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aula 8 Segurados Obrigatórios - Segurado Especial pdf

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Segurados Obrigatórios
Segurado Especial
(Assista à Videoaula avançada 8) 
Prof. Eduardo Tanaka
Segurado especial
Este tipo de segurado, realmente, tem algo de “especial”. Ele é denominado assim, pois em seu recolhimento utiliza-se uma base de cálculo e alíquota diferenciadas. O segurado especial recolhe sobre o resultado da comercialização de sua produção rural ou pesqueira, conforme o caso. Como exemplo de segurado especial, podemos citar o pescador artesanal que sai a pescar com sua “canoinha”, e aquele pequeno produtor rural que tem sua “rocinha” e vende aquilo que produz, numa economia quase de subsistência. São pessoas, em regra, hipossuficientes e sujeitas às sazonalidades das colheitas e das épocas de pesca, que dificilmente conseguiriam pagar com regularidade o valor das contribuições previdenciárias caso não se estabelecesse essa modalidade de segurado.
É importante, também, lembrar que segurado especial nada tem a ver com aposentadoria especial, a qual estudaremos em “benefícios”. Pelo contrário, por pagar pouco, a aposentadoria do segurado especial não será nada “especial”, e sim terá o valor de um salário mínimo.
Sobre esse segurado, a Constituição Federal prevê expressamente em seu art. 195, § 8º:
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
A Lei no 8.212/1991, alterada pela Lei nº 11.718/2008, conceitua o segurado especial, em seu art. 12, VII, como:
A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, co-
modatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça atividades de extrativismo e faça dessas atividades o principal meio de vida.
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio 
de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equi-
parado, do segurado de que tratam as letras a e b acima, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
No caso de segurado especial produtor rural não interessa qual a relação jurídica entre ele e a terra em que planta. Não importa se a terra é dele (proprietário) ou emprestada (comodatário), se é uma ocupação (possuidor) ou um assentamento (assentado). Por isso a legislação cita as possibilidades dessa relação jurídica; assim, o produtor rural pode ser:
· Proprietário: é aquele que tem os poderes de usar, gozar e dispor de uma coisa, a princípio de modo absoluto, exclusivo e perpétuo.
· Usufrutuário: é aquele que tem o direito de usar e fruir da terra durante certo tempo. Ele pode ocupar a terra e retirar seus frutos.
· Possuidor: é a pessoa que detém de fato a posse da terra, mas não é dona de direito, não possuindo documentação ou registro em cartório.
· Assentado: é o possuidor de uma terra da União, que está aguardando para receber o título definitivo de propriedade do imóvel, por parte do Governo Federal.
· Comodatário: é aquele que, por meio de contrato gratuito, recebe a posse da terra para usá-la temporariamente e depois restituí-la. Seria, então, uma pessoa que tomou emprestada a terra de outro.
· Arrendatário: é aquele que aluga a terra de um proprietário e paga em dinheiro.
· Parceiro: é um trabalhador que, mediante um acordo realizado com o proprietário da terra, utiliza a propriedade e divide com este a produção obtida na proporção previamente combinada (um terço, um quarto...).
· Meeiro: é um trabalhador que, mediante um acordo realizado com o proprietário da terra, utiliza a propriedade e divide ao meio a produção obtida.
Na exploração agropecuária há limitação do tamanho da terra em quatro módulos fiscais. Caso ultrapasse esses quatro módulos, o segurado será enquadrado como contribuinte individual.21
O termo módulo fiscal foi criado pelo Estatuto da Terra (Lei no 4.504/1964), em seu art. 50, que cuida do cálculo do ITR (Imposto Territorial Rural). Módulo fiscal é, portanto, uma forma de catalogação econômica dos imóveis rurais, variando de um município para outro e de uma propriedade para outra, com base em in-dicadores econômicos e de produtividade de cada município (tipo de exploração predominante, renda obtida no tipo de exploração predominante) e indicadores específicos de cada imóvel (área aproveitável do imóvel rural). Por exemplo, na região Norte, um módulo fiscal pode variar de 50 a 100 hectares; no Nordeste, de 15 a 90 hectares; no Centro-Oeste, de 5 a 110 hectares; na região Sul, de 5 a 40 hectares; e na Sudeste, de 5 a 70 hectares.
