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TEORIA DO PROCESSO PROVA CPC

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1. PRINCIPIOS PROCESSUAIS
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
“Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” Art. 5º, LIV, CF
Uma garantia do cidadão, constitucionalmente prevista em benefício de todos os cidadãos, assegurando tanto o exercício do direito de acesso ao Poder Judiciário como o desenvolvimento processual de acordo com normas previamente estabelecidas”. Verifica-se apenas se o procedimento empregado está de acordo com o devido processo legal, sem se cogitar da substância do ato.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
“Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” Art. 5º, LV, CF
O contraditório consiste no direito a informação e também no direito a participação. O direito a informação (a ser cientificado) é “respeitado por meio dos institutos da citação, intimação e notificação” (BECHARA e CAMPOS) e o direito a participação consiste “tanto no direito a prova como no direito a atividade de argumentação, de natureza eminentemente retórica, que busca seduzir pelo poder da palavra, oral ou escrita” (BECHARA e CAMPOS).
O PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL
Também conhecido como princípio do acesso à justiça, é vigente no ordenamento jurídico pátrio e expressamente previsto na Constituição Federal em seu art. 5o, XXXV, in fine
art. 5 o, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, inscrito no inc. XXXV, do art 5º, da CF, não assegura apenas o acesso formal aos órgãos judiciários, mas sim o acesso à Justiça que propicie a efetiva e tempestiva proteção contra qualquer forma de denegação da justiça e também o que, certamente, está ainda muito distante de ser concretizado, e, pela falibilidade do ser humano, seguramente jamais o atingiremos em sua intereza. Mas a permanente manutenção desse ideal na mente e no coração dos operadores do direito é uma necessidade para que o ordenamento jurídico esteja em contínua evolução.
JUIZ NATURAL
É o juiz competente de acordo com as regras gerais e abstratas previamente estabelecidas, isto é, a determinação do juízo competente para a causa deve ser feita com base em critérios impessoais, objetivos e pré-estabelecidos.
Na atual Constituição o princípio é extraído da interpretação do inciso XXXVII, do art. 5º, que preceitua que “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e também da exegese do inciso LIII, que reza: “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NO PROCESSO JUDICIAL
Os atos processuais devem ser públicos. Trata-se de direito fundamental que visa permitir o controle da opinião pública sobre os serviços da justiça, máxime sobre o poder de que foi investido o juiz.[35] “existe para vedar o obstáculo ao conhecimento. Todos têm o direito de acesso aos atos do processo, exatamente como meio de se dar transparência à atividade jurisdicional”.
A Constituição Federal estabelece possibilidade de restrição (mas não eliminação) à publicidade externa: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” (CF/88, artigo 5º, LX)
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
IX do artigo 93 da Constituição Federal
O princípio da motivação determina que a autoridade administrativa deve apresentar as razões que a levaram a tomar uma decisão. A motivação é uma exigência do Estado de Direito, ao qual é inerente, entre outros direitos dos administrados, o direito a uma decisão fundada, motivada, com explicitação dos motivos. Sem a explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil sindicar, sopesar ou aferir a correção daquilo que foi decidido, por isso, é essencial que se apontem os fatos, as inferências feitas e os fundamentos da decisão. A falta de motivação no ato discricionário abre a possibilidade de ocorrência de desvio ou abuso de poder, dada a dificuldade ou, mesmo, a impossibilidade de efetivo controle judicial, pois, pela motivação, é possível aferir a verdadeira intenção do agente.
Tal adjetivação propõe que a decisão judicial deve se apresentar comprometida com as circunstâncias e pormenores do caso concreto, pesando detidamente o pró e o contra de cada medida passível de adoção. Logo, o ato judicial decisório está além da mera ciência, pois comporta análise. Está aquém da Lei, pois implica posicionamento.
É imprescindível, ainda, que o posicionamento seja determinado (e não determinista), coeso e impessoal, onde o juiz demonstre uma visão holística do problema e domínio do fato, bem como se comprometa a atuar com respeito à tragédia penal, promovendo uma abordagem conglobante do caso.
PRICÍPIOS PROC. INFRACONSTITUCIONAIS
BOA FÉ 
Em uma primeira aproximação, o artigo 5º do novo código de processo civil, traz a boa-fé (objetiva) processual, como princípio fundamental, estabelecendo que “Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”.[1]
Ademais, “a má-fé subjetiva, ou seja, conduta dolosa, com o propósito de lesar a outrem, sempre foi severamente punida tanto no âmbito do direito público como no privado”.[2]
É imprescindível diferenciar a boa-fé objetiva da boa-fé subjetiva, a primeira revela-se no comportamento que merece de fé, não frustrando a confiança do outro, assim, age com comportamento adequado aquele que não abusa de suas posições jurídicas.[3] Já a segunda, consiste em um fato da vida, de alguém acreditar que está agindo licitamente; e muitas vezes é levado em consideração pelo legislador, exemplo da posse em que o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos, coloca-se a boa-fé como um fato apto a gerar consequências juridicamente.[4]
COOPERAÇÃO
Nesse sentido o art. 5º do projeto do CPC estabelece que “as partes têm direito de participar ativamente do processo, cooperando com o juiz e fornecendo-lhe subsídios para que profira decisões, realize atos executivos ou determine a prática de medidas de urgência”.
Esse princípio busca também legitimar o procedimento, pois o que legitima os atos de poder não é a mera observância formal de procedimentos, mas a participação que o correto cumprimento das normas procedimentais possibilita aos destinatários – pedindo, alegando ou provando
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
Princípio da primazia do julgamento do mérito, o referido princípio visa priorizar a solução da lide, ou seja, satisfazer o mérito da questão imposta ao juízo. Flexibiliza o formalismo processual, vez que busca cada vez mais a eficiência processual, onde essa efetividade deverá ser medida pela sua capacidade de tornar reais (concretizados) os direitos controvertidos, ameaçados ou lesionados, ou seja, buscando cada vez mais o dialogo no processo, a resolução do mérito (BUENO, 2016, p. 55). artigo 4º do CPC/15
Por fim, conclui-se que o princípio da primazia do julgamento do mérito deverá ser aplicado conjuntamente com as demais normas fundamentais constantes no novo CPC e também na Constituição Federal, para que possa atingir o seu real objetivo, tornando o processo mais célere e eficiente, extinguindo de uma vez o formalismo exacerbado no processo, visto que tal excesso do antigo CPC, acarretava uma enorme insegurança jurídica, obstando o direito de ação dos agentes.
1 – Introdução.
O novo Código de Processo Civil, lei nº 13.105/2015, traz inovações na intervenção de terceiros, regulada nos artigos 119 a 138 do título III do livro III da parte geral. Dentre elas destaca-se o tratamento da ação de oposição nos procedimentos especiais e não mais em conjunto com as outras formas de intervenção, a criação do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a previsão da participação do amicus curiae.
A ação de oposição passa a ser regulada nos artigos 682 a 686 do novo Código de Processo Civil, dentro do título III do livro I da parte especial.
AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO, TRATADASNOS ARTIGOS 119 A 138 SÃO:
Assistência, simples e litisconsorcial;
Denunciação da lide;
Chamamento ao processo;
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Amicus curiae.
