cortando o auxílio a famílias de baixa renda cuja receita já estava sob pressão por parte do processo de produção cada vez mais globalizado.78 Uma visão positiva dos paraísos fiscais salientava que eles forçavam os países a convencer os contribuintes que seus impostos eram justificados pelos benefícios dos serviços do Estado que custeavam. Desde os anos 50, os analistas observavam migração fácil e pequenas jurisdições fornecia exatamente tal disciplina a nível local. Por exemplo, os indivíduos que pagavam impostos elevados por imóveis nos Estados Unidos (que são avaliados a nível local) esperavam receber benefícios proporcionais em troca, como boas escolas públicas ou uma boa localização para se deslocar para o trabalho. Estariam as finanças públicas locais nos Estados Unidos prenunciando o futuro dos países na economia globalizada? Será que as empresas e indivíduos exigiriam que os impostos se baseassem não sobre quão elástica seria a forma como eles responderiam aos impostos ou em suas habilidades para pagar, mas sim em quanto eles valorizavam os bens e serviços financiados pelos impostos? A Califórnia em 2010 Em outubro de 2009, o governador Schwarzenegger recebeu um relatório decepcionante de sua equipe de orçamento: o déficit orçamentário do estado tinha voltado. A receita fiscal do estado havia caído em mais de $1 bilhão no terceiro trimestre, obtendo 5,3% menos receitas do que o previsto e revigorando as preocupações com a sustentabilidade das finanças do estado. Enquanto isso, as reformas fiscais preferenciais do governador estavam sendo massacradas no legislativo estadual. 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 14 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Em janeiro de 2010, quando o governador apresentou seu orçamento para o próximo ano, a situação era dramaticamente pior, com um déficit de $20 bilhões previsto para o próximo ano fiscal. Para fechar a lacuna, o governador ressaltou cortes de gastos, cortes salariais para os funcionários públicos, e um plano para pressionar o governo federal em busca de apoio. Sobre seu plano, o governador disse: "Eu sei que muitos desses cortes são dolorosos. . . . Acreditem, estas são as decisões mais difíceis que um governador tem que tomar. Ainda assim, simplesmente não há uma forma concebível de evitar mais cortes e mais dor." Notavelmente, o plano não aumentou os impostos, e o governador reiterou seu desejo de reforma a exemplo das recomendações da COTCE. Enquanto isso, líderes Democratas faziam oposição ao orçamento do governador. Em conflito direto com as recomendações da COTCE, eles apoiavam aumentos de impostos para tapar o déficit orçamentário, afirmando que as empresas e indivíduos talentosos iriam continuar a confluir para o estado, apesar de, e talvez por causa de impostos mais elevados para financiar serviços públicos. "Precisamos lembrar que há uma conexão entre os serviços e os impostos", disse Evans, membro da Assembléia. Ela continuou: "Se os californianos querem que esses serviços sejam prestados pelo estado, então [eles] têm que pagar impostos por eles." No entanto, "porque o governador ameaça vetar qualquer coisa [que o legislativo] envia para ele com impostos, tornou-se impossível" levantar a receita necessária.79 Os limites de mandato decretaram que 2010 seria o último ano em exercício de Schwarzenegger. No início do ano, ele pesou suas opções para fazer progresso na direção de garantir a saúde fiscal a longo prazo da Califórnia. Ele poderia insistir na política que ele acreditava ser melhor para o estado, que envolvia uma reforma fundamental que era profundamente impopular com os seus colegas Democratas e até mesmo alguns Republicanos. Ele poderia permitir que o status quo persistisse, adiando uma resolução do desequilíbrio fiscal para um momento em que a economia estivesse mais saudável e a resistência à reforma potencialmente mais fraca. Ou, ele poderia procurar um acordo com os legisladores que conciliaria sua visão com a deles. 