Buscar

9-710-038_HARVARD_CRISES ORCAMENTARIAS DA CALIFORNIA REFORMA FISCAL E CONCORRENCIA FISCAL NACIONAL E INTERNACIONAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

H AR V AR D | BU S I N ES S | S CH O O L 
9-710-038 
REV: 10 DE JANEIRO DE 2013 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
MATTHEW WEINZIERL 
JACOB KUIPERS 
 
Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma 
Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
 
Apesar de ter salvado o planeta várias vezes de máquinas guerreiras viajantes no tempo, 
Arnold Schwarzenegger encontrou um adversário à sua altura em 2009. Como governador da 
Califórnia, "a oitava maior economia do mundo", ele era responsável por obter um orçamento de 
Estado através de um processo legislativo tortuoso que tinha levado o estado à beira do que o 
governador chamou de "Armagedom Fiscal."1 Quando o ano fiscal começou em 1º de julho sem 
um acordo de orçamento, a Califórnia recorreu a pagar as suas contas com notas promissórias em 
vez de dinheiro. Vários bancos de grande porte se recusaram a aceitar as promissórias como 
moeda corrente, deixando seus titulares com pedaços de papel potencialmente sem valor. 
Proponentes no eBay ofereceram menos de 100 centavos de dólar nas promissórias, e tanto a Fitch 
quanto a Moody's desvalorizaram severamente os títulos do estado, refletindo a percepção do 
mercado de que as chances de inadimplência por parte do estado eram reais.2 O governador 
Schwarzenegger declarou emergência fiscal pela terceira vez em 18 meses.3 
Após uma sessão maratona no final de julho, o legislativo da Califórnia aprovou (com a 
maioria de dois terços constitucionalmente exigida) um orçamento que, uma vez assinado pelo 
governador, fechou o déficit orçamentário de $26 bilhões que emergiu ao longo dos seis meses 
anteriores. Enquanto a taxa de imposto sobre vendas estadual tinha sido elevada em um ponto 
percentual em abril para aumentar as receitas, em julho, a grande maioria do déficit foi fechada 
com cortes de gastos, muitos em serviços sociais. O blog com tendências esquerdistas Daily Kos 
reagiu com sarcasmo: "Se um orçamento é de fato um documento moral, parece, julgando por 
este orçamento, que o estado da Califórnia tem o coração de um sociopata. . . ." Jean Ross, 
diretora-executiva do Projeto Orçamento da Califórnia, apartidário, reitera essa preocupação: 
"Nós chegamos a um ponto onde estamos cortando muito além da carne e da gordura; estamos 
bem na medula."4 O governador reconheceu que "...não é um orçamento fácil, é um orçamento 
difícil; mas é um orçamento necessário."5 
Embora o acordo de Julho tenha fechado o déficit atual, as perspectivas para as finanças 
públicas da Califórnia eram sombrias. O Gabinete do Analista Legislativo (Legislative Analyst's 
Office - LAO), a agência apartidária de análise de políticas do legislativo estadual, estimou 
déficits operacionais anuais maiores que $15 bilhões (equivalente a 14% das receitas de 2008-
2009) ao longo do ano fiscal 2014-2015 (Quadro 1a). De acordo com o LAO, ". . . a dimensão 
dos déficits é tão grande que [o LAO] não conhece nenhuma maneira como o Legislativo, o 
governador e os eleitores possam evitar fazer escolhas adicionais muito difíceis a respeito das 
prioridades do estado."6 Embora sejam intimidadores por si só, esses déficits excluíam o fundo 
público de pensões do estado, que por estimativa do governador estava "$300 bilhões no 
vermelho."7 
 
O Professor Matthew Weinzierl e o Pesquisador Associado Jacob Kuipers prepararam este caso. Determinados detalhes foram 
disfarçados. Os casos HBS são desenvolvidos exclusivamente como base para discussão em sala de aula. Os casos não se destinam 
para servir como endosso, fontes de dados primários, ou ilustrações de gestão eficiente ou ineficiente. 
Copyright © 2010, 2012, 2013 President and Fellows of Harvard College. Para encomendar cópias ou solicitar permissão para 
reproduzir materiais, ligue 1-800-800545-7685, escreva para a Harvard Business School Publishing, Boston, MA 02163, ou visite 
www.hbsp.harvard.edu/educators. Esta publicação não pode ser digitalizada, fotocopiada, ou de outra forma reproduzida, divulgada 
ou transmitida, sem a permissão da Harvard Business School. 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
2 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Qual foi a fonte dos problemas orçamentários do estado? Líderes políticos da Califórnia 
culparam as políticas fiscais do estado. A senadora Denise Ducheny, presidente do Comitê de 
Revisão do Orçamento e Fiscal, enfatizou os impostos: "Nos anos 70 e 90, quando havia um 
superávit, em vez de guardar para economizar para os tempos mais difíceis, as pessoas insistiram 
em fazer cortes nos impostos. Por que você faria um corte nos impostos quando você é rico?"8 
Em contrapartida, David Crane, Assessor Especial para o Emprego e o Crescimento Econômico 
do governador, enfatizou uma falta de contenção de despesas: "Todos os incentivos são para que 
[os políticos] gastem sem levar em conta o que provavelmente vai acontecer com a receita"9 Uma 
explicação alternativa, de que o sistema fiscal do estado estava prejudicando sua competitividade 
e retardando o crescimento, foi enfatizada pelo próprio governador: "Para fortalecer a economia, 
que é a base de todos os empregos, nós aqui nesta câmara devemos reformar o sistema fiscal da 
Califórnia."10 
Para enfrentar os problemas fiscais a longo prazo do Estado, em outubro de 2008 os 
líderes legislativos e Schwarzenegger tinham formado uma "Comissão sobre a Economia do 
Século 21" (COTCE, pronuncia-se "cât'-si") para propor mudanças fundamentais nas políticas 
fiscais da Califórnia. Embora grandes reformas fiscais fossem raras, a terrível situação na 
Califórnia havia criado um sentimento de urgência que muitos esperavam que seria suficiente 
para impulsionar reforma. Os limites de mandato decretaram que 2010 era o último ano em 
exercício do governador Schwarzenegger. Poderia ele e os líderes legislativos encontrar um 
conjunto de reformas que solucionariam os problemas fiscais do estado, e ao mesmo tempo 
equilibrariam suas prioridades conflitantes? 
Resumo da História Econômica da Califórnia 
Exploradores da Espanha chegaram na Baía de San Diego, em 1542, e encontraram os 
índios americanos habitavam a região há milhares de anos. Os espanhóis chamaram a área de 
"Alta Califórnia" e começaram a estabelecer colônias entre San Diego e San Francisco sob a 
forma de missões cristãs. Em 1821, o México ganhou a independência da Espanha, tornando a 
Califórnia atual uma província mexicana. No entanto, tal designação foi de curta duração. Em 
1848, a Califórnia tornou-se propriedade dos Estados Unidos na forma de uma concessão após a 
Guerra Mexicano-Americana. No mesmo ano, foi descoberto outro no sopé das montanhas de 
Sierra Nevada. na Califórnia, trazendo milhares de colonos do leste. A Califórnia ganhou 
soberania em 1850. 
Para ligar o novo estado ao resto do país, uma estrada de ferro transcontinental foi 
concluída em 1869. Juntamente com o clima da Califórnia, o acesso ferroviário ao mercado 
nacional fez da agricultura o alicerce da economia do estado. A política do estado também estava 
intimamente ligada à ferrovia. Na virada do século XX, "A política pública era ditada 
principalmente pela máquina política da Estrada de Ferro Southern Pacific, a Companhia mais 
poderosa do estado."11 
O clima da Califórnia e os terrenos baratos atraíram entretenimento, defesa e indústrias 
de alta tecnologia. Los Angeles tornou-se um centro mundial de produção de cinema e televisão. 
Os militares tiraram vantagem dos três grandes portos do estado (SanDiego, Los Angeles e San 
Francisco) e do clima árido para desenvolver grandes bases navais e aéreas em todo o estado. A 
indústria de defesa veio em seguida e ajudou a impulsionar a economia da Califórnia, nos meados 
e no fim do século XX. Empresas de tecnologia avançada que auxiliavam os militares 
localizaram-se na área da Baía de San Francisco durante esta época, já que os militares haviam 
desenvolvido muito de sua principal tecnologia e centros de pesquisa lá. Universidades da área 
da Baía, incluindo Stanford, também aproveitaram a entrada de recursos federais para desenvolver 
tecnologias de ponta em eletrônica, engenharia, arquitetura computacional e defesa A associação 
da região com a indústria de computação eletrônica foi tão forte que uma parte dela ganhou o 
apelido "Vale do Silício". 
A ascensão da indústria de computadores pessoais na década de 1980 foi impulsionada 
em parte por empresas de tecnologia da área da Baía (Bay Area), tais como Hewlett-Packard, 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
3 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Intel e Apple. A indústria de softwares veio em seguida, com as empresas Electronic Arts, Sun 
Microsystems e Adobe, todas sendo estabelecidas nas proximidades. À medida em que a Internet 
foi se desenvolvendo, algumas das suas empresas mais importantes foram sediadas na região, 
incluindo Google, eBay e Facebook. Crescendo em paralelo com a indústria de computadores, 
empresas líderes em biotecnologia —inclusive a Genentech— também se desenvolveram na Bay 
Area, apoiadas pelas principais universidades de pesquisa da região. 
De acordo com alguns analistas, um fator que desempenhou um papel importante porém sutil no 
sucesso da Califórnia em fomentar a inovação e o empreendedorismo foi sua falta de rigor na 
execução de cláusulas de não concorrência nos contratos de trabalho.12 De acordo com estes 
argumentos, a livre circulação de trabalhadores entre empresas no Vale do Silício permitiu que o 
conhecimento se alastrasse e que talentos fossem direcionados para as empresas mais promissoras 
de forma mais rápida do que em outras regiões onde a execução dos contratos de trabalho foi mais 
severa. 
Ao longo dos anos 90 e 2000, as indústrias de tecnologia e os funcionários talentosos que 
elas atraíam foram os principais propulsores da economia da Califórnia. Estes funcionários, por 
sua vez, impulsionaram o rápido aumento no preço da moradia na Califórnia. Entre 2000 e 2005, 
as 10 áreas metropolitanas dos Estados Unidos com o maior aumento percentual nos preços de 
casas ficavam todas na Califórnia.13 Em 1999 e 2002, o estado ficou em segundo lugar no Índice 
de Nova Economia Estadual da Fundação Kauffman. Na época da crise orçamentária de 2009, a 
Califórnia era um estado-potência econômica (Quadro 1b). A Califórnia reivindicou um quarto 
das patentes concedidas nos Estados Unidos e quase a metade do investimento em capital de risco 
do país.15 Ela não era apenas a maior economia estadual dos Estados Unidos, era mais de 50% 
maior do que a segunda maior (Nova York). Ela também tinha o sétimo maior PIB per capita nos 
Estados Unidos.16 
Desafios Econômicos Atuais 
Apesar do seu tamanho e prosperidade, a economia da Califórnia estava apresentando 
baixo desempenho para muitos de seus moradores mais vulneráveis. A taxa de desemprego do 
estado foi a mais alta entre os seis maiores estados a cada ano, exceto um, de 1992 a 2008. Sua 
taxa de pobreza, apesar de anteriormente ter estado no mesmo nível destes outros estados grandes, 
havia subido, tornando-se a segunda maior neste grupo de seis por volta de 2008 (apenas o Texas 
tinha uma taxa de pobreza mais elevada). A qualidade do sistema de saúde do estado foi 
classificado como o pior do país,17 e as escolas públicas do estado foram consideradas por alguns 
como estando entre as mais fracas da nação.18 
Muitos dos residentes pobres da Califórnia eram imigrantes não-autorizados. De acordo 
com o Instituto de Políticas Públicas da Califórnia (Public Policy Institute of California - PPIC), 
um grupo de reflexão, "a maioria dos imigrantes na Califórnia (cerca de 70%) ou são cidadãos 
naturalizados ou têm visto", mas aproximadamente 2,8 milhões de imigrantes não-autorizados 
moravam na Califórnia em 2006 — aproximadamente 7,5% da população do estado, um total de 
37 milhões, e um quarto do total da população de imigrantes não autorizados dos Estados Unidos. 
Um debate acalorado sobre se esses moradores constituíam um encargo ou um lucro líquido para 
as finanças do governo era uma característica persistente da política da Califórnia. Depois de 
analisar as provas, o PPIC concluiu que "não há estudos confiáveis de efeitos fiscais dos 
imigrantes ilegais na Califórnia."19 
As disparidades regionais também eram uma preocupação. As áreas metropolitanas 
costeiras (a Bay Area de San Francisco, Los Angeles e San Diego) eram algumas das mais ricas 
dos Estados Unidos, enquanto o Central Valley (Vale Central) da Califórnia, que era rural, ficou 
para trás. Em 2006, a taxa de pobreza do Central Valley (sem contar a região metropolitana de 
Sacramento) foi de 20% em comparação com os 13% do resto do estado. Além disso, apenas 14% 
dos indivíduos do Central Valley com 25 anos ou mais possuíam diploma universitário, em 
comparação com 28% no resto do estado. A renda familiar média no Município de San Francisco 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
4 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
em 2008 foi de $ 73.127, mais de 50% maior do que a média nos oito municípios do Central 
Valley.20 
 