Tendo em conta a necessidade de se resguardar o terceiro, assim entendido aquele que não é parte no processo, de decisões que possam afetar a sua relação jurídica com uma das partes, o Código de Processo Civil admite a sua intervenção na relação processual fazendo-se parte.
A seguir passa-se a análise do referido instituto, descrevendo os tipos atuais de intervenção e as inovações trazidas pelo novo Código de Processo Civil.
2 – A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
Em regra, ninguém pode ver alterada a sua situação jurídica, mediante decisão judicial de cujo processo não foi parte. Contudo, as relações jurídicas não subsistem isoladas e estanques, havendo inúmeras vezes interdependência de relações, de modo que a decisão proferida quanto a uma delas atinge a outra em parte ou no seu todo.
Pela intervenção o terceiro torna-se parte ou coadjuvante no processo pendente, devendo sua existência à necessidade de evitar resultados contraditórios e diminuir o número de processos.
O Código de Processo Civil de 1973 arrola como formas de intervenção de terceiros:
A oposição, artigos 56 a 61;
A nomeação à autoria, artigos 62 a 69;
A denunciação da lide, artigos 70 a 76;
O chamamento ao processo, artigos 77 a 80
A assistência nos artigos 50 a 55.
A assistência, embora tratada no mesmo capítulo que o litisconsórcio é forma de intervenção, e não se dá por meio de ação própria e sim por incidente no processo pendente. Neste caso, o assistente atua como um auxiliar de um das partes no intuito de que o resultado final do processo seja favorável à parte a quem assiste.
Para a intervenção do terceiro é necessário que se observe o limite temporal referente ao processo pendente, assim entendido o momento em que se inicia com a petição inicial e se extingue quando a sentença torna-se irrecorrível.
A assistência pode ser: simples ou litisconsorcial, dependendo da intensidade do interesse do terceiro no resultado do processo. Qualquer que seja a modalidade, o assistente terá faculdades, ônus, poderes e deveres relativos à relação processual.
A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus de jurisdição, inclusive nos Tribunais Superiores, recebendo o processo no estado em que se encontre, conforme parágrafo único do artigo 50 do CPC de 73. É cabível, portanto, em todos os ritos do processo de conhecimento; no processo cautelar; nos embargos do devedor e na liquidação de sentença.
A assistência no novo Código de Processo Civil é tratada nos artigos 119 a 124, em capítulo separado do litisconsórcio, que é regulado nos artigos 113 a 118. Continua sendo caracterizada como assistência simples, nos artigos 121 a 123, e litisconsorcial, no artigo 124.
Importante inovação refere-se ao disposto no parágrafo único do artigo 121, ao determinar que na assistência simples sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual e não mais gestor de negócios como dispunha o CPC de 73.
Na hipótese do parágrafo único do artigo 121 do novo Código de Processo Civil, a assistência deixa de ser simples e passa a ser litisconsorcial por força do disposto no artigo 18 do Código:
“Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.”
O prazo para a impugnação passa a ser de 15 dias, nos termos do artigo 120 do novo Código de Processo Civil.
Considerando que o bem e o interesse em litígio pertencem ao assistido, ressalta-se que a assistência simples não obsta que a parte principal:
Reconheça a procedência do pedido;
Desista da ação;
Renuncie ao direito sobre o que se funda a ação;
Transija sobre direitos controvertidos.
A nomeação à autoria regulada nos artigos 62 a 69 do Código de Processo Civil de 73, não encontra correspondente no novo Código de Processo Civil. Isto porque a nomeação à autoria corresponde a uma alegação de ilegitimidade para a causa por parte do réu – correção de ilegitimidade passiva.
Candido Rangel Dinamarco destaca que “a utilidade da nomeação à autoria consiste em antecipar soluções para a questão da legitimidade passivamediante um incidente razoavelmente simples em que o autor, alertado, tem oportunidade de retificar a mira da demanda proposta.”
Deste modo, preceituam os artigos 338 e 339 do novo Código de Processo Civil, que:
Incumbe ao réu, quando alegar sua ilegitimidade na contestação, indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida, sempre que tiver conhecimento, podendo arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Se o autor aceitar a indicação, procederá à alteração da petição inicial para a substituição do réu.
O autor pode, ainda, optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
A denunciação da lide é tratada nos artigos 70 a 76 do Código de Processo Civil de 73, encontrando correspondente no novo Código de Processo Civil, nos artigos 125 a 129. Apresenta-se como uma ação regressiva, no mesmo processo, que pode ser proposta pelo autor e pelo réu no âmbito exclusivo do processo de conhecimento.
O artigo 125 do novo Código de Processo Civil arrola as hipóteses em que a denunciação da lide é admissível, ao contrário do artigo 70 do Código de Processo Civil de 73, que arrola as hipóteses em que a denunciação da lide é obrigatória. A parte tem o ônus de denunciar a lide, podendo exercer o direito regressivo em ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
A hipótese do inciso II, do artigo 70 do CPC de 73, foi excluída das hipóteses de denunciação da lide previstas no novo Código de Processo Civil, pois como ensina Candido Rangel Dinamarco:
A hipótese descrita no inc. II do art. 70, de raríssima incidência na prática, deve ser entendida em consonância com o instituto da nomeação à autoria. Aquele que exerça posse direta sobre o bem é admitido a denunciar a lide ao proprietário ou ao possuidor indireto; mas o mero detentor, que possuidor não é, apenas cabe nomear tais pessoas à autoria (art. 62) (supra, n. 599). O possuidor direito que denuncia faz como todo litisdenunciante: convoca o terceiro a oficiar como seu assistente litisconsorcial e ao mesmo tempo pede sua condenação a ressarcir em caso de sucumbir perante adversário comum; não é como o mero detentor, que, ao nomear à autoria o possuidor ou proprietário, pede sua própria exclusão do processo. [5]
No parágrafo 2º do artigo 125, admite-se apenas uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
Isto porque, cada sujeito do processo pode denunciar a lide ao seu próprio garante e jamais aos garantes de seu garante. No Recurso Especial nº 9876/SP o Superior Tribunal de Justiça admite o indeferimento de denunciações sucessivas da lide, quando ocasionarem demora excessiva ao processo:
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. ARTIGO 70, III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DENUNCIAÇÕES SUCESSIVAS, POSSIBILIDADE DE INDEFERI-LAS.
Ação indenizatória, promovida por paciente contra estabelecimento hospitalar, com posterior intervenção do banco de sangue, que denunciou a lide aos laboratórios encarregados da analise do sangue utilizada em transfusões.
Embora admitida exegese ampla ao disposto no artigo 70, III, do CPC, não esta obrigado a magistrado a admitir sucessivas denunciações da lide, devendo indeferi-las (certamente que com resguardo de posterior ‘Ação Direta’), naqueles casos em que possa ocorrer demasiada demora noandamento do feito, com manifesto prejuízo a parte autora.
Recurso Especial não conhecido.
O chamamento ao processo distingue-se da denunciação da lide, por não se tratar de um exercício de direito de regresso, mas da instauração de um litisconsórcio sucessivo facultativo. No chamamento o réu pede a integração do terceiro ao processo, como parte, para que a sentença tenha força executiva também em relação a ele.
