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Farmacodinâmica: Ligação Fármaco-Receptor

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Farmacologia - Aula 4 - Golan/Goodman e Gilman - Larissa Primo
Introdução!
Atualmente, 90% dos fármacos quando exercem sua ação necessitam 
interagir com um receptor, que é uma macromolécula ou parte de uma 
macromolécula que tem a capacidade de reconhecer determinadas estruturas 
no nosso organismo e codificar o sinal gerado pela ligação dessa substância. 
E esse compreende a um grupo maior chamado drogas específicas. Existe 
uma classe menor de fármacos chamados fármacos inespecíficos que 
exercem sua ação quando eles modificam a propriedade físico-química das 
células. As substâncias inespecíficas promovem um efeito sem a presença de 
um receptor. 
Conceito!
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no 
conceito da ligação fármaco–receptor. 
Quando um fármaco ou um ligante 
endógeno (por exemplo, um hormônio ou 
um neurotransmissor) liga-se a seu 
receptor, pode ocorrer uma resposta como 
consequência dessa interação de ligação. 
Quando já existir um número suficiente de 
receptores ligados (ou “ocupados”) sobre 
uma célula ou no seu interior, o efeito 
cumulativo dessa “ocupação” dos 
receptores pode tornar-se aparente nessa 
célula. Em algum momento, todos os 
receptores podem estar ocupados, e pode-
se observar então uma resposta máxima. 
Principais tipos de receptores de fármacos➢
A maioria das interações fármaco–receptor atualmente elucidadas podem ser classificadas, em sua maioria, em seis 
grandes grupos. Esses grupos compreendem as interações entre fármacos e (1) canais iônicos transmembrana, (2) 
receptores transmembrana acoplados a proteínas G intracelulares, (3) receptores transmembrana com domínios citosólicos 
enzimáticos, (4) receptores intracelulares, incluindo enzimas, reguladores da transcrição e proteínas estruturais, (5)
enzimas extracelulares e (6) receptores de adesão de superfície celular. 
Quatro tipos principais de interações entre fármacos e receptores. 
As interações fármaco–receptor podem ser divididas, em sua maioria, em quatro grupos. A. O fármaco pode ligar-se a 
canais iônicos que se estendem pela membrana plasmática, produzindo uma alteração na condutância do canal. B. Os 
receptores hepta-helicoidais que se estendem através da membrana plasmática estão acoplados funcionalmente a 
proteínas G intracelulares. Os fármacos podem influenciar as ações desses receptores através de sua ligação à superfície 
extracelular ou à região transmembrana do receptor. C. O fármaco pode ligar-se ao domínio extracelular de um receptor 
transmembrana e causar uma alteração de sinalização no interior da célula, por meio da ativação ou inibição de um domínio 
intracelular enzimático da molécula do receptor. D. Os fármacos podem sofrer difusão através da membrana plasmática e 
ligar-se a receptores citoplasmáticos ou nucleares. Trata-se freqüentemente da via utilizada pelos fármacos lipofílicos (por 
exemplo, fármacos que se ligam a receptores de hormônios esteróides). Alternativamente, os fármacos podem inibir 
enzimas no espaço extracelular, sem a necessidade de atravessar a membrana plasmática (não mostrado).
Canais iônicos (receptores inotrópicos) A.
O próprio canal iônico tem o sítio de ligação dessa forma, a molécula se liga nesse canal. A passagem de íons e de outras 
moléculas hidrofílicas através da membrana plasmática é necessária para numerosas funções celulares. Esses processos 
são regulados por canais transmembrana especializados. As funções dos canais iônicos são diversas, incluindo funções 
fundamentais na neurotransmissão, na condução cardíaca, na contração muscular e na secreção. Por conseguinte, os 
fármacos cuja ação é direcionada para os canais iônicos podem exercer impacto significativo sobre as principais funções 
orgânicas. São utilizados três mecanismos principais na regulação da atividade dos canais iônicos transmembrana. Em 
alguns canais, a condutância é controlada pela ligação do ligante ao canal. Em outros canais, essa condutância é regulada 
por mudanças de voltagem através da membrana plasmática. Em outros canais ainda, a condutância é controlada pela 
ligação do ligante a receptores de membrana plasmática que estão de algum modo fixados ao canal. O primeiro grupo de 
canais é conhecido como regulado por ligante, o segundo grupo, como regulado por voltagem, e o terceiro, como regulado 
por segundo mensageiro. A maioria dos canais iônicos compartilha uma certa semelhança estrutural, independentemente 
de sua seletividade para íons, magnitude de condutância ou mecanismos de ativação (regulação) ou inativação. Os canais 
iônicos tendem a ser macromoléculas semelhantes a tubos, constituídas por certo número de subunidades proteicas que 
atravessam a membrana plasmática. O domínio de ligação do ligante pode ser extracelular, localizado dentro do canal, ou 
intracelular, enquanto o domínio que interage com outros receptores ou moduladores é, com mais frequência, intracelular. A 
característica principal desse receptor ligado a canal iônico é que a velocidade dele é na faixa de milissegundos, ou seja, é
uma velocidade muito rápida então, as substâncias apresentam um efeito muito rápido, como por exemplo, o receptor 
nicotínico de acetilcolina regulado por ligante. 
