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Guia completo sobre 
a telemedicina
Introdução
3
Apesar de não ser uma prática nova 
no meio médico, a telemedicina 
tornou-se muito mais popular no 
Brasil desde março deste ano.
A Portaria 467/20, publicada pelo 
Ministério da Saúde, dispos sobre a 
regulamentação dessa modalidade 
no país em caráter de exceção, 
enquanto houver necessidade de 
enfrentamento da pandemia do 
coronavírus.
Por se tratar de algo recém-
regulamentado, ainda há muitas 
dúvidas sobre o assunto. Por isso, 
neste ebook você encontrará todas 
as informações que precisa para se 
inteirar a respeito dele.
Acompanhe para entender como a 
telemedicina pode ser implantada no 
seu consultório e quais os cuidados 
devem ser tomados. Vamos lá! 
Como surgiu a 
telemedicina?
4
5
Como já citamos, a telemedicina é 
uma prática antiga que antecede 
o advento e a popularização da 
internet no mundo.
Trata-se, por essência, de uma 
modalidade impulsionada pela 
necessidade de comunicação 
entre médicos e pacientes e entre 
profissionais de saúde. 
O primeiro registro que se tem 
notícia na história data de 1910, 
quando foi registrada a invenção do 
estetoscópio eletrônico. S. G. Brown 
publicou o artigo “A Telephone 
Relay” no jornal londrino “Journal of 
the Institution of Electrical Engineers” 
relatando a sua experiência.
Ele havia conseguido criar 
amplificadores, receptores e 
repetidores capazes de transmitir 
sinais em uma distância de até 50 
milhas. 
Anos depois, a criação do telégrafo 
e da telegrafia fez com que a 
comunicação à distância ganhasse 
nova proporção. Já no século XIX, 
tornou-se comum o envio de laudos 
de exames de radiografia entre 
localidades distintas.
A possibilidade de compartilhamento 
dessas informações ampliou 
o acesso de médicos a novas 
visões e deu um passo a mais em 
direção ao amplo acesso à saúde, 
6
independentemente da região 
geográfica.
Tal avanço só entrou em declínio 
após o surgimento do telefone. Os 
aparelhos passaram a ser usados 
pelos médicos em atendimentos 
hospitalares no final do século XIX. 
Além das ligações telefônicas 
propriamente ditas, a invenção ainda 
permitiu a transmissão de dados de 
exames de eletrocardiograma por 
meio das redes. Tal fato foi crucial 
para que as equipes médicas de 
todo mundo conseguissem tratar 
vários casos de emergência com 
sucesso.
O avanço das redes de rádio foi 
crucial para salvar vidas durante a 2ª 
Guerra Mundial. Há relatos histórico 
que evidenciam que esse meio de 
comunicação foi usado para ligar 
equipes médicas de diferentes 
locais para amenizar os efeitos do 
isolamento causado pelo conflito.
O primeiro registro da prática da 
telemedicina por meio de um 
sistema computacional, algo mais 
próximo do que conhecemos hoje, 
ocorreu na década de 1970. Nesta 
época, a NASA iniciou uma parceria 
com provedores de serviços médicos 
para desenvolver um sistema de 
saúde computadorizado.
7
O projeto “Space Technology Applied 
to Rural Papago Health Care (STAR-
PAHC)” foi descontinuado cinco anos 
depois, mas deixou um legado muito 
importante.
Ainda na mesma década, centros 
médicos europeus começaram a 
testar a transmissão de dados para 
diagnóstico para atendimentos 
em áreas remotas. A iniciativa 
foi adotada por países como a 
Groelândia para superar os desafios 
do distanciamento geográfico.
Este avanço gradual da modalidade 
da telemedicina culminou na 
criação da American Telemedicine 
Association (ATA) em 1993. A 
instituição, sediada em Washington, 
foi fundamental para que os debates 
sobre o assunto ganhassem mais 
corpo e passassem a ser mais 
pautados.
Avanços no Brasil
À exemplo do restante do mundo, o 
Brasil passou a adotar práticas mais 
consistentes de telemedicina a partir 
da década de 1990. 
