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ASPECTOS METABÓLICOS E QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MILLITUS TIPO 2

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ASPECTOS METABÓLICOS E QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS 
COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 
 
Andreza de Souza Brito 
Willma Gerlanny Alves da Silva 
Verônica Kely da Silva 
Maeli Priscila Alves Gama 
 
RESUMO: O diabetes mellitus é um distúrbio metabólico caracterizado por 
hiperglicemia crônica decorrente da falta de secreção ou falha na sinalização da insulina. 
A insulina regula o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas através da cascata 
canônica de sinalização da insulina, que envolve o receptor de insulina, proteínas 
substrato do receptor de insulina. Diabetes mellitus classifica-se em: diabetes mellitus 
tipo 1, tipo 2, gestacional e outros tipos. O objetivo deste trabalho é analisar e descrever 
os aspectos metabólicos e a mudança na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por 
diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Para realização deste trabalho foi utilizado as bases de 
dados, PubMED, Scielo e Google acadêmico. De posse do material selecionado, foi 
realizada um leitura e chegou-se a uma conclusão que a diabetes mellitus tipo 2 é uma 
doença que afeta principalmente pessoas com sobre peso ou obesas, seu tratamento requer 
uma mudança no estilo de vida para evitar complicações maiores e o avanços dos estudo 
dos metabolitos do DM2 pode fornecer bases importantes para prevenção e tratamento 
eficaz do DM2. 
 
PALAVRAS-CHAVES: Diabetes Millitus Tipo 2, Diabetes, Qualidade De Vida, 
Metabolismo, Quality Of Life. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia 
crônica decorrente da falta de secreção ou falha na sinalização da insulina. O Comitê 
Executivo para Diagnóstico e Classificação do DM da “American Diabetes Association” 
e as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes classificam o DM de acordo com sua 
etiologia em: DM tipo 1 (DM1A e DM1B), DM tipo 2 (DM2), DM gestacional e outros 
tipos de DM (ABREU, 2020). 
 O DM2 é o tipo mais comum da doença, afetando de 90 a 95% da população diabética, 
resultando em graus variáveis de resistência tecidual à insulina e deficiência relativa na 
secreção do hormônio pelas células β pancreáticas. Sua etiologia envolve fatores 
genéticos e ambientais. Apesar da forte herança familiar poligênica ainda não esclarecida, 
o fator ambiental é muito relevante para o desenvolvimento desta patologia, haja vista 
que os hábitos dietéticos e o sedentarismo são os principais contribuintes para a 
obesidade, que é o principal fator de risco para o desenvolvimento do DM2 (ABREU, 
2020). 
O diabetes mellitus é considerado uma das principais síndromes de evolução crônica que 
acometem ao homem moderno em qualquer idade, condição social e localização 
geográfica. É caracterizado por uma deficiência absoluta ou relativa de insulina que irá 
influenciar negativamente o metabolismo dos glicídios, proteínas, lipídios, água, 
vitaminas e minerais, e, durante a sua evolução, na dependência do controle metabólico 
obtido, podem advir complicações agudas e crônicas. Essa síndrome constitui hoje um 
problema de saúde pública, em razão de sua elevada prevalência, acentuada morbidade e 
mortalidade e, por fim, das repercussões econômicas e sociais decorrentes do impacto 
dessas complicações (OLIVEIRA; MILECH. 2006) 
Modificação do estilo de vida, incluindo perda de peso, aumento de atividades físicas e 
adoção de uma dieta saudável, continua sendo uma das estratégias de primeira linha para 
gestão do DM2, além da modificação do estilo de vida, apoio social tem papel importante 
na gestão de DM2, uma vez que diretamente afeta o desempenho do indivíduo com 
diabetes mellitus, já que o comportamento afeta o controle glicêmico (ZHENG; LEY; 
HU, 2017). 
O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar alguns estudos publicados na última 
década os quais mostraram os aspectos metabólicos, manifestações clínicas, tratamento e 
diagnostico da diabetes mellitus tipo 2. A relação do diabetes mellitus tipo 2 e a mudança 
na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa doença. 
2. METODOLOGIA 
A metodologia utilizada neste trabalho foi a revisão sistemática. As pesquisas foram 
realizadas na língua inglesa, portuguesa e espanhola, abordando o tema aspectos 
metabólicos e qualidade de vida em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2. As bases de 
dados utilizadas foram: PubMED, Scielo, Google acadêmico. As palavras chaves 
utilizadas foram: diabetes mellitus tipo 2, diabetes, qualidade de vida, metabolismo, 
quality of life. Os artigos disponíveis nas bases de dados foram consultados no período 
dos últimos 10 anos. 
 
