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Thaís Pires 1 Problema 5 1. Estudar a definição e classificação temporal das diarreias • Diarreia – é um sintoma caracterizado por dois PRINCIPAIS componentes: aumento do número de evacuações (mais de 3x/dia) e diminuição da consistência. Além desses, considera-se também o PESO das fezes eliminadas (>200g/dia), embora seja um paraâmetro de difícil avaliação. o Classificação – pode ser realizada pelo TEMPO DE DURAÇÃO da diarreia, pelos MECANISMOS ETIOLÓGICOS e FISIOPATOLÓGICOS. Quanto melhor a classificação durante o exame clínico, menores as possibilidades de etiologias, facilitando o diagnóstico correto. ▪ Consistência – Escala de Bristol – Diarreia é 5, 6 e 7 • 1. Caroços duros e separados, como nozes (difícil de passar) • 2. Forma de salsicha, mas granuloso • 3. Como uma salsicha, mas com fissuras em sua superfície • 4. Como uma salsicha ou serpente, suave e macio • 5. Bolhas suaves com bordas nítidas (que passa facilmente) • 6. Peças fofas com bordas em pedaços • 7. Aquoso, sem partes sólidas, inteiramente líquido ▪ Tempo de Evolução • Agudas – duração de até 15 dias – Frequentemente são INFECCIOSAS!! Costumam ser LEVES, cursando com 3-7 evacuações diárias e com perda de 1L de líquido ans fezes • Crônicas – duração de mais de 30 dias – Toda diarreia crônica começa com uma diarreia aguda! • Persistente/Protraída – perceba que existe uma falha nessa classificação quanto ao tempo, pois há um intervalo entre mais de 15 dias e menos de 30 dias. Alguns autores classificam essas diarreias com PERSISTENTES, outros como CRÔNICAS. ▪ Origem Alta ou Baixa • Alta – Os mecanismos aqui vão envolver disfunções do INTESTINO DELGADO e partem do pressuposto que o cólon só consegue aumentar a absorção de líquidos em até 4L/DIA. Então, caso o volume de fluidos proveniente do ID seja maior que 4L/dia, o paciente terá diarreia. Dessa forma, a diarreia alta é, notoriamente, VOLUMOSA, podendo levar a um choque hipovolêmico! • Baixa – A disfunção está localizada no cólon, o que causa EVACUAÇÕES FREQUENTES, em pouca quantidade e associadas a TENESMO e URGÊNCIA FECAL. Vale destacar que o volume aqui tende a não ultrapassar 1,5L e a diarreia ACORDA O PCT ▪ Inflamatória X Não-inflamatória • Inflamatória (Invasiva) - Geralmente, esse tipo de diarreia aguda afeta o CÓLON, sendo marcada por etiologias INFECCIOSAS e NÃO-INFECCIOSAS (Doença inflamatória intestinal – doença de cronh; Isquemias). Evacuações frequentes, Thaís Pires 2 pequeno volume, com muco ou pus, algumas com sangue. É comum febre, toxemia, dor abdominal intensa, tenesmo e leucocitose associada. • Não-Inflamatória (Não-invasiva) – As não-inflamatórias geralmente afetam o INTESTINO DELGADO. Fezes aquosas, volumosas, sem sangue muco ou pus, geralmente sem febre. • Múltiplos Mecanismos – Supercrescimento bacteriano do ID; Medicações (IBP, metformina – diminui absorção de glicose, micofenolato); Infecções (giardíase, colite pseudomembranosa - ATB); consumo de álcool ▪ Incontinência Fecal e Fecaloma • Incontinência Fecal – é uma insuficiência muscular do ESFÍNCTER ANAL, podendo ser referida como “diarreia” pelo paciente. Não há alteração na consistência das fezes, embora possa haver na quantidade de evacuações. Se for relatado “diarreia” sempre, há grande probabilidade de ser incontinência. • Fecaloma - 2. Entender a etiologia, quadro clínico e exames complementares a serem solicitados • Classificação Etiológica o Vírus – CAUSA MAIS FREQUENTE DE DIARREIA INFECCIOSA - diversos vírus podem desencadear processos diarreicos, porém existem um grupo específico com PREDILEÇÃO pelo tubo digestivo, que