A empresa Telecardio deu início à 
transmissão remota de exames de 
telecardiograma em 1994. 
Um ano depois, o InCor criou o 
ECG-FAX, um serviço de análise de 
8
laudos de eletrocardiograma por 
profissionais do hospital. 
Paralelamente, a rede Sarah criava 
uma rede de videoconferências para 
que a equipe médica de todas as 
unidades passassem a compartilhar 
informações. 
As cidades de Recife e Curitiba 
sediaram o surgimento das primeiras 
práticas de teleassistência (home 
care) e teleducação.
O arquivamento de imagens e 
informações hospitalares e o 
monitoramento de pacientes à 
distância foram dois grandes 
avanços que contribuíram para maior 
divulgação da telemedicina no país.
Atualmente, a recente 
regulamentação da prática fez com 
que milhares de profissionais de 
todo país começassem a buscar 
alternativas para atendimento dos 
seus pacientes. 
A adoção do método em clínicas 
e instituições hospitalares das 
redes pública e privada deve se 
popularizar nos próximos meses. 
Dia a após dia, os benefícios dessa 
modalidade começarão a ser 
percebidos por profissionais de 
diversas especialidades. 
Mas afinal, 
o que é 
telemedicina?
10
Depois de entender um pouco 
mais sobre o contexto histórico da 
telemedicina, é provável que você 
já tenha maior compreensão sobre 
esse conceito.
Ao contrário do que algumas 
pessoas pensam, essa modalidade 
não se restringe apenas aos meios 
digitais. Trata-se de um conceito 
mais amplo que engloba toda e 
qualquer prática médica realizada de 
forma remota.
Basta estudar a origem do termo 
para se ter uma noção melhor sobre 
isso. O prefixo “tele” tem origem 
no idioma grego e faz referência 
à “distância”. Ou seja, a qualquer 
interação que aconteça entre 
médicos em localidades diferentes.
A Resolução nº 1.643/2002 do 
Conselho Federal de Medicina define 
a telemedicina como: “o exercício 
da Medicina através da utilização 
de metodologias interativas de 
comunicação audiovisual e de 
dados com objetivo de assistência, 
educação e pesquisa em saúde”.
Dessa forma, pode-se afirmar 
que ela é uma das ações que 
compõem o contexto mais amplo da 
telessaúde.
Enquanto a telemedicina é um dos 
ramos da Medicina e, portanto, 
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1643_2002.htm
11
obviamente só pode ser exercidos 
por médicos, a telessaúde é 
muito mais ampla. Esse segundo 
conceito se refere à utilização 
de sistemas de informação, 
comunicação e tecnologia em 
geral na área saúde.
Ou melhor dizendo, a telessaúde 
pode ser desempenhada 
por qualquer profissional do 
ramo, inclusive, em rotinas 
administrativas dos serviços de 
saúde.
Entenda 
mais sobre o 
assunto
12
13
À essa altura da leitura é provável 
que você já tenha notado que a 
telemedicina não é apenas um 
tipo de procedimento médico. 
Na verdade, trata-se de uma 
modalidade muito ampla que tem 
diversos conceitos agregados.
Por isso, queremos destacar alguns 
termos que estão ligados ao assunto 
para que você entenda as diferenças 
entre eles de uma vez por todas. 
Vamos lá!
Teleorientação
A teleorientação tem sido 
fundamental para combater o 
avanço do coronavírus no país. 
Portanto, é uma das modalidades 
mais difundidas atualmente entre a 
comunidade médica.
Como é possível supor pelo próprio 
termo, consiste na orientação de 
pacientes de maneira remota. Ou 
melhor, segundo este modelo, o 
médico faz uma espécie de triagem 
inicial à distância com os pacientes.
Havendo necessidade, ele deve os 
encaminhar para o atendimento 
presencial subsequente.
Trata-se de uma prática muito útil 
para momentos semelhantes em 
que o estamos vivendo, pois ajuda 
a dar apoio às pessoas, sem que 
14
elas tenham necessidade de romper 
com o isolamento social que se faz 
necessário.
Telemonitoramento
O telemonitoramento é tipo de 
atendimento por telemedicina muito 
usado para prestar assistência à 
pacientes crônicos. 