a Classificado por produto bruto do estado em 2008, nos outros cinco maiores estados foram Nova York, Texas, Flórida, Illinois e 
Pensilvânia. 
 
Por fim, apesar de seu Histórico de atrair empresas líderes, a Califórnia estava sendo criticada por 
criar de um ambiente difícil para os negócios. Uma enquete entre os CEOs da revista Chief 
Executive nomeou a Califórnia como sendo o pior estado para fazer negócios por quatro anos 
seguidos, de 2006 ao fim de 2009.21 ndice de Nova Economia Estadual da Fundação Kauffman 
rebaixou a Califórnia de segundo lugar (em 1999 e 2002) para o quinto em 2007 e oitavo em 2009 
. Líderes políticos, especialmente os Republicanos, reforçaram essas preocupações. "A Califórnia 
não é competitiva em seu âmbito de negócios, em seu âmbito de impostos, ou seu âmbito 
regulamentar ", disse o Líder de Minorias do Senado, Dennis Hollingsworth.22 O senador Roy 
Ashburn, membro do Comitê do Senado sobre o Orçamento e Avaliação Fiscal, concordou: "A 
disfunção da estrutura que temos; os desincentivos em nossa abordagem fiscal atual são óbvios 
"23 David Crane, o Assessor Especial do Governador, disse: "Nós temos um sistema fiscal muito 
deformador. . . . Nós punimos as pessoas por estarem aqui. Isso é dispendioso para o crescimento 
econômico. . . . Nosso imposto sobre as sociedades é particularmente prejudicial para o 
crescimento no Central Valley, que tradicionalmente tem a maior taxa de desemprego."24 Como 
prova, estes críticos observaram que as taxas de imposto da Califórnia sobre grandes rendas 
individuais e sobre rendas de empresas estavam entre as mais altas do país e que a Califórnia teve 
a sexta maior carga tributária estatal e local como parte da renda nos Estados Unidos em 2009 
(Quadros 2a e 2b). 
Desequilíbrios Fiscais 
A fraqueza mais premente do estado, noentanto, foi seu persistente déficit fiscal.25 Dos 
50 anos fiscais de 1959 até o final de 2009, a Califórnia teve déficits orçamentais gerais em 38 
anos, ou 76% do tempo. Além disso, a situação não estava melhorando: dos 30 anos fiscais após 
1979, o estado teve déficits em 25 anos, ou 83% do tempo (Quadro 3). Embora os detalhes de 
contabilidade dificultem fazer comparações estatais cruzadas, uma análise sugeriu que os déficits 
da Califórnia foram relativamente grandes quando comparados aos cinco outros estados 
maiores.26 
As enormes dívidas futuras subfinanciadas para as pensões do setor público somaram-se 
às preocupações sobre a gestão e saúde a longo prazo da situação fiscal do estado. A estimativa 
de $300 bilhões de déficit em financiamento para os três sistemas de pensão para funcionários 
públicos era equivalente a mais de três anos de despesas globais do Fundo Geral pelo governo do 
estado e representava uma dívida de $ 23.852 por família na Califórnia. As agências de notação 
tomou nota destes problemas, o que resultou em períodos recorrentes de notações estaduais fracas 
(Quadro 4).27 
Mecanicamente, os desequilíbrios fiscais recorrentes da Califórnia refletiam uma lacuna 
entre as taxas de crescimento das despesas e receitas do estado. De 1978 até 2008, os gastos 
cresceram a uma taxa composta de crescimento anual de 7,7% ao ano, enquanto a receita cresceu 
a apenas 6,9% ao ano.28 
Democratas e republicanos reconheceram que as políticas de receitas e despesas do estado 
haviam se tornado dissociadas. "Os californianos querem serviços sem pagar impostos por eles", 
disse um conselheiro político líder Democrata. Ele argumentou que os californianos tinham 
criado programas rígidos e caros — o legislativo através de leis e os eleitores por meio de 
proposições — que não tinham "mecanismo de receita associado" a eles.29 Por exemplo, 
aprovação da Proposição 98 em 1988 definiu um nível mínimo de financiamento anual para a 
educação que foi determinado apenas em parte pelo ambiente econômico global. O senador 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
5 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Ashburn viu tais requisitos de gastos como peça chave para os desequilíbrios fiscais do estado: 
"É extraordinariamente difícil cortar os gastos para a metade do fundo geral. . . . [Esses requisitos] 
são, em sua essência, um Pac-Man gigante. "30 No entanto, o argumento de que os eleitores haviam 
arrancado o controle do orçamento do estado das mãos de seus representantes era controverso. O 
Gabinete do Analista Legislativo do estado, que é apartidário, opinou que "o Legislativo continua 
a controlar a grande maioria dos gastos do estado. . .as decisões são muitas vezes mais restringidas 
pela falta de consenso político ao invés de qualquer restrição orçamentária estrutural."31 
Independentemente do motivo, as quotas de despesas eram notavelmente estáveis a partir de 
meados da década de 1970 (Quadro 5). 
As necessidades de gastos rígidas contrastavam fortemente com a receita fiscal cada vez 
mais volátil. Enquanto a receita fiscal da Califórnia foi 16% menos volátil do que a média dos 
outros cinco maiores estados de 1978 a 1998, foi 11% mais volátil do que essa média de 1998 a 
2008.32 
Algo que contribuiu para essa volatilidade foi a mudança da Califórnia em direção ao 
imposto de renda individual, que era uma fonte de receitas mais variável do que as taxas relativas 
a veículos motorizados e impostos sobre as vendas de varejo que suplantou (Quadro 6). Em um 
exemplo dramático, os impostos de renda individuais caiu 26% em um ano e passou de 47% da 
receita total no ano fiscal 2000-2001 para apenas 27% em 2001-2002. A mudança de impostos 
sobre veículos motorizados33 e vendas para impostos sobre o rendimento individual foi devido 
tanto ao crescimento dos serviços, que eram não-tributados, e o crescimento especialmente rápido 
dos rendimentos entre os contribuintes nos mais elevados brackets do imposto de renda pessoal 
(Quadro 7a). 
A progressividade do imposto de renda individual ampliou ainda mais essa volatilidade, 
já que uma parcela maior da receita era levantada em ganhos de capital altamente cíclicos, bônus 
e ganhos de opções sobre ações. Enquanto os 5% principais dos contribuintes pagaram 17,6% da 
receita total do imposto de renda individual em 1975, eles pagaram 53% desta receita em 2009 
(Exhibit 7b). De um lado ao outro do espectro político, os políticos concordaram que a 
dependência do estado sobre os contribuintes de renda mais elevada havia atingido níveis nada 
saudáveis. O senador republicano Ashburn afirmou, "A estrutura fiscal da Califórnia está 
fracassando, e as cargas não são devidamente colocadas no que é mais produtivo. [Esta] é uma 
limitação automática no reinvestimento do capital obtido desses indivíduos."34 O senador 
Democrata Ducheny foi menos crítico a respeito do sistema atual, mas admitiu que o imposto de 
renda individual "poderia ser achatado um pouco", já que era "um pouco excessivo "35. 
Política do Estado 
Três características fizeram do sistema político moderno da Califórnia um sistema 
singular: a necessidade de maioria absoluta em matéria de legislação fiscal, limites de mandatos 
legislativos rigorosos e democracia direta através de referendo dos eleitores. Cada uma delas foi 
responsabilizada por alguns pelos problemas econômicos e fiscais que o estado enfrentou. 
Instituída em 1978, como parte de um referendo de eleitores, a chamada "exigência de 
maioria absoluta" mandatava que qualquer aumento de imposto líquido e todo orçamento final de 
nível estadual fosse aprovado por uma maioria de dois terços do legislativo. Esta "maioria 
absoluta" pode ser difícil de ser alcançada em um sistema de dois partidos, mesmo em um estado 
como a Califórnia, onde um único partido era politicamente dominante (Quadro 8a). Como 
resultado, nas palavras de um consultor sênior de política de um líder Democrata, "Questões 
acabam sendo desviadas. Não importa quão boa a política é. . você tem que acrescentar alguma 
coisa para conseguir."36 
A Califórnia possuía alguns dos limites de mandato mais rígidos do país: Os membros da 
Assembleia tinham limite de seis anos, e senadores de oito anos. Noreen Evans, membro da 
Assembleia e também presidente do Comitê da Assembleia sobre o Orçamento, definiu o 
problema: "Em qualquer determinado período de dois anos, um terço do legislativo está indo 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
6 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
embora ou é novo. . . os adultos têm que ir embora. Estive aqui por cinco anos e agora estou 
encarregada de ajudar a fabricar a resposta à crise orçamentária histórica do estado da Califórnia. 
. . . Isso faz dos lobistas e os funcionários as pessoas que realmente comandam esta casa. E por 
melhores e mais bem intencionados que eles sejam, eles sabem disso. Isso faz do legislativo o 
grupo mais baixo na hierarquia."37 
Alguns analistas alegaram que o maior obstáculo do Estado para a reforma era o processo 
de referendo através do qual os eleitores da Califórnia decidiam alguns problemas diretamente 
em vez de através de representantes eleitos. 
A partir de 1911, a Califórnia permitiu que uma iniciativa fosse incluída como uma 
"proposição" em uma cédula de votação se um número suficiente de assinaturas apoiando sua 
inclusão fosse levantado. A maioria dos estados dos EUAusavam alguma forma de democracia 
direta. [Quadro 8b] A Califórnia era excepcionalmente ativa, no entanto, com o maior número de 