são transmitidos por ÁGUA CONTAMINADA ou de uma pessoa para outra (associados a surtos). Os dois mais prevalentes são o ROTAVÍRUS (adultos) E O NOROVÍRUS (crianças), que apresentam fisiopatologia desconhecida, embora suponha-se um papel de ENTEROTOXINAS. Outro vírus também é prevalente nas diarreias: CITOMEGALOVÍRUS, que acomete principalmente indivíduos IMUNOCOMPROMETIDOS. ▪ Clínica – manifestam-se em um contexto de GASTROENTERITE AGUDA com fezes aquosas, presença de vômitos e dor abdominal difusa – duração curta de 72h • CMV – geralmente pode se apresentar de forma persistente de 15 a 30 dias e pode ser DISENTÉRICA o Bactérias – segunda causa de diarreias agudas ▪ Campylobacter – gênero de bactéria associado a gastroenterites a partir das espécies C. jejuni e C. coli (decrescente). Ambas bactérias são transmitidas por ingestão de ÁGUA, ALIMENTOS (aves domésticas) contaminados e pelo contato com ANIMAIS CONTAMINADOS, mais frequente em países em desenvolvimento • Clínica – a enterite secundária à campylobacter costuma ter 2 A 5 DIAS DE INCUBAÇÃO e, quando desenvolvida, costuma ser AUTOLIMITADA, raramente necessitando de intervenção terapêutica específica. É manifestada por FEBRE, DOR ABDOMINAL EM CÓLICA e DIARREIA (2 a 3 dias) – a dor pode se prolongar para além da diarreia. De acordo com a INTENSIDADE DA INFECÇÃO, o aspecto das fezes pode ser AQUOSO ou SANGUINOLENTO. • Obs: as infecções por campylobacter podem DESENCADEAR SÍNDROME GUILLAIN BARRÉ – 1 a cada 1000 indivíduos infectados ▪ Clostridium difficile – possui GRANDE relação com pacientes que fizeram uso recente de antibióticos (15 a 20% dos casos) e com quase todos os casos de COLITE PSEUDOMEMBRANOSA. Inicialmente, acreditava-se que a C. difficile estaria presente na microbiota intestinal saudável, porém, em estudos, esta só foi encontrada em 3% dos pcts. A contaminação ocorre pela INGESTÃO em forma de esporos, que podem ser convertidos na forma VEGETATIVA em um ambiente favorável, como na MICROBIOTA ALTERADA POR USO DE ANTIBIÓTICOS. Já na sua forma ativa, a bactéria produz TOXINAS A e B que aumentam a PERMEABILIDADE da membrana e a destruição de células do cólon! • Clínica – Diarreia aquosa em indivíduos com histórico recente de uso de antibióticos – pode ser grave o suficiente para por em risco a vida do pct Thaís Pires 3 ▪ Clostridium perfringens – Bactéria anaeróbica, geralmente em forma de esporos, é abundante no meio ambiente e é FREQUENTE NO INTESTINO HUMANO, sendo transmitida por alimentos contaminados. Essa bactéria BLOQUEIA A ABSORÇÃO DE ÁGUA por meio da secreção de enterotoxinas • Clínica – Diarreia aquosa ▪ Escherichia coli – bastonete não formador de esporos, flagelado, que, dependendo da cepa, pode ter manifestações clínicas diferentes. É transmitida por ALIMENTOS E ÁGUA contaminados com fezes humanas ou de animais, raramente havendo transmissão pessoa-pessoa. Seu mecanismo patogênico envolve a PRODUÇÃO DE ENTEROTOXINAS que estimulam a SECREÇÃO CLORO e reduzem a ABSORÇÃO DE SÓDIO, além da produção de CITOTOXINAS que agridem o epitélio intestinal! São diversos sorotipos de E. coli, importando para nós as DIARREIOGÊNICAS, que são: • Enteroinvasiva – cursa com DISENTERIA • Enterotoxigênica – diarreia AQUOSA • Enteroagregante – diarreia AQUOSA • Enteropatogênica – diarreia AQUOSA • Entero-hemorrágica – cursa com DISENTERIA – Produz a toxina Shiga, que pode causar complicações sistêmicas graves, como SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA ▪ Salmonella – é um bastonete gram-negativo transmitido por OVOS, AVES DOMÉSTICAS, LEITE e outros alimentos contaminados. Existem duas principais espécies da