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ASPECTOS DA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES
DIA 20/07 - 17:00
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APRESENTAÇÃO
Este é um instrumento de estudo para todos os inscritos no I Curso On-
line Acadêmico de Nutrologia Esportiva. Aqui, você encontrará o que tem 
de mais atual em cada assunto abordado, podendo aprofundar os conhe-
cimentos direcionados em cada palestra, além de poder revisar conteúdos 
que porventura já tenha estudado.
Todo o material foi montado a partir de artigos, livros, protocolos e di-
retrizes. Todas as referências estão ao final de cada material. Este material 
não dispensa os estudos e as pesquisas individuais, servindo apenas como 
guia orientador do COANE.
Esperamos que este material possa lhe dar o suporte de que você 
necessita, sendo mais um incentivo para o conhecimento gratuito. É uma 
grande honra compartilhar e discutir conhecimentos tão pouco valorizados 
no universo acadêmico. Bons estudos!!!
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ASPECTOS DA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
 Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da gli-
cose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido déficit de secreção 
ou na ação periférica do hormônio insulina, que é sintetizado na célula 
beta pancreática A principal função da insulina é promover a entrada de 
glicose na célula. Uma epidemia de diabetes mellitus (DM) está em curso. 
Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes é da or-
dem de 382 milhões de pessoas e que deverá atingir 471 milhões em 2035. 
Cerca de 80% desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvi-
mento, onde a epidemia tem maior intensidade afetando cada vez mais 
faixas etárias jovens.
FISIOPATOLOGIA
 É uma doença metabólica que cursa com aumento dos valores de 
glicemia plasmática devido à ausência, deficiência e/ou resistência à 
ação do hormônio sintetizado pelas células beta pancreáticas, a insulina. 
No DM tipo 1, a hiperglicemia é resultado da deficiência na secreção de 
insulina, que progride para ausência absoluta deste hormônio. No DM tipo 
2, a hiperglicemia ocorre tanto por resistência à ação da insulina como por 
deficiência na secreção deste hormônio. A insulina é um hormônio anabóli-
co que está envolvido no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipíde-
os.
A incapacidade do organismo de utilizar a glicose como fonte ener-
gética preferencial, por ausência da insulina, leva a catabolismo orgânico 
intenso, com quebra de proteínas e de gorduras para utilização como fon-
te energética. Esta alteração metabólica cursa frequentemente com per-
da de peso e comprometimento do estado nutricional e, pode culminar 
em quadro de hiperglicemia grave, cetose e coma. Já a resistência dos 
tecidos periféricos à ação da insulina provoca estado de hiperinsulinismo, 
aumento do glucagon com estímulo à proteólise e à lipólise, tendo como 
consequência, também, a hiperglicemia. Entretanto, a cetose raramente é 
encontrada e o estado nutricional está mantido ou na faixa de sobrepeso 
e obesidade.
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QUADRO CLÍNICO
 Fome frequente(polifagia), sede constante(polidipsia), vontade de 
urinar (poliúria) diversas vezes ao dia, perda de peso, fraqueza, fadiga, mu-
danças de humor, náusea e vômito.
DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico do diabetes acaba se tornando difícil quando se con-
sidera que os sintomas clássicos da doença (poliúria, polidipsia e polifagia) 
não estão presentes na maioria dos casos de diabetes tipo 2 (DM2). Por-
tanto, o diagnóstico do diabetes tipo 2 e do pré-diabetes só poderá ser 
confirmado através de testes laboratoriais de glicemia e de hemoglobina 
glicada (A1C).
Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL ou resultado da glice-
mia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose (conhecido como teste 
de tolerância oral à glicose ou curva glicêmica) maior ou igual a 200 mg/
dL também são critérios. Entretanto, para fechar o diagnóstico, é necessá-
ria a confirmação através da repetição do teste em outro dia. A hemoglo-
bina glicada, exame de sangue que reflete a glicose dos últimos 3 meses, 
também é utilizada como critério de diabetes quando os resultados são 
maiores ou igual a 6,5%. Este teste deve ser interpretado com cautela, já 
que a etnia ou doenças que modifiquem as hemácias (células do sangue) 
podem gerar resultados não confiáveis.
Há também os níveis intermediários de glicose, conhecido como pré-
-diabetes, que significa uma categoria de risco aumentado para o desen-
volvimento de diabetes e de doença cardiovascular. Níveis de glicose em 
jejum de 100 a 125 mg/dL ou glicose 2 horas após o teste de tolerância oral 
à glicose de 140 a 199 mg/dL ou hemoglobina glicada de 5,7 a 6,4% mos-
tram que o paciente tem maior risco de desenvolver diabetes e deve ter 
acompanhamento médico com a finalidade de prevenir o surgimento da 
doença.
TRATAMENTO
O tratamento do diabetes tipo 2 não é complexo, mas exige muito 
comprometimento dos pacientes. Além de mudar o estilo de vida, o que já 
é bastante desafiador, as pessoas com diabetes tipo 2 precisam ter discipli-
na na adesão ao tratamento medicamentoso prescrito ao longo de toda 
a vida.