iniciativas entre todos os estados de 1958 até 2008.38 
O argumento original em favor do processo de proposições era permitir que os eleitores 
evitassem um legislativo no qual não confiassem, mas o controle direto pelos eleitores veio com 
seus próprios riscos. Evans, membro da Assembleia, disse: "Por causa do processo de iniciativas, 
e estas iniciativas lockbox, uma porção tão grande do orçamento do estado agora está fora de 
nosso controle. Quando nos deparamos com momentos como este, quando nossas receitas estão 
25% mais baixas em relação ao ano fiscal anterior, isso torna difícil fazer nosso trabalho."39 Como 
a revista Economist escreveu em 2009,". . . rombos no orçamento muitas vezes resultam das 
conseqüências cumulativas de iniciativas do eleitor tanto quanto da desaceleração econômica. 
Desde os anos 70 os eleitores tendem a gostar de iniciativas que prometem melhores escolas, 
novos hospitais ou penas de prisão mais duras, mas eles se esquecem dos custos envolvidos. Ao 
mesmo tempo, eles detestam impostos. . . ."40 
Analistas e políticos enfatizaram que uma das consequências desses três fatores foi a 
influência substancial de interesses concentrados na política do estado. Charles Calderon, 
presidente do Comitê da Assembleia sobre a Receita e Tributação, argumentou, ". . . é irônico que 
o próprio processo destinado a proteger o eleitorado dos interesses especiais tenha sido pervertido 
em um sistema que proporciona democracia direta às pessoas com mais dinheiro, o que lhes 
permite escapar do processo deliberativo do Legislativo e do sistema constitucional de pesos 
e contrapesos."41 David Crane, assessor do governador, disse:" É um grupo muito pequeno de 
interesses especiais que tem poder. . . . [A reforma tributária] não é em nada parecida com o que 
eu pensei que ia ser. Há muito pouca atenção nas políticas e é tudo sobre poder e políticagem."42 
Reformas Tributárias na Califórnia, Passado e Presente 
Uma das proposições aprovadas pelos eleitores da Califórnia mais importantes foi 
projetada para impor disciplina aos gastos do estado. A proposição 13, aprovada em 1978, 
dificultou ainda mais (através da exigência de maioria absoluta descrita anteriormente) para o 
legislativo do estado aumentar as receitas fiscais em geral. Seus apoiadores esperavam que a 
proposição 13 forçasse o governo do estado a gastar menos através da diminuição do crescimento 
das receitas fiscais. Bruce Bartlett, um ex-alto funcionário nos governos de Ronald Reagan e 
George H. W. Bush, escreveu: "Uma das principais justificativas para a proposição 13. . . era que 
os gastos nunca seriam cortados até que os contribuintes cortassem os cartões de crédito dos 
políticos. Essa ideia evoluiu para algo chamado de deixar a fera passar fome— apenas corte os 
impostos, e o medo de déficits vai forçar os políticos a cortar gastos." 43 
Se a Proposição 13 surtiu o efeito pretendido sobre os gastos era discutível. Por um lado, 
a fraqueza dos sistemas de educação e de saúde do estado sugeriam fundos limitados. Na 
realidade, os gastos por aluno da Califórnia caíram consideravelmente em relação à média 
nacional após a Proposição 13. [Quadro 9a] Além disso, a propagação de proposições semelhante 
à Proposição 13 por muitos outros estados sugeria que os eleitores as considerava uma ferramenta 
potencialmente eficaz. Por outro lado, os gastos da Califórnia continuaram a exceder sua receita 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
7 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
tributária, em parte porque o estado escolheu compensar locais pela queda na receita que 
enfrentavam devido os limites severos da Proposição 13 sobre os impostos de propriedade locais. 
Para pagar esta despesa, os impostos, com exceção dos impostos sobre propriedade, assumiram 
um papel maior na Califórnia do que nos Estados Unidos, em média (Quadro 9). 
Além da Proposição 13, os californianos tentaram empenhar-se por um rumo fiscal mais 
sustentável de outras maneiras. Em 2004, a Califórnia aprovou a Proposição 58, que 
constitucionalmente exigia que o governo equilibrasse o seu orçamento a cada ano. 
Especificamente, ela exigia que legisladores estaduais limitassem os gastos do Fundo Geral de 
forma a não exceder as receitas previstas para o Fundo Geral, e proibia a venda de títulos gerais 
de obrigação por parte do governo do estado, a fim de custear os gastos deficitários. No entanto, 
logo ficou evidente que a proposição tinha várias lacunas. E o mais importante: só era exigido do 
legislativo que ele aprovasse um orçamento equilibrado, ou seja, não havia exigência de que o 
orçamento implementado estivesse em equilíbrio. O resultado foi que os gastos deficitários não 
só continuaram, como também atingiram novos picos apenas alguns anos após a aprovação da 
Proposição 58.46 
Na mesma Proposição 58 de 2004, os californianos tentaram outra tática para evitar 
grandes déficits futuros, instituindo um fundo de "dia ruim" para amortecer as finanças do estado. 
Embora os decisores políticos em todo o espectro político apoiassem um fundo para dias difíceis 
a princípio, muitos expressaram ceticismo a respeito de sua praticidade. O senador Ducheny 
resumiu o problema: "[o fundo ] não tem tempo de encher. . . . Existe uma tendência política de 
"bem, o governo tem muito dinheiro, é preciso devolvê-lo."47 Na verdade, o fundo estabelecido 
em 2004 acumulou saldos positivos até 2008, quando foi esvaziado para pagar os gastos do estado. 
O tamanho do fundo quando foi esvaziado, $1,4 bilhão, foi só uma pequena fração dos déficits 
anuais que o estado enfrentou em 2008 e 2009. A COTCE estimou que um fundo para dias difíceis 
grande o suficiente para compensar os déficits cíclicos teria que se "aproximar de quase $30 
bilhões. . . . Isto seria politicamente insustentável."48 
Estas tentativas de impor disciplina fiscal não enfrentaram, e talvez tenham agravado, o 
sistema tributário amplamente criticado da Califórnia. 
A Comissão sobre a Economia do Século 21(COTCE) 
O governador Schwarzenegger e os líderes legislativos estabeleceram a COTCE em 
outubro de 2008 para estudar e propor reformas específicas para o sistema tributário da Califórnia. 
Oficialmente um esforço bipartidário, a COTCE era composta por 14 membros, sete nomeados 
pelo governador Republicano, e sete nomeados pelo Legislativo controlado pelos democratas. O 
seu presidente era um executivo do setor financeiro republicano, e ela incluía líderes importantes 
do setor privado, acadêmicos e figuras políticas (Quadro 10). 
O governador ordenou que a COTCE desenvolvesse reformas fiscais que fossem de 
"rendimento neutro", isto é, que gerassem a mesma receita conforme a legislação em vigor. O 
objetivo da COTCE era mudar a forma como a receita fiscal era levantada, e não quanto era 
levantado. Nos termos da legislação existente, uma taxa de imposto sobre os lucros corporativos 
de 8,84% constituía 9% do total das receitas fiscais do estado. A renda pessoal era sujeita a um 
imposto com seis brackets, com taxas de imposto marginais subindo conforme a renda de 1% até 
10,55%, e representava 46% da receita. A maior parte da receita restante era levantada através de 
um imposto de vendas estadual de 5% (temporariamente aumentado para 6%, como parte da 
resolução de lacunas orçamentais em 2009). 
Ao longo do período de 11 meses durante o qual a comissão deliberou sobre a reforma, 
ela desenvolveu duas propostas principais, cada uma das quais teria consideravelmente alterado 
a estrutura das receitas fiscais do Estado.50Em setembro de 2009, a COTCE emitiu sua 
recomendação final, decidindo-se por uma proposta que unia os dois pacotes de reformas. Sob 
sua proposta, ambos o imposto sobre rendimentos de sociedades e o imposto sobre vendas e uso 
imposto seriam eliminados, enquanto os rendimentos pessoais estariam sujeitos a dois brackets: 
2,75% sobre os rendimentos de até $101.000 e 6,5% sobre rendimentos acima desse nível. Para 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
8 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
substituir a receita perdida devido a essas mudanças, a COTCE introduziu um Imposto Sobre 
Receitas Líquidas de Negócios (Business Net Receipts Tax - BNRT). Este imposto, 
economicamente semelhante a um imposto sobre valor agregado (value-added tax - VAT), 
imporia uma taxa de imposto uniforme sobre a receita de uma firma menos suas despesas não 
salariais. A COTCE estimava que um BNRT não superior a 4% seria suficiente para alcançar uma 
neutralidade nos rendimentos. Impostos VAT foram amplamente utilizados fora dos Estados 
Unidos, mas a BNRT ligeiramente diferente se revelaria altamente controversa na proposta da 
COTCE. O governador anunciou seu apoio imediatamente.51 
O relatório final da COTCE citou três principais benefícios das suas propostas de 
reforma. Em primeiro lugar, a mudança no sentido oposto ao dos impostos sobre o rendimento 
pessoal e corporativo iria "Aumentar a Estabilidade da Receita." Em segundo lugar, a mudança 
no sentido oposto ao de impostos sobre o rendimento altamente progressivo iria "Aumentar [o] 
Âmbito dos Impostos", levando uma parcela de residentes do estado a pagar impostos para 
financiar a atividades do estado e, portanto, "ser investido no futuro da Califórnia. " Em terceiro 
lugar, a redução dos impostos sobre o rendimento das empresas e impostos marginais sobre o 