Os artigos 130 a 132 do novo Código de Processo Civil tratam do chamamento ao processo, e correspondem aos artigos 77 a 80 do Código de Processo Civil de 73. Foram alterados, apenas, os prazos para citação dos litisconsortes que passaram a ser de:
30 (trinta) dias do deferimento do chamamento;
2 (dois) meses se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto.
Os referidos prazos contidos no artigo 131 do novo Código são aplicáveis à denunciação da lide, conforme determina o artigo 126. No Código de 73 ocorria o inverso, os dispositivos relativos aos prazos de citação na denunciação da lide, artigos 72 e 74, é que eram aplicáveis ao chamamento ao processo.
O chamamento ao processo continua sendo procedimento exclusivo do processo de conhecimento, incompatível com o processo de execução, pois tem como objeto a condenação do terceiro a reembolsar o réu pelo que vier a pagar em razão da sentença.
Em todas as hipóteses do artigo 125 do novo Código, os terceiros já eram legitimados passivos para a causa, mas não foram incluídos na petição inicial. Deste modo, o chamamento é instituído em favor do réu e não do autor da demanda.
Foram introduzidas duas novas formas de intervenção de terceiro pelo novo Código, quais seja:
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137)
Amicus curiae (art. 138).
O Código Civil, no artigo 44, confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da dos seus sócios. Ao constituírem a sociedade os sócios transferem-lhe bens que passam a integrar o seu patrimônio. A manifestação de vontade da pessoa jurídica se dá por meio de seus órgãos deliberativos e administrativos.
Ocorre que a autonomia patrimonial da pessoa jurídica não pode servir para acobertar situações antijurídicas prejudiciais a terceiros. Em razão disto foi construída a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, possibilitando a responsabilização dos sócios quando caracterizada a utilização abusiva da forma societária.
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica, difundida na doutrina brasileira após a década de 60, por Rubens Requião, encontra nos dias atuais suporte no ordenamento jurídico (artigo 2º da Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, artigo 4º da Lei nº 9.605/98, artigo 50 do Código Civil), devendo ser aplicada quando presentes os pressupostos específicos, relacionados com a fraude ou abuso de direito em prejuízo de terceiros.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça trata da desconsideração da pessoa jurídica como um incidente processual, e não como um processo incidente, razão pela qual pode ser deferida nos próprios autos, em desfavor de quem foi superada a pessoa jurídica (Recurso Especial nº 1.096.604/DF).
Seguindo o mesmo entendimento, o novo Código de Processo Civil disciplina o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos artigos 133 a 137, que será instaurado pela parte ou pelo Ministério Público com a comprovação dos pressupostos específicos previstos em lei, fraude ou abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial.
A existência dos referidos pressupostos deve ser demonstrada sob o crivo do contraditório, exigindo-se a citação do sócio ou da pessoa jurídica (no caso de desconsideração inversa), para manifestar-se sobre o incidente, no prazo de 15 (quinze) dias. Neste caso, forma-se um litisconsórcio eventual entre a sociedade e o sócio para permitir a excussão dos bens do sócio quando o patrimônio da pessoa jurídica não for suficiente para a satisfação da obrigação.
O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial, podendo a desconsideração ser requerida na petição inicial, hipótese em que se dispensa a instauração do incidente, artigo 134 do novo Código de Processo Civil.
O incidente, também, é cabível na ação de execução fiscal por força do disposto no artigo 1º da lei nº 6.830/80, que determina a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. Neste caso, deve-se observar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça que determina que a citação do sócio deva ocorrer dentro do prazo prescricional de 5 (cinco) anos.
Do mesmo modo, é cabível no processo do trabalho por decorrência expressa do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho, decreto-lei 5.452/43, que prevê a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil nos casos omissos.
A decisão que resolve o incidente é interlocutória, cabendo agravo de instrumento, artigo 1.015 inciso IV do novo Código. No caso de acolhimento do pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Atualmente, o amicus curiae atua como um terceiro que participa do processo para defender os interesses do grupo por ele representado, perseverando no objetivo de fazer prevalecer as suas alegações.
A intervenção de terceiro como amicus curiae passou a ter previsão legal com a lei nº 6.835/76, que no artigo 31 permite a intervenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em demandas individuais, nas quais devessem ser analisadas questões de direito societário, sujeitas, no plano administrativo à competência da referida autarquia. [9]
Posteriormente, a lei nº 9.868/99 no § 2º do artigo 7º, passou a admitir a manifestação do amicus curiae no processo objetivo de controle de constitucionalidade, como instrumento de abertura do processo e de pluralização do debate constitucional.
Na ação direta de inconstitucionalidade não se admite a intervenção de terceiros, mas o relator poderá admitir mediante decisão irrecorrível, e considerada a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
Seguindo a mesma sistemática, o novo Código de Processo Civil trata da participação do amicus curiae, no artigo 138, dispondo que “o juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.”
Na decisão do juiz ou relator que admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, será definido o poder do amicus curiae. A referida intervenção não acarreta a modificação de competência nem autoriza a interposição de recursos, salvo a oposição de embargos de declaração e de recurso da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Conforme disposto no caput do artigo 138, a participação do amicus curiae pode ocorrer em primeiro e segundo grau de jurisdição, no âmbito do processo de conhecimento.
No tocante a representatividade e a pertinência temática, destaca-se o acórdão proferido no Agravo de Instrumento nº 201400001023563, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL. PATENTE MAIL BOX. ADMISSÃO DA ABIFINA COMO AMICUS CURIAE. PRELIMINARES DE NÃO CABIMENTO DO AGRAVO E AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSO REJEITADAS. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DE ADMISSÃO DA ABIFINA EM DEMANDAS SEMELHANTES. IRRELEVANTE O INTERESSE DO AMICUS CURIAE. REPRESENTATIVIDADE E PERTINÊNCIA TEMÁTICA VERIFICADOS. PROVIMENTO NEGADO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO I – Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo ativo, interpostocontra decisão que deferiu o ingresso como amicus curiae de ABIFINA -Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades. II – Rejeitadas as preliminares de não cabimento do agravo e ausência de interesse recursal. III – A jurisprudência deste Tribunal Regional Federal passou a admitir o ingresso de amicus curiae sempre que a matéria debatida ultrapassar a esfera patrimonial das partes e afetar o interesse de toda coletividade. IV – O papel do amicus curiae é trazer ao processo informações que auxiliem o magistrado, sendo irrelevante eventual interesse que tenha na demanda. V – Requisito da representatividade satisfeito. A ABIFINA é “associação classista de âmbito nacional, fundada há cerca de trinta anos, que congloba laboratórios públicos (FARMANGUINHOS, LAFEPE, IQUEGO) e privados (EMS, ACHE, LIBBS, CRISTÁLIA, EUROFARMA etc)”. VI – Requisito da pertinência temática também satisfeito. A demanda principal versa sobre prazo de patente relacionado ao medicamento TAMIFLU, utilizado para tratamento do vírus influenza (H1N1). VII – Provimento negado ao agravo de instrumento.