3. RESULTADOS E DISCURSSÃO 
3.1 ASPECTOS METABÓLICOS E FISIOLÓGICOS DM2 
As células beta do pâncreas secretam o hormônio hipoglicemiante, a insulina. Após uma 
refeição, a glicose sobe no sangue e atua como o secretagogo primário para a secreção de 
insulina. A secreção de insulina é bifásica. A primeira fase dura vários minutos e é 
principalmente devido à exocitose de um pool de grânulos de insulina facilmente 
liberável. Durante a segunda fase, a secreção de insulina aumenta gradualmente. Isso 
pode levar várias horas quando a glicose permanece elevada. Portanto, durante a 
estimulação contínua da glicose, as células beta são capazes de ajustar a biossíntese e a 
liberação da insulina para restaurar a homeostase da glicose (SANTO-DOMINGO et al., 
2019). 
A proteína GLUT-2, ajuda a glicose entrar nas células beta do pâncreas, estimulando a 
secreção de insulina. A Ingestão de alimentos, faz com que o corpo produza incretinas, 
que são 2 peptídeos gastrointestinais o GLP-1 e o GIP, aumentando a resposta pancreática 
à glicose, liberando insulina. A insulina se liga aos receptores nas células, a proteína 
GLUT-4, servindo de canal para a insulina adentrar a célula. A insulina dentro da célula 
permite a ocorrência da glicólise, utilizado como fonte de energia para as atividades 
celulares, o excesso de glicose é armazenado como glicogênio, parte do excesso passa 
por um processo conhecido como lipogênese, que transforma em ácido graxo, são 
direcionados ou tecido adiposo, onde, serão transformados em triglicérides (CHACRA, 
2006). 
A glicose é a principal fonte de energia humana. No início da glicólise, a glicose é 
convertida em piruvato nas células. Em condições aeróbicas, o piruvato é convertido em 
acetil-CoA e, em seguida, entra no ciclo de TCA para produzir ATP. A lactato 
desidrogenase catalisa a conversão do piruvato em ácido lático em condições de 
hipóxia. Lu J et al. descobriram que a concentração sérica de piruvato em pacientes com 
DM2 era maior do que no grupo controle normal, o que indica um aumento na glicólise 
em pacientes com DM2. Messana et al. descobriram que os níveis de lactato em pacientes 
com DM2 também eram significativamente maiores. O ciclo do TCA também é chamado 
de ciclo do ácido cítrico. Messana et al. demonstraram que havia níveis mais elevados de 
ácido cítrico em pacientes com DM2 (MA et al., 2018). 
Existem 4 hormônios contrainsulínicos o glucagon, adrenalina, cortisol e GH, desses o 
glucagon é o mais relevante na ação contrainsulínica. O glucagon é o principal hormônio 
que se opõe aos efeitos da insulina no metabolismo hepático da glicose, funcionando 
como um regulador positivo da gliconeogênese e da glicogenólise (TITCHENELL; 
LAZAR; BIRNBAUM, 2017). O glucagon é estimulado pela hipoglicemia (jejum), 
aumentando os níveis de glicose no sangue. Os hormônios contrainsulínicos atuam sobre 
os lipídios estimulando o processo de lipólise (OLIVEIRA; MILECH. 2006). 
O objetivo da insulina e do glucagon é manter constante a glicose no sangue, para manter 
o funcionamento das células (OLIVEIRA; MILECH. 2006). A resistência à insulina - 
definida como transdução de sinal prejudicada e ações biológicas em resposta à 
estimulação da insulina - é um mecanismo fundamental que causa o diabetes mellitus tipo 
2 (DM2). Quando a secreção de insulina nãoconsegue mais compensar a resistência à 
insulina, ocorre o DM (YANG; VIJAYAKUMAR; KAHN, 2018). 
O metabolismo dos nutrientes é fundamental para a sobrevivência, crescimento e 
desenvolvimento de todos os organismos e requer a regulação coordenada de muitas vias 
metabólicas. A insulina regula o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas através 
da cascata canônica de sinalização da insulina, que envolve o receptor de insulina, 
proteínas substrato do receptor de insulina, PI3K e AKT (YANG; VIJAYAKUMAR; 
KAHN, 2018). 
Existe uma tecnologia ômica chamada metabonomia, desenvolvida após genômica e 
proteômica, que pode analisar simultaneamente vários metabólitos em fluidos corporais 
(MA et al., 2018). Com o surgimento da metabonomia, as técnicas de pesquisa em 
metabonomia são amplamente utilizadas no estudo de várias doenças. De acordo com a 
Human Metabolome Database, ≥2700 compostos endógenos foram detectados e 
quantificados no sangue e ≥1400 compostos foram detectados e quantificados na 
urina. No entanto, apenas 87 metabólitos relacionados ao DM2 foram detectados e 
quantificados no sangue e na urina. Nos últimos anos, mais e mais estudiosos estudaram 
os metabólitos do DM2 e determinaram possíveis biomarcadores e suas vias metabólicas 
com base nas diferenças nos metabólitos, fornecendo uma base teórica importante para a 
prevenção e tratamento eficazes do DM2 (MA et al., 2018). 
 