Em casos como estes, geralmente, 
é necessário que haja um 
monitoramento constante do estado 
de saúde para que o tratamento seja 
mais bem-sucedido.
Desse modo, após o atendimento 
presencial, o médico passa a fazer 
contato telefônico ou a utilizar 
a tecnologia como aliada para 
avaliação constante dos avanços doquadro clínico.
O telemonitoramento tem inúmeras 
vantagens para os pacientes 
crônicos. Pesquisam indicam 
que sua adoção pode reduzir os 
riscos de reinternação e os custos 
assistenciais.
Além disso, propicia mais qualidade 
de vida para o paciente. Isso 
acontece uma vez que ele passa a 
conviver com a doença de forma 
mais controlada, aumentando o 
seu bem-estar e, na maioria dos 
casos, contendo os avanços da 
15
enfermidade.
A prática é igualmente vantajosa 
para o médicos. Além de ter 
baixo custo de implementação, 
ainda permite a ampliação dos 
atendimentos e melhor suporte à 
casos complexos.
Teleinterconsulta
Outro tipo de ação que pode ser 
de grande valia para abordagem 
de casos complexos é a 
teleinterconsulta.
Essa ação diz respeito à troca 
de informações e opiniões entre 
médicos para que haja auxílio 
diagnóstico ou terapêutico. 
Consultar um segundo especialista 
ou uma equipe médica de 
especialidades complementar 
aumenta as chances de sucesso 
do tratamento e amplia os 
conhecimentos técnicos. Além 
disso, permite maior segurança nas 
decisões e reforço de diagnósticos 
assertivos.
Pode-se perceber, então, que se 
trata de uma atitude muito vantajosa 
para os profissionais e para os 
pacientes.
Benefícios da 
Telemedicina
16
17
Tanto a saúde pública como a 
privada podem se beneficiar do 
advento da telemedicina. Isso porque 
a tecnologia e a comunicação atuam 
como pontes entre pacientes e 
médicos, ampliando a assistência 
médica.
Listamos 6 benefícios da 
telemedicina para que você 
compreenda mais sobre a 
importância de adotá-la em seu 
consultório.
1) Universalização da saúde
É sabido que há uma desigualdade 
na distribuição de médicos no Brasil. 
Uma pesquisa feito pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) a partir do Cadastro Nacional 
de Estabelecimento de Saúde 
(DataSUS) apontou mais detalhes 
sobre esse problema.
De acordo com esse estudo, 
Amazonas, Acre, Amapá, Pará e 
Maranhão apresentavam em 2019 
os menores índices de distribuição 
de médicos para cada 100 mil 
habitantes entre todos os estados do 
país.
Tal cenário pode ser amenizado com 
apoio da telemedicina. A adoção de 
atendimentos à distância é capaz 
de fazer com especialistas entre 
em contato com pacientes de todas 
18
as partes do Brasil, sem limitações 
geográficas.
Desta forma, amplia-se o acesso 
à saúde, universalizando os 
atendimentos.
2) Redução de custos
Atender pacientes remotamente 
pode significar a redução de vários 
custos fixos do seu consultório. 
Suprimir contratos como a 
locação de uma sala e os custos 
de manutenção dela (luz, água, 
condomínio, etc.) pode ter grande 
impacto no seu orçamento financeiro.
Além dos gastos com o negócio, há 
ainda uma redução em custos de 
cunho pessoal. Como exemplo disso 
podemos citar os valores investidos 
com combustível para ir trabalhar e 
com estacionamento.
Além disso, práticas como o envio de 
laudos por meio da internet reduzem 
os custos de envios de arquivos, tais 
como Correios ou entregadores. 
3) Fidelização de pacientes
Muitos médicos de todo país 
resolveram suspender o atendimento 
presencial dos seus consultórios 
devido ao contexto do país ou até 
mesmo por decisão pessoal.
19
Durante esse período de isolamento, 
é preciso redobrar a atenção em 
relação ao fluxo de pacientes da sua 
clínica.
Manter contato com os seus 
pacientes por meio da telemedicina 
permitirá que você se aproxime 
ainda mais deles e mostre apoio em 
um momento tão decisivo.