Entre os pilares do tratamento do diabetes estão:
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	Alimentação saudável, com baixa ingestão de gorduras e açúcar;
	Atividades físicas regulares (30 minutos, 5 vezes por semana);
	Perda do excesso de peso e controle de peso;
	Adesão à tomada dos remédios prescritos pelo médico;
	Monitoramento periódico dos níveis de glicose no sangue;
	Visitas médicas regulares para avaliação do controle da doença e 
monitoramento dos riscos associados
MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DO DIABETES TIPO II
 É possível que alguns pacientes com diabetes tipo 2 consigam alcan-
çar o controle do diabetes com a mudança no estilo de vida e a redução 
da massa corporal, no entanto, a grande maioria das pessoas necessita de 
tratamento medicamentoso para alcançar o controle do diabetes tipo 2, 
minimizando seus riscos.Dentre as opções terapêuticas medicamentosas 
temos: metformina; sulfonilureia; metiglinidas; glitazonas; inibidores da alfa-
glicosidade; inibidores da DPP4; inibidores da SGLT2; miméticos e análogo 
do GLP 1; Insulina. A escolha do tratamento é feita com base em diferen-
tes fatores, como a idade do paciente, as taxas de glicose no sangue e o 
quadro geral de saúde do paciente. 
TERAPIA NUTRICIONAL NO DIABETES MELLITUS
O tratamento nutricional é essencial para o controle do DM em pa-
cientes internados ou ambulatoriais. Ele inclui a avaliação, o diagnóstico, 
a escolha e a implementação da terapia nutricional adequada, além do 
aconselhamento sobre o tratamento geral da doença. O objetivo primor-
dial durante a aplicação da terapia nutricional oral, enteral ou parenteral, 
em pacientes com DM, é manter a glicemia dentro dos níveis da normali-
dade e manter o estado nutricional adequado dos pacientes, pois o con-
trole intensivo da glicemia reduz as complicações microvasculares. 
A indicação da terapia nutricional em pacientes diabéticos segue as 
mesmas indicações dos pacientes não diabéticos, tendo atenção especial 
em caso de alteração na glicemia, estresse catabólico e inapetência.
É primordial que as necessidades nutricionais destes pacientes sejam 
individualizadas, não devem ultrapassar 35 kcal/kg/dia, devendo, em 
geral, permanecer abaixo de 25 kcal/kg/ dia.
Além do controle glicêmico, que é a meta principal do tratamento 
nutricional, deve-se ter por objetivos:
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• manter níveis adequados de lípides plasmáticos e de pressão san-
guínea, com oferta adequada de energia, com intuito de melhorar e ace-
lerar a recuperação; utilizar terapias que tratam as doenças associadas ao 
DM, como hipertensão arterial, doença cardiovascular, dislipidemia e ne-
fropatia; 
• utilizar plano alimentar nutricionalmente adequado, visando à me-
lhora da saúde; 
• oferecer treinamento ao paciente para controle da glicemia e das 
complicações do DM. Além disso, outra recomendação é manter a ne-
cessidade energética dos pacientes hospitalizados entre 25 a 35 kcal/kg 
de peso. A formulação enteral deve conterfibras, ácidos graxos ômega-3 
e ácidos graxos monoinsaturados. A formulação parenteral deverá conter 
lipídios mistos (ácidos graxos poli-insaturados + monoinsaturados).
As formulações especializadas para pacientes diabéticos se caracte-
rizam por aumento do teor de lipídeos (> 40% do valor energético total) e 
redução do teor de carboidratos. Do total de lipídeos, 20% ou mais são de 
ácidos graxos monoinsaturados (AGMI). Quando comparadas às formula-
ções padrão, reduzem a glicemia pós-prandial em pacientes diabéticos e 
em indivíduos sem a doença. Não existe consenso quanto à utilização de 
formulações enterais especializadas em longo prazo para todos os pacien-
tes diabéticos.
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REFERÊNCIAS
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Diabetes Mellitus Tipo 1- Co-
missão Nacional de Incorporação de Tecnologias – CONITEC, Agosto/2019 
MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estraté-
gicos
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 / Organiza-
ção José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior, 
Sérgio Vencio. -- São Paulo : Editora Clannad, 2017.
Liga interdisciplinar de Diabetes – LIDIA. Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul https://www.ufrgs.br/lidia-diabetes/2017/04/08/diagnostico-
-de-diabetes/
Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD Manual de Nutri-
ção Pessoa com Diabetes
Abordagem nutricional em diabetes mellitus / Coord. :Anelena Soc-
cal Seyffarth, Laurenice Pereira Lima, Margarida Cardoso Leite ; Brasília : 
Ministério da Saúde, 2000. 155 p. ISBN: 85-334-0227-9 1. Diabetes mellitus. I. 
Seyffarth, Anelena Soccal. II. Lima, Laurenice Pereira. III. Leite, Margarida 
Cardoso. 
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