3.2 DIABETES MILLITUS TIPO 2 
3.2.1 Características e fatores agravantes 
Previamente chamado de diabetes mellitus não-insulino-dependente ou diabetes estável 
do adulto, essa forma diabetes vem da associação de fortes predisposição genética e 
familiar com o estilo de vida e os fatores ambientais da pessoa. A eclosão clínica é muito 
comum entre aqueles que apresentam em suas famílias colaterais diretos com diabetes 
(pais, tios, avós, irmãos) e que vivem em ambientes favorecedores da obesidade e do 
estresse (OLIVEIRA; MILECH. 2006). 
A maioria dos pacientes com DM2 são obesos, especialmente obesidade central, que é 
caracterizada principalmente por glicose anormal e metabolismo lipídico. Existe uma 
correlação negativa significativa entre a área de gordura abdominal e a utilização de 
glicose mediada por insulina. Pacientes com obesidade central apresentam aumento da 
gordura abdominal, distúrbios metabólicos no tecido adiposo visceral e inibição 
prejudicada da produção de glicogênio hepático pela insulina leva a resistência à insulina 
(MA et al., 2018). 
DM2 caracteriza-se por apresentar resistência à ação de insulina, que pode preceder o 
início do quadro clínico, e uma deficiência relativa de insulina que se acentua com 
decorrer dos anos de evolução da doença. Outro fator agravante é o aumento da produção 
hepática de glicose, decorrente das duas primeiras alterações (OLIVEIRA; MILECH. 
2006). O fígado desempenha um papel fundamental na coordenação da homeostase 
metabólica sistêmica e na adaptação à disponibilidade e privação de nutrientes. Durante 
o estado de jejum, a combinação de altos níveis de glucagon e baixos níveis de insulina 
aumenta a produção de glicose hepática (HGP) para atender às demandas metabólicas dos 
tecidos periféricos. Este aumento na produção de glicose hepática (HGP) inicialmente se 
origina da quebra do glicogênio armazenado, denominado glicogenólise (TITCHENELL; 
LAZAR; BIRNBAUM, 2017). 
DM2 geralmente está associado a muitas complicações, incluindo insuficiência renal, 
retinopatia, amputação de membros inferiores e um risco aumentado de doença 
cardiovascular e acidente vascular cerebral. Embora os pesquisadores tenham associado 
vários fatores de risco com DM2, a extensão real em que cada um desses fatores leva ao 
desenvolvimento de DM2 permanece obscura. Alguns fatores de risco comumente 
citados incluem obesidade, colesterol alto e níveis de açúcar no sangue, história familiar 
de DM2 e história de diabetes gestacional (ARNETH; ARNETH; SHAMS, 2019). 
3.2.2 Manifestações Clínicas 
Alguns sintomas clássicos do DM é a poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal. A 
poliúria é consequência de uma diurese osmótica secundária a hiperglicemia sustentada, 
resultando em perda de glicose, água livre e eletrólitos na urina. Polidipsia é causada por 
estímulos ao centro da sede provocado pela desidratação hipertônica, que por sua vez é 
consequência da poliúria. A polifagia ocorre em 1/3 dos pacientes, sua gênese ainda não 
está devidamente esclarecida, mas parece resultar dos centros hipotalâmicos de fome e 
saciedade, que são sensíveis a ação da insulina. A perda ponderal ocorre quando há maior 
gasto do que obtenção de calorias (OLIVEIRA; MILECH. 2006). 
A diabetes pode trazer outras complicações, altos níveis glicêmicos compromete a 
estrutura vascular, também pode causar fraqueza, parestesias, distúrbios visuais, 
distúrbios do aparelho geniturinário, entre outras, são manifestações clínicas causada 
por diabetes mellitus (OLIVEIRA; MILECH. 2006). 
3.2.3 Diagnósticos 
O diagnóstico de diabetes é baseado na glicemia de jejum, teste oral de tolerância à 
glicose (OGTT) ou hemoglobina A1c (HbA1c). A hiperglicemia se desenvolve 
continuamente, e os distúrbios da glicemia de jejum e pós-prandial apresentam diferentes 
cursos de tempo. Os valores-limite estabelecidos, portanto, não estão totalmente de 
acordo na identificação de pacientes com diabetes. Além disso, todos os testes estão 
sujeitos a variabilidade, de modo que um teste é repetido ou confirmado resultado do teste 
por outro teste (HARREITER; RODEN, 2019) e por uma anamnese buscando as 
características citadas nas manifestações clínicas acima. 
 
