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Controle do Neurônio Motor Superior do Tronco Encefálico e da Medula Espinhal

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Controle do Neurônio Motor 
Superior do Tronco 
Encefálico e da Medula 
Espinhal 
Os neurônios motores ↑ (superiores) fazem 
projeção de centros supraespinhais a neurônios 
motores ↓ (inferiores) (α e γ), presentes no tronco 
encefálico e na ME. Esses motoneurônios ↑ estão 
presentes no tronco encefálico e no córtex cerebral. 
 
OBS! ​No TE há a presença de núcleos, os quais estão 
armazenados os somas dos neurônios ↑, são eles: 
formação reticular, núcleo rubro, colículos superiores 
(via tetraespinhal) e núcleos vestibulares. 
 
Sistemas motores descendentes 
Esses sistemas podem ser classificados de 
acordo com o ponto em que fazem sinapse: 
● Sistema ativador medial​: termina medialmente 
aos neurônios motores inferiores que inervam 
os músculos posturais e proximais dos 
membros. 
● Sistema ativador lateral​: termina lateralmente 
e controla os neurônios motores ↓ que inervam 
músculos distalmente localizados, usados para 
movimentos finos. 
● Tratos ativadores inespecíficos​: termina em 
todo o corno ventral e contribui para os níveis 
basais de excitação na medula 
espinhal e facilita os arcos 
reflexos locais 
 
 
 
Outrossim, os neurônios 
motores superiores apresentam 
uma organização que está de 
acordo com a conformação 
somatotópica dos neurônios 
motores no corno ventral da 
medula espinal, bem como da 
localização dos neurônios de circuito local, que 
situam-se principalmente na zona intermediária da 
medula espinal e suprem boa parte das aferências 
diretas aos neurônios motores inferiores. São dois 
principais locais que projetam neurônios superiores, o 
tronco encefálico (com seus núcleos) e o córtex 
motor. 
● Tronco encefálico​: os axônios motores dessa 
região descem pelo funículo (substância 
branca) anteromedial da medula e possuem 
ramificações colaterais que terminam em 
vários segmentos medulares; então, saem da 
subs. branca e fazem ​conexão com a porção 
medial (maioria) do corno ventral (neurônios 
motores proximais) e com a região medial da 
zona intermediária (relacionadas com 
mecanismos posturais, de equilíbrio e de 
orientação). 
● Córtex motor cerebral (Via Corticoespinhal): 
axônios descem através de porções laterais de 
substância branca e terminam nas regiões 
laterais do corno ventral​, com campos 
terminais restritos a apenas poucos segmentos 
espinhais. Logo, esse neurônios motores 
corticais estão envolvidos com a expressão 
voluntária dos movimentos precisos das 
porções mais distais​ dos membros. 
Vale ressaltar que essas projeções pela 
substância branca podem atravessar a medula (lado 
contralateral), a fim de que ocorra uma modulação 
mais completa e organizada. 
 
Papel do TE no controle da Atividade Motora 
O TE serve como uma estação de passagem 
para sinais de comando de centros neurais ↑. 
As vias descendentes do TE modula a ação 
dos circuitos motores espinhais, como o tônus 
muscular, ajuste postural, movimento dos olhos e da 
cabeça. Existem duas vias descendentes principais no 
TE: 
● Via descendente medial​: inerva neurônios 
motores medialmente no corno ventral 
(podendo atingir o lado contralateral da 
medula), são eles: 
○ Trato Vestíbulo-Espinhal 
○ Trato Retículo-Espinhal 
○ Trato Tecto-Espinhal​. 
● Via descendente lateral​: inerva regiões mais 
laterais da corno ventral da medula, são eles: 
○ Trato Rubro-Espinhal 
 
