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Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 OBJETIVOS: 1. Compreender a fisiopatologia da diarreia (classificações e causas- parasitoses); 2. Entender os sintomas e sinais de desidratação; 3. Estudar tratamentos e medicações (sorofunção da glicose e do cloreto de sódio, plano de manejo do MS, floratil etc); 4. Citar os fatores de risco da diarreia e a prevenção 1° OBJETIVO Compreender a fisiopatologia da diarreia (classificações e causas- parasitoses) FISIOPATOLOGIA: A diarreia é definida como o aumento na massa, frequência ou fluidez das fezes, tipicamente para volumes maiores do que 200 mL por dia. Nos casos graves, o volume das fezes pode exceder 14 L por dia e, sem reposição volêmica, resulta em morte. A diarreia dolorosa, sanguinolenta, de pequeno volume, é conhecida como disenteria. Para a instalação do quadro de diarreia infecciosa é preciso que o agente etiológico rompa a barreira de proteção da mucosa do sistema digestório. Essa barreira é composta pelo pH ácido gástrico, pela flora bacteriana normal, pelo peristaltismo intestinal, pelas mucinas presentes no muco liberados pelos enterócitos e também pelos fatores antimicrobianos que compõem a defesa imunológica do sistema digestório. Após o rompimento dessa barreira os microrganismos aderem à superfície da mucosa e exercem seus fatores de virulência produzindo enterotoxina, citocina e lesão da mucosa intestinal. Esses agentes etiológicos uma vez que causam seu fator de virulência, eles podem desencadear alterações no mecanismo osmótico, secretor, inflamatório e na motilidade intestinal. A diarreia pode ser classificada de acordo com sua origem em quatro categorias principais: ▪ Diarreia secretora: é caracterizada por fezes isotônicas e persiste durante o jejum. ▪ Diarreia osmótica: tal como aquela que ocorre com deficiência de lactase, é devida às forças osmóticas exercidas por solutos luminais não absorvidos. O líquido diarreico tem concentração de mais de 50 mOsm em comparação ao plasma, e a condição diminui com o jejum. ▪ Diarreia disabsortiva: causada pela absorção inadequada de nutrientes está associada a esteatorreia e é aliviada por jejum. ▪ Diarréia exsudativa: é causada por doença inflamatória, caracterizada por fezes purulentas, sanguinolentas, que continuam durante o jejum. A má absorção resulta de uma perturbação em pelo menos uma das quatro fases de absorção de nutrientes: (1) Digestão intraluminal: em que proteínas, carboidratos e gorduras são degradados em formas absorvíveis; (2) Digestão terminal: que envolve a hidrólise de carboidratos e peptídeos por dissacaridases e peptidases, respectivamente, na borda em escova da mucosa do intestino delgado; (3) Transporte transepitelial: em que nutrientes, líquido e eletrólitos são transportados pelo epitélio do intestino delgado e processados nele (4) Transporte linfático de lipídios absorvidos Em muitos distúrbios dissabsortivos, predomina o defeito em um desses processos, mas geralmente contribui mais de um. Como resultado, as síndromes de má absorção assemelham-se umas às outras mais do que diferem entre si. Os sinais e sintomas incluem: ▪ Diarreia (devida a má absorção de nutrientes e secreção intestinal excessiva) ▪ Flatulência ▪ Dor abdominal ▪ Perda de peso. Consequências: A absorção inadequada de vitaminas e minerais pode resultar em anemia e mucosite devido à piridoxina, folato ou deficiência de vitamina B12; sangramento devido à deficiência de vitamina K; osteopenia e tetania devidas ao cálcio, magnésio ou deficiência de vitamina D; ou neuropatia devida à deficiência de vitamina A ou vitamina B12. Uma variedade de distúrbios endócrinos e de pele também pode ocorrer. Além da classificação fisiopatológica existem as definições da OMS que dizem que a diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados. Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 secreção de líquidos e eletrólitos e é um quadro autolimitado. De acordo com a OMS, a doença diarreica pode ser classificada em três categorias: 1. Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos. A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem. 2. Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes. Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria. 3. Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode provocar desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade. Assim, doença diarreica aguda pode ser entendida como um episódio diarreico com as seguintes características: ▪ Início abrupto; ▪ Etiologia presumivelmente infecciosa; ▪ Potencialmente autolimitado, com duração inferior a 14 dias; ▪ Aumento no volume e/ou na frequência de evacuações com consequente aumento das perdas de água e eletrólitos. Apesar da definição de diarreia aguda considerar o limite máximo de duração de 14 dias, a maioria dos casos resolve- se em até 7 dias. PRINCIPAIS CAUSAS DA DIARREIA Primeiro existem os mecanismos que causam: 1. Mecanismo osmótico - ocorre quando a capacidade digestiva e absortiva são ultrapassadas e se acumulam os elementos no lúmen intestinal e para compensação osmótica carreiam água para o lúmen onde ocorre metabolização anaeróbica; 2. Mecanismo secretor - adesão e liberação de enterotoxina que bloqueia o transporte de eletrólitos, ocasionando na secreção maior intestinal; 3. Mecanismo invasor - lesão da célula epitelial que impede a absorção OS SEGUINTES AGENTES INFECCIOSOS SÃO OS QUE CAUSAM A MAIOR PARTE DOS QUADROS DA DIARREIA AGUDA: Vírus - rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial o norovírus) e astrovírus. - Diarreia na maioria dos casos líquida, volumosa, sem sangue, febre e vômitos. Bactérias - E. coli enteropatogênica clássica, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa, Aeromonas, Plesiomonas, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia . - A diarreia vai depender do grau de profundidade acometido na mucosa, podendo ocasionar na presença de sangue nas fezes, sendo a febre e os vômitos precedentes a diarreia. Parásitos - Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isospora Fungus – Candida albicans Pacientes imunocomprometidos ou em antibioticoterapia prolongada, podem ter diarreia causada por: Klebsiella, Pseudomonas, Aerobacter, C. difficile, Cryptosporidium, Isospora, VIH, e outros agentes. Eventualmente outras causas podem iniciar o quadro de diarreia tais como: ▪ Alergia ao leite de vaca ▪ Deficiência de lactase ▪ Apendicite aguda ▪ Uso de laxantes e antibióticos ▪ Intoxicação por metais pesados. A invaginação intestinal tem que ser considerada no diagnóstico diferencial da disenteria aguda, principalmente, no lactente. Algumas outras doenças podem estar associadas: Doença celíaca + Espru tropical + +Pancreatite crônica + Fibrose cística + Má absorção primária de ácido biliar + Síndrome carcinóide + Enteropatia autoimune + Deficiência de dissacaridase + Doença de Whipple + Abetalipoproteinemia + Gastrenterite viral + Gastrenteritebacteriana + Gastrenterite parasitária + Doença intestinal inflamatória. PARASITOSES MAIS COMUNS NA INFÂNCIA: HELMINTÍASES INTESTINAIS Ascaridíase (Ascaris Lumbricoides) É o helminto mais prevalente no mundo (mais de 1 bilhão de pessoas) e o de maior letalidade no Brasil, devido às suas Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 complicações graves. Fêmeas com 30 a 40 cm, machos com 15 a 30 cm, coloração leitosa. Local da infestação: intestino delgado, principalmente jejuno e íleo. De grande força muscular, prende-se no lúmen intestinal por assumir postura em U e exercer pressão contra as paredes. Patogenia e manifestações clínicas: 1) Pelas larvas: quando em infestações mais intensas, pode ocorrer migração de larvas para o parênquima hepático, com necrose focal e fibrose (semelhante ao quadro de toxocaríase). A principal ação das larvas é no pulmão: pneumonite larvária, com febre, tosse, expectoração, dispneia, eosinofilia periférica moderada ou intensa (síndrome de Löeffler – duração de uma ou duas semanas); 2) Vermes adultos: no intestino o quadro é assintomático, ou há sintomas inespecíficos. Quando ocorre infestação média (mais de 30 vermes), ou maciça (mais de 100 vermes) as manifestações são perigosas: Ação espoliadora, suboclusão ou obstrução intestinal e a sua migração para outros órgãos causando diversos sintomas. Ancilostomíase (necator americanus) Infectam mais de 400 milhões de pessoas no mundo, principalmente o duodeno e jejuno, onde se fixam pela cápsula bucal. Cada exemplar adulto de A. duodenale ocasiona perda diária de 0,05 a 0,3ml de sangue. A perda de sangue ocorre porque o verme suga o sangue da mucosa e porquê muda de lugar 4 ou 5 vezes por dia e lesiona a mucosa a cada vez em que se fixa. Patogenia - geralmente são assintomáticos, mas podem causar a dermatite larvária ou parasitismo intestinal mas pode demorar anos. Estrogiloidíase (Strongyloides