Na prática, essa é uma maneira 
de estreitar o relacionamento 
com os pacientes, reforçando a 
sua autoridade para conduzir os 
tratamentos deles.
Assim, é possível imaginar que a 
consequência natural disso é a maior 
fidelização da base de pacientes do 
seu consultório.
Possivelmente, os resultados disso 
serão ainda mais fáceis de perceber 
após o fim da pandemia da Covid-19. 
Os profissionais que investirem na 
otimização dos seus atendimentos 
colherão excelentes frutos deste 
trabalho. 
4) Continuidade de 
tratamento
Dar continuidade ao atendimento 
dos pacientes, mesmo durante o 
período de isolamento social, é 
uma das principais vantagens dessa 
modalidade.
20
Existem diversas doenças 
crônicas que podem evoluir sem o 
acompanhamento médico. Por isso, 
a ajuda desse profissional torna-se 
essencial num momento como estes.
Para facilitar o entendimento sobre 
isso, vamos citar como exemplo os 
quadros de depressão e ansiedade. 
Pacientes com esses transtornos 
devem ser monitorados de perto 
pelos psiquiatras que os atendem 
para que possam assegurar o seu 
bem-estar.
Por meio da telemedicina, é possível 
se certificar sobre o quadro deles 
e fazer a devida teleorientação, 
encaminhando os casos mais graves 
para o atendimento presencial. 
5) Compartilhamento de 
informações
O compartilhamento de informações 
por meio da teleinterconsulta pode 
fazer com que o médico aprofunde 
mais o conhecimento sobre a sua 
especialidade.
Poder discutir um caso complexo 
com outro profissional da área é uma 
experiência enriquecedora.
As plataformas de telemedicina 
permitem que médicos 
compartilhem informações sobre 
casos complexos, aumentando a 
21
assertividade dos tratamentos e 
ampliando a visão técnica sobre 
casos desafiadores. 
6) Agilidade na entrega de 
laudos
A emissão de laudos à distância é 
muito vantajosa para pacientes e 
profissionais de saúde. Enquanto os 
primeiros se beneficiam muito da 
agilidade na entrega dos resultados 
de exames, os últimos ganham com 
a agilidade na emissão dos laudos.
Compor um laudo pode ser uma 
tarefa trabalhosa e que exige 
conhecimento especializado. 
Quando isso passa a ser feito de 
forma remota, o profissional ganha 
mais tempo para analisar apenas 
o resultado e estudar o quadro do 
paciente.
Além disso, clínicas pequenas 
podem ampliar a especialidades 
atendidas por meio da adoção 
dos laudos compartilhados pela 
telemedicina.
Implicações 
éticas e 
jurídicas
22
23
Até aqui falamos sobre as vantagens 
da adoção da telemedicina em 
consultórios e hospitais públicos e 
privados. Mas, como tudo na vida 
tem dois lados, temos o dever 
de alertar você também sobre as 
implicações éticas e jurídicas sobre 
esse tipo de atendimento.
Assim como qualquer prática 
médica, deve-se ater às normas 
éticas para a correta prestação de 
atendimento dos pacientes.
Seguindo algumas orientações, você 
perceberá que é fácil minimizar os 
riscos. Veja o que você deve fazer 
para isso:
1) Evite o risco de vazamento 
de dados
O vazamento de dados médicos é 
um grave - além de um problema 
ético, é crime. Por isso, antes de 
iniciar qualquer tipo de atendimento 
por meio da telemedicina, você deve 
certificar que a plataforma é segura.
Adotar ferramentas tais como 
Zoom ou o Google Meet não é 
recomendado. Por mais famosas 
que essas alternativas sejam, é 
muito comum encontrar relatos 
sobre o vazamento de informações e 
clonagem de contas.
24
Assegure-se que não há risco de 
segurança da informação optando 
pela adoção de um software médico 
próprio para essa finalidade. Assim, 
você evita dores de cabeça e garante 
a segurança das informações dos 
seus pacientes. 
2) Registre o prontuário do 
paciente
Tal como acontece em um 
atendimento presencial, o 
preenchimento do prontuário médico 
é obrigatório. Por isso, é importante 
que o médico conte com uma 
plataforma própria para isso.