rendimento pessoal em altas rendas iria "aumentar a competitividade e o crescimento", 
"[colocando] a economia do estado na melhor condição possível para competir com outros 
estados e nações por emprego e investimento." 
A COTCE detalhou este terceiro benefício: "Como parte das mudanças econômicas 
radicais que ocorreram, o capital e o trabalho se tornaram muito mais móveis do que eram no 
passado. Isto ocorreu principalmente como resultado dos avanços tecnológicos, da eliminação das 
barreiras institucionais e da globalização dos mercados. Consequentemente, a Califórnia enfrenta 
mais concorrência do que nunca de outros estados e nações num momento em que é mais fácil do 
que nunca transferir os investimentos e criar empregos em qualquer lugar. Um dos principais 
objetivos da Comissão é melhorar o sistema tributário da Califórnia de forma que o estado esteja 
em melhores condições de prosperar economicamente no futuro." 
No entanto, a proposta da COTCE não foi unânime. Apenas 9 dos 14 membros da 
comissão aprovaram a proposta com cinco dos sete democratas dissidentes. Richard D. Pomp, um 
dos membros dissidentes e professor de direito tributário da Universidade de Connecticut, 
escreveu uma intensa crítica: "No que diz respeito à reforma tributária, eu me atenho ao 
equivalente ao juramento de Hipócrates: não faça mal. Estamos propondo mudanças radicais e 
fundamentais no sistema tributário do estado.... O objetivo da redução de impostos para os 
abastados não é uma prioridade suficientemente alta para mim a ponto de me fazer apoiar um 
imposto regressivo, falho, e sem precedentes, com potencial para prejudicar a economia da 
Califórnia." 
A crítica Democrata mais proeminente à proposta da COTCE era que ela iria favorecer 
os ricos ao tornar sistema tributário da Califórnia menos progressivo. O achatamento das taxas 
sobre os rendimentos individuais afetaria diretamente a progressividade. Além disso, devido ao 
fato de que os impostos de valor agregado poderiam ter um peso muito maior para os pobres do 
que os impostos de renda progressivos, poderia se esperar da substituição de impostos de renda 
corporativos com o BNRT recomendada pela COTCE uma redução da progressividade.52 Evans, 
membro da Assembléia, argumentou contra essas implicações da proposta da COTCE: "Este 
relatório bajula CEOs e milionários enquanto rejeita as famílias da Califórnia." Separadamente, 
ela acrescentou, "A Califórnia sempre foi um estado progressivo. . . e orçamentos e estruturas 
tributárias devem refletir os valores políticos e sociais do estado ".53 
Os críticos alegavam que, além disso, a evidência de que as empresas e pessoas com 
rendimentos elevados estavam saindo do estado devido aos impostos era, na melhor das hipóteses, 
fraca. Um relatório influente do Instituto de Políticas Públicas da Califórnia apontou que a 
proporção de emigrantes que deixavam a Califórnia em relação à de imigrantes que entravam na 
Califórnia foi maior para pessoas de baixa renda do que para pessoas com rendimentos elevados. 
Embora a interpretação desta descoberta fosse discutível, os decisores políticos freqüentemente a 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
9 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
citavam como algo que colocava em dúvida a afirmação de que os impostos progressivos estavam 
desencorajando os trabalhadores altamente qualificados em relação a morar na Califórnia.54 
Um componente da proposta da COTCE foi foco dos ataques mais amplos: a BNRT. 
Allan Zaremberg, Presidente e CEO da Câmara de Comércio da Califórnia, resumiu as 
preocupações de muitos dos que falavam a respeito: "Ao comparar o BNRT com a estrutura 
tributária existente para os negócios, o mal que você conhece é melhor do que o mal que você não 
conhece."53 Os críticos estavam preocupados com os efeitos da BNRT tanto sobre os 
trabalhadores quanto sobre as empresas. 
Primeiro, os críticos argumentaram que a BNRT iria prejudicar os trabalhadores. Como 
discutido anteriormente, os Democratas estavam particularmente preocupados com a 
possibilidade da substituição do do Imposto sobre Sociedades pela BNRT reduzir a 
progressividade. Muito se acreditava que os Impostos sobre Sociedades relacionados 
aumentavam o custo relativo de capital versus trabalho para as empresas. Para alguns, isso sugeria 
um risco de perda de empregos se o imposto sobre sociedades fosse substituído por uma BNRT, 
o qual uma análise econômica sugeriu ser neutro no que diz respeito a capital e trabalho.55 Esta 
preocupação foi agravada por uma diferença administrativa entre as BNRT e uma VAT padrão. 
Enquanto uma VAT padrão era aplicada transação a transação, as empresas teriam que calcular 
sua fatura da BNRT ao final de cada ano fiscal, de forma semelhante a um Imposto sobre 
Sociedades. Ao contrário de um do Imposto sobre Sociedades, no entanto, as empresas não 
poderiam deduzir encargos salariais dos seus rendimentos tributáveis sob uma BNRT. Os críticos 
alegavam que, diante de uma BNRT que parecia tão semelhante a um imposto sobre o rendimento, 
mas que tratava os encargos salariais como tributáveis, as empresas reduziriam o emprego e 
aumentariam o uso de capital consolidado, mão-de-obra de fora do estado ou profissionais 
independentes. 
Em segundo lugar, a BNRT também foi criticada como sendo ruim para os exportadores 
da Califórnia. A origem desta preocupação era uma complicação na implementação de uma 
BNRT em vez de e uma VAT padrão. Sob um VAT padrão, qualquer VAT pago no início do 
processo de produção é reembolsado aos exportadores, de modo quenenhum VAT é embutido 
no preço pago pelos consumidores fora do estado. Em contraste, a BNRT não fornece nenhum 
desses abatimentos; assim, os exportadores provavelmente repassariam parte do imposto aos 
consumidores de fora do estado.56 Isso poderia, ao menos em princípio, colocar os exportadores 
da Califórnia em desvantagem em relação aos outros. 
Enfrentando duras críticas tanto de Democratas quanto de Republicanos, as 
recomendações da COTCE definharam. Em resposta ao apelo do governador para que o 
Legislativo promulgasse as propostas da COTCE, o membro da Assembléia Calderón escreveu: 
"Uma aprovação da proposta pela Comissão do Governador seria jogar imprudentemente com o 
futuro da Califórnia. A proposta de COTCE não 'desapareceu em algum lugar sob esta cúpula.' 
Está em meu Comitê [o Comitê da Assembleia sobre Receita e Tributação]." Com a 
improbabilidade das recomendações da COTCE se tornarem legislação, Calderón realizou uma 
série de audiências sobre reformas alternativas. 
Política Fiscal em Outros Estados 
Apesar da reação negativa que recebeu no legislativo da Califórnia, o impulso para a 
reforma no sentido contrário de Impostos sobre Sociedades e impostos de renda individuais 
progressivos recomendada pelo COTCE era consistente com as tendências gerais em matéria de 
tributação em nível estadual dos Estados Unidos ao longo de algumas décadas anteriores. 
Desde o início dos anos 1980 a meados dos anos 2000, a parcela de receitas fiscais 
estaduais e locais provenientes de impostos sobre as sociedades caiu em um terço, apesar do 
rápido crescimento nos lucros das empresas e das estabilidade das taxas de imposto sobre as 
sociedades (Quadro 11). Duas razões pelas quais estas tendências aparentemente paradoxais 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
10 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
poderiam coexistir eram a manipulação das regras de rateio para impostos sobre sociedades e o 
aumento dos créditos tributários das empresas. 
As regras de rateio governavam a obrigação tributária de uma empresa cujas atividades 
eram distribuídas por vários estados. Em 1957, a Conferência Nacional dos Comissários sobre 
Leis Estaduais Uniformes elaborou a Lei da Divisão Uniforme de Renda para Fins Tributários, 
recomendando que cada estado tributasse uma porção dos lucros de uma empresa igual à média 
das porções de vendas, propriedade física e folha de pagamento das empresas que estavam 
situadas no estado. A competição entre estados por investimento por parte das empresas e 
emprego, no entanto, levou a mudanças nesta fórmula ao longo do tempo que reduziram o peso 
dado à propriedade e folha de pagamento nas fórmulas de rateio da maioria dos estados. Por volta 
de 2007, apenas 10 estados continuavam a utilizar esta fórmula de três fatores, enquanto a maioria 
dos estados mudaram e colocaram mais peso sobre as vendas. Na verdade, embora a atual crise 
fiscal da Califórnia tivesse colocado a sua implementação em risco, em 2009, o estado adotou um 
"fator de vendas eletivo", permitindo que uma empresa repartisse sua obrigação com o estado de 
imposto sobre sociedades com base inteiramente em sua parcela de vendas totais no estado. Como 
consequência dessas diferenças nas fórmulas entre os estados, as empresas puderam alocar 
recursos entre os estados para alcançar uma carga tributária mais leve, por exemplo, através da 
concentração de empregos em estados com baixos pesos de rateio na folha de pagamento. 
Os créditos tributários eram atraentes porque eles permitiam que os estados tratassem 
novos investimentos corporativos de forma diferente do capital social existente. Em particular, os 
créditos fiscais ao investimento reduziram a carga tributária sobre novos investimentos, deixando 