Deste modo, a representatividade deve relacionar-se diretamente à identidade funcional, natureza ou finalidade estatutária da pessoa física ou jurídica que a qualifique para atender ao interesse público de contribuir para o aprimoramento do julgamento da causa, não sendo suficiente o interesse em defender a solução da lide em favor de uma das partes. Sendo necessário, ainda, que a matéria debatida transcenda a esfera patrimonial das partes, possuindo relevância econômica e social.
O amicus curiae, agora com previsão expressa no Código de Processo Civil, representa uma nova forma de intervenção de terceiros, que se diferencia da assistência.
A intervenção de terceiros não é autorizada nos juizados especiais estaduais e federais, por força do disposto no artigo 10 da lei nº 9.099/95, em razão de se orientar pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Do mesmo modo, entende o Superior Tribunal de Justiça que o rito do mandado de segurança é incompatível com a intervenção de terceiros, ainda que na modalidade de assistência litisconsorcial. [10]
O recurso previsto no novo Código de Processo Civil para as decisões interlocutórias de admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros é o agravo de instrumento, inciso IX do artigo 1.015.
3 – O procedimento especial da ação de oposição no novo Código de Processo Civil.
Diferente do Código de Processo Civil de 73, o novo Código trata a ação de oposição como um procedimento especial, no capítulo VIII do título III do livro I da parte especial, e não em conjunto com as demais formas de intervenção de terceiros.
Isto porque, a oposição é realmente uma ação na qual terceiro deduz em juízo pretensão incompatível com os interesses conflitantes do autor e do réu de um processo cognitivo pendente. O que caracteriza a pretensão do terceiro é o fato do pedido ser relativo ao mesmo bem que as partes originárias disputam. [11]
Conforme Athos Gusmão Carneiro: “trata-se de instituto de origem germânica, ligado ao princípio da universalidade do juízo, que se contrapõe ao princípio da singularidade, que caracterizou o direito romano.” [12]
No Código de Processo Civil de 73 quando a oposição é oferecida antes da audiência, ela será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença, conforme dispõe o artigo 59. Neste caso, trata-se de verdadeira intervenção de terceiro.
Diferentemente, se a oposição for oferecida após a audiência seguirá o procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal, conforme artigo 60 do Código de Processo Civil de 73. Neste caso, a oposição não tem natureza de intervenção, mas de ação autônoma por formar um processo incidente.
A oposição interventiva não encontra correspondente no novo Código de Processo Civil, apenas a oposição autônoma é prevista nos artigos 682 a 686. A oposição deve ser oferecida até o momento de ser proferida a sentença, não havendo mais distinção se oferecida antes ou após a audiência. O oferecimento da oposição após a audiência acarreta apenas a suspensão do processo principal.
Esta é basicamente a única diferença da oposição no Código de Processo Civil de 73 e no novo Código de Processo Civil. Os artigos 57, 58 e 61 do CPC de 73 correspondem aos artigos 682, 683, 684 e 686 do novo CPC.
A ação de oposição deverá observar os requisitos para propositura da ação, artigos 319 e 320 do novo Código, devendo ser distribuída por dependência ao processo principal. Ambas as ações serão julgadas na mesma sentença, sendo a ação de oposição prejudicial à ação principal.
PRAZO EM DIAS ÚTEIS
 191 CALENDARIO\ FERADOS 214\PRAZO 218\CONTAGEM 219
Uma alteração importante realizada pelo novo CPC (Lei 13.105/2015) está exatamente ligada à forma de contagem do prazo em dias. Passou-se a respeitar nessa contagem apenas os DIAS ÚTEIS.
Excluem-se, portanto, os finais de semana e feriados (ainda que municipais), ou seja, excluem-se os dias em que não há expediente forense.
O art. 219 do CPC assim dispõe:
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Entretanto, é preciso atentar-se ao que o parágrafo único desse mesmo artigo explicita, que apenas os prazos processuais são contados em dias úteis.
Isso significa que prazos de ordem material continuam a ser contados de maneira contínua. Neves (2016) traz como exemplo: os prazos para cumprimento de obrigações determinadas por decisão judicial, os prazos de prescrição e decadência, entre outros.
Outra ponto a ser verificado é que a contagem em dias úteis se dá apenas quando o prazo é em dias. Se estamos diante de prazos em meses, anos, horas, etc, a contagem não observa a regra dos dias úteis.
CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS (PRAZOS E O NOVO CPC)
 A doutrina aponta diversas formas de classificar os prazos processuais. Vou ater-me às principais:
 1 – Prazos Próprios e Impróprios
– Prazo próprio: É o prazo das partes
– Prazo Impróprio: É o prazo do juiz, auxiliares da justiça e Ministério Público quando atua como fiscal da ordem jurídica.
Observem que tanto as partes como o juiz devem observância aos prazos para realização dos atos, conforme preceitua o CPC.
A diferença maior reside no fato de que os prazos próprios são preclusivos, ou seja, se os atos não forem praticados no prazo determinado ocorre a chamada preclusão temporal – situação em que há a perda da faculdade processual de praticar aquele ato. (Gonçalves, 2017)
Com relação aos prazos impróprios, a sua não observância não acarreta preclusão, nem o desaparecimento da obrigação de praticar o ato. (Gonçalves, 2017)
Para os pronunciamentos judiciais, os prazos são os seguintes:
– Despachos – 5 (cinco) dias;
– Decisões interlocutórias – 10 (dez) dias;
– Sentenças – 30 (trinta) dias.
2 – Prazos legais, judiciais e convencionais
– Legais – aqueles determinados pela lei (é a regra geral do processo)
– Judiciais – aqueles determinados pelo juiz
– Convencionais – aqueles ajustados pelas partes
3 – Prazo simples e comum
– Prazo Simples: prazo determinado para apenas uma das partes
– Prazo Comum: prazo determinado para ambas as partes 
4 – Prazos peremptórios e dilatórios
– Prazos peremptórios: prazos que não admitem modificação por ordem do juiz, nem por vontade das partes
– Prazos dilatórios: prazos que admitem modificação por convenção das partes
Essa classificação, segundo Neves (2017) perdeu sua utilidade, uma vez que no CPC não há mais previsão de prazos peremptórios.
A menção feita pelo CPC em seu art. 222, §1º ao prazo peremptório não tem cabimento, tendo em vista que o CPC adota prazos dilatórios, ou seja, que podem ser modificado por acordo das partes, a exemplo do que ocorre nos negócios processuais.
CONTAGEM DE PRAZO (PRAZOS E O NOVO CPC)
 Conforme determina o art. 224 do CPC, na contagem de prazos, salvo disposição em contrário, exclui-seo dia do começo e inclui-se o dia do vencimento.
O termo inicial do prazo (primeiro dia para contagem), conforme disposto no art. 224 §3º do CPC, é o primeiro dia útil que seguir ao da publicação. Ex: a publicação para a realização de determinado ato processual ocorreu em uma sexta-feira, o prazo começaria a correr na segunda-feira (primeiro dia útil posterior ao da publicação).
Observação: Caso a publicação tenha sido feita no diário judicial eletrônico, o §2º do art. 224 do CPC considera como data de publicação o primeiro dia útil seguinte. Ex: publicação para realização de determinado ato processual ocorreu no diário judicial eletrônico em uma sexta-feira, o prazo começaria a correr na terça-feira.
 SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO (PRAZOS E O NOVO CPC)
 Gonçalves (2017) apresenta a distinção entre a suspensão e a interrupção de prazo. Na suspensão o processo fica paralisado e volta ao seu trâmite normal a partir daquele ponto. Já a interrupção provoca o retorno completo do prazo (volta à estaca zero).
O art. 313 CPC enumera causas que suspendem o processo. Ex: o processo suspende-se pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes.
Outro exemplo interessante de suspensão do prazo processual é aquele previsto no art. 220 CPC. O referido dispositivo determina que suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. É o chamado recesso forense.
Quanto à interrupção, o art. 1.026 CPC traz uma hipótese interessante. É o caso da interposição do recurso de embargos de declaração.
 PRECLUSÃO (PRAZOS E O NOVO CPC)
 Segundo Gonçalves (2017), preclusão é a perda de uma faculdade processual por:
– Não ter sido exercida no tempo devido (preclusão temporal);
– Incompatibilidade com um ato anteriormente praticado (preclusão lógica);
– Já ter sido exercida anteriormente (preclusão consumativa).
A preclusão faz com que a marcha processual siga seu curso normal e não sofra contínuas interrupções e suspensões que acabam atrapalhando a prestação jurisdicional.
CITAÇÃO 239
1- O QUE É CITAÇÃO
Em resumo, citação é aquele momento em que o réu é chamado a comparecer no processo, quando a relação processual se triangulariza, pois haverá autor, réu e juiz atuando em conjunto.
A citação é um pressuposto processual de validade do processo. Veja o que o Código de Processo Civil define sobre o tema:
Art. 238 Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual
2- EFEITOS DA CITAÇÃO
Quando a citação é realizada e é válida, ela produz alguns efeitos, que vão atingir todos que fazem parte daquela relação processual. São basicamente 5 efeitos:
Induz litispendência para o réu: Consiste a litispendência em tornar completa a relação processual trilateral (juiz, autor e réu) em torno da lide.Por força da litispendência, o mesmo litígio não poderá voltar a ser objeto, entre as partes, de outro processo, enquanto não se extinguir o feito pendente.
Torna a coisa litigiosa: Uma vez que o réu é citado, aquele bem jurídico que está sendo discutido naquela demanda passar a estar diretamente ligado ao processo e sofre suas consequências.
Preclusão para o autor do direito de poder modificar sua petição inicial: A partir da citação do réu, o autor não poderá alterar sua causa de pedir, o pedido ou sua petição inicial.Após a citação, a autor somente poderá alterar a inicial apenas com autorização do réu e até a fase de saneamento.
Constituição em mora do devedor: Caso a demanda esteja discutindo uma dívida em que não haja uma data para o pagamento, a citação cria essa data e a partir dela começa a conta a mora (atraso) do devedor diante daquela obrigação.
Interrupção da prescrição- Com o despacho inicial positivo do juiz e determinação da citação do réu ou executado, dá-se um efeito de direito material com a interrupção da prescrição.
Atenção: A contagem é feita a partir da data da propositura da ação e não do despacho do juiz! Ou seja, o efeito retroage.
Afinal, o autor só tem domínio do tempo até propositura a ação, pois proposta a ação, o andamento do processo depende do Poder Judiciário.
3- REGRA GERAL PARA A CITAÇÃO
Pelo CPC, a citação deve ser pessoal.
ART. 242 A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
Porém, há exceções. São elas:
Exceção 1- Na pessoa do representante legal ou na pessoa do procurador do réu, do executado ou do interessado.
Exceção 2- Na ausência do citando e quando a ação se originar de atos por eles praticados a citação será feita na pessoa de seu: mandatário, administrador, preposto ou gerente.
Exceção 3- O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado: Na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Exceção 4– Pessoa de Direito Público: É realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Exceção 5- Citando Pessoa Jurídica será válida a entrega do mandado a: Pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
4- OBRIGATORIEDADE DA CITAÇÃO
A citação, em regra, é obrigatória em todos os processos. Porém, há 2 exceções previstas em lei:
Exceção 1- Indeferimento da petição inicial (direito processual)
Exceção 2- Improcedência liminar do pedido (mérito da demanda) Outro ponto que é importante destacar, o comparecimento espontâneo do réu no processo supri a nulidade ou falta de citação (ART. 239, §1º)
5- PROCEDIMENTO DA CITAÇÃO
Regra Geral: A citação poderá ser feita em qualquer lugar que se encontre o réu, o executado ou interessado.
As exceções visam preservar a dignidade da pessoa humana, princípio constitucional, que deve ser preservado durante o processo judicial.
Exceção 1- Militar em serviço ativo. Será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.
Exceção 2– De quem estiver participando de ato de culto religioso;
Exceção 3– De cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
Exceção 4- De noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
Exceção 5- De doente, enquanto grave o seu estado.
Exceção 6- Quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. Se constatada a incapacidade, a citação será feita na pessoa do curador.
No caso da exceção 6, o juiz nomeará médico para examinar o citando, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa
6- TIPOS DE CITAÇÃO
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, há 6 tipos de citação possível. São elas:
Citação Postal
Citação Por Oficial de Justiça
Citação Com Hora Certa
Citação Por Edital
Citação Por Chefe de Secretaria
Citação Por Meio Eletrônico
7- CITAÇÃO POSTAL
É a regra geral. A citação por correspondência é real, pois se tem a comprovação que o réu a recebeu. Independe de deferimento
Exceção 1: Nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
Exceção 2: Quando o citando for incapaz;
Exceção 3: Quando o citando for pessoa de direito público;
Exceção 4: Quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
Exceção 5: Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
8- CITAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA
Ocorre por determinação legal ou quando a citação postal tiver sido frustrada.
9- CITAÇÃO COM HORA CERTA
Aquele que acontece depois que o oficial de justiça tenha ido 2x ao local e não encontrou o citando. O Oficial de Justiça informa a pessoa que se encontrar no local que voltará em dia e hora específicospara proceder com a citação.
Ele deve procurar saber as causas que levaram a ausência do réu. Será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente.
Ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
10- CITAÇÃO POR EDITAL
É um tipo de citação ficta pois não se tem certeza que o réu a recebeu. A citação por edital é cabível em 3 hipóteses segundo o artigo 256 do NCPC:
I – na ação de usucapião de imóvel; 
II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador; 
III – em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização. Há também alguns requisitos para que a citação por edital seja realizada.
São eles:
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras; II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos; III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira; IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
Atenção: A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 vezes o salário-mínimo.
11- CITAÇÃO POR CHEFE DE SECRETARIA
Quando a parte comparece ao balcão da serventia judiciária, a pessoa é diretamente citada pelo escrivão ou chefe de secretaria.
12- CITAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO
É um meio de citação real, muito comum para pessoas jurídicas.
As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
2 parte 
Litigância de Má-Fé
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigiar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – Alterar a verdade dos fatos;
III – Usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – Opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – Provocar incidente manifestamente infundado;
VII – Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
A litigância de má-fé se configura quando a parte deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; provocar incidentes manifestamente infundados ou, ainda, interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório (Art. 17 do CPC).