salmonella: a S. TYPHIMURIUM, intimamente relacionada a gastroenterites, e a S. TYPHI, causadora de efeitos SISTÊMICOS tóxicos, como a febre tifoide. Essas bactérias são produtoras de ENTEROTOXINAS que estimulam a secreção de CLORO e, concomitantemente, INVADEM A MUCOSA, ativando cascatas inflamatórias. • Clínica – Inicialmente com diarreia AQUOSA seguida de SANGUINOLENTA – sequência cloro-invasão epitelial. Na S. tyhpi, a diarreia é o que menos importa, uma vez que os efeitos sistêmicos são proeminentes e graves! ▪ Shigella – bastonete gram-negativo transmitido por via FECAL-ORALe por meio de ALIMENTOS/ÁGUA CONTAMINADOS. Seu mecanismo é a produção de ENTEROTOXINAS POTENTES, além de penetrar nas células COLÔNICAS, o que, conjuntamente, causa uma DEGENERAÇÃO do epitélio e uma INFLAMAÇÃO da lâmina própria = descamação e ulceração. • Clínica – sintomas surgem após 1-2 dias de incubação, sendo, inicialmente, DIARREIA AQUOSA da enterite → diarreia MUCOSSANGUINOLENTA da colite ▪ Staphylococcus – transmitido por ALIMENTOS CONTAMINADOS. No intestino, produz uma TOXINA TERMOESTÁVEL que causa diarreia e vômitos. • Clínica – Os sintomas surgem de 2-8h após a ingestão do alimento contaminado e tendem a regredir espontaneamente após 48 H. Diarreia AQUOSA associada a vômitos. ▪ Vibrio cholerae – Vibrião transmitido principalmente por ÁGUA CONTAMINADA. No intestino, causa diarreia secretora pela liberação de TOXINA ativadora do AMPc, que reduz a absorção de SÓDIO e aumenta a secreção de CLORETO. • Clínica – Diarreia AQUOSA, muito volumosa (alta) e coloca em risco a vida do paciente. ▪ Yersinia enterocolitica – responsável por quadros de DIARREIA AGUDA, LINFADENITE ESENTÉRICA, ILEÍTE TERMINAL e PSEUDOAPENDICITE. Bactéria transmitida por LEITE CRU, ÁGUA e ALIMENTOS CONTAMINADOS, VEGETAIS CRUS e ANIMAIS-PESSOAS. • Clínica – diarreia AQUOSA, embora possa ser sanguinolenta em casos severos. Vômitos presentes em 10-40% dos casos. o Fungos ▪ Candida albicans – é um fungo COMENSAL normalmente presente no trato gastrintestinal – torna-se patogênico em situações específicas que envolvem IMUNODEPRESSÃO, USO DE CORTICOIDES e ANTIBIÓTICOS. O possível mecanismo fisiopatológico envolvido é a INIBIÇÃO DA LACTASE, causando diarreia osmótica. • Clínica – diarreia osmótica/aquosa e, às vezes, explosiva. o Protozoários Thaís Pires 4 ▪ Cryptosporidium – transmitido por meio da INGESTÃO DE OOCISTOS em água e alimentos contaminados, pessoa-pessoa, animal-pessoa. Seu mecanismo de ação é predominantemente SECRETOR, embora também possa causar INFLAMAÇÃO da lâmina própria • Clínica – Diarreia aquosa, que pode ser prolongada ▪ Giardia lamblia – é um dos parasitas intestinais MAIS COMUNS no mundo. É adquirido pela ingestão de cistos em ÁGUA CONTAMINADA, PESSOA-PESSOA. Quanto a patologia, pode causar DESTRUIÇÃO DA BORDA DE ESCOVA assim como induzir resposta imune no hospedeiro. Infestações maciças podem causar MÁ ABSORÇÃO tanto pelas lesões mucosas como pelo impedimento mecânico da absorção de nutrientes. • Clínica – varia de ausência de sintomas a diarreia aquosa – pode se CRONIFICAR causando má absorção e perda de peso ▪ Entamoeba histolytica – espécie patogênica do gênero que é transmitida pela ingestão de CISTOS MADUROS a partir de água, alimentos ou mãos contaminadas. Quanto a patologia, produz ENZIMAS PROTEOLÍTICAS que provocam ULCERAÇÕES, HEMORRAGIA e até mesmo PERFURAÇÕES. • Clínica – vai de assintomática até um quadro de amebíase invasiva intestinal com COLITE DISENTÉRICA, APENDICITE, MEGACÓLON TÓXICO e AMEBOMA – extraintestinal, pode haver peritonite, abscesso hepático... o Nematoide ▪ Strogyloides stercoralis – infestação acontece por meio da penetração de larvas filariformes através da pele. Em situações especiais, como constipação intestinal, alteração da motilidade intestinal a permanência da larva no intestino pode favorecer a evolução para LARVAS FILARIFORMES (forma infectante), iniciando uma autoinfecção. Condição exacerbada em IMUNOCOMPROMETIDOS • Diagnóstico – antes de definir a conduta ou qualquer outra coisa, é necessário classificar a diarreia como AGUDA OU CRÔNICA. Grande parte das diarreias agudas são autolimitadas, sendo necessário (se necessário) intervenção sintomatológica. Quanto a classificação etiológica, geralmente ela é LIMITADA aos dados EPIDEMIOLÓGICOS e CLÍNICOS, que permitirão hipóteses. o Tempo de Evolução - classificação em aguda, crônica e persistente ▪ Diarreias Tóxicas – surgem entre 4 e 24h após a ingestão da toxina, sendo autolimitada ao tempo de eliminação desta (1-2 dias após início sintomas) – Ex: Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens... ▪ Diarreia Infecciosa – ocorrem a partir de 48h da contaminação. É mais frequente que seja VIRAL, com duração aproximada de 3 a 4 dias. A bacterianas (2ª mais frequentes) duram por até 7 dias. Aqueles com duração de mais de 7 dias podem levar a suspeita de protozoários. o Características Físicas das Evacuações – Doenças do delgado cursam com diarreia volumosa; Colites cursam com diarreias pouco volumosas, frequentes e com muco ou sangue, indicando processo invasivo o Presença de outros sintomas – A presença de FEBRE é indicativa de processo infeccioso, mais frequentemente VIRAL. A presença de vômitos alerta para RISCO DE DESIDRATAÇÃO, pois há maior perda de liíquidos e maior dificuldade de reposição oral o Dados epidemiológicos – viagens, uso de medicamentos, refeições em ambientes que não o domicílio ▪ História de contato com pct com sintomas semelhantes – etiologia infecciosa o Exame Físico – Útil para avaliar a severidade dos sintomas ▪ Desidratação – primeiro passo a ser avaliado - nível de turgor da pele (prega cutânea), frequência cardíaca, PA em decúbito e sentado (desidratação COMEÇA com hipertensão por vasoconstrição, depois evolui para hipotensão), mucosas brilho ▪ Temperatura – febre fala a favor de processo infeccioso ▪ Estado Nutricional - ▪ Abdome – distensão e sensibilidade abdominal – buscar Blumberg, rovsing – apendicite aguda/abdome agudo pode cursar com diarreia inicialmente Thaís Pires 5 ▪ Hiperpigmentação da Pele – fala a favor de doença de addison – diarreia crônica ▪ Exoftalmia - Graves o Exames Complementares – são solicitados no caso de MANIFESTAÇÕES MAIS SEVERAS, AGRAVAMENTO PROGRESSIVO, IMUNOSSUPRIMIDOS e aquelas com >48H SEM REGRESSÃO ▪ Avaliação Hematológica • Hemograma – pode sugerir infecção bacteriana quando há desvio à esquerda ou somente neutrofilia. A febre tifoide, E coli, Yersinia e Campylobacter podem cursar com NEUTROPENIA. A EOSINOFILIA pode estar associada a ENTERITES EOSINOFÍLICAS e a PARASITOSES por estrongiloide. Anemia sugere sangramento oculto ou processo crônico. • Ionograma – secretória cursa com hipocalemia, acidose metabólica • Níveis de sódio e potássio séricos – a secreção ativa ou passiva de líquidos pode causar desequilíbrios hidroeletrolíticos • Ureia e creatinina – avaliação da função renal, principalmente em pcts crônicos, pois a desidratação pode causar INSUFICIÊNCIA REAL que, se não tratada, pode ser irreversível. • Albumina sérica • Função Tireoidiana ▪ Leucócitos Fecais – pouco sensíveis ▪ Coprocultura ▪ Pesquisa de ovos e parasitas – caso coprocultura negativa ▪ Sangue Oculto nas Fezes – indivíduo com emagrecimento ▪ pH fecal – se < 5,3 