DICA! A informação que você precisa saber para a prova de Direito Previdenciário, quanto a módulo fiscal, é apenas a limitação “4 módulos fiscais”.
Quanto ao extrativista vegetal, conforme o inc. XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, extrativismo é o sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis. No caso do seringueiro e do extrativista vegetal não há o limite de quatro módulos fiscais.
Considera-se pescador artesanal aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que22:
I – 	não utilize embarcação;
II – 	utilize embarcação de pequeno porte (quando possui arqueação bruta23 igual ou menor que 20).
DICA! Aqui também, o que você precisa saber é apenas que embarcação de pequeno porte possui arqueação bruta igual ou menor que 20. E caso a embarcação possua arqueação bruta maior que 20, esse pescador não será considerado segurado especial, mas sim contribuinte individual.
A legislação entende como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.
Então, o segurado especial não pode ter empregados permanentes. Mas como ele poderá fazer, por exemplo, na época da colheita? Pensando nisso, a legislação trouxe uma exceção. Dessa forma, o grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou trabalhador contribuinte individual, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados, ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.25 A razão de 120 pessoas/dia nada mais é do que uma proporção. Interpretando essa proporção, significa dizer que o segurado especial pode contratar no ano civil, por exemplo: 1 trabalhador por 120 dias; ou 2 trabalhadores por 60 dias; ou 3 trabalhadores por 40 dias; assim por diante, até chegarmos à situação de contratar 120 pessoas por 1 dia. Lembrando que o ano civil vai de 1o de janeiro a 31 de dezembro.
Os componentes do grupo familiar que trabalhem junto à atividade produtiva também são segurados especiais. São eles:
· o cônjuge ou companheiro;
· o filho maior de 16 anos, ou equiparado a filho maior de 16 anos.
Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 anos, ou os a estes equiparados, deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. E, se algum membro desse grupo possuir outra fonte de rendimento, este não será considerado segurado especial.
Por exemplo, imagine que naquela pequena propriedade rural trabalham juntos, em regime de economia familiar, sem empregados: o marido,a mulher, um filho de 25 anos, uma filha de 16 anos e um filho caçula de 15 anos. Serão segurados especiais todos, menos o filho caçula de 15 anos.
Agora, imagine que nessa família um deles comece a trabalhar como empregado em uma empresa. Nessa situação ele, e somente ele, perderá a qualidade de segurado especial, pois possui outra fonte de renda.
Como vimos, em regra, não se considera segurado especial o membro do grupo familiar que possui outra fonte de rendimento. Entretanto, há algumas exceções a essa regra, pelas quais esse tipo de segurado continuará sendo especial, conforme veremos a seguir (art. 11, § 8o, da Lei no 8.213/1991).
a) Não descaracteriza a condição de segurado especial:
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar;
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal;26
VI – a associação em cooperativa agropecuária; e
VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas, quando o segurado especial participa como empresário, conforme previsto no § 14 do inciso VII do art. 12 da Lei no 8.212/91 e que veremos a seguir.
A participação do segurado especial como empresário está prevista no § 14 do art. 12 da Lei no 
8.212/1991:
A participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
Veremos a seguir as situações em que o segurado especial tem outra fonte de rendimento e, mesmo assim, não perde a qualidade de segurado especial:
b) Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto 
se decorrente de:
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;
II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar; III – exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil;
Este dispositivo permite que o segurado especial trabalhe em outra atividade por um período curto 
(desde que não ultrapasse 120 dias). Isso não dispensa o recolhimento da contribuição devida em relação ao exercício das atividades porventura exercidas.
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;
V – exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais;
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do item “a” acima;
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação con-tinuada da Previdência Social; e
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

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