em seu lugar taxas tributárias sobre o retorno de investimentos passados mais altas. De acordo 
com uma pesquisa realizada pelos economistas Daniel Wilson e Robert Chirinko, apenas alguns 
estados ofereciam tais créditos no início da década de 1970, mas quase a metade entre todos os 
estados apresentava algum tipo de crédito no início do anos 2000. Além disso, o tamanho médio 
dos créditos tributários aumentou dramaticamente ao longo deste período nos Estados Unidos 
(Quadro 12). 
Os incentivos do estado para investimento empresarial eram controversos e tinham 
começado a enfrentar sérios desafios no tribunal. Em 1998, o estado de Ohio e a cidade de Toledo 
haviam concedido créditos fiscais de investimento e outros incentivos à Daimler Chrysler para 
incentivar a construção de uma fábrica de jipes na área. Esses incentivos foram questionados 
judicialmente, chegando eventualmente ao Tribunal de Recursos da Sexta Circunscrição dos 
Estados Unidos como Cuno contra Daimler Chrysler. O Tribunal de Recursos da Sexta 
Circunscrição decidiu que os incentivos violavam a Cláusula de Comércio da Constituição dos 
EUA, o que permitia que o governo federal regulasse o comércio interestadual e evitasse que os 
estados interferissem nele, ao tratar a atividade econômica de forma diferente quando ocorria 
dentro do estado do que quando não ocorria . A decisão da Sexta Circunscrição foi posteriormente 
anulada pelo Supremo Tribunal dos EUA por motivos de ordem técnica, mas o futuro dos 
incentivos fiscais do estado era incerto. 
Durante o mesmo período, os estados também se afastaram de impostos progressivos 
sobre o rendimento individual.59 Embora a taxa média de impostos marginais máximos entre os 
estados fosse volátil e tenha aumentado durante as recessões, ela havia caído um décimo em geral 
a partir de 1977, quando a taxa média não ponderada máxima foi de 5,7%, até 2005, quando a 
média foi de 5,22%.60 Outra medida da progressividade do sistema de imposto de renda, a 
diferença entre o nível de desigualdade de renda em um estado antes e depois dos impostos, 
diminuiu aproximadamente a mesma fração de 1980 até o início de 2000 para os Estados Unidos 
em média.61 
Diversos estados pequenos se divulgavam como particularmente amistosos a empresas e 
indivíduos de alta renda. Notavelmente, Delaware havia ativamente e com sucesso exercido uma 
estratégia que consistia em oferecer regulamentações fáceis para as corporações com o objetivo 
de atrair sedes de empresas.62 Lar de 0,3% da população dos EUA, Delaware havia se tornado o 
lar jurídico de "mais de 50% de todas as Sociedades Anônimas dos EUA e 63% das empresas 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
11 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
listadas na Fortune 500", de acordo com a Divisão de Corporações do estado.63 Vários outros 
estados, como Nevada e Wyoming, haviam seguido o exemplo com estratégias tais como ausência 
de taxas de imposto sobre as sociedades, generosos créditos fiscais ao investimento e 
regulamentos adaptados. Outros estados focaram em atrair indivíduos, sem imposto de renda 
individual do estado sendo avaliado em 2009 em nove estados: Alasca, Florida, Nevada, New 
Hampshire, South Dakota, Tennessee, Texas, Washington e Wyoming. Como um artigo na revista 
Trusts e Herdades coloca, "A Flórida se transformou em um paraíso fiscal e de proteção de 
credores dos Estados Unidos, seduzindo indivíduos ricos para que migrem para o sul. Uma das 
maiores atrações é que a Flórida não impõe imposto de renda sobre indivíduos e fundos de 
investimento. Desde primeiro de janeiro de 2006, também não há nenhum imposto patrimonial,imposto sobre doações ou imposto sucessório estadual."64 
Tais mudanças no sentido oposto de impostos sobre o rendimento das sociedades das 
empresas e impostos de renda individuais progressivos por parte do estado podem ter sido devidas 
a uma variedade de fatores. Os estados podem ter sentido que estas mudanças eram necessárias 
para competir por empresas geograficamente móveis e indivíduos de alta renda. As evidências 
sobre a verdadeira mobilidade dessas bases de impostos em resposta a diferenças tributárias entre 
os estados foram conflitantes, já que os principais estudos sobre a questão chegaram a conclusões 
dramaticamente diferentes. Por exemplo, duas análises de destaque no final dos anos 1990 
resumiram suas descobertas com as afirmações: "[i] mpostos não parecem ter um efeito 
substancial sobre a atividade econômica entre os Estados", e "o consenso emergente entre os 
economistas diz agora que que os impostos importam, de fato."65 Em relação aos interesses sobre 
a mobilidade geográfica, pensava-se que as bases tributárias para empresas e pessoas de alta renda 
eram altamente elásticas, já que os contribuintes podiam evitar esses impostos escolhendo usos 
alternativos para seu capital financeiro ou humano. Aumentar as taxas de impostos em uma base 
tributária altamente elástica era uma forma relativamente ineficiente de aumentar a receita, porque 
isso proporcionava um menor aumento das receitas fiscais para um dado aumento nas taxas. Além 
disso, se o investimento nessas formas de capital fosse desencorajado por uma tributação mais 
elevada, o crescimento econômico global poderia ser menor do que seria caso ocorresse o 
contrário.66 Por fim, essas bases tributárias tendiam a produzir fluxos de receitas voláteis, já que 
tanto as corporações quanto os indivíduos de alta renda tinham rendimentos que seguiam 
estreitamente os rastros da macroeconomia. 
Embora esses fatores possam ter ajudado a explicar a mudança geral na estrutura da 
tributação estadual, o alinhamento entre a teoria e a realidade estava longe de ser perfeito. Na 
verdade, nos anos que antecederam o debate sobre a reforma da Califórnia em 2009, alguns 
estados passaram a aumentar as taxas de impostos sobre as empresas e indivíduos de alta renda. 
O Centro sobre Orçamento e Prioridades Políticas listou 30 estados como tendo elevado 
impostos só em 2009, incluindo 11 aumentos na renda de pessoa jurídica e 11 na renda 
individual.67 Os aumentos de impostos de 2009 podem ter sido simplesmente maneiras 
politicamente viáveis de preencher as lacunas orçamentárias induzida pela recessão , mas eles 
reforçaram um enigma mais fundamental: independentemente das tendências a uma menor 
tributação dos rendimentos corporativos e de grandes rendas individuais, na maioria dos estados 
dos Estados Unidos esses impostos permaneceram maiores do que as forças da concorrência e 
eficiência fiscal sugeriram que seriam (ver Quadro 2a). 
Diversos fatores estavam por trás das taxas de impostos positivas e, em alguns casos, em 
processo de aumento, sobre os impostos a empresas e indivíduos com alta renda vistas em alguns 
estados. Em primeiro lugar, as empresas e indivíduos altamente qualificados não poderiam migrar 
para jurisdições de menores impostos sem incorrer em custos, assim grupos regionais de estados 
que agiam em conjunto poderiam manter taxas elevadas através da redução da variação em 
impostos entre eles, limitando assim a mobilidade de suas bases tributárias.68 Em segundo lugar, 
a evidência não era clara a respeito de como e se as empresas e indivíduos de alta renda levaram 
em conta a política fiscal de um estado ao decidir onde se situar. Na verdade, aqueles que se 
opunham às reduções fiscais argumentavam que os impostos financiavam bens públicos (por 
exemplo, infra-estrutura, educação, saúde, segurança pública, qualidade ambiental), que atraíam 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
12 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
trabalhadores talentosos e empreendedores e elevavam a produtividade das empresas. Em terceiro 
lugar, as pesquisas em todo o país mostravam que a opinião pública era a favor de impostos sobre 
sociedades e de renda progressiva mais elevados.69 
Política Fiscal em Outros Países 
A livre circulação de bens, capital e pessoas através das fronteiras entre os estados norte-
americanos poderia ser vista como uma versão mais intensa da economia mundial no início do 
século XXI. Embora as barreiras ao comércio, ao investimento e à migração entre países ainda 
fossem comuns em 2010, essas barreiras vinha caindo há décadas. 
Os decisores políticos estavam cientes dessas tendências. Por exemplo, três futuros 
funcionários do Governo Obama—Jason Furman, Lawrence Summers e Jason Bordoff—
escreveram em 2007 que "as mesmas forças dinâmicas de mudança tecnológica, inovação 
financeira e globalização que têm contribuído para o aumento da desigualdade de renda também 
apresentam novos desafios para a tributação progressiva. . . . E, como o capital é capaz de cruzar 
cada vez mais rapidamente e facilmente as fronteiras, tributar o rendimento das sociedades se 
torna cada vez mais difícil. "70 
Coerente com esta crescente mobilidade das bases tributárias, os sistemas fiscais 
nacionais apresentaram tendências semelhantes às dos estados norte-americanos. Países com 
economias desenvolvidas reduziram as taxas estatutárias de imposto sobre sociedades legais de 
forma constante da década de 70 até os anos 2000 e ampliou a definição de renda corporativa 
tributável.71 Essas mudanças seriam unidas para manter a proporção de impostos sobre sociedades 
pagos no total em relação ao rendimento das sociedades mais ou menos constante ao longo deste 