710-038 Crises Orçamentáriasda Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 15 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 1a Déficit Operacional Anual Estimado da Califórnia, Fundo Geral ($ bilhões) Estimativas ($ bilhões) Ano Fiscal 2010-11 Ano Fiscal 2011-12 Ano Fiscal 2012-13 Ano Fiscal 2013-14 Ano Fiscal 2014-15 Receitas do Fundo Geral $88 $ 84 $ 92 $ 99 $ 106 Gastos do Fundo Geral $ 102 $ 106 $ 115 $ 119 $ 124 Déficit Estimado $ 20 $ 21 $ 23 $ 20 $ 18 (inclui acúmulo de $6) Fonte: “The 2010–2011 Budget: California’s Fiscal Outlook,” Gabinete do Analista Legislativo da Califórnia, http://www.lao.ca.gov/2009/bud/fiscal_outlook/fiscal_outlook_111809.aspx, acessado em abril de 2010. 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 16 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 1 9 7 0 1 9 7 5 1 9 8 0 1 9 8 5 1 9 9 0 1 9 9 5 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 P ro d u to b ru to d o es ta d o ( $ b il li o n s) 1 1 2 1 7 9 3 2 4 5 2 8 7 8 8 9 0 9 1 .2 8 7 1 .3 0 1 1 .3 4 0 1 .4 1 1 1 .5 1 9 1 .6 3 3 1 .7 4 2 1 .8 1 3 1 .8 4 7 P ro d u to b ru to r ea l d o es ta d o (b il h õ es d e $ 2 0 0 8 ) 6 2 3 7 1 6 8 4 8 1 .0 5 7 1 .2 9 9 1 .2 8 4 1 .6 0 9 1 .5 8 2 1 .6 0 4 1 .6 5 0 1 .7 3 2 1 .8 0 0 1 .8 6 1 1 .8 8 3 1 .8 4 7 T a x a d e cr es ci m e n to d e p ro d u to b ru to r ea l d o e st ad o ( m éd ia en tr e o s an o s) 2 ,8 % 3 ,4 % 4 ,5 % 4 ,2 % -0 ,2 % 4 ,6 % -1 ,7 % 1 ,4 % 2 ,9 % 4 ,9 % 4 ,0 % 3 ,4 % 1 ,2 % -1 ,9 % D es e m p re g o 7 ,3 % 9 ,9 % 6 ,8 % 7 ,2 % 5 ,8 % 7 ,9 % 4 ,9 % 5 ,4 % 6 ,7 % 6 ,8 % 6 ,2 % 5 ,4 % 4 ,9 % 5 ,4 % 7 ,2 % 1 1 ,7 % S a ld o o rç a m e n ta l d o es ta d o ( $ b il h õ es ) -0 ,6 0 ,1 -0 ,6 0 ,6 -2 ,1 0 ,3 2 ,7 -8 ,0 -9 ,4 -1 1 ,0 -7 ,9 -3 ,1 -1 ,3 -9 ,3 -1 0 ,9 -1 6 ,1 S a ld o o rç a m e n ta l co m o p o rc e n ta g e m d a re ce it a to ta l -1 0 % 1 % -3 % 2 % -5 % 1 % 3 % -9 % -1 1 % -1 1 % -8 % -3 % -1 % -8 % -9 % -1 5 % E x p o rt aç õ es es tr an g e ir as d e b en s e se rv iç o s ($ b il h õ es ) 4 1 0 2 7 3 2 6 9 1 1 7 1 4 9 1 2 7 1 1 1 1 1 4 1 2 3 1 3 0 1 4 8 1 6 0 1 7 1 1 3 7 Im p o rt aç õ es es tr an g e ir as d e b en s e se rv iç o s ($ b il h õ es ) 4 1 2 2 9 6 2 9 7 1 6 5 2 4 4 2 1 4 2 1 8 2 3 7 2 7 4 3 0 6 3 4 3 3 5 6 3 5 6 2 7 7 S a ld o d e co m é rc io ex te ri o r co m o p o rc e n ta g e m d o P ro d u to B ru to d o E st ad o 0 ,1 % 0 ,8 % 0 ,8 % -5 ,5 % -3 ,6 % -5 ,3 % -7 ,4 % -6 ,7 % -8 ,0 % -8 ,7 % 1 0 ,0 % 1 0 ,8 % 1 1 ,2 % 1 0 ,8 % 1 0 ,0 % F o n te s: “ G ro ss D o m es ti c P ro d u c t b y S ta te ,” G ab in et e d e A n á li se s E co n ô m ic as , h tt p :/ /w w w .b ea .g o v /r e g io n a l/ g sp /, a ce ss ad o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . “ L o ca l A re a U n e m p lo y m e n t S ta ti st ic s, ” G ab in e te d e E st at ís ti ca d o T ra b a lh o , h tt p :/ /w w w .b ls .g o v /l a u /, a ce ss ad o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . D ep ar ta m e n to d e D es en v o lv im e n to d e E m p re g o s d a C al if ó rn ia . “ B u d g et S u m m a ry — S c h ed u le 6 ,” D ep ar ta m e n to d e F in a n ça s d a C al if ó rn ia , h tt p :/ /w w w .e b u d g et .c a. g o v /p d f/ B u d g e tS u m m ar y /B S _ S C H 6 .p d f, ac es sa d o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . “ F o re ig n T ra d e T h ro u g h C a li fo rn ia P o rt s – T ab le K -1 0 ,” D ep ar ta m e n to d e F in a n ça s d a C al if ó rn ia , h tt p :/ /w w w .d o f. ca .g o v /h tm l/ fs _ d at a/ st at -a b s/ ta b le s/ k 1 0 .x ls , ac es sa d o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 17 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 2a Taxas Marginais de Imposto sobre o Rendimento Individual Máximas e de Impostos sobre Sociedades