Quando se está fazendo um 
atendimento remoto pela internet, 
dificilmente, o profissional 
conseguirá conversar com o paciente 
e fazer registros em papel.
Logo, o ideal mesmo é contar com 
um sistema de prontuário eletrônico 
que facilite esse registro de forma 
digitalizada. 
Além de ser mais prático, esse 
tipo de software ainda resguarda 
as informações com segurança, 
eliminando a necessidade do 
armazenamento da papelada. 
Um bom prontuário eletrônico é 
mais do que uma ferramenta para 
digitalização dos atendimentos. É 
https://blog.imedicina.com.br/seguranca-de-softwares-medicos-tudo-o-que-voce-precisa-saber/25
também uma ferramenta capaz de 
otimizar a gestão do seu consultório 
de ponta a ponta.
3) Informe o paciente 
sobre as peculiaridades do 
atendimento
Se por um lado a telemedicina não 
é novidade para a comunidade 
médica, por outro, boa parte dos 
brasileiros está tendo a primeira 
vivência com essa prática agora.
Portanto, muitos ainda desconhecem 
como funcionam os atendimentos 
por meio da teleorientação e 
podem ficar inseguros com algum 
tipo de abordagem, se não forem 
devidamente orientados.
Para evitar quaisquer riscos de 
processos éticos e jurídicos no 
futuro, é essencial adotar um 
Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido para compartilhamento 
antes do atendimento.
Esse documento, com validade 
jurídica, tem o intuito de deixar 
registrado que o paciente foi 
informado sobre como funciona a 
prática da telemedicina.
Obviamente, deve ser acompanhado 
por uma orientação prévia do 
profissional. Um bate-papo objetivo 
e com linguajar voltado para o 
26
público leigo é capaz de repassar 
as principais informações sobre o 
assunto.
Contar com esse tipo de segurança 
no seu consultório pode dar mais 
segurança jurídica para você atuar e 
aumentar o índice de satisfação do 
paciente com o seu consultório. 
Tanto pacientes quanto médicos só 
têm a ganhar com isso.
4) Honorário médicos 
compatíveis
Assim que a telemedicina foi 
regulamentada no Brasil, muitos 
médicos passaram a se perguntar 
se as teleorientações poderiam ser 
cobradas.
O Conselho Federal de Medicina 
(CFM) recentemente se posicionou 
sobre o assunto para esclarecer 
a confusão causada pela portaria 
467/20.
Apesar de não expressar 
explicitamente que as consultas 
podem ser cobradas, o artigo 
2° do documento afirma que as 
ações de telemedicina podem ser 
feitas no âmbito do SUS, na Saúde 
Suplementar e na Saúde Privada. Ou 
seja, entende-se que a cobrança é 
permitida.
27
Especialistas em direito da saúde 
orientam que honorários abusivos, 
como por exemplo, o recebimento 
pela emissão remota de um laudo 
ou relatório médico, não devem ser 
praticados. 
O mais adequado é que o médico 
faça a cobrança tal como ocorre em 
uma consulta habitual e presencial. 
Usar o mesmo parâmetro do 
atendimento tradicional evitará 
passivos jurídicos passado a 
pandemia.
O profissional precisa ter em mente 
que a consulta em si não mudou. 
A única diferença é em relação 
ao meio de realização. Logo, deve 
ser justo na cobrança dos seus 
honorários, evitando abusos nos 
valores ou desvalorização do próprio 
serviço. 
5) Use certificado digital para 
emissão de receitas médicas
O artigo 6° da Portaria 467/20 do 
Ministério da Saúde permite a 
emissão de receitas médicas com 
uso da assinatura digital - desde que 
corretamente regularizada por uma 
empresa certificadora.
Desde a sua publicação, médicos 
de todo país podem assinar as 
receitas médicas digitalmente para 
validar os documentos, sem que haja 
28
necessidade de contato presencial.
Essa mudança dá mais flexibilidade 
para os atendimentos da 
teleorientação, sem diminuir a 
segurança jurídica dos documentos. 