Via descendente medial do TE 
Via tetoespinhal​: tratos que se projetam do 
colículos superiores​, passam pela ​decussação de 
Meynert ​(cruza o outro lado do TE - contralateral) e 
desce até a medula espinal, onde faz conexão com 
motoneurônios α, responsáveis pela ​musculatura do 
pescoço e dos olhos (posicionamento da cabeça, 
pescoço e olhos); ou seja, essa via termina nas 
porções mais superiores da medula (motoneurônios 
que inervam pescoço, cabeça e olhos). 
Via reticuloespinhal: trata-se de projeções 
que saem da formação reticular (rede de circuitos 
localizados no centro do tronco encefálico) e segue 
(ipsi e contralateralmente) em direção aos 
motoneurônios mediais do corno anterior; a formação 
reticular pode ser dividida em duas porções: 
● Formação reticular pontina​: inerva NMI 
ipsilaterais, que ativam ​músculos posturais e 
extensores dos membros - porém com 
tendência extensora​; tem ​excitabilidade 
natural (“independente”), bem como recebe 
sinais excitatórios de núcleo vestibular, 
núcleos profundos do cerebelo e receptores 
periféricos. 
● Formação reticular bulbar​: inerva NMI 
ipsilaterais, inibindo músculos posturais e 
extensores dos membros - porém com 
tendência flexora​; ​recebe fortes sinais 
excitatórios do trato córtico espinhal, trato 
rubroespinhal e núcleos da base (dependente 
dessas estruturas). Ela contrabalança os sinais 
excitatórios da formação reticular pontino, 
fazendo a manutenção da postura normal 
Via Vestibular​: são tratos que saem dos 
núcleos vestibulares e podem atuar em conjunto com 
a formação reticular pontina; está relacionado com os 
músculos antigravitacionais axiais (postura)​, bem 
como contola seletivamente os sinais excitatórios a 
esses mms. 
Esses núcleos vestibulares recebem 
informações sensoriais de diversos locais​, como 
informações dos canais semicirculares e dos órgãos 
otolíticos do encéfalo, olhos, músculos, receptores 
cutâneos, tendões, articulações, cerebelo e N. 
vestibulococlear, integrando, portanto, informações 
vestibulares somatossensoriais e visuais. Dessa forma, 
atua no controle dos movimentos corpóreos 
(musculatura extensora) e nos movimentos oculares 
corretivos​, que compensam o movimento da cabeça, 
estabilizando a imagem visual durante a rotação da 
cabeça ​(Reflexo Vestíbulo-Ocular)​. 
Os núcleos vestibulares são divididos em duas 
porções, que inervam musculaturas diferentes: 
● Trato vestibuloespinhal medial​: inerva 
neurônios motores inferiores (NMI) cervicais 
e torácicos (bilateralmente), controlando os 
músculos cervicais e lombares superiores, bem 
como regula a posição da cabeça por ativação 
reflexa dos músculos do pescoço, em resposta 
à estimulação dos canais semicirculares, em 
função da aceleração rotacional da cabeça 
regula a posição da cabeça por ativação 
reflexa dos músculos do pescoço, em resposta 
à estimulação dos canais semicirculares, em 
função da aceleração rotacional da cabeça 
(Reflexo Vestíbulo-Ocular) 
● Trato vestibular lateral​: inerva NMI 
ipsilaterais excitando músculos extensores e 
inibindo flexores (atividade γ - tônus da 
musculatura flexora que têm função 
antigravitária), quando os órgãos otolíticos 
sinalizam desvios do estado de equilíbrio 
estável e da postura. 
Além disso, a via vestibular atua no reflexo 
vestíbulo-espinhal, que são movimentos reflexos do 
corpo que mantém a ​postura e estabiliza o corpo 
(reto); refere-se a reações que ocorrem abaixo do 
pescoço. Por exemplo, ao inclinar a cabeça para a 
direita a medula espinhal induz um efeito extensor 
nos músculos do lado direito e flexor do lado 
esquerdo do corpo, para que não haja perda de 
equilíbrio. 
Outrossim, essa via faz interações com a via 
córtico-espinhal (formando a ​via 
córtico-reticuloespinhal​), a qual cria um mecanismo 
antecipatório (proação), que é caracterizado pela 
antecipação da postura/equilíbrio da pessoa com o 
movimento que ela está prestes a fazer (ouplaneja 
fazer). Ex: ativação do gastrocnêmio antes do 
momento de puxar uma alavanca. 
 