período.72 (Quadros 13 e 14) Mas, como sugeriu a análise econômica padrão, se o 
desencorajamento em relação a atividades econômicas devido a impostos aumentou mais do que 
proporcionalmente com a taxa de imposto, essa combinação de mudanças de política 
provavelmente aumentou a eficiência de impostos corporativos. Zonas econômicas especiais com 
impostos reduzidos floresceram ao redor do mundo, em paralelo com o aumento nos créditos 
fiscais por estados dos EUA. Estas zonas especiais separavam o tratamento a investimentos novos 
e antigos, permitindo que os países mantivessem taxas mais elevadas sobre o capital existente ao 
mesmo tempo que competiam por capital novo.73 Apesar destas tendências em direção a um 
tratamento fiscal de empresas mais leve, o imposto sobre as sociedades permaneceu bem acima 
de zero na maioria dos países, cassim como nos estados dos EUA. 
A progressividade do imposto de renda individual em geral declinou em todo o mundo 
durante o mesmo período. As principais taxas marginais de imposto sobre o rendimento 
individual caíram, assim como a taxa marginal paga por um trabalhador que ganhava 250% do 
rendimento médio.74 Além disso, o spread entre a taxa de imposto paga por estes indivíduos de 
renda alta e um trabalhador que ganhava apenas 67% da média caiu de 22 pontos percentuais 
para 18 pontos percentuais em todos os países da Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (Organization for Economic Cooperation and Development - 
OECD) de 1981 até 2006.75 
Finalmente, como o relatório da COTCE recomendou para a Califórnia, os impostos sobre 
valor agregado haviam assumido um papel cada vez maior nos países desenvolvidos ao longo das 
últimas três décadas, substituindo os impostos especiais de consumo sobre produtos específicos. 
(Quadro 13) Uma análise demonstrou: "Juntos, o aumento no número de países que utilizam um 
imposto sobre valor agregado e aumento das taxas nos países que já tinhamum imposto sobre 
valor agregado levaram a uma quase duplicação da quota de receitas fiscais (com base numa 
média não ponderada) arrecadada por impostos de consumo geral impostos na OECD, de 1960 a 
2003."76 Em contrapartida, a Califórnia substituiu sua receita advinda de impostos especiais de 
consumo diminuída por impostos de renda pessoal aumentados. 
A linha de frente da concorrência fiscal internacional foi ocupada pelos chamados 
"paraísos fiscais". Os paraísos fiscais eram países (ou regiões dentro de países, como estados dos 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
13 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
EUA) que competiam por atividade econômica oferecendo impostos excepcionalmente baixos, 
juntamente com, na maioria dos casos, regulamentação fácil e proteções à privacidade extensivas. 
Especialistas identificaram cerca de 45 grandes paraísos fiscais nacionais em funcionamento em 
meados dos anos 2000 (Quadro 15). 
Paraísos fiscais eram geralmente de população e tamanho físico pequenos, mas eles 
tiveram um papel enorme na economia global por causa das várias maneiras criativas como eles 
poderiam ser usados por corporações e indivíduos abastados para evitar impostos. Embora os 
dados sobre a atividade econômica em paraísos sejam inerentemente difíceis de reunir, em 1999 
eles hospedavam 16% dos ativos externos e 30% do rendimento estrangeiro de multinacionais 
americanas apesar de constituírem apenas 2,3% do PIB mundial e 0,8% da população mundial.77 
Estes dados levaram muitos a culpar os paraísos fiscais pela acelerar uma corrida em direção ao 
abismo na política fiscal. 
Nenhum governo mundial existia para regular paraísos fiscais ou a concorrência fiscal 
em geral, então os países envolvidos organizaram iniciativas cooperativas para abordá-los. Mais 
importante, a OECD publicou um relatório influente em 1998, que iniciou seus esforços 
agressivos durante a década seguinte no sentido de limitar a extensão do que definia como 
"práticas fiscais prejudiciais." A OECD eventualmente obteve compromissos de reforma de 43 
dos 47 paraísos fiscais que identificou originalmente, um recorde visto como um sucesso por 
muitos. Os críticos argumentaram, no entanto, que os requisitos para serem considerados 
"cooperativas" haviam sido enfraquecidos e tinham permitido que os paraísos continuassem 
competindo sobre impostos quase tão agressivamente quanto antes. 
Esforços como os da OECD eram em geral, incontroversos quando destinados a combater 
a evasão fiscal ilegal, mas a questão sobre se a prática de evasão fiscal legal através de paraísos 
fiscais era boa ou ruim para a política econômica permaneceu. Por um lado, forçando países a 
reconhecer a elasticidade de suas bases fiscais, os paraísos poderiam ter estado acelerando 
mudanças inevitáveis e até mesmo desejáveis em sistemas fiscais. Alguns analistas argumentaram 
que os efeitos positivos dos paraísos eram mais sutis, na medida em que eles tornavam possível 
para os países aumentar as receitas através de taxas de impostos sobre sociedades positivas, ao 
mesmo tempo que proporcionavam uma válvula de escape, reduzindo da carga fiscal sobre 
investimentos que de outra forma teriam sido alocados em outro lugar. Por outro lado, as 
mudanças na política coincidindo com o surgimento de paraísos reduziu a progressividade dos 
sistemas fiscais, cortando o auxílio a famílias de baixa renda cuja receita já estava sob pressão 
por parte do processo de produção cada vez mais globalizado.78 
Uma visão positiva dos paraísos fiscais salientava que eles forçavam os países a 
convencer os contribuintes que seus impostos eram justificados pelos benefícios dos serviços do 
Estado que custeavam. Desde os anos 50, os analistas observavam migração fácil e pequenas 
jurisdições fornecia exatamente tal disciplina a nível local. Por exemplo, os indivíduos que 
pagavam impostos elevados por imóveis nos Estados Unidos (que são avaliados a nível local) 
esperavam receber benefícios proporcionais em troca, como boas escolas públicas ou uma boa 
localização para se deslocar para o trabalho. Estariam as finanças públicas locais nos Estados 
Unidos prenunciando o futuro dos países na economia globalizada? Será que as empresas e 
indivíduos exigiriam que os impostos se baseassem não sobre quão elástica seria a forma como 
eles responderiam aos impostos ou em suas habilidades para pagar, mas sim em quanto eles 
valorizavam os bens e serviços financiados pelos impostos? 
A Califórnia em 2010 
Em outubro de 2009, o governador Schwarzenegger recebeu um relatório decepcionante 
de sua equipe de orçamento: o déficit orçamentário do estado tinha voltado. A receita fiscal do 
estado havia caído em mais de $1 bilhão no terceiro trimestre, obtendo 5,3% menos receitas do 
que o previsto e revigorando as preocupações com a sustentabilidade das finanças do estado. 
Enquanto isso, as reformas fiscais preferenciais do governador estavam sendo massacradas no 
legislativo estadual. 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
14 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Em janeiro de 2010, quando o governador apresentou seu orçamento para o próximo ano, 
a situação era dramaticamente pior, com um déficit de $20 bilhões previsto para o próximo ano 
fiscal. Para fechar a lacuna, o governador ressaltou cortes de gastos, cortes salariais para os 
funcionários públicos, e um plano para pressionar o governo federal em busca de apoio. Sobre 
seu plano, o governador disse: "Eu sei que muitos desses cortes são dolorosos. . . . Acreditem, 
estas são as decisões mais difíceis que um governador tem que tomar. Ainda assim, simplesmente 
não há uma forma concebível de evitar mais cortes e mais dor." Notavelmente, o plano não 
aumentou os impostos, e o governador reiterou seu desejo de reforma a exemplo das 
recomendações da COTCE. 
Enquanto isso, líderes Democratas faziam oposição ao orçamento do governador. Em 
conflito direto com as recomendações da COTCE, eles apoiavam aumentos de impostos para tapar 
o déficit orçamentário, afirmando que as empresas e indivíduos talentosos iriam continuar a 
confluir para o estado, apesar de, e talvez por causa de impostos mais elevados para financiar 
serviços públicos. "Precisamos lembrar que há uma conexão entre os serviços e os impostos", 
disse Evans, membro da Assembléia. Ela continuou: "Se os californianos querem que esses 
serviços sejam prestados pelo estado, então [eles] têm que pagar impostos por eles." No entanto, 
"porque o governador ameaça vetar qualquer coisa [que o legislativo] envia para ele com 
impostos, tornou-se impossível" levantar a receita necessária.79 
Os limites de mandato decretaram que 2010 seria o último ano em exercício de 
Schwarzenegger. No início do ano, ele pesou suas opções para fazer progresso na direção de 
garantir a saúde fiscal a longo prazo da Califórnia. Ele poderia insistir na política que ele 
acreditava ser melhor para o estado, que envolvia uma reforma fundamental que era 
profundamente impopular com os seus colegas Democratas e até mesmo alguns Republicanos. 
Ele poderia permitir que o status quo persistisse, adiando uma resolução do desequilíbrio fiscal 
para um momento em que a economia estivesse mais saudável e a resistência à reforma 
potencialmente mais fraca. Ou, ele poderia procurar um acordo com os legisladores que 
conciliaria sua visão com a deles. 
 