Desde 2001, quando foi criada a 
Infraestrutura de Chaves Públicas 
Brasileira - ICP Brasil, os documentos 
assinados com o apoio de um 
certificado digital tem a mesma 
validade jurídica que o papel.
Agora, tal validação foi estendida 
para a prática médica. A adoção 
deste recurso é uma importante 
maneira de reforçar os atendimentos 
à distância, potencializando o 
isolamento social tão necessário 
neste momento.
Qualquer paciente que chegar à 
farmácia com uma receita eletrônica 
deve ser atendido normalmente. 
Nenhum estabelecimento pode se 
negar a aceitar um arquivo como 
esse.
Existem diversas redes de drogarias 
que já estão preparadas para 
a adoção deste método e têm 
atendido a demanda dos pacientes 
sem empecilhos. 
29
Como começar 
a atender 
por meio da 
telemedicina?
30
Diante de todas as vantagens que 
listamos, é bem provável que você 
já esteja considerando adotar a 
telemedicina como alternativa para 
adoção em seu consultório.
Você já viu que as implicações 
éticas e jurídicas são facilmente 
contornáveis tomando alguns 
cuidados simples. Agora, vamos 
orientá-lo sobre o que você deve 
observar antes de de adotar 
qualquer sistema de telemedicina.
Saiba o que você deve avaliar ao 
contratar uma plataforma:
1) Segurança dos dados
Já mencionamos anteriormente, 
que a segurança dos dados do 
paciente é um requisito fundamental 
em qualquer plataforma de 
telemedicina.
Em termos práticos, as soluções 
mais indicadas são aquelas cujas 
as informações estão hospedadas 
em nuvens. Isso acontece porque 
fornecedores desse serviço têm 
compromissos muito sérios com a 
privacidade dos dados.
Os clouds têm estruturas mais 
sólidas de controle adequado das 
permissões de uso, impedindo a 
divulgação de quaisquer dados 
referentes ao paciente.
31
Dessa forma, são muito mais seguros 
que os softwares instalados em seu 
computador como, por exemplo, o 
Zoom.
Um outro recurso que confere mais 
segurança à plataforma é o uso do 
protocolo https. 
A inclusão do “S” na URL quer 
dizer que o link em questão possui 
um certificado e que senhas 
criptografadas foram geradas. Assim, 
as informações transmitidas entre 
o seu computador e a página não 
podem ser rastreadas.
2) Controle da sala
Ter total controle sobre os usuários 
da sala de videoconferência é 
fundamental para assegurar a 
confiabilidade do sistema que você 
está usando.
Plataformas como o Google Meet, 
por exemplo, em que qualquer 
pessoa pode adicionar convidados 
à uma sala já criada não devem ser 
usadas com essa finalidade.
Garanta a sua segurança e do 
seu paciente por meio da adoção 
de um sistema com controle por 
meio de tokens. Assim, você evita 
acessos indevidos e, consequentes, 
vazamentos de dados.
32
Outro recurso adicional que pode ser 
usado com a mesma finalidade é o 
registro do IP de acesso do médico e 
do paciente. 
3) Acesso ao prontuário
Mesmo que você já tenha 
informatizado o seu consultório e 
utilize o prontuário eletrônico, é 
importante se certificar que o seu 
software de telemedicina permite 
rápido acesso aos arquivos do 
paciente.
O ideal é que o prontuário digital 
conste na mesma janela da 
teleorientação e não em uma aba 
separada. Desta maneira, você será 
mais produtivo e otimizará o seu 
tempo durante a consulta. 
Além disso, esse fato dará mais 
segurança para acesso e registro dos 
dados do paciente. 
4) Criptografia na conexão de 
vídeo
Além de ter um ambiente seguro 
para registro das informações, 
é importante que o software 
de telemedicina tenha também 
resguardo em relação à conexão de 
vídeo em si.
A melhor opção para isso é o uso 
da criptografia de ponta a ponta. A 
33
adoção deste recurso evita que o 
sistema possa armazenar qualquer 
tipo de dado sobre a chamada, seja 
ele de áudio e/ou vídeo.