OBS! ​Tanto os núcleos vestibulares como a formação 
reticular fornecem informações à medula que mantém 
a postura em resposta à distúrbios. As projeções 
diretas dos núcleos vestibulares garantem uma rápida 
resposta compensatória para uma instabilidade 
detectada pelo labirinto vestibular. Já formação 
reticular inicia ajustes que estabilizam a postura 
durante a manutenção dos movimentos. 
 
Via descendente lateral do TE 
Via Rubroespinhal​: o núcleo rubro está 
localizado entre os colículos superiores e inferiores; 
seus feixes atravessam a linha média do TE (no 
tegumento ventral - Decussação de Forel) e descem 
contralateralmente (pelo funículo lateral da medula), 
atingindo os NMI da medula espinal nas regiões mais 
laterais do corno anterior​. Existe uma grande 
interação da via corticoespinhal nessa via 
rubro-espinal, a fim de ter um controle maior das 
estruturas mais distais dos membros. Além disso, ele 
também recebe aferências do cerebelo. 
 
Córtex Motor Cerebral 
É caracterizado principalmente pelo lobo 
frontal, onde se localizam os neurônios motores ↑; 
essa área é dividida em 3 regiões: 
● Córtex Motor Primário (ou Área 4)​: localizado 
no giro pré-central 
● Córtex Pré-Motor (ou Área 6)​: fica na frente 
do giro pré-central e perto do sulco lateral 
● Área Motora Suplementar (também faz parte 
da Área 6)​: mais a frente da área motora 
primária e perto da fissura sagital 
Essas áreas 
apresentam uma via 
direta para a medula 
espinal e estão 
totalmente 
relacionadas ao 
controle motor. 
O córtex é, por sua vez, dividido em diferentes 
áreas (Áreas de Brodmann), de acordo com a estrutura 
arquitetônica das regiões (tipos de células, inervação, 
características e etc.) 
 
Córtex motor primário (4): ​Essa região 
apresenta um mapeamento do nosso corpo, a qual 
trata-se de uma ​organização somatotópica (mapa do 
corpo), essa organização cria o ​Homúnculo Motor de 
Penfield - representação do espaço ocupado de 
regiões do organismo na Área 4 proporcional em um 
humanoide, isso ocorre pois as musculaturas usadas 
em tarefas que requerem controle motor mais fino, 
ocupam mais área de representatividade na região 
cortical. As regiões mais próximas da borda do sulco 
lateral estão relacionadas com os mms distais; já as 
regiões mais anteriores (longes do sulco lateral), estão 
mais relacionados à inervação dos mms mediais. 
Os neurônios presentes nessa região 
apresentam ​baixo limiar de excitabilidade (pequeno 
estímulo elétrico gera um PA). 
A função do córtex motor primário é de 
estimular a contração muscular, estimular o tônus 
muscular, planejamento de movimentos, direcionar a 
força produzida. 
Ademais, outra forma de organização da Área 
4 é em camadas corticais, que são organizadas em 
números de I a VI, nos quais, cada camada possui 
neurônios que funcionam como um sistema de 
processamento integrativo, utilizando informações a 
partir de fontes múltiplas para determinar a resposta 
de saída da coluna. Além disso, cada coluna pode 
funcionar como um sistema de amplificação e 
estimular um grande número de fibras piramidais para 
o mesmo músculo (atingir várias fibras) ou músculos 
sinérgicos simultaneamente. 
I. Camada molecular​: 
II. Camada granular externa​: entrada de fibras de 
associação 
III. Camada piramidal externa​: saída de fibras 
para outras partes do córtex (associação de 
informações) 
IV. Camada granular interna​: entrada de aferentes 
específico (recebem informações 
principalmente do tálamo) 
V. Camada piramidal interna​: saída do ​Trato 
Córtico-espinhal​; camada em que apresenta os 
neurônios motores superiores do córtex motor 
1º, como as ​células de Betz (maiores 
neurônios do organismo) 
VI. Camada de células fusiformes​: saída de fibras 
para outras partes do córtex 
 