A eleição dessas circunstâncias decorre das obrigações anteriormente explicitadas pelas próprias normas de processo civil que exigem da parte o dever de expor os fatos conforme a verdade; proceder com lealdade e boa-fé; não formular pretensões, nem alegrar defesa; cientes de que são destituídas de fundamento; não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito e cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final (Art. 14, I a V, do CPC).
Dessa forma, qualquer conduta que ultrapasse esse limite será considerada temerária e implicará nas consequências previstas na Lei Processual Civil, que autoriza o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenar o litigante de má-fé ao pagamento de multa, cujo valor não excederá a 1% de valor da causa (Art. 81 do CPC).
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º. Quando forem dois ou mais litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa da solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vez o valor do salário-mínimo.
§ 3º. O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Intervenção de Terceiros PROVA
1. Considerações gerais:
Intervir em um processo significa ingressas na relação processual, fazendo-se parte, o que consequentemente implica na modificação da relação jurídica processual já existente. Terceiro é o indivíduo que não figurava como parte desde o início da propositura da ação, mas que dela passa a participar voluntariamente ou por imposição legal.
A relação jurídica processual é, via de regra, constituída pelo autor (as pessoas que formulam a pretensão em juízo), pelo réu (aqueles em face de quem tal pretensão é formulada), e pelo juiz, um terceiro imparcial que representa a eficácia da jurisdição. No entanto, ocorre que esta relação para que se amplie o alcance dos efeitos subjetivos da relação postulada (LENZA, 2014). Triangular porventura poderá não abranger todos os indivíduos que deveriam estar envolvidos no julgamento do mérito da ação. Para tanto, a lei permite ou exige, em determinados casos, que um terceiro figure no processo, substituindo uma das partes, ou acrescendo a elas.
O sistema processual brasileiro dispõe que a coisa julgada produz efeitos apenas entre as partes do processo, não prejudicando terceiros.
O terceiro não pode ser prejudicado por uma decisão decorrente de um processo que não participou, da qual não influenciou.
2. Classificação de terceiros:
Desinteressados: são aqueles que não possuem relação direta ou reflexa com a demanda.
Interessados: são aqueles que, de alguma forma, terão a sua esfera jurídica atingida pelos efeitos da decisão podendo sofrer gradações.
3. Assistência: art. 119
Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la.
Caput 119 Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra. (PROCESSO NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRA)
3.1. Considerações gerais:
A Assistência pode ser entendida como a modalidade de Intervenção de Terceiros Espontânea, cuja finalidade é que um terceiro estranho a relação processual auxilie a parte em uma causa em que tenha interesse jurídico. Assistência pode se dar de duas formas: simples e litisconsorcial.
3.2. Espécies de assistência:
Assistência simples: Art. 121.  O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Tem interesse jurídico próprio, não discutidodiretamente naquela causa efeitos indiretos. Ex.O Sub-locatário prejudicado por inadimplência do locatário.
O terceiro não tem relação jurídica direta com a parte contrária a quem está assistindo. 
Assistente litisconsorcial: Art. 124.  Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. O assistente litisconsorcial, efeito/interesse direto entre o adversário do assistido, ele poderia ter figurado no polo passivo, proposto tal demanda no processo inicial.
 O assistente litisconsorcial poderá, portanto, praticar atos processuais sem subordinar-se aos atos praticados pelo assistido. Gozará ele de poderes para, por exemplo, requerer o julgamento antecipado da lide, recorrer, impugnar ou executar a sentença, independentemente dos atos praticados pelo assistido, ainda que em sentido contrário. No caso de assistência litisconsorcial o terceiro é o “dono” do direito material discutido, no todo ou em parte, ou, ainda, é um co-legitimado. Exemplos: condômino que entra no processo para ajudar o outro na defesa da coisa comum.
Nota: litisconsorcio
jur fenômeno processual que consiste na pluralidade de partes em uma lide.
3.3. Poderes do assistente:
I) Assistente simples (Art. 121):
· Apresentar contestação em favor do réu que for revel (Torna-se revel o réu que não responder à ação, quando regularmente citado);
· Apresentar arguição de impedimento (juiz);
· Apresentar réplica, se o autor a quem assiste não o fizer;
· Juntar novos documentos pertinentes ao esclarecimento dos fatos;
· Requerer provas a participar da sua produção;
· Interpor recurso;
O assistente simples não pode:
· Praticar qualquer ato de disposição de direito;
· Se opor a atos de disposição feitos pelo assistido;
· Arguir incompetência relativa ou suspeição;
· Reconvir;
II) Assistente litisconsorcial (Art 124):
· Pode praticar todos os atos que forem benéficos à parte assistida.
4. Chamamento ao processo:
Art. 130.  É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
Art. 131.  A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Art. 132.  A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.
O chamamento ao processo objetiva a inclusão do devedor principal ou dos coobrigados pela dívida para integrarem o polo passivo da relação já existente, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a responsabilidade de cada um.
O chamamento é uma forma de intervenção provocada, que fica a exclusivo critério do réu. Nessa intervenção, o réu chama ao processo os coobrigados em virtude de fiança ou de solidariedade, a fim de que eles respondam diretamente ao autor da ação. 
É sempre PROVOCADO PELO RÉU NA CONTESTAÇÃO.
6. Denunciação da lide:
6.1. Considerações gerais: Consiste a denunciação da lide em “uma ação regressiva, proponível tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante terá uma pretensão indenizatória, pretensão de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir na ação principal”, 
A finalidade do instituto é a economia processual. A denunciação da lide constitui “verdadeira propositura de uma ação de regresso antecipada, para a eventualidade da sucumbência do denunciante”.
Exemplos: construtora acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído denuncia a lide ao engenheiro responsável (denunciação pelo réu); comprador promove ação reivindicatória contra o possuidor do bem e, ao mesmo tempo, denuncia a lide ao vendedor, para que este lhe responda pela evicção (denunciação pelo autor). 
6.2. Hipóteses de cabimento: Art. 125.  É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
· a) Evicção: Art. 126º. Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que dá evicção lhe resultam
*Evicção: É a perda da propriedade, posse ou uso de um bem que é atribuído a terceiro por força de sentença judicial. Desta forma, pode-se afirmar que ela consiste na perda total ou parcial de uma coisa em consequência de uma reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor;
· b) Por lei ou contrato: Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
6.3. Procedimento: Art. 126.  A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131.
7. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: PROVA
Permite que o Juiz desconsidere o princípio de que as PJ tem existência destinta dos seus membros e os efeitos dessa autonomia para atingir os bens de seus sócios para satisfação das dívidas da sociedade.
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica “desenvolveu-se com o fim precípuo de prevenir o desvio de finalidade de um ente empresarial, seja através da fraude à lei, aos credores ou ao contrato social, isto é, visando, única e exclusivamente, responsabilizar a má-fé dos sócios administradores”.
· Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
· Art. 134.  O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
· Art. 135.  Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
· Desconsideração inversa: Cuida-se de instituto de aplicação judicial, pelo qual há o afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, por meio da desconsideração da personalidade jurídica da empresa, com o objetivo de atingir o patrimônio do ente coletivo, desviado pelos seus membros. Responsabiliza-se, pois, a pessoa jurídica por obrigações adquiridas pelos seus sócios-controladores. A ideia trazida pela teoria inversa é justamente combater o uso indevido da personalidade da empresa pelos seus sócios, o que pode ser observado, como supramencionado, na situação em que esse esvazia seu patrimônio pessoal para integralizar o patrimônio social da sociedade para não responder por dívidas e obrigações. 