710-038 Crises Orçamentáriasda Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
15 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 1a Déficit Operacional Anual Estimado da Califórnia, Fundo Geral ($ bilhões) 
 
Estimativas ($ bilhões) 
Ano Fiscal 
2010-11 
Ano Fiscal 
2011-12 
Ano Fiscal 
2012-13 
Ano Fiscal 
2013-14 
Ano Fiscal 
2014-15 
Receitas do Fundo Geral $88 $ 84 $ 92 $ 99 $ 106 
Gastos do Fundo Geral $ 102 $ 106 $ 115 $ 119 $ 124 
Déficit Estimado $ 20 $ 21 $ 23 $ 20 $ 18 
 
(inclui 
acúmulo de 
$6) 
 
Fonte: “The 2010–2011 Budget: California’s Fiscal Outlook,” Gabinete do Analista Legislativo da Califórnia, 
http://www.lao.ca.gov/2009/bud/fiscal_outlook/fiscal_outlook_111809.aspx, acessado em abril de 2010. 
 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
16 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
 
 
 
1
9
7
0
 
1
9
7
5
 
1
9
8
0
 
1
9
8
5
 
1
9
9
0
 
1
9
9
5
 
2
0
0
0
 
2
0
0
1
 
2
0
0
2
 
2
0
0
3
 
2
0
0
4
 
2
0
0
5
 
2
0
0
6
 
2
0
0
7
 
2
0
0
8
 
2
0
0
9
 
P
ro
d
u
to
 b
ru
to
 d
o
 
es
ta
d
o
 (
$
b
il
li
o
n
s)
 
1
1
2
 
1
7
9
 
3
2
4
 
5
2
8
 
7
8
8
 
9
0
9
 
1
.2
8
7
 
1
.3
0
1
 
1
.3
4
0
 
1
.4
1
1
 
1
.5
1
9
 
1
.6
3
3
 
1
.7
4
2
 
1
.8
1
3
 
1
.8
4
7
 
 
P
ro
d
u
to
 b
ru
to
 r
ea
l 
d
o
 
es
ta
d
o
 
(b
il
h
õ
es
 d
e 
$
2
0
0
8
) 
6
2
3
 
7
1
6
 
8
4
8
 
1
.0
5
7
 
1
.2
9
9
 
1
.2
8
4
 
1
.6
0
9
 
1
.5
8
2
 
1
.6
0
4
 
1
.6
5
0
 
1
.7
3
2
 
1
.8
0
0
 
1
.8
6
1
 
1
.8
8
3
 
1
.8
4
7
 
 
T
a
x
a 
d
e 
cr
es
ci
m
e
n
to
 
d
e 
p
ro
d
u
to
 b
ru
to
 r
ea
l 
d
o
 e
st
ad
o
 (
m
éd
ia
 
en
tr
e 
o
s 
an
o
s)
 
 
 
2
,8
%
 
3
,4
%
 
4
,5
%
 
4
,2
%
 
-0
,2
%
 
4
,6
%
 
-1
,7
%
 
1
,4
%
 
2
,9
%
 
4
,9
%
 
4
,0
%
 
3
,4
%
 
1
,2
%
 
-1
,9
%
 
 
D
es
e
m
p
re
g
o
 
7
,3
%
 
9
,9
%
 
6
,8
%
 
7
,2
%
 
5
,8
%
 
7
,9
%
 
4
,9
%
 
5
,4
%
 
6
,7
%
 
6
,8
%
 
6
,2
%
 
5
,4
%
 
4
,9
%
 
5
,4
%
 
7
,2
%
 
1
1
,7
%
 
S
a
ld
o
 o
rç
a
m
e
n
ta
l 
d
o
 
es
ta
d
o
 (
$
b
il
h
õ
es
) 
-0
,6
 
0
,1
 
-0
,6
 
0
,6
 
-2
,1
 
0
,3
 
2
,7
 
-8
,0
 
-9
,4
 
-1
1
,0
 
-7
,9
 
-3
,1
 
-1
,3
 
-9
,3
 
-1
0
,9
 
-1
6
,1
 
S
a
ld
o
 o
rç
a
m
e
n
ta
l 
co
m
o
 p
o
rc
e
n
ta
g
e
m
 
d
a 
re
ce
it
a 
to
ta
l 
-1
0
%
 
1
%
 
-3
%
 
2
%
 
-5
%
 
1
%
 
3
%
 
-9
%
 
-1
1
%
 
-1
1
%
 
-8
%
 
-3
%
 
-1
%
 
-8
%
 
-9
%
 
-1
5
%
 
E
x
p
o
rt
aç
õ
es
 
es
tr
an
g
e
ir
as
 d
e 
b
en
s 
e 
se
rv
iç
o
s 
($
b
il
h
õ
es
) 
4
 
1
0
 
2
7
 
3
2
 
6
9
 
1
1
7
 
1
4
9
 
1
2
7
 
1
1
1
 
1
1
4
 
1
2
3
 
1
3
0
 
1
4
8
 
1
6
0
 
1
7
1
 
1
3
7
 
Im
p
o
rt
aç
õ
es
 
es
tr
an
g
e
ir
as
 d
e 
b
en
s 
e 
se
rv
iç
o
s 
($
b
il
h
õ
es
) 
4
 
1
2
 
2
9
 
6
2
 
9
7
 
1
6
5
 
2
4
4
 
2
1
4
 
2
1
8
 
2
3
7
 
2
7
4
 
3
0
6
 
3
4
3
 
3
5
6
 
3
5
6
 
2
7
7
 
S
a
ld
o
 d
e 
co
m
é
rc
io
 
ex
te
ri
o
r 
co
m
o
 
p
o
rc
e
n
ta
g
e
m
 d
o
 
P
ro
d
u
to
 B
ru
to
 d
o
 
E
st
ad
o
 
0
,1
%
 
0
,8
%
 
0
,8
%
 
-5
,5
%
 
-3
,6
%
 
-5
,3
%
 
-7
,4
%
 
-6
,7
%
 
-8
,0
%
 
-8
,7
%
 
1
0
,0
%
 
1
0
,8
%
 
1
1
,2
%
 
1
0
,8
%
 
1
0
,0
%
 
 
F
o
n
te
s:
 “
G
ro
ss
 D
o
m
es
ti
c 
P
ro
d
u
c
t 
b
y
 S
ta
te
,”
 G
ab
in
et
e 
d
e 
A
n
á
li
se
s 
E
co
n
ô
m
ic
as
, 
h
tt
p
:/
/w
w
w
.b
ea
.g
o
v
/r
e
g
io
n
a
l/
g
sp
/,
 a
ce
ss
ad
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e 
2
0
1
0
. 
“
L
o
ca
l 
A
re
a 
U
n
e
m
p
lo
y
m
e
n
t 
S
ta
ti
st
ic
s,
” 
G
ab
in
e
te
 d
e 
E
st
at
ís
ti
ca
 d
o
 T
ra
b
a
lh
o
, 
h
tt
p
:/
/w
w
w
.b
ls
.g
o
v
/l
a
u
/,
 a
ce
ss
ad
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e 
2
0
1
0
. 
D
ep
ar
ta
m
e
n
to
 d
e 
D
es
en
v
o
lv
im
e
n
to
 d
e 
E
m
p
re
g
o
s 
d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
. 
“
B
u
d
g
et
 S
u
m
m
a
ry
—
S
c
h
ed
u
le
 6
,”
 D
ep
ar
ta
m
e
n
to
 d
e 
F
in
a
n
ça
s 
d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
, 
h
tt
p
:/
/w
w
w
.e
b
u
d
g
et
.c
a.
g
o
v
/p
d
f/
B
u
d
g
e
tS
u
m
m
ar
y
/B
S
_
S
C
H
6
.p
d
f,
 
ac
es
sa
d
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e 
2
0
1
0
. 
“
F
o
re
ig
n
 T
ra
d
e 
T
h
ro
u
g
h
 C
a
li
fo
rn
ia
 P
o
rt
s 
–
 T
ab
le
 K
-1
0
,”
 D
ep
ar
ta
m
e
n
to
 d
e 
F
in
a
n
ça
s 
d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
, 
h
tt
p
:/
/w
w
w
.d
o
f.
ca
.g
o
v
/h
tm
l/
fs
_
d
at
a/
st
at
-a
b
s/
ta
b
le
s/
k
1
0
.x
ls
, 
ac
es
sa
d
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e 
2
0
1
0
. 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
17 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 2a Taxas Marginais de Imposto sobre o Rendimento Individual Máximas e de 
Impostos sobre Sociedades Combinadas, 2010 
 
Fonte: "State Corporate Income Tax Rates," Centro de Políticas Tributárias, 
http://www.taxpolicycenter.org/taxfacts/display afact.cfm? Docid=244, acessado em abril de 2010. 
"Individual State Income Tax Rates," Centro de Políticas Tributárias, 
http://www.taxpolicycenter.org/taxfacts/display afact. cfm?DocID=406&Topic2id=90&Topic3id=91, 
acessado em abril de 2010. 
 
Imposto de Renda 
sobre Sociedades 
Imposto de Renda Individual 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
18 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 2b Carga Tributária Estadual e Local (taxa tributária em porcentagem), 2008 
 
Fonte: The Tax Foundation, http://www.taxfoundation.org/taxdata/show/335.html, acessado em abril de 2010. 
 
