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Trabalho de Falência e Recuperação de Empresas A2

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Lucas Bezerra Ávila
20181101633
Trabalho de Falência e Recuperação de Empresas
RIO DE JANEIRO
2020
Lucas Bezerra Ávila
20181101633
Trabalho de Falência e Recuperação de Empresas
Trabalho do curso de Direito da Universidade Veiga de Almeida
Disciplina: Falência e Recuperação de Empresas
Professor: Diogo Oliveira Muniz Caldas
RIO DE JANEIRO
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................03
DESENVOLVIMENTO.......................................................................................03
CONCLUSÃO....................................................................................................05
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................06
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A Varig foi uma das primeiras e maior empresa nacional de aeronaves do Brasil, que posteriormente ficou mais conhecida por sua falência fraudulenta. À época era conhecida pela forma requintada com que tratava seus clientes e o intenso treinamento técnico e humano dos seus funcionários, vista por muitos como privilegiada por pagar bem seus trabalhadores. E vista por outros tantos como marca da soberania do Brasil.
Fundado no dia 7 de maio do ano de 1927, em Porto Alegre, sendo a primeira empresa aérea brasileira, operava uma pequena rota que ligava Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Crescendo em ritmo acelerado, já em 1933, operava quase todo o estado do Rio Grande do Sul, aumentando não apenas a sua frota, mas também seu prestígio perante as autoridades e o público de maneira geral. Em 1942, inaugurou sua primeira rota internacional ligando Porto Alegre a Montevidéu, assumindo as linhas para a Europa em 1965.
Na história da Varig, a mesma passou por diversas crises econômicas, superando-as com maestria, como na crise do petróleo com a Guerra do Golfo, que foi um golpe muito forte para as empresas aéreas, mas não para a Varig, que fechou o ano de 1973 como uma das empresas mais lucrativas do mundo. Tais feitos fizeram com que muitos fossem pegos de surpresa com a falência da mesma, por duvidarem que uma empresa com o porte que a Varig tinha fosse falir da noite pro dia, questionando também se não houve todo um processo planejado de maneira intencional de falir a empresa.
É apontado diversos fatores que podem ter contribuído com a falência da Varig, como por exemplo, a mudança do panorama político brasileiro no ano de 1985, o colapso da economia brasileira, a sucessão de planos econômicos malsucedidos que tentavam conter a inflação, o congelamento de tarifas durante o Plano Cruzado, políticas liberalizantes implementada no governo Collor etc. A empresa chegou até ingressar com uma ação de indenização contra a União em decorrência de um aludido dano de aproximadamente R$ 6 bilhões, a qual transitou em julgado no ano de 2014, determinando o Superior Tribunal Federal, ao pagamento da devida indenização, valor esse que agora será usado para pagamento de dívidas trabalhista individuais e com o fundo de previdência Aerus, que reúne ex-funcionários e aposentados pela Varig.
Foi no ano de 2005 que a mesma ingressou em juízo com pedido de recuperação judicial, se tornando a cobaia da então nova Lei 11.101/2005. Infelizmente, em 2010, cinco anos após ter iniciado a sua recuperação judicial, por não conseguir superar a sua situação de insolvência, requereu em juízo a decretação de sua falência, sem que qualquer credor ao menos tenha pedido a falência da mesma.
A lei supracitada, em seu art. 105, impõe ao devedor o dever de requerer a auto falência em crise econômico-financeira, o que foi feito pela Varig, mas para tanto é indispensável a demonstração de estado de insolvência da empresa para que não haja pedidos deliberados de falência com o intuito de não pagar de forma devida determinados credores, configurando-se assim a fraude de credores. 
Seguindo o art. 3º da Lei 11.101/2005, que estabelece que o pedido de recuperação deve ser feito no foro do principal estabelecimento do devedor, mesmo sendo sediada em Porto Alegre, o pedido foi distribuído para o Rio de Janeiro, já que era onde a mesma mantinha o seu principal estabelecimento do ponto de vista econômico. 
Após apresentar a petição inicial, devidamente instruída, conforme o art. 51 da lei já referida, o juiz Alexandre dos Santos Macedo deferiu o processamento de recuperação judicial e nomeou o administrador judicial, a empresa Cysneiros Vianna Advogados Associados.