3.2.4 Tratamento 
No tratamento do paciente diabético, a primeira questão a ser definida é o objetivo a ser 
atingido no controle glicêmico. Quanto ao controle glicêmico, deve-se procurar chegar 
aos valores normais. Como algumas vezes isto não é possível, aceitam-se, nestes casos, 
valores de glicose plasmática em jejum até 126mg/dl e de duas horas pós-prandial até 
160mg/dl e níveis de hemoglobina glicada até um ponto percentual acima do limite 
superior do método utilizado (OLIVEIRA; MILECH. 2006). 
O tratamento pode ser farmacológico e/ou não farmacológico. O tratamento não 
farmacológico corresponde a mudanças de estilo de vida, adequação da alimentação, 
atividades físicas, cessação do tabagismo. O tratamento farmacológico consiste na 
administração de algumas drogas como a metformina, glibeclamida e outras (OLIVEIRA; 
MILECH. 2006). 
 O tratamento do diabetes é muito complexo e envolve mudanças no estilo de vida dos 
pacientes. Cuidados com a automonitoração da glicemia, a prática regular de atividade 
física, a administração de medicamentos (antidiabéticos orais e/ou insulina) e a adoção 
de uma alimentação saudável são importantes para manter os níveis glicêmicos 
estabilizados e, consequentemente, prevenir as complicações crônicas (RAMOS; 
FERREIRA, 2011). 
 