Os axônios dos neurônios da camada 5 descem 
pelos tratos corticobulbar e corticoespinhal, por onde 
passam pelo pedúnculo cerebral do mesencéfalo, 
correm pela base da ponte e chegando ao bulbo, onde 
formam as pirâmides bulbares. Alguns componentes 
dessa podem “desviar” dessa rota e ​inervar núcleos 
dos nervos cranianos, a formação reticular e o núcleo 
rubro e o núcleo basilar pontino​. O resto dos 
neurônios ou dos tratos piramidais fazem a 
decussação da pirâmides e formam o ​trato 
corticoespinhal lateral ou entram na medula sem 
cruzar essa via, formando o trato corticoespinhal 
ventral​ (vai ser explicado melhor depois). 
Os núcleos dos nervos cranianos que recebem 
informação do córtex motor (pela ​via corticobulbar​) 
são: nervo óptico, nervo trigêmeo (musculatura da 
mastigação), n. facial (inerva toda a musculatura da 
face), n. vestibulococlear (manutenção postural), n. 
glossofaríngeo (função motora na faringe), n. vago 
(atuação do SNA), n. acessório (mms do ECM e 
trapézio), n. hipoglosso (controle da língua). 
O córtex motor primário ​modula a ação dos 
neurônios motores e interneurônios do tronco e da 
ME para movimentos complexos e precisos; ele 
apresenta certas características, como provoca 
movimentos quando estimulada, possui atividade 
neuronal e fluxo sanguíneo aumentados precedendo e 
acompanhando a execução dos movimentos e provoca 
distúrbios motores quando lesada. 
 
OBS! ​Células de Vladimir Betz são células piramidais 
gigantes com grandes fibras mielinizadas encontradas 
apenas na Área 4; apresenta a taxa mais rápida de 
transmissão de quaisquer sinais do cérebro para a 
medula; forma o trato córtico-espinhal; 
 
Área Pré-Motora (6)​: Está presente na frente 
do giro pré-central na região mais próxima ao sulco 
lateral. Essa área apresenta padrões mais complexos 
de movimento (como posicionar os ombros e os 
braços), ​envia sinais para a área motora primária, 
núcleos da base, tálamo e para a via córtico-espina​l, 
bem como faz a ​sustentação para o controle motor 
fino​. 
Essa área pré-motora recebe informações 
multissensoriais diretas do ​lobo parietal​, estando 
relacionado com ações orientadas pela visão em 
alguns objetos. Além disso, essa região parece estar 
relacionado com respostas condicionadas (relação 
com o estímulo visual - relacionada a tarefas 
condicionadas a estímulos externos, por exemplo ter 
outra pessoa “mandando” como fazer tal tarefa) e 
parecem ​codificar intenção do movimento​. 
Sendo assim, essa área influencia o 
movimento através de ​conexões recíprocas com o 
Córtex Motor Primário e através de axônios que se 
projetam pelas ​vias córtico-bulbar e córtico-espinha​l. 
 
Área Motora Suplementar: ​contribui com a 
via corticoespinhal de 12 a 18%; produz ​movimentos 
complexos (movimentos sequenciais e simultâneos). 
Essa área apresenta ​conexões recíprocas com o ​córtex 
motor primário​, além de receber impulsos dos núcleos 
da base do córtex pré-frontal. 
Ademais, os neurônios dessa área iniciam 
atividades alguns segundos antes do movimento 
(​planejamento - idealização do movimento​), sendo 
também importante em ​tarefas condicionadas 
(estímulo interno, ex memória - programação de 
tarefas que já são conhecidas e coordenadas) e 
parecem ​codificar a intenção do movimento​. 
 