Tendo sessenta dias após a publicação da decisão de deferimento do processamento do pedido de recuperação, a empresa devedora apresentou seu plano de recuperação atentando-se ao estabelecido em lei do art. 53.
Após a publicação de edital ordenado pelo juiz, foram apresentadas objeções ao plano de recuperação, sendo convocado assembleia de credores para deliberação, onde foi aprovado em 19 de dezembro de 2005 para detalhamento, o que foi aprovado pela Assembleia Geral de Credores em 23 de fevereiro de 2006. 
Já em 9 de maio de 2006, foi proposta aos credores, reunidos em Assembleia Geral dos Credores, a alteração desse plano anteriormente aprovado, para que fosse autorizada a venda de uma das unidades operacionais isoladas da Varig. Com isso, começou o esquartejamento da Varig, onde foi vendida suas partes por cerca de US$ 20 milhões, que pouco tempo depois foi revendida por cerca de US$ 300 milhões para a Gol Linhas Aéreas. Com isso surgiu a divisão da Varig com duas empresas: a VRG Linhas Aéreas, e a Flex Linhas Aéreas S.A., uma sem dívidas para operar os voos domésticos e a outra com as dívidas e os voos internacionais. Isso não foi muito bem visto aos olhos dos trabalhadores por existir uma dificuldade em encontrar uma empresa de transporte aéreo internacional que não tenha seu braço na aviação nacional, como alimentadora e distribuidora.
No dia 1 de setembro de 2009, o juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decretou o encerramento da recuperação judicial alegando que a mesma cumpriu o plano no período de dois anos, determinando que fosse apresentado pelo o administrador judicial o relatório da execução do plano, em 15 dias, bem como fosse realizada, em 30 dias, a prestação de contas. Ocorreu que houve a renúncia imotivada do Gestor eleito pelos credores, Alfredo Luiz Kugelmas, sendo nomeado novo Administrador e Gestor Judicial em fevereiro de 2020. Há algumas denunciais de que os Gestores da Varig sofreriam com ameaças de investidores e credores. 
A Varig S.A., agora chamada de Flex, a Rio Sul e Nordeste Linhas Aéreas, representadas pelo Administrador Judicial e também Gestor Judicial, requereram a sua autofalência, alegando que mesmo após o período de recuperação judicial, as companhias não conseguiram se recuperar, operando sempre em prejuízo, mesmo tendo transferido o controle das sociedades Varig Log e Vem, bem como a alienação judicial de unidade produtiva e outras medidas visando a recuperação da empresa.
O Ministério Público foi chamado para dar parecer em relação ao pedido, o qual opinou favorável pela decretação de falência. Com isso, a juíza da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretou em 20 de agosto de 2010 a falência da Flex (antiga Varig). 
Existem até hoje bens da massa falida que estão para serem leiloados ou que ainda não podem serem negociados por se encontrarem em empasse judicial.
Existem vários fatores que sugerem que a falência alegada pela a empresa pode ter sido falsa. Até mesmo um CPI foi aberta para apurar se a falência não foi apenas um motivo para a fusão da mesma com outra maior, podendo demitir em massa sem pagar os acertos, como foi feito pouco tempo depois da Varig decretar falência e logo em seguida vendida para a Gol Linhas Aéreas, uma outra gigante do ramo da aviação. Outro indício pontado é o fato Varig ter incluído os 8 mil empregados da VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção (VEM), que não estão em processo de recuperação judicial, onde só deveriam contar os 11 mil trabalhadores das companhias em recuperação,quais sejam, Varig, Rio Sul e Nordeste Linhas Aéreas.
A Varig não passou por um processo de recuperação, mas de manipulação, onde muitos enriqueceram e outros muitos trabalhadores ficaram desempregados e tiveram suas vidas destroçadas, que pagaram fundos de pensão, que em tese deveriam ter prioridade para receber e não receberam. O que houve com a Varig é o que tentam fazer hoje com a Petrobras, aniquilar a mesma para vender seus ativos a preço de banana.
Referências bibliográficas: 
LINS, Marcelo Duarte. Caso Varig: A história da maior tragédia da aviação brasileira. Rio de Janeiro: Edição padrão, 2015.
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