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Farmacocinética: Absorção e Barreiras Fisiológicas

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Farmacologia - Aula 2 - Golan - Larissa Primo
Conceito!
A farmacocinética estuda o 
movimento do fármaco no 
organismo, ou seja, o caminho 
que ele vai percorrer, desde a 
via de administração até ele 
alcançar o seu ciclo de ação. 
É o que o corpo faz com o 
fármaco.
Introdução!
Um fármaco, para ser bem sucedido, deve ser capaz de atravessar as barreiras fisiológicas que existem 
no corpo para limitar o acesso das substâncias estranhas. A absorção dos fármacos pode ocorrer 
através de vários mecanismos desenvolvidos para explorar ou romper essas barreiras. Uma vez 
absorvido, o fármaco utiliza sistemas de distribuição dentro do organismo, como os vasos sangüíneos 
e os vasos linfáticos, para alcançar o seu órgão-alvo numa concentração apropriada. A capacidade do 
fármaco de ter acesso a seu alvo também é limitada por diversos processos que ocorrem no paciente. 
Esses processos são amplamente divididos em duas categorias: o metabolismo, em que o organismo 
inativa o fármaco através de degradação enzimática (primariamente no fígado), e a excreção, em que o 
fármaco é eliminado do corpo (principalmente pelos rins e pelo fígado, bem como pelas fezes).
Barreiras fisiológicas▪
O cerne hidrofóbico de uma membrana biológica representa uma importante barreira para o transporte dos fármacos. As 
pequenas moléculas não-polares, como os hormônios esteróides, são capazes de difundir-se facilmente através das 
membranas. Entretanto, muitos fármacos terapêuticos são grandes e polares o suficiente para tornar esse mecanismo de 
transporte através da membrana ineficaz.
Obs: O fármaco, para se difundir bem no sangue, deve ser hidrossolúvel mas, para ultrapassar a membrana plasmática 
precisa também ser um pouco lipofílico. Se for muito lipofílico, não vai conseguir se distribuir e iria ficar no meio extra-celular. 
Difusão através da membrana ▪
Na ausência de outros fatores, um fármaco irá penetrar numa célula até que as concentrações intracelular e extracelular deste
fármaco sejam iguais. A velocidade de difusão depende do gradiente de concentração do fármaco através da membrana e da 
espessura, área e permeabilidade da membrana. Uma maior concentração do fármaco fora da célula normalmente tende a
favorecer a entrada efetiva deste fármaco na célula; entretanto, se tanto o interior da célula quanto o fármaco tiverem cargas 
negativas, é possível que a sua entrada efetiva na célula seja impedida. Um fármaco de carga positiva exibe a tendência 
elétrica oposta, de modo que a sua entrada na célula é favorecida. 
Sequestro pelo pH▪
"Aprisionamento iônico"
O fármaco depois que sai do estômago e cai no sangue, como a maior proporção dele vai ser A- (forma ionizada), não 
consegue voltar pois tem carga. A difusão efetiva de fármacos ácidos e básicos através das membranas com dupla camada 
lipídica também pode ser afetada por esse fenômeno associado à carga. O grau de seqüestro de um fármaco em um dos 
lados da membrana é determinado pela constante de dissociação de ácido (pKa) do fármaco e pelo gradiente de pH através 
da membrana. Para os fármacos fracamente ácidos, a forma protonada do fármaco que predomina no ambiente altamente 
ácido do estômago é eletricamente neutra. Essa forma do fármaco sem carga tem mais tendência a atravessar as duplas 
camadas lipídicas da mucosa gástrica, acelerando a absorção do fármaco. 
Janela terapêutica▪
Faixa de concentração plasmática mínima para ter efeito sobre a concentração máxima, ou seja, é a faixa de doses 
Farmacocinética
 Página 1 de Prova 1 
Faixa de concentração plasmática mínima para ter efeito sobre a concentração máxima, ou seja, é a faixa de doses 
(concentrações) de um fármaco que produz uma resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade), numa 
população de pacientes. 
Absorção❖
Transferência do fármaco do seu local de administração para o compartimento central. É a quantidade do fármaco que 
consegue alcançar a circulação sistêmica (amplitude). A absorção assegura a penetração do fármaco no sangue, para tanto o 
fármaco deve atravessar as membranas biológicas. 
Exemplo: Se o fármaco for ingerido ele vai passar pelo trato gastrointestinal e vai chegar ao intestino. Então as 
microvilosidades intestinais são epitélio que possui vasos sanguíneos. Dessa forma, o fármaco terá que atravessar essas 
microvilosidades para alcançar o vaso sanguíneo, o endotélio do vaso possui células que permeiam e o forma. O fármaco vai 
ter que atravessar essa bicamada lipídica que é a membrana celular dessas células que compõem o endotélio. 
O fármaco pode atravessar o epitélio por:
Transporte ativo - depende de um transportador e possui gasto de ATP.✓
Transporte paracelular✓
Difusão - a favor do gradiente sem gasto de ATP. ✓
Difusão facilitada - Depende de uma proteína transportadora e não possui gasto de ATP.✓
Pinocitose ✓
OBS: A maior parte é dada por transporte passivo, sendo influenciada pelo pH.
OBS: Para fármacos que dependem do transporte ativo: 
O transporte ativo utiliza proteínas, ou seja, em algum momento ele pode ser saturado . Se eu tiver muita molécula vai faltar
transportado para transportar. Existem transportadores específicos como os OCT (transportadores de cátions orgânicos) e 
OAT (transportador de ânion orgânico). Esses transportadores são de difusão facilitada mas, existem aqueles que utilizam 
ATP. Então, pode ocorrer saturação e inibição competitiva. Então tem que ter um maior cuidado na hora de administrar os que 
usam transportadores, devido à possível competição que pode ocorrer. Existem também a família da glicoproteína P que são 
transportadores de expulsão, o fármaco atravessa e ela expulsa como forma de defesa da célula. Por isso, as vezes, alguns 
indivíduos desenvolvem resistência e começa a expressar muitas dessas glicoproteínas. 
pH: A maioria dos fármacos são ácidos (melhores absorvidos no estômago por causa do pH ácido) ou bases (melhores 
absorvidos no intestino) fracas. Significa que eles podem estar em dois estados, ionizados e não ionizados. Mas para ele 
atravessar a membrana o melhor estado é o NÃO ionizado, apolar e sem carga. Porque a membrana da célula é polarizada e 
tem carga + ou - então, isso atrapalha. Então, o que influencia nisso tudo? O PH DO MEIO! O pH do meio vai influenciar o 
estado em que a molécula está e consequentemente a passagem pela membrana. Então, quando ela está dissociada, ela tem 
carga. Um ácido quando está dissociado não vai atravessar facilmente a membrana porque ele terá carga e a base é o 
contrario, a base passa mais facilmente quando ela está dissociada. É bom lembrar que quando o ácido tem carga só vai 
dificultar a entrada porque ele vai ser repelido então, o pH do meio vai influenciar e o Pka também. O pka refere-se a molécula. 
Então, todo o fármaco tem o numero de pka dele. O pka é a porcentagem da forma ionizada de um fármaco em função do pH 
do meio. Então, o pka é o pH onde tem 50% na forma ionizada e 50% na forma não ionizada. Quanto mais extremos os Pkas, 
menos vai ser a absorção. Pois, quanto mais baixo o pka, o ácido é MUITO forte e quanto mais alto o pka a base é muito forte.
Ácidos e bases fortes são MENOS absorvidos. Então, pkas intermediários conseguem ser mais absorvidos. 
▪
Pka = pH+log [HA]/A-
 