OBS! ​Dessa forma, resumindo, a ​área motorasuplementar e córtex pré-motor são responsáveis pelo 
planejamento e controle preciso de sequências 
complexas de movimentos voluntários​; bem como 
têm papéis importantes para a ​manutenção da postura 
durante o movimento voluntário iniciado pelo córtex 
motor primário. Para essas ações, elas utilizam 
informações de outras regiões corticais para 
selecionar movimentos apropriados ao contexto da 
ação. 
 
Aferências e o córtex motor 
Para a modulação do movimento feito pelo 
córtex motor, há ​aferência (informações) das ​áreas 
somatossensoriais (áreas 1, 2, 3, 5 e 7 de Brodmann) 
para esse córtex motor. Além disso, os NB também 
influenciam, mas mais relacionados aos movimento 
condicionados (planejamento e coordenação). 
Outrossim, o ​cerebelo faz ajustes para a execução 
mais fina dos movimento (temporização). 
 
Regiões motoras especializadas 
Existem regiões motoras especializadas do 
córtex cerebral humano que controlam funções 
motoras específicas, como: 
● Área de Broca: formação da palavra 
● Área de Wernicke: relacionada com a escolha 
das palavras 
● Área de movimento voluntário dos olhos 
● Área de rotação da cabeça 
 
Controle motor da expressão facial 
É responsável pelo ​N. facial ​(núcleo presente 
na ponte), que é modulado pelo córtex motor primário 
através da via corticobulbar​. Essa interação é feita da 
seguinte maneira: saem dois neurônios do córtex 
motor primário que inerva contralateralmente duas 
regiões de núcleos do nervo facial, uma região (mais 
medial) que estimula a parte de cima de um lado da 
face e a outra região (mais lateral) estimula a parte de 
baixo de um lado do rosto; ao mesmo momento, há 
um outro neurônio do lado oposto do córtex motor 1º, 
ou seja, do lado ipsilateral desses núcleos do nervo 
facial, que atinge a região medial desses núcleos 
(controla a parte superior de um lado da face). Da 
mesma maneira ocorre do outro lado da face. 
 
Sendo assim, a ​localização da fraqueza 
muscular facial fornece pistas importantes que 
indicam se a ​lesão envolve NMI do núcleo motor 
facial ​(e/ou seus axônios no nervo facial) ou as 
aferência de neurônios motores superiores do córtex 
cerebral​. Os tipos principais de paralisia facial são: 
● Paralisia central​: paralisia do sulco nasolabial 
e queda do lábio inferior, tendo preservação 
dos movimentos de testa e sobrancelha 
(paralisia de um quadrante inferior). Nesse 
tipo, houve lesão central da região do córtex 
contralateral​, onde se apresenta os neurônios 
superiores que inervam os núcleos do N. 
facial; a parte de cima não é afetada devido ao 
neurônio do córtex motor primário ipsilateral. 
● Paralisia de Bell​: Paralisia do sulco nasolabial 
e queda do lábio inferior, inabilidade de fechar 
os olhos e lacrimejamento palpebral, perda dos 
movimentos da testa (paralisia de metade da 
face). Nesse tipo de paralisia, ocorreu uma 
lesão na saída do nervo facial (após os seus 
núcleos), ​ou então lesão nos núcleos​, que 
impede a contração de toda face de um lado. 
 