5. Amicus Curiae (Amigo da Corte):
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
Trata-se da possibilidade de terceiro intervir no processo por iniciativa própria, por provocação de uma das partes ou, até mesmo, por determinação do magistrado com vistas a fornecer elementos que permitam o proferimento de uma decisão que leve em consideração interesses dispersos na sociedade civil e no próprio Estado. 
Colaborador do juízo, aumento da qualidade das decisões.
Interesses que, de alguma forma, serão afetados pelo que vier a ser decidido no processo em que se dá a intervenção. 
Exige-se do amicus curiae, que poderá ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, “representatividade adequada”, isto é, que mostre satisfatoriamentea razão de sua intervenção e de que maneira seu “interesse institucional” – que é o traço distintivo desta modalidade interventiva, que não se confunde com o “interesse jurídico” das demais modalidades interventivas – relaciona-se com o processo.
• Interesse institucional
– Representatividade adequada
– Especificidade do tema objeto da demanda
– Repercussão social da controvérsia
– Um “fiscal setorizado da ordem jurídica”
• Formas de intervenção
– Regime jurídico
– Não altera a competência
– Não tem legitimidade recursal
Princípios Processuais
1. Considerações Gerais:
2. Princípios Universais:
· Princípio da legalidade: É a base de qualquer Estado Democrático de Direito. Isto porque através desse princípio os litígios não serão resolvidos com base na força, mas na lei. Significa que 'não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina';
· Princípio lógico: determina que o juiz deva partir de uma sequência ordenada de atos, para atingir a prestação jurisdicional;
· Princípio dialético: consiste na observância pelo jurista e pelo operador do Direito de critérios lógicos como a razoabilidade, que se apura por meio do debate e da argumentação em torno da melhor e mais adequada interpretação das normas presentes no ordenamento jurídico;
· Princípio político: regras processuais deverão estar em conformidade ao regime político adotado pelo sistema jurisdicional vigente no país.
3. Princípios Informativos:
· Princípio do devido processo legal: Tem a dicção na carta magna no art. 5, LIV, CF – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Garante a todos o direito a um processo com todas as etapas previstas em lei, dotado de todas as garantias constitucionais. Abuso de poder.
· Princípio da verdade real: Art. 77, I.  Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
· I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
· Princípio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdição: Princípio segundo o qual são recorríveis as decisões da instância originariamente competente. O duplo grau de jurisdição é aquele que possibilita ao litigante buscar uma segunda ou terceira decisão para o seu pleito, caso a primeira não esteja a contento ou interprete que não lhe foi favorável. Estabelecidos em lei; revisão em outro órgão; críticas ao duplo grau; duplo grau obrigatório;
· Princípio da oralidade: mitigação (amenizar, aliviar) e humanização (benévolo ou mais sociável);
· Princípio da economia processual: trata da economia processual que busca obter o máximo resultado no processo com o mínimo de atos possíveis;
· Princípio da eventualidade ou da preclusão: O princípio da eventualidade assegura que surgindo oportunidade para a prática de um ato, o desprezo pela parte dessa oportunidade impede que depois a mesma venha a renascer. Pode ser demonstrado de forma nítida o princípio no art. 300, que obsta que o réu, superado o prazo da contestação, traga argumentos defensivos que deveriam vir logo após a citação. Associada à eventualidade está a preclusão, que indica justamente a perda de um direito pela falta de exercício oportuno ou pela realização de conduta antiética.
4. Normas fundamentais do processo civil:
· a) Acesso à justiça (inafastabilidade da jurisdição): Art. 5º. O Poder Judiciário não excluirá da apreciação ameaça ou lesão a direito. Não obstante existem equivalentes jurisdicionais, o acesso ao Poder Judiciário não poderá ser afastado ou condicionado. Em face desses princípios temos, por exemplo, regras que preveem a gratuidade da Justiça, a fim de viabilizar o acesso ao Judiciário em relação às pessoas economicamente desfavorecidas;
· b) Meios alternativos de composição de litígios: Art. 3o. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. (CPC);
· c) Duração razoável do processo: Art.4º. Tem como escopo assegurar o próprio acesso à justiça, garantindo às partes a solução dos seus conflitos num prazo adequado as suas pretensões. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. (CPC);
· d) Boa-fé (Probidade Processual): Art. 5º. Esse princípio impõe observância tanto das partes, como do Juiz, do perito, do advogado, da testemunha. Todos que ajam no processo devem respeitar padrões éticos de conduta. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. (CPC);
· e) Cooperação: Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. (CPC);
· f) Contraditório e ampla defesa:  Art. 7º, 9º e 10º, do CPC. Na Constituição brasileira o Princípio do Contraditório é tutelado no inciso LV, de seu Art. 5º, da CF, que traz o seguinte dispositivo: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são garantidos o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Do contraditório resultam duas exigências: a de se dar ciência aos réus da existência do processo, e aos litigantes de tudo o que nele se passa; e a de permitir-lhes que se manifeste, que apresentem suas razões, que se oponham à pretensão do adversário. A ampla defesa significada nada menos que o direito do litigante, ou acusado, de se utilizar de todos os meios admitidos em direito para se defender;
· g) Eficiência: Art. 37º da CF e art. 8º do CPC. Princípio segundo o qual o Governo deve atuar com eficiência. 
· h) Motivação (dever de fundamentar as decisões): Art. 11º. O princípio da motivação exige que as decisões sejam fundamentadas de forma clara e objetiva, com indicação da razão de fato e de direito que pautam a decisão judicial. Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. (CPC)
· i) Isonomia: Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
Atos Processuais
1. Considerações gerais:
Ato processual é “toda ação humana que produza efeito jurídico em relação ao processo”, condutas realizadas pelos sujeitos processuais (partes, juiz, auxiliares, MP).
O conceito de ato processual abrange não somente os das partes, mas também de todos os demais integrantes do processo – sujeitos processuais -, inclusive o terceiro interveniente, eis que todos os integrantes do processo agem para criar, modificar, conservar ou extinguir o processo.
2. Características dos atos processuais:
a) Os atos processuais são privativos dos sujeitos do processo.
b) Atos praticados dentro do processo.
3. Princípios inerentes aos atos processuais:
a) Tipicidade: Art. 188.  Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
b) Publicidade: Art. 189 e incisos IX e X do art. 93.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
c) Instrumentalidade das formas: Art. 277.  Quandoa lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
d) Uso do português: Art. 192.  Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
e) Flexibilização procedimental: Art. 190.  Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
4. Classificação dos atos processuais:
Atos das partes: Art. 200.  Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
1) Atos postulatórios:  são aqueles em que as partes apresentam algum pedido ao Juiz, formulando suas teses de ataque ou defesa. Ex.: petição inicial, contestação, réplica, recursos e etc.
2) Atos dispositivos: são aqueles por meio dos quais as partes renunciam a algum direito ou vantagem processual, tais como a desistência da ação e a renúncia ou desistência do recurso, a transação e a desistência de algum prazo ou de certa prova já proposta e admitida pelo juiz.