 Página 2 de Prova 1 
Fatores associados ao fármaco que influenciam na absorção:▪
Forma farmacêutica1.
Lipossolubilidade2.
Peso molecular3.
Grau de ionização4.
Concetração5.
Via de administração6.
Dissolução do fármaco7.
Fatores associados ao paciente que influenciam na absorção:▪
Vascularização do local1.
Superfíce de contato2.
A área3.
Enfermidade4.
Biodisponibilidade: ▪
É a porcentagem do fármaco que é absorvida, ou seja, que alcança a circulação sistêmica. A via de administração do fármaco, 
a sua forma química e certos fatores específicos do paciente — como transportadores e enzimas gastrintestinais e 
hepáticos — combinam-se para determinar a biodisponibilidade de um fármaco. Essa definição de biodisponibilidade baseia-se 
nofato importante de que a maioria dos fármacos alcança seus locais de ação moleculares e celulares diretamente a partir da 
circulação sistêmica. Dependendo da via de administração, se for oral, por exemplo, pode alcançar a circulação porta hepática 
e no fígado pode sofre o chamado metabolismo de primeira passagem. As vias de administração que vão possuir esse 
metabolismo são principalmente a oral e a retal. São as que mais sofrem "perda de concentração" do fármaco porque ele vai 
passar pelo fígado antes de ser distribuído pela circulação sistêmica. 
Fatores que afetam a biodisponibilidade:-
Fatores que afetam a absorção1.
Preparação do fármaco2.
pH3.
Quantidade4.
Velocidade de administração....5.
Em termos quantitativos, a biodisponibilidade é definida da seguinte maneira:
Biodisponibilidade = Quantidade de fármaco que alcança a circulação sistêmica / Quantidade de fármaco 
administrado. 
 Biodisponibilidade após a dose única de um fármaco. 
Um fármaco administrado por via intravenosa torna-se imediatamente disponível na circulação. Em contrapartida, as outras 
vias de administração (por exemplo, oral, subcutânea e intramuscular) resultam na entrada mais lenta do fármaco no sangue. 
Além disso, as outras vias de administração devem considerar a biodisponibilidade — por exemplo, muitos fármacos 
administrados por via oral não são totalmente absorvidos ou sofrem metabolismo de primeira passagem no fígado. Se um 
fármaco tiver uma biodisponibilidade de 100%, a quantidade total do fármaco que irá alcançar a circulação sistêmica será a 
mesma para todas as vias de administração; entretanto, as vias não-intravenosas irão necessitar de um maior período de 
tempo para alcançar uma concentração máxima do fármaco no plasma. Se a biodisponibilidade de uma forma posológica por 
via oral, subcutânea ou intramuscular for inferior a 100%, será necessário aumentar a dose do fármaco para que a quantidade 
total que irá alcançar a circulação sistêmica seja igual àquela de uma dose intravenosa. Observe que a quantidade total de 
fármaco que alcança a circulação sistêmica pode ser quantificada, ao integrar o gráfico da área sob a curva (ASC) da 
concentração plasmática do fármaco versus tempo.
 Página 3 de Prova 1 
concentração plasmática do fármaco versus tempo.
OBS: Como calcular a biodisponibilidade:
Exemplo - Tomei um comprimido de 100mg, 70% foi absolvido. Ou seja, eu já perdi 30% na absorção. Então, 70mg foi 
absolvido, so que dessas 70, 20% passou pela corrente sanguínea pelo metabolismo de primeira passagem. Quanto que 
sobrou na corrente sanguínea? 56mg. Então 56mg é a biodisponibilidade. 
Eliminação de primeira passagem:▪
O efeito da eliminação hepática na primeira passagem sobre a biodisponibilidade é expresso como a razão de extração.
GOLAN, David E. col. Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacologia. 3ª edição. 2014.
 Página 4 de Prova 1

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