Combinadas, 2010 Fonte: "State Corporate Income Tax Rates," Centro de Políticas Tributárias, http://www.taxpolicycenter.org/taxfacts/display afact.cfm? Docid=244, acessado em abril de 2010. "Individual State Income Tax Rates," Centro de Políticas Tributárias, http://www.taxpolicycenter.org/taxfacts/display afact. cfm?DocID=406&Topic2id=90&Topic3id=91, acessado em abril de 2010. Imposto de Renda sobre Sociedades Imposto de Renda Individual 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 18 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 2b Carga Tributária Estadual e Local (taxa tributária em porcentagem), 2008 Fonte: The Tax Foundation, http://www.taxfoundation.org/taxdata/show/335.html, acessado em abril de 2010. Quadro 3 Saldo Orçamentário do Estado da Califórnia como Porcentagem da Receita, 1950-2009 Fonte: “Budget Summary—Schedule 6,” Departamento de Finanças da Califórnia, http://www.ebudget.ca.gov/pdf/BudgetSummary/BS_SCH6.pdf, acessado em abril de 2010. 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 19 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 4 Clasificações de Crédito dos Títulos de Obrigações Gerais da Califórnia Fonte: Tesouraria do Estado da Califórnia; http://www.treasurer.ca.gov/ratings/history.asp, acessado em abril de 2010. Obs.: Os autores converteram a escala de classificações de cada agência em um índice de quatro pontos, com cada etapa das classificações correspondente a uma etapa numérica de um terço. Por exemplo, AA– nas classificações S&P e Fitch eram classificadas como 3.0, enquanto AA era 3.3. Fitch Moody’s 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 20 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicaçãoconstitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 F o n te : "B u d g et S u m m ar y - S ch ed u le 6 ," D ep ar ta m en to d e F in an ça d a C al if ó rn ia , h tt p :/ / w w w . eb u d g et .c a. g o v / p d f/ B u d g et S u m m ar y /B S _ S C H 6 .p d f, a ce ss ad o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . F o n te : "B u d g et S u m m ar y - S ch ed u le 6 ," D ep ar ta m en to d e F in an ça d a C al if ó rn ia , h tt p :/ / w w w . eb u d g et .c a. g o v / p d f/ B u d g et S u m m ar y /B S _ S C H 6 .p d f, ac es sa d o e m a b ri l d e 2 0 1 0 . Q u a d ro 5 P o rc en ta g en s d e D es p es as e S al d o O rç am en ta l d o E st ad o d a C al if ó rn ia Q u a d ro 6 P o rc en ta g en s d e R ec ei ta e S al d o O rç am en ta l d o E st ad o d a C al if ó rn ia O u tr o s S e rv iç o s d o E s ta d o e a o C o n s u m id o r P ro te ç ã o A m b ie n ta l R e c u rs o s C o rr e ç õ e s A b a ti m e n to F is c a l N e g ó c io s , T ra n s p o rt e , M o ra d ia S a ú d e e S e rv iç o s H u m a n o s E d u c a ç ã o S u p e ri o r C ré d it o E d u c a c io n a l K -1 2 S a ld o o rç a m e n tá ri o /R e c e it a s O u tr o s T o ta l d e V e n d a s n o V a re jo Im p o s to d e R e n d a I n d iv id u a l T o ta l d e I m p o s to s s o b re V e íc u lo s M o to ri z a d o s Im p o s to d s o b re d o a ç õ e s , h e ra n ç a e p ro p ri e d a d e ( im ó v e l) Im p o s to s o b re S o c ie d a d e s T o ta l d e I m p o s to s s o b re P ro d u to s I n d e s e ja d o s S a ld o o rç a m e n tá ri o /R e c e it a s 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 21 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 7a Mudança de Porcentagem na Renda Familiar Relativa a 1970, por Percentil de Renda Fonte: Adaptado de “Poverty in California,” http://www.ppic.org/content/pubs/cacounts/CC_506DRCC.pdf, acessado em abril de 2010. Quadro 7b Distribuição do Imposto de Renda Individual, por Percentil de Renda Fonte: “California’s Changing Income Distribution,” Gabinete do Analista Legislativo da Califórnia, http://192.234.213.2/2000/0800_inc_dist/0800_income_distribution.html, acessado em abril de 2010. Percentil