sugere má absorção de carboidratos; se > 5,6 exclui o diagnóstico de mpa absorção de carboidratos ▪ GAP osmolar fecal – diferencial a secretória (<50mOsm/kg) da osmótica (>125mOsm/kg) ▪ Calprotectina fecal - fala sobre INFLAMATÓRIA – está presente nos leucócitos, então valores altos indicam migração leucocitáira intestinal ▪ Agentes Etiológicos – quando for necessária a definição do agente, como em pcts imunodeprimidos, podem ser utilizados exames específicos e direcionados para as hipóteses levantadas. Probert et al sugerem um método de diagnóstico novo que envolve a CROMATOGRAFIA GASOSA dos flatos – furanos em indóis = Clostridium difficile. Etil decanoato rotavírus. Geralmente, diarreias NÃO INFLAMATÓRIAS, i.e., aquelas do delgado, não necessitam de investigação etiológica ou tratamentos específicos além de medidas de suporte Thaís Pires 6 • Indicações para pesquisa Etiológica 3. Explicar a conduta a ser realizada nos casos de diarreia (com enfoque no estado de hidratação) • Tratamento o Dieta – Geralmente, o próprio pct se mostra inapetente para alimentos ricos emfibras e gorduras. Refeições “leves” e de fácil digestão devem ser encorajadas – sopa, chá, frutas. Não interromper o aleitamento em lactentes. o Hidratação – o risco de desidratação é maior nos EXTREMOS DE IDADE e costuma ser maior quanto mais grave a diarreia. Sempre que possível, deve-se preferir a REIDRATAÇÃO ORAL com o uso de soluções já prontas, como o soro de reidratação oral da OMS ou pedyalite, ou com a realização de soro caseiro. 1L água filtrada, 1 colher de café de sal, 1 colher de sopa de açúcar. Os soros de reidratação devem ser oferecidos em CURTOS INTERVALOS DE TEMPO na dose de 50-200Ml/kg/dia. A via VENOSA é reservada para casos GRAVES e para os que não toleram a via oral. A solução de escolha é o RINGER LACTATO, pois o lactato é transformado em bicarbonato pelo fígado, corrigindo ou prevenindo uma possível acidose metabólica. O soro fisiológico 0,9% possui um discreto excesso de cloro, podendo causar, quando adm em excesso, acidose metabólica hiperclorêmica o Antidiarreicos – conforto ao pct, diminuem o número de evacuações e a sensação de urgência fecal – são utilizados em DIARREIAS NÃO INFLAMATÓRIAS, não podem ser utilizados em disenterias (fezes com muco, sangue), febre e sinais de toxicidade sistÊmica ▪ Racecadotril ▪ Loperamida ▪ Bismuto o Probióticos – microorganismos vivos que podem ajudar nas diarreias agudas no reestabelecimento da microbiota intestinal. Há recomendação para todos os pcts com diarreia aguda, uma vez que os riscos são baixos. Saccharomyces boulardii (Floratil) e Lactobacillus GG (Culturelle – não BR) o Antimicrobianos – alguns pcts com diarreia aguda DEVEM receber ATB antes da confirmação do diagnóstico, como as FLUOROQUINOLONAS (ciprofloxacino, levofloxacino), SULFAMETOXAZOL+TRIMETOPIM, DOXICILINA Thaís Pires 7 4. Apontar a correlação entre o saneamento básico e as doenças parasitológicas No Brasil, o parasitismo intestinal ainda é um dos vários problemas de saúde pública, principalmente pela sua correlação com o grau de desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares e da população. A tríade para a ocorrência de enteroparasitoses depende das: • condições do hospedeiro (estado nutricional, situação imunológica, exposição a fatores de risco, aspectos comportamentais e sociais, etc.), • condições do parasito (resistência ao sistema imunológico do hospedeiro, patogenicidade, entre outros) • condições do ambiente (deficiência de saneamento básico, higiene pessoal e da comunidade e nível socioeconômico do local
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