 
Controle motor do resto da musculatura 
voluntária 
Esse controle é feito pela via corticoespinhal 
(ou via Piramidal)​. Essa via é formada por 30% do 
córtex motor primário​, 30% do ​córtex pré-motor e 
motor suplementar e 40% das áreas somatossensoriais 
(local de onde recebe as aferências do organismo - 
região parietal); a maior parte dessa via é cruzada nas 
pirâmides bulbares. 
Então, essa via se inicia no córtex, onde sai 
um feixe de fibras de axônio que formam a coroa 
radiada; esse aglomerado de fibras passam pela região 
posterior da cápsula interna, chegando ao 
mesencéfalo; neste local, as fibras descem pelo 
pedúnculo cerebral, chegando a ponte, passa por sua 
base e desce até o bulbo, onde forma as pirâmides 
bulbares; nesse momento, grande parte da ​via cruzam 
para lado oposto (75-90%) na decussação das 
pirâmides ​(chegam na ME no funículo lateral, 
formando o ​Trato corticoespinhal lateral​), já o resto 
das fibras ​descem a ME ipsilateralmente (desce pelo 
funículo anterior e formam o ​Trato corticoespinhal 
anterior​). Quando essa via chega ao tronco encefálico, 
algumas fibras vão inervando outros segmentos e 
“desviando” da rota, como dito anteriormente nesse 
resumo. 
● Trato corticoespinhal lateral​: faz sinapses com 
as ​porções mais laterais e intermediárias do 
corno anterior da medula espinhal, ou seja, faz 
sinapses com NMI da musculatura distal e 
coordena a atividade de interneurônios, bem 
como também pode fazer conexões com 
neurônios sensoriais 
● Trato corticoespinhal ventral​: faz sinapses nas 
regiões mais mediais do corno anterior da 
medula, sendo mais relacionada a inervação 
do esqueleto axial (postura) e de músculos 
proximais. Além disso, uma parte deste trato, 
na região mais cervical da medula, atravessa a 
medula, descendo pelo funículo medial 
contralateral e fazendo conexões com os 
neurônios mediais do corno anterior 
contralateral​. 
 
OBS! ​Vale ressaltar que uma parte (3-7%) das fibras 
que descem ipsilateralmente após o bulbo desviam do 
trato corticoespinhal ventral e descem pelo funículo 
lateral, fazendo conexões nas regiões laterais do corno 
anterior e, então, formando parte da Via cortico 
espinhal lateral do OUTRO hemisfério do córtex 
cerebral. 
 
 
 
Tratos corticais 
Então, resumindo, os tratos corticais podem 
ser divididos em: 
● Sistema lateral (conexões com NMI da região 
lateral do corno anterior da medula) 
○ Via corticoespinhal lateral 
○ Via rubroespinhal 
● Sistema medial (conexões com NMI da região 
medial do corno anterior da medula) 
○ Via corticoespinhal ventral 
○ Via corticoreticulo-espinhal 
○ Via tetoespinal 
○ Via vestibuloespinhal 
 
 
Efeito de lesões no Córtex Motor Primário e na 
Área Suplementar 
● Lesão no córtex motor primário​: o indivíduo 
terá incapacidade de executar ​movimentos 
finos e precisos 
● Lesão na Área suplementar e na Área 
pré-motora: ocorre a incapacidade de 
organizar e de planejar os movimentos numa 
sequência unificada, causando a ​apraxia 
(dificuldade de realizar tarefas voluntárias em 
uma sequência lógica) 
● Lesão na Via córtico-espinhal​: primeiramente 
tem um efeito agudo, que é a deficiência 
severa do movimento​; posteriormente, há um 
efeito tardio, que causa fraqueza nos flexores 
distais e incapacidade de mover os dedos (via 
rubro espinhal é ainda responsável pelas partes 
do movimento) 
● Lesão nos tratos laterais​: incapacidade de 
realizar o movimento fracionado ​(planejado 
em sequência); movimento voluntário muito 
lentificado 
 
Vias que atuam no Movimento balístico voluntário 
● Arremesso de uma bola: instruções descem do 
Córtex Motor 1º pelas vias laterais (Via 
Córticoespinhal) que ativam diretamente 
neurônios motores espinhais e os libera do 
controle reflexo, comunicando-se com as vias 
ventromediais (postura, movimento da cabeça, 
dos olhos e etc - Via reticuloespinhal, 
tetoespinhal, rubroespinhal) 
● Preparação para o arremesso da bola: antes do 
início do movimento é necessário o 
acionamento de uma sequência detalhada de 
movimento (pela Área Motora Suplementar), 
bem como uma posição detalhada do seu 
corpo em relação ao rebatedor (Sistema 
Somatossensorial, propriocepção e visual -Córtex somatossensorial, Córtex parietal 
posterior) e o Córtex pré-motor (estabilização 
do movimento) 
● Pensamento (idealização) do arremesso: 
córtex pré-frontal representa o nível mais alto 
da hierarquia do controle motor (decisões são 
tomadas acerca de quais ações realizar e as 
possíveis consequências); decisão sobre um 
plano intencionado. 
 