stercoralis) Causa doença grave em indivíduos imunossuprimidos. Patogenia - dermatite, pneumonia, síndrome de má absorção, anorexia, dores e distensão. Pior caso pode ser sua migração para o fígado levando consigo endobactérias e causando sepse. Tricuríase ou Tricocefalíase (Trichuris trichiura) 700 milhões de portadores no mundo, na grande maioria crianças. Local da infestação: intestino grosso, especialmente o ceco. Patogenia e manifestações clínicas: o verme adulto introduz a extremidade anterior na mucosa intestinal para se fixar. Diariamente muda de lugar e assim provoca erosões e ulcerações múltiplas. Além de oclusão e apendicite. Enterobíase ou Oxiuríase (Enterobius vermicularis ou Oxyurus vermicularis) Locais de infestação: principalmente o ceco e o reto. Patogenia e manifestações clínicas: o parasita pode provocar inflamação superficial na mucosa colônica e alguns sintomas, como náusea, cólica abdominal, tenesmo e puxo. Mas seu sintoma predominante é o prurido anal. Teníase (Taenia solium e Taenia saginata) Os hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou malcozidas nestas comunidades, além do destino inadequado das fezes humanas, favorecem sua disseminação. Patogenia e manifestações clínicas: a teníase é muitas vezes assintomática. Porém, vários tipos de sintomas são a ela atribuídos: fadiga, irritação, cefaleia, tontura, bulimia, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal (“dor de fome”), perda de peso, diarreia e/ou constipação, urticária, eosinofilia moderada ou intensa. A complicação é a neurocisticercose. Himenolepíase (Hymenolepis nana) Comum nos climas temperados e por isso no Brasil é mais comum no sul. Patogenia e manifestações clínicas: geralmente a himenolepíase é assintomática, devido ao pequeno número de parasitas. No entanto, em crianças que sofrem grande contaminação e que são desnutridas ou imunodeficientes, a auto-infestação se acelera e assim se dá a hiperinfestação. Difilobotríase (Diphyllobothrium latum) Conhecida como tênia do peixe é comumente transmitida ao ingerir peixe cru. Os parasitas infestam o intestino delgado e são consumidores de vitamina B12. Em casos esporádicos chegam e desencadeiam o quadro completo de anemia perniciosa e, então, a anemia megaloblástica ou manifestações neurológicas podem ocorrer. PROTOZOÁRIOS Amebíase (Entamoeba histolytica) Agente e Epidemiologia: são duas espécies morfologicamente idênticas de protozoários: 1) E. histolytica propriamente dita, patogênica e invasiva, capaz de causar diversas síndromes clínicas graves, é Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 responsável por milhares de mortes anuais. Das mortes causadas por protozoários, só é superada pela malária; 2) E. dispar, patógeno de baixa virulência e não invasivo, responsável por 90% dos casos de amebíase no mundo, especialmente as formas assintomáticas e a colite não disentérica. A primeira é a forma predominante na Região Norte do Brasil e a segunda na Região Nordeste. Manifestações clínicas: - assintomática - intestinal produzindo colite e diarreia; - extra-intestinal que migra pela circulação após perfurar a mucosa, produzindo diversos problemas, principalmente nas pleuras. Balantidíase (Balantidium coli) Comumente achado no meio rural, associado à criação de porcos, encontrado de preferência no ceco. Geralmente assintomática, mas quando causa se assemelha às amebas com as colites. Giardíase (Giardia duodenalis, Giardia lamblia) Protozoário flagelado, encontrado principalmente em pré- escolares escolares e de distribuição cosmopolita. A patogenia da giardíase inclui diversos efeitos adversos induzidos por este protozoário, nem todos comprovados: 1) atapetamento da mucosa duodenal com formação de barreira mecânica; 2) atrofia vilositária de variados graus no intestino delgado, associada a infiltrado inflamatório e hipertrofia de criptas; 3) lesão nas estruturas do enterócito, vista em microscopia óptica e eletrônica; 4) invasão da mucosa (fenômeno raramente visto); 5) sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado; 6) desconjugação de ácidos biliares; 7) diminuição da atividade das dissacaridases. Criptosporidiose (Cryptosporidium spp) A infecção por este protozoário ganhou grande importância a partir da observação de que a criptosporidiose é frequente entre portadores da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS). São capazes de intensa multiplicação, o que gera danos à morfologia dos