3) Atos instrutórios: são aqueles praticados pelas partes com o fim de trazer ao processo elementos de prova com os quais pretendam comprovar suas alegações.
4) Atos reais: são aqueles que as partes praticam através de uma conduta processual concreta, tais como o comparecimento a uma audiência, a entrega em cartório de alguma petição ou documento, o pagamento de custas, etc.
Atos judiciais: Art. 203.  Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
Do Juiz:
Despachos: são atos sem nenhum cunho decisório que têm por finalidade tão somente viabilizar a marcha normal do procedimento, por força do Princípio Processual do Impulso Oficial.
Decisão Interlocutória: é o ato do Juiz que, sem dar fim ao processo, decide uma questão incidente, seja na fase de conhecimento, seja na fase de execução.
Se a finalidade do ato for extinguir o processo, será sentença; se seu objetivo for decidir, no curso do processo, sem extingui-lo, questão incidente, será decisão interlocutória; se sua finalidade for a de apenas dar andamento ao processo, sem nada decidir, será despacho.
Dos Serventuários:
A atividade dos auxiliares da Justiça no trâmite processual se dá através de atos de movimentação, documentação, comunicação e execução, sendo a movimentação e a documentação realizadas principalmente através do escrivão e seus funcionários (escreventes). Entre os atos de movimentação tem-se: a conclusão dos atos ao juiz, a vista às partes, a remessa ao contador, a expedição de mandados e ofícios. Atos de documentação são, por exemplo, a lavratura dos termos referentes à movimentação (conclusão, vista, etc.), a feitura do termo de audiência, o lançamento de certidões, etc. Já os atos de comunicação processual consistem em citações ou intimações, e é realizada pelo escrivão.
5. Formas dos atos processuais:
5.1. Do tempo e do lugar: Art. 212.  Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
5.2. Dos prazos: Art. 218.  Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
5.2.1. Disposições gerais:
a) De forma geral, os prazos podem ser:
· Legais: são os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu e o dos diversos recursos;
· Judiciais: são os marcados pelo juiz, em casos como o da designação de data para audiência (art. 331, II - CPC), o de fixação do prazo do edital (art. 232, IV - CPC), o de cumprimento da carta precatória (art. 203 - CPC), o de conclusão da prova pericial (art. 427, II - CPC) etc;
· Convencionais: são os ajustados, de comum acordo, entre as partes, como o de suspensão do processo (art. 265, II, e § 3º - CPC), ou o de concessão pelo credor ao devedor, na execução, para que a obrigação seja voluntariamente cumprida (art. 792 - CPC).
Art.218 § 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
b) O prazo das partes pode ser comum ou particular:
· Comum: é o que corre para “ambos os litigantes”, a um só tempo, como o de recorrer, quando há sucumbência recíproca;
· Particular: é o que interessa ou pertence apenas a “uma das partes”, como o de contestar, o de produzir contrarrazões etc.
c) No sistema legal vigente, há prazos não apenas para as partes, mas também para os juízes e seus auxiliares:
· Prazos próprios: são os prazos que atingem as partes. A inobservância destes prazos acarreta o efeito da preclusão;
· Prazos impróprios: são os prazos fixados aos órgãos judiciários, onde a inobservância destes não decorre consequência ou efeito processual.
5.2.2. Contagem do prazo: 
· Dilatório*: é o que, embora fixado na lei, admite ampliação pelo juiz ou que, por convenção das partes, pode ser reduzido ou ampliado. 
Quanto à ampliação ou redução dos prazos dilatórios, a convenção das partes só tem eficácia se atender aos seguintes requisitos:
· Deve ser requerida antes do vencimento do prazo;
· Deve estar fundada em motivo legítimo;
· Deve ser objeto de aprovação do juiz, a quem compete fixar o dia do vencimento do prazo da prorrogação.
· Peremptório: é o que a convenção das partes e, ordinariamente, o próprio juiz, não podem alterar.
5.2.3. Dinâmica dos prazos:
a) Como contar o prazo: 
Art. 219.  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 224.  Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 2o. Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3o. A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
b) Prazo em dobro:
Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
c) Fluência de prazo para os seguintes sujeitos:
I - Juiz: Art. 226. O juiz proferirá:
· I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
· II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
· III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
II - serventuário: Art. 228.  Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:
· I - houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
· II - tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
III - Parte: 
· Citação – regra disposta no art. 231: Ato de chamamento do réu, executado ou interessado para integrar o processo, é indispensável para a validade deste.
· Intimação: Ato pelo qual se dá ciência de atos e termos no processo (art. 269).
IV - MP, advocacia pública e defensoria pública: todos possuem prazo em dobro.
d) Art.218 § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
e) Suspensão do prazo processual: Art. 220.  Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. Outro exemplo: leitura do artigo 313.
6. Preclusão:
6.1. Considerações gerais:
Preclusão é a perda do direito de manifestar-se no processo, isto é, a perda da capacidade de praticar os atos processuais por não tê-los feito na oportunidade devida ou na forma prevista, é a perda de uma faculdade processual.
6.2. Classificação:
· a) Preclusão temporal: a impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre da circunstância de já haver sido esgotado o prazo para que o ato seja praticado. Ele se dá, pois, quando a parte deixa de exercitar um poder processual no prazo para tanto estipulado, ficando, por isto, impossibilitada de exercitá-lo.É fruto da inércia da parte;
· b) Preclusão lógica: se caracteriza pela perda da capacidade de se praticar um ato, por este estar em contradição com outro anteriormente praticado;
· c) Preclusão consumativa: é a extinção da faculdade de praticar um determinado ato processual em virtude de já haver ocorrido a oportunidade para tanto. Por exemplo: o réu apresenta a contestação no décimo dia. No dia seguinte, viu que se esqueceu de mencionar um fato e tanta apresentar novamente a contestação. Logicamente, tal ato não poderá ser praticado em virtude de já apresentada contestação anterior. Uma vez praticado o ato processual, não poderá ser mais uma vez oferecido, haja vista a existência do instituto preclusão consumativa;
· d) Preclusão punitiva: a impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre de uma sanção a ele aplicada. Perceba que enquanto as demais espécies de preclusão são decorrentes de situações em que não houve prática de ilicitude, na preclusão punitiva a ilicitude é a marca.
6.3. Diferenças:
· Preclusão x Prescrição:
O fenômeno de preclusão não deve ser confundido com a prescrição. A preclusão representa a perda de um poder de agir no processo. A prescrição por sua vez, é a perda da pretensão processual por exaurimento do prazo legal para reclamar. A prescrição atinge a propositura da demanda, isto é, prejudica o processamento normal e linear da ação, enquanto a preclusão se opera dentro de um processo já iniciado.
· Preclusão x Decadência:
O fenômeno da preclusão não deve ser confundido com a decadência. A decadência, em seu expediente, é a extinção do direito pela inércia do seu titular. Está subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado e este se esgota sem ser exercitado. O sujeito titular de direito não utiliza seu poder de ação dentro do lapso de tempo estabelecido para exercer o direito. A preclusão impede a prática do ato. A decadência fulmina o direito como um todo.

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