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Fundamentos históricos teóricos e metodológicos do serviço social SERVIÇO SOCIAL DE CASOS A PERSPECTIVA EUROPEIA

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- -1
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS 
E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I
SERVIÇO SOCIAL DE CASOS: A 
PERSPECTIVA EUROPEIA
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Identificar os aspectos constitutivos do modelo de Serviço Social de Casos proposto por Gordon Hamilton;
2. distinguir as bases teórico-metodológicas do Serviço Social norte-americano e europeu;
3. reconhecer a crítica em torno do Serviço Social de Casos.
Como você estudou na aula anterior, o Serviço Social de Casos foi o primeiro movimento racional e sistemático
de análise da situação social dos indivíduos. Compreendeu um processo pelo qual se buscava:
• Desenvolver a personalidade através de ajustamentos realizados conscientemente entre indivíduos e o 
seu meio;
• estimular as pessoas para que desejassem modificar-se;
• influenciar as pessoas para participarem ativamente na solução dos seus próprios problemas.
Gordon Hamilton, professora da Universidade de Columbia – New York School of Social Work, assim como Mary
Richimond, também desenvolveu uma proposta de Serviço Social de Casos. O modelo de Serviço Social de Casos
é apresentado por esta autora em seu livro Teoria e Prática do Serviço de Casos, cuja primeira edição foi
publicada em 1940, num contexto marcado pelos ares da Segunda Grande Guerra e o advento da Lei do Seguro
Social.
É necessário que você compreenda que este modelo, tal como o proposto por Mary Richimond, foi revisto e
questionado sobretudo a partir do Movimento de Reconceituação, ou seja, não apresentam o perfil de profissão
que hoje buscamos consolidar através do Projeto Ético Político do Serviço Social.
Como você pôde observar, trata-se, como a aula anterior, de um resgate histórico das primeiras tentativas de
fundamentação teórico e metodológica para a profissão.
Vamos conhecer a proposta de Gordon Hamilton?
Atenção!
Fique atento aos questionamentos em torno das definições e concepções que a autora apresenta sobre o Serviço
Social e o seu objeto de intervenção.
1 Serviço social e uso no relacionamento
A maioria dos problemas...
•
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A maioria dos problemas do Serviço Social de Casos ocorre entre as pessoas, o que significa que o tratamento do
indivíduo abrange mais de uma pessoa e a família em particular.
O cliente...
O cliente é um participante responsável em todas as etapas de solução de seus problemas.
Atualmente não se usa a denominação “cliente”.
O termo atual é usuário do Serviço Social.
A essência...
A essência do processo de Serviço Social de Casos é atingir os objetivos do tratamento.
“O Serviço Social, sempre atento ao conceito de fato psicossocial, encontra sempre novas perspectivas e
oportunidades terapêuticas para sua missão tradicional de ajudar as pessoas nas suas experiências da vida. (...) o
cliente é estimulado a participar no estudo para resolver sua situação, visando seus próprios recursos e os da
comunidade de que sejam necessários ou favoráveis ao caso. Em circunstâncias favoráveis o Serviço Social de
Casos pode diminuir ou mesmo prevenir alguns aspectos deformantes da miséria ou das situações patológicas
ou acontecimentos traumatizantes que foram expostos. A interação da personalidade com o ambiente criou uma
profissão cuja a finalidade é auxiliar o indivíduo que tem problemas sociais (HAMILTON,1986:40).”
Você percebeu que este modelo pressupõe como base para a intervenção profissional conhecimentos da área da
Psicologia?
Esta compreensão se fundamenta a partir da constatação do que Hamilton (1986:19) denomina como
desvantagem do assistente social em tratar com as relações humanas, que são inatingíveis e complexas, e com os
sentimentos que cada um projeta nas mesmas.
Por outro lado, ressalta a autora, “o Serviço Social goza de uma vantagem, a de que os clientes possam exprimir
por palavras os seus problemas, devendo os assistentes sociais aprender a ouvi-los (HAMILTON, 1987:19).”
A adaptação da influência externa à vida interior pode levar ao um equilíbrio mais perfeito da personalidade total.
O homem é um organismo biológico – social: o “caso”.
O problema e o tratamento são sempre considerados pelo assistente social como um processo psicossocial.
Um caso social não é determinado pela natureza do cliente nem pode ser distinguido pela natureza do problema.
Um caso social é um fato humano no qual sempre existem fatores econômicos, físicos, mentais, emocionais e
sociais que atuam em maior ou menor intensidade. Um caso social é composto por fatores internos e externos ou
ambientais.
