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PRINCÍPIOS ÉTICOS NO TRANSPLANTE

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PRINCÍPIOS ÉTICOS NO TRANSPLANTE
As doações de órgãos podem ser provenientes de doador vivo(indivíduo saudável que concorde com o ato da doação) e, se por acaso não tenham grau de parentesco com o receptor, só poderão doar mediante autorização judicial. Os órgãos que são possíveis de doação por indivíduos vivos são: medula óssea, um dos rins, parte do fígado e parte do pulmão. Ademais, outra fonte de captação de órgãos são os doadores cadáveres (pacientes que tiveram morte encefálica diagnosticada), possibilitam a doação de coração, pulmões, rins, córneas, fígado, pâncreas, ossos, tendões, veias e intestinos. 
A partir da identificação do momento exato da morte foi possível permitir a transplantação de forma ética e o não desperdício de insumos, no entanto, é necessário salientar as divergências no conceito de morte encefálica discutido hodiernamente, no qual diferencia-se a morte do tronco encefálico e a cerebral. Em decorrência desta discussão, os conceitos de morte encefálica diferem em todo o mundo, contudo servem como critério para obtenção de órgãos para transplantes. 
 Os princípios éticos fundamentam-se nos princípios de autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. 
RISCO X BENEFÍCIOS: A equipe médica deve informar ao paciente os riscos causados pelo transplante e os benefícios que o paciente poderá obter por meio do procedimento, seja o paciente doador ou receptor. 
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Trata-se da manifestação da essência do princípio de autonomia o indivíduo deve ter a capacidade para entender e decidir sobre o que será feito.
DOAÇÃO VOLUNTÁRIA
PROIBIÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO: A justiça brasileira proíbe a venda de órgãos.
DESCRIMINALIZAÇÃO DE DOADORES OU RECEPTORES: Não discriminação de doadores e receptores quanto ao sexo, idade, raça, religião e nacionalidade. O artigo 47 do Código de Ética Médica -CFM/889 é explícito quanto à proibição de discriminação do ser humano, de qualquer natureza ou sob qualquer pretexto. 
O PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE: O indivíduo tem a capacidade de decidir qual informação sua que queira manter em anonimato.
A realização de transplante de órgãos e tecidos tem relação direta com crenças e aspectos culturais relacionados a finitude da vida, a representação do corpo, a relação entre o corpo e o espírito do doador, ao significado de pessoa e as incertezas perante a validade do processo de doação e transplante. 
Quando trata-se de transplantes de órgãos e tecidos inevitavelmente surgem várias questões éticas relacionadas mas, a grande questão relativa à doação de órgãos e tecidos post mortem, reside na definição do que é morte, ou melhor, da determinação do fim da vida por parte do médico e da equipe de saúde envolvida. 
Já no processo de doação inter vivos, embora, não tenha as mesmas implicações éticas-jurídicas post mortem, existem questões morais relevante que suscitam reflexões por parte da equipe de saúde e de toda sociedade, tais como: é permitido a uma pessoa saudável mutilar-se em detrimento de outra? Existe o dever de salvar a vida de outrem? 
A condição que não pode ser indispensável para que seja realizado um transplante reside no ato de outra pessoa doar o órgão, sendo que para tanto, a mesma deve ter sua liberdade respeitada.
Assim como, seu consentimento a respeito da doação deve ser afirmativo. Na doação post mortem, a família poderá decidir pela doação ou não dos órgãos e tecidos, se o pretenso doador não se manifestou em vida a respeito do tema. 
A doação inter vivos é mais simples, e não possui as mesmas implicações ético-jurídicas que a doação post mortem. 
Portanto, para que o paciente ou o familiar possa exercer a sua autonomia na tomada de decisão compartilhada com a equipe de saúde, é necessário que recebam dos profissionais, informações explicativas e precisas referentes ao procedimento, com esclarecimento dos riscos e benefícios e com um diálogo pautado na confiança e respeito. 
Referências: NETO, Jorge Barreneche. Aspectos éticos e legais dos transplantes de órgãos e tecidos no Brasil - revisão sistemática . Salvador. Setembro, 2016
https://www.passeidireto.com/arquivo/70320821/aspectos-eticos-e-legais-do-transplante

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