Portanto, sistemas que contam esse 
tipo de funcionalidade são mais 
seguros e evitam dores de cabeça 
no futuro. Resguardam a privacidade 
de todos os envolvidos, assim como 
deve ser. 
5) Integração com ações de 
relacionamento
De nada adianta contar com um 
sistema robusto de telemedicina, 
se os seus pacientes não tomarem 
conhecimento disso. 
Logo, é importante adotar práticas 
de relacionamento e marketing 
médico para maior adesão da sua 
base de pacientes.
Funcionalidades com o 
agendamento online em um site 
médico podem facilitar a divulgação 
dos seus atendimentos. 
Elas dão mais comodidade e 
praticidade para os pacientes 
marcarem suas consultas de 
qualquer lugar e em qualquer 
horário.
Telemedicina: 
perspectivas e 
avanços
34
35
Um dos assuntos mais discutidos 
entre a classe médica atualmente diz 
respeito ao futuro da telemedicina 
no Brasil passada a pandemia da 
Covid-19.
Antes da regulamentação em caráter 
de exceção, muitos profissionais 
tinham receio dessa prática, pois 
acreditavam que ela mecanizaria 
os atendimentos, indo em rumo 
contrário àmissão médica. Agora, 
alguns deles já passam a enxergar 
essa modalidade com outros olhos.
Fato é que essa experiência, 
possivelmente, terá como legado 
uma melhor percepção sobre o uso 
da tecnologia no ramo da Medicina. 
Sem a telemedicina, a atuação dos 
profissionais de saúde continua a 
mesma. Agora, se retirarmos os 
médicos da prática da telemedicina, 
a modalidade se esvazia e perde o 
sentido.
Portanto, precisamos ressaltar que a 
tecnologia em si é apenas um meio 
para viabilizar as consultas. A razão 
dos atendimentos continua e sempre 
será sendo a prática médica.
Os atendimentos presenciais não 
deixarão de existir em um futuro 
próximo. A telemedicina não é uma 
ameaça à medicina tradicional. 
Na verdade, deve ser vista como 
36
mais uma aliada para aproximar 
médicos e pacientes e permitir a 
universalização da saúde.
37
Conheça a 
solução de 
telemedicina 
do iMedicina 
38
O iMedicina oferece uma plataforma 
para teleorientação integrada com 
prontuário eletrônico e agendamento 
online totalmente gratuita.
Desde a explosão da pandemia do 
COVID-19, estamos 100% focados em 
otimizar ainda mais o contato entre 
médicos e pacientes. 
A plataforma foi desenvolvida em 
conjunto com 70 desenvolvedores 
da comunidade de tecnologia de 
Belo Horizonte, que atuaram em 
solidariedade desde o início da 
pandemia, para entregar essas 
soluções o mais rápido possível.
Queremos conectas bons 
médicos aos seus pacientes por 
meio do nosso sistema para que 
ambos resguardem a sua saúde. 
Acreditamos que esse é o melhor 
caminho para manter a população 
acolhida e segura em casa durante 
este momento.
O diferencial da solução de 
telemedicina do iMedicina é a 
integração com um sistema de 
gestão completo para o seu 
consultório.
Por meio dele, você poderá otimizar 
os três pilares mais importantes para 
o sucesso de qualquer consultório 
médico: atração, atendimento e 
fidelização. Assim, além de viabilizar 
39
os atendimentos à distância, você 
ainda otimiza a gestão da sua clínica.
Para se registrar e começar a usar o 
sistema agora mesmo, basta acessar 
o nosso site e criar o seu cadastro.
Gostou do e-book? Para receber 
mais dicas sobre a telemedicina, 
acesse o nosso blog. 
https://imedicina.com.br/telemedicina/
http://blog.imedicina.com.br
40
Sobre o iMedicina 
O iMedicina é responsável por fornecer soluções ERP, marketing e CRM para 
clínicas e consultórios de todo país, apoiando-se em 3 grandes pilares: atração, 
atendimento e fidelização de pacientes. 
Está no mercado desde 2016 e é uma das 10 maiores empresas de tecnologia em 
saúde, segundo a Distrito.me. Participa do programa ScaleUp da Endeavor, junto 
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