3.4. QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO COM DM2 
A qualidade de vida (QV) relacionada à saúde tem recebido atenção de diversas áreas do 
conhecimento nos últimos anos (MOREIRA et al., 2019). A literatura revela que a prática 
de exercícios físicos pode estar relacionada a alguns domínios da QV relacionada a saúde, 
pois proporciona inúmeros benefícios relacionados tanto à promoção da saúde física, 
incluindo o menor risco de morbidade e mortalidade , como a sua influência positiva em 
dimensões psicológicas, reduzindo índices de depressão, ansiedade e estresse 
(MOREIRA et al., 2019). 
Existe o consenso de que o Diabetes Mellitus impacta na QV, através de estudos que 
comprovam que esses pacientes têm menor QV. Esse nível diminuído é devido às 
variáveis, como o tipo de Diabetes Mellitus, uso da insulina, idade, complicações, nível 
social, fatores psicológicos, etnias, educação, conhecimento sobre a doença, o tipo de 
assistência, dentre outros. A presença de complicações tem impacto potencialna QV, 
visto que se trata de uma relação inversamente proporcional, onde quanto maior o número 
de complicações, pior será a QV do paciente (ESPÍNDOLA, 2012). 
Estudo transversal analítico desenvolvido na cidade de Piracicaba, SP, Brasil, conduzido 
na Clínica de Atenção Especializada mostrou que o diabetes tipo 2, em geral, revela-se 
numa fase da vida na qual o indivíduo já possui hábitos bastante consolidados, sendo 
importante as ações educativas e grupos de discussão para a aquisição de conhecimento 
e habilidades sobre o autocuidado diário exigido para o manejo da doença. Tendo em 
vista a complexidade do seu tratamento, a educação em diabetes é o pilar para o manejo 
e o controle da doença, de maneira que o paciente alcance ou preserve sua qualidade de 
vida (CORRÊA et al., 2017). 
A manutenção do controle metabólico satisfatório garante ao diabético uma redução no 
risco dessas complicações. Para que isso ocorra é necessário que esses indivíduos tenham 
acesso a serviços de saúde de qualidade, os quais garantam uma assistência contínua e 
integral, em diferentes níveis de complexidade, exigidos no manejo da doença. A Atenção 
Primária não esgota seus recursos terapêuticos, encaminhando uma demanda gigantesca 
de pacientes para a Atenção Secundária, a qual atua, muitas vezes, de maneira 
reducionista sobre o indivíduo, considerando apenas a doença (CORRÊA et al., 2017). 
A presença de depressão em pacientes diabéticos tem sido amplamente estudada, 
principalmente, nos que apresentam complicações microvasculares. Diversos estudos 
demonstram que sintomas depressivos estão fortemente relacionados à maior gravidade 
das complicações do DM e que tais sintomas podem acelerar o processo de evolução 
dessas complicações. No presente estudo, demonstrou-se que a gravidade de sintomas 
depressivos é maior nos indivíduos portadores de PNDD do que naqueles que não 
apresentam tal complicação. Observou-se, ainda, uma relação positiva entre sintomas 
depressivos e o grau de comprometimento neuropático (sinais de neuropatia) e de 
sintomas neuropáticos. Esses achados também foram encontrados por Vileikyte e cols., 
segundo os quais a presença e a gravidade dos sintomas depressivos estão relacionadas à 
presença e à gravidade de sinais e sintomas neuropáticos (MOREIRA et al., 2009). 
A educação em saúde com pacientes diabéticos é de suma relevância, visto que há 
necessidade de aprendizado acerca do âmbito da patologia, para possibilitar que não haja 
uma diminuição da qualidade de vida e para os que já estão com diminuição desta QV, 
que possa haver uma melhoria da mesma (ESPÍNDOLA, 2012). É necessário que este 
indivíduo que convive com a diabetes conheçam os elementos básicos que são relevantes 
na patologia, como a dieta, o uso adequado da insulina, o exercício físico, cuidado com 
pés, hipoglicemia. É necessária a percepção do enfermeiro para avaliar quais são os 
assuntos relevantes naquele exato momento para o paciente. A educação deve acontecer 
de forma contínua, sendo um processo de aprendizagem, e não ser compartilhada de uma 
só vez com a clientela (ESPÍNDOLA, 2012). 
 
4 CONCLUSÃO 
A diabetes mellitus é um distúrbio de metabolismo caracterizado por hiperglicemia 
persistente, ocorre por causa da deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou 
em ambos os mecanismos, é uma doença que afeta principalmente pessoas com sobre 
peso ou obesas, também pessoas com histórico familiar. O tratamento é muito importante 
para a boa qualidade de vida do paciente, mas pode ser algo desgastante, trazendo ao 
indivíduo acometido por DM2 algumas complicações como depressão. É de suma 
importância algumas mudanças para uma melhor qualidade de vida como hábitos 
alimentares e prática de exercício físico, a educação em saúde, também, é fundamental 
para que não haja uma perca tão brusca na sua qualidade de vida. Avanços dos estudos 
dos metabolitos do DM2 pode fornecer bases importantes para prevenção e tratamento 
eficaz do DM2. 
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