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“O assistente social deve ser uma pessoa de natureza agradável com jeito de fazer amizades, deve estar disposto
a entrar em contato com a experiência emotiva de outrem, a ouvir o ponto de vista que tem a respeito dos seus
problemas e de palmilhar pacientemente com ele o caminho para solução de dificuldade”
(HAMILTON, 1986, 45).
“Não é possível restringir a função do Serviço Social de Casos à simples modificação das condições “externas”,
pois o problema é, geralmente, interpessoal, além de social. Não somente é impraticável separar fatores
ambientais e emocionais, mas é preciso que as reservas psicológicas de cliente sejam utilizadas na compreensão
das situações reais” (HAMILTON, 1986:18).
2 Serviço é psicologia?
Para ajudar eficientemente aos outros, é preciso respeitar a pessoa humana, isto é, o seu direito de viver a
própria vida, usufruir de liberdade pessoal e política, de buscar a felicidade e de procurar os valores espirituais
que aspira.
A aplicação desse princípio significa que os assistentes sociais não devem impor aos clientes seus próprios ideais
e padrões de comportamento, com próprias soluções e princípios morais, mas sim conceder ao cliente o direito
de ser ele mesmo e de tomar suas decisões.
A essência da verdadeira filantropia é a reciprocidade, através da qual todos os indivíduos poderão desenvolver
sua capacidade e orientar suas atividades para o bem comum.
3 Serviço Social é filantropia?
O valor da alma humana e o papel do indivíduo na sociedade não são considerados superficialmente na cultura
americana.
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A civilização ocidental foi construída tendo por base certos valores, como justiça social, pesquisa científica da
verdade, ou o conhecimento, segurança social, deveres e responsabilidades de cada um e, mais ainda, a
dignidade da pessoa humana.
A ideia de que as relações entre assistente social e cliente são importantes, para ajudar a pessoa a ajudar-se (um
amigo e não uma esmola) é uma das mais remotas em serviço social de casos. Mas não é verdade que se deva
preferir a natureza ingênua da pessoa, nas relações humanas.
O Serviço Social de Casos tem por objetivo capital fazer com que o indivíduo participe plenamente do processo
de sua própria socialização.
“O Serviço Social, portanto, não nega o seu interesse pela criança quer esteja no próprio lar, quer num lar
substituto, pelo adolescente-problema, pelo imigrante ou trabalhador inválidos; mas ao mesmo tempo, não
pretende tratar dos casos e abstrair-se de modificar a estrutura do ambiente que causou os desajustamentos”
(HAMILTON, 1986:30). O Serviço Social procura sempre levar em conta as diferenças e dessemelhanças, tanto na
formação dos padrões, quanto na modificação dos mesmos.
“O Serviço Social, nos primeiros tempos, levou demasiado em conta as causas íntimas de desajustamento, porém
sabemos, por experiência, que para compreender profundamente um conjunto de relação humanas temos de ir
 (HAMILTON, 1986:24).às causas longínquas, a fim de chegarmos às próximas”
A personalidade ingênua deve disciplinar-se para o trabalho, para as necessidades sociais, para o casamento e
para vida religiosa. Deve ser disciplinada para ser eficiente integrada nos processos de grupo e individuais.
As relações profissionais não são meras associações de amizade. O contato não é sem objetivo. Os clientes trazem
ao serviço social de casos seus sentimentos, atitudes e comportamentos que experimentaram com outros.
A famíliaé importante, culturalmente falando, porque a pessoa tende a levar pelo mundo de atitudes adquiridas,
em grande parte, através do convívio familiar.
“O cliente tende a reagir ao Serviço Social de Casos ou ao Serviço Social de Grupo de acordo com atitudes
apreendidas no lar e condicionadas profissional e orientada para os objetivos em vista – isto é, para
compreender e entrar em contado com as necessidades dos clientes. As técnicas empregadas sem esse objetivo
profissional consciente de sanar uma determinada situação não seriam aceitáveis pela ética; e o ideal
democrático exige que não se imponham autoritariamente padrões à personalidade de outrem” (HAMILTON,
1985:29).
4 Problemas e programas sociais
Continuando com Hamilton, leia e reflita sobre os seguintes questionamentos da autora:
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Que espécie de problemas e de necessidade o Serviço Social abrange?
Quais são os métodos aplicados na solução dos mesmos?
O que devem saber os estudantes do Serviço Social para serem bons profissionais?
Questão social: pobreza; desemprego; migrações; ajuda a imigrantes; doenças; desajustamento familiar,
invalidez por incapacidade física e mental, ou por velhice, acidentes industriais, salário baixo, falta de recreação e
de habitação adequada e problemas de comportamento antissocial.
Hamilton afirma que esses problemas podem ser objeto de dois principais campos ou dois principais objetos do
Serviço Social, que são: O bem-estar físico e econômico, ou em outras palavras, um nível de vida digno e
confortável.