Além disso, outras estruturas também 
participam nessa ação motora, como os núcleos da 
base (aferências para a Área Suplementar Motora e 
ajustes para o controle motor), da área pré-motora 
(estabilização e postura do movimento). 
Sendo assim, resumindo para a execução dos 
movimento voluntários há: 
1. Decisão e intenção (córtex pré-frontal e área 
suplementar motora) 
2. Motivação (regiões frontais do córtex) 
3. Programação (núcleos da base e Área 
suplementar) 
4. Comando motor (córtex motor 1º e áreas 
pré-motoras) 
5. Ajustes posturais (cerebelo e sistema 
vestibular) 
6. Efetuação do movimento (NMI​) 
 
Alças corticais com os núcleos da base e com o 
cerebelo 
Os núcleos da base fazem conexões com o 
córtex motor e tem atuação na programação do 
movimento, nos planejamento, seleção das ações, 
hábitos e motivação do movimento (relação com o 
córtex pré-frontal). 
Já as alças corticais com o cerebelo atua na 
propriocepção do corpo, padrão temporal do 
movimento (tempo correto da execução sequencial do 
movimento) e erro de sinalização motora. 
 
Lesão nas Vias Motoras Descendentes: Síndrome 
do Neurônio Motor Superior 
Trata-se de ​lesões no neurônio motor do 
córtex ou na via motora descendentes​; ela é dividida 
em duas fases: 
Fase aguda​: caracterizada por ​flacidez 
imediata contralateral ​(hipotonia), chamada de choque 
espinal (↓ das aferências superiores), a qual é 
caracterizada por uma perda temporária de atividade 
reflexa dos neurônios motores inferiores por terem 
sido deprivados das aferências corticais 
repentinamente; há ​manutenção de certo controle do 
TE ​(projeções bilaterais das vias cortico-espinhais) 
Fase tardia​: fase crônica em que há uma 
pequena recuperação dos circuitos motores da ME, no 
qual aparece certos sinais como: 
● Sinal de Babinski​: ao passar um objeto 
pontiagudo na palma do pé (do calcanhar em 
direção ao dedão), há uma abertura anormal 
dos dedos em leque e extensão do dedão 
(normalmente ocorre a flexão dos dedos). 
● espasticidade​: aumento da atividade γ e tônus 
muscular muito elevado - hipertonia, bem 
como também há a ocorrência do clono 
(resposta motora oscilatória aos estiramentos 
do músculo em hipertonia); a causa provável 
dessa espasticidade é a remoção das 
influências inibitórias corticais sobre os 
centros reticulares (trato reticular pontino) e 
vestibulares do TE 
● perda da habilidade de realizar movimentos 
finos (perda do controle do NMS sobre o NMI 
que inerva musculatura distal). 
 
As lesões do neurônio motor superior podem 
ter características de Decorticação ou Descerebração: 
● Decorticação​: perda das influências corticais, 
em que o paciente apresenta certos sinais 
(presentes na imagem). 
● Descerebração​: perda da influência das regiões 
do cérebro, nesse caso, são afetados e 
interrompidos os tratos motores rubro-espinhal 
e córtico-espinhal (que faz a flexão dos 
músculos), diferente das vias vestibulares e 
reticulares pontinas, que deixam de ser 
inibidas pelas vias corticais e vias reticulares 
bulbares, respectivamente, promovendo, 
então, a sua ação extensora dos membros 
(visto na imagem).

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