de Renda 90º 75º Mediana 25º 10º M u d a n ç a d e P o rc e n ta g e m D e s d e 1 9 7 0 95º ao 100º percentil 80º ao 95º percentil 60º ao 80º percentil 40º ao 60º percentil 20º ao 40º percentil 0º ao 20º percentil P o rc e n ta g e m d e I m p o s to s i n d iv id u a is p a g a 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 22 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 8a Controle do Governo da Califórnia, 1955-2009 Fonte: Cálculos dos escritores do caso, baseados em E. Dotson Wilson e Brian S. Ebbert, Legislativo da Califórnia (Sacramento: The State of California, 2006), p. 277. Quadro 8b Estados dos EUA que permitem "iniciativas" dos eleitores e ano quando permitiram pela primeira vez. Tirado de “Direct Democracy and Redistribution”, de Christopher Berry (2009) Legislativo=R, Governador=R O Legislativo se dividiu Governador=R Legislativo=D, Governador=D Legislativo=D, Governador=R Status da Iniciativa Nenhuma Iniciativa Estado da Iniciativa 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 23 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 9a Gasto por Aluno (K-12) na Califórnia em relação à Média Nacional Fonte: “California’s K-12 Public Schools: How Are They Doing?” RAND, 2005. G a s to s p o r a lu n o r e la ti v o s à m é d ia n a c io n a l (s e m p re e m d ó la re s d e 1 9 9 9 -2 0 0 0 ) 710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 24 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 9b Componentes da Tributação Estadual e Local , 1977–2007 Fonte: Analise de dados da Agência de Censo dos EUA feita pelos escritores do caso, Base de Dados das Finanças do Governo, http://www2.census.gov/pub/outgoing/govs/special60, acessado em abril de 2010. Estado da Califórnia e Localidades Outros Impostos Imposto de Renda Líquido sobre Sociedades Imposto de Renda Individual Imposto sobre Vendas Totais Imposto sobre Propriedade Outros Impostos Imposto de Renda Líquido sobre Sociedades Imposto de Renda Individual Imposto sobre Vendas Totais Imposto sobre Propriedade Média Estadual e Local pelos Estados Unidos 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 710-038 25 Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de direitos autorais. Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 Quadro 10 Membros da Comissão sobre a Economia do Século XXI Nomeações do Governador Gerald Parsky [Presidência] Presidente, Aurora Capital Group Ruben Barrales Presidente e Diretor Executivo, Câmara Regional do Comércio de San Diego Michael Boskin Associado Sênior da Hoover Institution e Professor T. M. Friedman de Economia, Universidade de Stanford John Cogan Associado Sênior da Hoover Institution e Professor de Políticas Públicas na Universidade de Stanford William Hauck Presidente e Diretor Executivo, California Business Roundtable Rebecca Morgan Presidente da Morgan Family Foundation Curt Pringle Prefeito da cidade de Anaheim Nomeações do Legislativo Edward De La Rosa Fundador e Presidente, De La Rosa & Company Christopher Edley, Jr. Reitor e Professor de Direito, Faculdade de Direito Boalt Hall, Universidade da California, Berkley George Halvorson Presidente e Diretor Executivo, Plano de Saúde da Kaiser Foundation e Hospitais da Kaiser Foundation Jennifer Ito Diretora de Pesquisa, Conceitos Estratégicos em Formação em Organização e Política ( Strategic Concepts in Organizing and Policy Education - SCOPE) Fred Keeley Tesoureiro do Município de Santa Cruz, Professor de Ciências Políticas, Universidade do Estado da California, San Jose Monica Lozano Editora e Diretora Executiva, La Opinion Richard Pomp Professor Alva P. Loiselle de Direito, Universidade de Connecticut Fonte: Comissão da Califórnia sobre a Economia do Século XXI, Relatório, setembro de 2009. Quadro 11 Imposto Estadual sobre Sociedades, Totais pelos Estados Unidos Fontes: Bureau of Economic Analysis; Robert Chirinko e