enterócitos, atrofia vilositária intestinal e intenso infiltrado inflamatório na mucosa. Em lactentes e pré-escolares pode evoluir para diarréia persistente, desnutrição e desidratação. Nas pessoas imunodeprimidas por AIDS, neoplasias, hipogamaglobulinemia ou uso de imunossupressores, ocorre diarreia grave, prolongada e recidivante. Isosporíase (Isospora belli) No intestino delgado invadem os enterócitos e multiplicam- se, causando danos na estrutura das células absortivas, na arquitetura das vilosidades intestinais e processo inflamatório. Na maioria das vezes a infecção é assintomática ou provoca diarreia aguda autolimitada. Em portadores de imunodeficiência o quadro é mais grave e arrastado, cursando com desidratação e síndrome de má absorção. Pode levar a adenite mesentérica, invasão do baço e fígado e colecistite. Blastomicose (Blastocystis hominis) Microrganismo comensal, é talvez o protozoário mais presente nas fezes humanas. Eventualmente em pessoas imunodeprimidas, especialmente com AIDS, pode causar infecção tanto no intestino delgado quanto no intestino grosso. As manifestações clínicas envolvem desde sintomas gastrointestinais inespecíficos até um quadro de diarreia aguda e eventualmente crônica. Ciclosporose (Cyclospora cayetanensis) É mais um enteropatógeno predominante em indivíduos imunodeficientes. Ocasiona processo inflamatório e atrofia vilositária no intestino delgado. Os sintomasde diarreia e má absorção intestinal podem ser graves nos portadores da AIDS e, por outro lado, leves e autolimitados ou ausentes em pessoas imunocompetentes. 2° OBJETIVO Entender os sintomas e sinais de desidratação A classificação de desidratação é feita avaliando alguns sinais específicos que são: ▪ A condição do paciente - variando de bem, alerta; irritada, tranquila e comatosa, hipotônica. ▪ Olhos - Normais, fundos, muito fundos ▪ Lágrimas - presente ou ausentes ▪ Boca e língua - Úmidas, secas, muito secas ▪ Sede - bebe normal; sedenta bebe rápido; não consegue beber e bebe desesperadamente ▪ Sinal da pega - rápida, lenta e muito lenta ▪ Pulso - cheio, rápido, débil e ausente Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 ▪ Enchimento capilar - normal<3, prejudicado e muito prejudicado>5s Não havendo desidratação - não há nenhum sinal Desidratação - 2 ou mais sinais Desidratação grave - 2 ou mais com 1 desses sinais: enchimento capilar, pulso e sede no máximo. Não havendo desidratação - não há nenhum sinal Desidratação - 2 ou mais sinais Desidratação grave - 2 ou mais com 1 desses sinais: enchimento capilar, pulso e sede no máximo. 3° OBJETIVO Estudar tratamentos e medicações (sorofunção da glicose e do cloreto de sódio, plano de manejo do MS, floratil etc). Após ser estabelecido o diagnóstico, conforme as definições apresentadas acima, e realizado exame físico completo com definição do estado de hidratação, deve ser seguido o esquema clássico de tratamento, distribuído em três categorias segundo a presença ou não de desidratação: PLANO A Recomendado para pacientes com diarreia e hidratados, deve ser explicado ao paciente ou acompanhante para ser feito em domicílio. Segue os passos: 1. Oferecer ou ingerir mais líquido que o habitual para prevenir a desidratação: ▪ O paciente deve tomar líquidos caseiros (água de arroz, soro caseiro, chá, suco e sopa) ou solução de reidratação oral (SRO) após cada evacuação diarreica. ▪ Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou suco. 2. Manter a alimentação habitual para prevenir a desnutrição: ▪ Continuar o aleitamento materno. ▪ Manter a alimentação habitual para as crianças e os adultos. 3. Se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer um dos sinais abaixo levá-lo imediatamente ao serviço de saúde: ▪ Piora na diarreia ▪ Vômitos repetidos ▪ Muita sede ▪ Recusa de alimentos ▪ Sangue nas fezes ▪ Diminuição da diurese 4. Orientar o paciente ou acompanhante para: ▪ Reconhecer os sinais de desidratação. ▪ Preparar e administrar a solução de reidratação oral. ▪ Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). 5. Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias: ▪ Até seis meses de idade: 10 mg/dia. ▪ Maiores de seis meses de idade: 20 mg/dia. PLANO B Diarreia associada com uma desidratação deve ocorrer na unidade de saúde por via oral. Devendo permanecer até a reidratação completa e o reinício da alimentação. Segue os passos: 1. Administrar solução de reidratação oral (SRO): ▪ A quantidade de solução ingerida dependerá da sede do paciente. ▪ A SRO deverá ser administrada continuamente, até que desapareçam os sinais de desidratação. ▪ Apenas como orientação inicial, o paciente deverá receber de 50 a 100mL/kg para ser administrado no período de 4-6 horas. Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 2. Durante a reidratação reavaliar o paciente seguindo os sinais indicados no quadro 1 (avaliação do estado de hidratação) ▪ Se desaparecerem os sinais de desidratação, utilize o PLANO A. ▪ Se continuar desidratado, indicar a sonda nasogástrica (gastróclise). ▪ Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir o PLANO C. 3. Durante a permanência do paciente ou acompanhante no serviço de saúde, orientar a: ▪ Reconhecer os sinais de desidratação. ▪ Preparar e administrar a Solução de Reidratação Oral. ▪ Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). PLANO C Diarreia associada a desidratação grave, deve ocorrer na unidade hospitalar, pela via endovenosa e sempre ocorre em duas fases. Segue elas Os pacientes devem permanecer na unidade até que estejam hidratados e conseguindo se hidratar de forma oral. REMÉDIOS PARA O TRATAMENTO: O tratamento se baseia no controle da hidratação de acordo com o nível que o paciente se encontra, associado a alimentação que alimentos ricos em fibras e de alto teor líquido, no caso de amamentação continuar e em casos graves associar com soro. E em casos de suspeitas de bactérias ou parasitas administrar antimicrobianos. Além de uma suplementação de zinco e vitamina A em casos graves, reduzindo riscos de hospitalização. SORO FISIOLÓGICO: 1 litro de água, 2 colheres (sopa) de açúcar, e 1 colher (chá) de sal. Quando um paciente tem diarreia e/ou vômitos, ele desidrata porque perde um grande volume de água. Mas essa perda não é de água pura, junto com a água há perda de diversos eletrólitos (sais minerais), tais como potássio, sódio e bicarbonato. Portanto, a reposição ideal deve ser feita com água e eletrólitos para evitar que o paciente desenvolva alterações hidreletrolíticas graves, como a hiponatremia (baixa de sódio no sangue), hipocalemia (baixa de potássio no sangue) ou acidose metabólica (acidez no sangue). Por isso, o soro caseiro, que contém cloreto de sódio (sal) e glicose (açúcar), é uma fórmula mais adequada que a água pura para repor as perdas causadas por quadros de diarreia. Apesar da diarreia, a capacidade intestinal de absorver glicose e sais minerais, principalmente de sódio, costuma estar intacta nos pacientes. Portanto, mesmo que o paciente continue a ter episódios de diarreia, os componentes do soro caseiro continuam a ser absorvidos pelo intestino. FLORATIL (SACCHAROMYCES BOULARDII) É um medicamento a base de probióticos e é representado no mercado com cápsulas de 100mg, 200mg e sachê, mais utilizados em crianças. Paciente com diarreia aguda: 2 cápsulas de 100mg 2x ao dia ou 1 cápsula de 200mg 2x ao dia Paciente com diarreia crônica: 1 cápsula de 100mg 1x ao dia ou 1 cápsula de 200mg 1x ao dia O correto é orientar o paciente a tomar o medicamente meia hora antes das refeições Carolina Amorim – Tutoria – P3 UC7 4° OBJETIVO Citar os fatores de risco da diarreia e a prevenção OS FATORES DE RISCO PARA ADQUIRIR DIARREIA AGUDA SÃO: ▪ Contato com pessoas com diarreia infecciosa; ▪ Viver em condições de higiene precária; ▪ Perda precoce do leite materno, pois o aleitamento materno diminui a frequência de episódios de diarreia na vida da criança e também está associado com evolução menos grave e menor necessidade de hospitalização. Rotavírus: é o agente mais comum, sendo encontrado em qualquer idade, porém mais prevalente em menores de 5 anos, com maior frequência em crianças entre os 6 e os 24 meses. - Transmissão: ocorre predominantemente pelo contato pessoa a pessoa, mas também pode ocorrer por secreção respiratória e contatos com brinquedos ou superfícies contaminadas. PREVENÇÃO: De forma geral, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do seu Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica, recomenda as seguintes medidas: ▪ Estimular a adesão da mãe e da criança ao aleitamento materno; ▪ Manter a alimentação habitual; ▪ Oferecer volumes pequenos de alimentos em intervalos curtos; ▪ Evitar contato com pessoas com diarreia infecciosa; ▪ Assegurar condições de higiene adequada; ▪ Manter a criança hidratada. ▪ Garantir acesso à vacina Rotavírus.
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