As palavras desajustamento familiar e conduta antissocial revelam a influência da perspectiva funcionalista no
modelo de Serviço Social proposto por Gordon Hamilton.
“Todas as profissões se interessam por esses objetivos, mas para a autora não há dúvidas de que o Serviço Social
assume em relação a eles uma posição de destaque, pois os fatores de segurança econômica e cultural estão
indissoluvelmente ligados ao comportamento humano. Essa relação estreita tem influenciado permanentemente
o Serviço Social, dando-lhe um caráter próprio, porém não totalmente diferenciado; daí a sua complexidade, suas
limitações, fazendo-o ao mesmo tempo uma profissão difícil e fascinante” (HAMILTON, 1986:27).
“Os mais eficientes programas baseiam-se no conhecimento de cada cliente, individualmente considerados pelos
técnicos, mas não sendo impostos. A verdade é que sabemos, ou poderemos conhecer mais a respeito dos seres
humanos do que sobre qualquer outro assunto. E, no entanto, muitos programas são executados excluindo a
reação individual” (HAMILTON,1986:27).
Você observou que a autora apresenta uma concepção de programas sociais focada no cliente, na reação
individual, no comportamento humano?
As questões sociais não se restringem a pessoa, mas devem ser compreendidas a partir das determinações
concretas da totalidade da realidade social.
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5 O processo de entrevista
“Sendo o relacionamento sempre presente no Serviço Social de Casos, quanto mais íntima a história e quanto
mais perturbada a pessoa, tanto mais essencial se torna que o relacionamento seja estreito, a fim de permitir o
(HAMILTON, 1986:49).conhecimento da personalidade” 
“Sabemos que o fato de saber-se compreendido não removerá todas suas dificuldades, porém tornará mais fácil,
em vez de falar dos acontecimentos do que dos sentimentos a respeito de si mesmo quanto àqueles mais
profundo e íntimos a respeito de si mesmo e de outros, que precisa analisar e reconhecer, a fim de reservar suas
dificuldades”
(HAMILTON,1986:49).
A palavra é o meio essencial para as relações interpessoais.
O domínio da técnica de entrevista é básico para o Serviço Social, tomado em seus aspectos.
6 Considerações éticas
“Toda assistente social está ligada à ética, a quatro espécies de obrigações: para com o cliente (assistido), para
com a sua agência, para com a comunidade e consigo mesmo. A responsabilidade do Serviço Social de Casos
submete a aceitação do cliente e o respeito a sua personalidade, como humano. Isto significa, entre outras coisas,
que o cliente não é o problema, mas uma pessoa com um problema (HAMILTON, 1986:56).
Nestas considerações se observa que Hamilton faz referência ao profissional como “a assistente social”,
ou seja, relaciona a intervenção profissional às mulheres, algo que ainda é presente, mas que
gradativamente vem sendo superado.
Outros aspectos que merecem destaque é a associação do cliente à pessoa assistida, o que revela a
presença ainda muito forte do assistencialismo.
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7 Considerações finais sobre Serviço Social de casos
• O Serviço Social de Casos ou Casework pressupôs uma intervenção profissional focada no indivíduo, ou 
melhor, na personalidade do cliente para propiciar as mudanças necessárias ao seu ajustamento no 
sistema vigente.
• Para Mary Richmond (1915), o diagnóstico social é o caminho para se definir a personalidade do cliente.
• Gordon Hamilton (1958) apresenta o diagnóstico como avaliação do assistente social sobre o tipo de 
situação vivenciada pelo cliente e a capacidade deste em resolvê-lo.
• Nestas duas propostas, a intervenção profissional fundamentada no funcionalismo se direciona para a 
solução de problemas objetivando a harmonia social.
• O Serviço Social de Casos caracterizou-se por um conjunto de técnicas, métodos, instrumentos e 
conhecimentos da Psicologia e Sociologia que atribuíram um caráter preventivo e promocional à 
intervenção profissional.
• Como veremos nas próximas aulas, este direcionamento para adaptação do homem ao meio não se 
limitou ao que foi denominado como Serviço Social de Casos, mas também se estendeu ao grupo e à 
comunidade.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
• A história do Serviço Social de Grupo;
• Gizela Konopka;
• Serviço Social de Grupo e ajuda psicossocial;
• avaliação e objetivos;
• técnicas e instrumentos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu sobre a distinção entre as bases teórico-metodológicas norte-americana e europeia do Serviço 
Social;
• estudou Gordon Hamilton e o serviço social de casos;
• identificou o serviço social e o uso do relacionamento;
• compreendeu o serviço social e o processo de entrevista;
• realizou uma análise crítica sobre o paradigma profissional apresentado por Gordon Hamilton.
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