Quadro 3 Saldo Orçamentário do Estado da Califórnia como Porcentagem da Receita, 
1950-2009 
 
Fonte: “Budget Summary—Schedule 6,” Departamento de Finanças da Califórnia, 
http://www.ebudget.ca.gov/pdf/BudgetSummary/BS_SCH6.pdf, acessado em abril de 2010. 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
19 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 4 Clasificações de Crédito dos Títulos de Obrigações Gerais da Califórnia 
 
Fonte: Tesouraria do Estado da Califórnia; http://www.treasurer.ca.gov/ratings/history.asp, acessado em abril de 2010. 
Obs.: Os autores converteram a escala de classificações de cada agência em um índice de quatro pontos, com cada 
etapa das classificações correspondente a uma etapa numérica de um terço. Por exemplo, AA– nas classificações 
S&P e Fitch eram classificadas como 3.0, enquanto AA era 3.3. 
 
Fitch Moody’s 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
20 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicaçãoconstitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
 
 
 
 
F
o
n
te
: 
"B
u
d
g
et
 S
u
m
m
ar
y
 -
 S
ch
ed
u
le
 6
,"
 D
ep
ar
ta
m
en
to
 d
e 
F
in
an
ça
 d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
, 
h
tt
p
:/
/ 
w
w
w
. 
eb
u
d
g
et
.c
a.
g
o
v
/ 
p
d
f/
B
u
d
g
et
S
u
m
m
ar
y
/B
S
_
S
C
H
6
.p
d
f,
 a
ce
ss
ad
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e
 2
0
1
0
. 
F
o
n
te
: 
"B
u
d
g
et
 S
u
m
m
ar
y
 -
 S
ch
ed
u
le
 6
,"
 D
ep
ar
ta
m
en
to
 d
e 
F
in
an
ça
 d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
, 
h
tt
p
:/
/ 
w
w
w
. 
eb
u
d
g
et
.c
a.
g
o
v
/ 
p
d
f/
B
u
d
g
et
S
u
m
m
ar
y
/B
S
_
S
C
H
6
.p
d
f,
 
ac
es
sa
d
o
 e
m
 a
b
ri
l 
d
e 
2
0
1
0
. 
 
Q
u
a
d
ro
 5
 P
o
rc
en
ta
g
en
s 
d
e 
D
es
p
es
as
 e
 S
al
d
o
 O
rç
am
en
ta
l 
d
o
 E
st
ad
o
 d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
 
Q
u
a
d
ro
 6
 
P
o
rc
en
ta
g
en
s 
d
e 
R
ec
ei
ta
 e
 S
al
d
o
 O
rç
am
en
ta
l 
d
o
 E
st
ad
o
 
d
a 
C
al
if
ó
rn
ia
 
O
u
tr
o
s
 
S
e
rv
iç
o
s
 
d
o
 E
s
ta
d
o
 e
 a
o
 
C
o
n
s
u
m
id
o
r 
P
ro
te
ç
ã
o
 A
m
b
ie
n
ta
l 
R
e
c
u
rs
o
s
 
C
o
rr
e
ç
õ
e
s
 
A
b
a
ti
m
e
n
to
 F
is
c
a
l 
N
e
g
ó
c
io
s
, 
T
ra
n
s
p
o
rt
e
, 
M
o
ra
d
ia
 
S
a
ú
d
e
 e
 S
e
rv
iç
o
s
 H
u
m
a
n
o
s
 
E
d
u
c
a
ç
ã
o
 S
u
p
e
ri
o
r 
C
ré
d
it
o
 E
d
u
c
a
c
io
n
a
l 
K
-1
2
 
S
a
ld
o
 o
rç
a
m
e
n
tá
ri
o
/R
e
c
e
it
a
s
 
O
u
tr
o
s
 
T
o
ta
l 
d
e
 V
e
n
d
a
s
 n
o
 V
a
re
jo
 
Im
p
o
s
to
 d
e
 R
e
n
d
a
 I
n
d
iv
id
u
a
l 
T
o
ta
l 
d
e
 I
m
p
o
s
to
s
 s
o
b
re
 
V
e
íc
u
lo
s
 M
o
to
ri
z
a
d
o
s
 
Im
p
o
s
to
 d
s
o
b
re
 d
o
a
ç
õ
e
s
, 
h
e
ra
n
ç
a
 e
 p
ro
p
ri
e
d
a
d
e
 (
im
ó
v
e
l)
 
Im
p
o
s
to
 s
o
b
re
 S
o
c
ie
d
a
d
e
s
 
T
o
ta
l 
d
e
 I
m
p
o
s
to
s
 s
o
b
re
 
P
ro
d
u
to
s
 I
n
d
e
s
e
ja
d
o
s
 
S
a
ld
o
 o
rç
a
m
e
n
tá
ri
o
/R
e
c
e
it
a
s
 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
21 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 7a Mudança de Porcentagem na Renda Familiar Relativa a 1970, por Percentil de 
Renda 
 
Fonte: Adaptado de “Poverty in California,” http://www.ppic.org/content/pubs/cacounts/CC_506DRCC.pdf, acessado 
em abril de 2010. 
Quadro 7b Distribuição do Imposto de Renda Individual, por Percentil de Renda 
 
Fonte: “California’s Changing Income Distribution,” Gabinete do Analista Legislativo da Califórnia, 
http://192.234.213.2/2000/0800_inc_dist/0800_income_distribution.html, acessado em abril de 2010. 
Percentil de Renda 
90º 
75º 
Mediana 
25º 
10º 
M
u
d
a
n
ç
a
 d
e
 P
o
rc
e
n
ta
g
e
m
 D
e
s
d
e
 
1
9
7
0
 
95º ao 100º percentil 
80º ao 95º percentil 
60º ao 80º percentil 
40º ao 60º percentil 
20º ao 40º percentil 
0º ao 20º percentil 
P
o
rc
e
n
ta
g
e
m
 d
e
 I
m
p
o
s
to
s
 i
n
d
iv
id
u
a
is
 
p
a
g
a
 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
22 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 8a Controle do Governo da Califórnia, 1955-2009 
 
Fonte: Cálculos dos escritores do caso, baseados em E. Dotson Wilson e Brian S. Ebbert, Legislativo da Califórnia 
(Sacramento: The State of California, 2006), p. 277. 
 
Quadro 8b Estados dos EUA que permitem "iniciativas" dos eleitores e ano quando 
permitiram pela primeira vez. 
 
Tirado de “Direct Democracy and Redistribution”, de Christopher Berry (2009) 
 
Legislativo=R, 
Governador=R 
O Legislativo se 
dividiu 
Governador=R 
Legislativo=D, 
Governador=D 
Legislativo=D, 
Governador=R 
Status da Iniciativa 
Nenhuma Iniciativa 
Estado da Iniciativa 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
23 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 9a Gasto por Aluno (K-12) na Califórnia em relação à Média Nacional 
 
Fonte: “California’s K-12 Public Schools: How Are They Doing?” RAND, 2005. 
 
G
a
s
to
s
 p
o
r 
a
lu
n
o
 r
e
la
ti
v
o
s
 à
 m
é
d
ia
 n
a
c
io
n
a
l 
(s
e
m
p
re
 e
m
 d
ó
la
re
s
 d
e
 1
9
9
9
-2
0
0
0
) 
710-038 710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e Internacional 
 
24 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui violação de 
direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 9b Componentes da Tributação Estadual e Local , 1977–2007 
 
Fonte: Analise de dados da Agência de Censo dos EUA feita pelos escritores do caso, Base de Dados das Finanças do 
Governo, http://www2.census.gov/pub/outgoing/govs/special60, acessado em abril de 2010. 
 
Estado da Califórnia e Localidades 
Outros Impostos 
Imposto de Renda Líquido sobre 
Sociedades 
Imposto de Renda Individual 
Imposto sobre Vendas Totais 
Imposto sobre Propriedade 
Outros Impostos 
Imposto de Renda Líquido sobre 
Sociedades 
Imposto de Renda Individual 
Imposto sobre Vendas Totais 
Imposto sobre Propriedade 
Média Estadual e Local pelos Estados Unidos 
710-038 Crises Orçamentárias da Califórnia, Reforma Fiscal e Concorrência Fiscal Nacional e 
Internacional 
710-038 
 
25 
 
Este documento é autorizado para uso de revisão do educador apenas por Cristóvão Marinho, HE OTHER, até março de 2016. A cópia ou publicação constitui 
violação de direitos autorais. 
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860 
Quadro 10 Membros da Comissão sobre a Economia do Século XXI 
Nomeações do Governador 
Gerald Parsky [Presidência] Presidente, Aurora Capital Group 
Ruben Barrales Presidente e Diretor Executivo, Câmara Regional do Comércio de 
San Diego 
Michael Boskin Associado Sênior da Hoover Institution e Professor T. M. 
Friedman de Economia, Universidade de Stanford 
John Cogan Associado Sênior da Hoover Institution e Professor de Políticas 
Públicas na Universidade de Stanford 
William Hauck Presidente e Diretor Executivo, California Business Roundtable 
Rebecca Morgan Presidente da Morgan Family Foundation 
Curt Pringle Prefeito da cidade de Anaheim 
 
Nomeações do Legislativo 
Edward De La Rosa Fundador e Presidente, De La Rosa & Company 
Christopher Edley, Jr. Reitor e Professor de Direito, Faculdade de Direito Boalt Hall, 
Universidade da California, Berkley 
George Halvorson Presidente e Diretor Executivo, Plano de Saúde da Kaiser 
Foundation e Hospitais da Kaiser Foundation 
Jennifer Ito Diretora de Pesquisa, Conceitos Estratégicos em Formação em 
Organização e Política ( Strategic Concepts in Organizing and 
Policy Education - SCOPE) 
Fred Keeley Tesoureiro do Município de Santa Cruz, Professor de Ciências 
Políticas, Universidade do Estado da California, San Jose 
Monica Lozano Editora e Diretora Executiva, La Opinion 
Richard Pomp Professor Alva P. Loiselle de Direito, Universidade de Connecticut 
Fonte: Comissão da Califórnia sobre a Economia do Século XXI, Relatório, setembro de 2009. 
 
Quadro 11 Imposto Estadual sobre Sociedades, Totais pelos Estados Unidos 
 
Fontes: Bureau of Economic Analysis; Robert Chirinko e

Mais conteúdos dessa disciplina