Farmacodinâmica
 Página 1 de Prova 1 
nicotínico de acetilcolina regulado por ligante. 
Receptor acoplado a proteína GB.
Os receptores acoplados à proteína G representam a classe mais abundante de receptores no corpo humano. Esses 
receptores, que estão expostos na superfície extracelular da membrana celular, atravessam a membrana e possuem 
regiões intracelulares que ativam uma classe singular de moléculas de sinalização, denominadas proteínas G. (As proteínas 
G são assim designadas em virtude de sua ligação aos nucleotídios de guanina, GTP e GDP.) Os mecanismos de 
sinalização acoplados à proteína G estão envolvidos em numerosos processos importantes, incluindo visão, olfação e 
neurotransmissão. Todos os receptores acoplados à proteína G possuem sete regiões transmembrana dentro de uma única 
cadeia polipeptídica. Cada região transmembrana consiste em uma única hélice alfa, e essas hélices alfa estão dispostas 
em um modelo estrutural característico, que se assemelha em todos os membros dessa classe de receptores. O domínio 
extracelular dessa classe de proteínas contém habitualmente a região de ligação do ligante, apesar de alguns receptores 
acoplados à proteína G ligarem ligantes dentro do domínio transmembrana do receptor. Uma das principais funções das 
proteínas G consiste em ativar a produção de segundos mensageiros, isto é, moléculas de sinalização que transmitem o 
sinal fornecido pelo primeiro mensageiro — habitualmente um ligante endógeno ou um fármaco exógeno — a efetores 
citoplasmáticos. A via mais comum associada às proteínas G consiste na ativação de ciclases, como a adenilil ciclase, que 
catalisa a produção do segundo mensageiro, o 3ʼ,5ʼ-monofosfato de adenosina cíclico (cAMP), e a guanilil ciclase, que 
catalisa a produção do 3ʼ,5ʼ-monofosfato de guanosina cíclico (cGMP).
Ativação de uma proteína G mediada por receptor e a sua interação resultante com efetores. 
A. No estado de repouso, as subunidades alfa e betal-gama de uma proteína G estão associadas entre si, e o GDP está 
ligado à subunidade alfa. B. A ligação de um ligante extracelular (agonista) ao receptor acoplado à proteína G determina a 
troca de GDP por GTP na subunidade alfa. C. A subunidade beta-gama dissocia-se da subunidade alfa, que se difunde 
para interagir com proteínas efetoras. A interação da subunidade alfa associada ao ATP com um efetor ativa este efetor. 
Em alguns casos (não ilustrados), a subunidade beta-gama também pode ativar proteínas efetoras. Dependendo do subtipo 
de receptor e da isoforma específica de Galfa, a Galfa também pode inibir a atividade de uma molécula efetora. A 
subunidade alfa possui atividade intrínseca de GTPase, que resulta em hidrólise do GTP a GDP. Isso leva à reassociação 
da subunidade alfa com a subunidade beta-gama, dando início a um novo ciclo.
ReceptortransmembranaC.
A terceira classe importante de alvos celulares para fármacos consiste em receptores transmembrana que transduzem uma 
Receptor nicotínico de acetilcolina regulado por ligante.
A. O receptor de acetilcolina (ACh) da membrana plasmática é 
composto de cinco subunidades — duas subunidades alfa, uma 
subunidade beta, uma subunidade gama e uma subunidade sigma. 
B. A subunidade gama foi removida para mostrar a estrutura 
esquemática interna do receptor, demonstrando que ele forma um 
canal transmembrana. Na ausência de ACh, a comporta do receptor 
está fechada, e os cátions (mais especificamente íons sódio [Na+]) 
são incapazes de atravessar o canal. C. Quando a ACh liga-se a 
ambas as subunidades alfa, o canal abre-se, e o sódio pode seguir 
ao longo de seu gradiente de concentração para dentro da célula. 
 Página 2 de Prova 1 
A terceira classe importante de alvos celulares para fármacos consiste em receptores transmembrana que transduzem uma 
interação de ligação com ligantes extracelulares numa ação intracelular através da ativação de um domínio enzimático 
ligado. Esses receptores desempenham diversos papéis num conjunto diverso de processos fisiológicos, incluindo 
metabolismo, crescimento e diferenciação celulares. Os receptores que possuem um domínio enzimático intracelular podem 
ser divididos em cinco classes principais, com base no seu mecanismo citoplasmático de ação (Fig. 1.7). Todos esses 
receptores consistem em proteínas que atravessam uma única vez a membrana, ao contrário do modelo que atravessa sete 
vezes a membrana encontrado nos receptores acoplados à proteína G. Muitos receptores com domínios citosólicos 
enzimáticos formam dímeros ou complexos de múltiplas subunidades para a transdução de seus sinais. Muitos dos 
receptores com domínios citosólicos enzimáticos modificam proteínas pela adição ou remoção de grupos de fosfato de 
resíduos de aminoácidos específicos, a fosforilação. A grande carga negativa dos grupos de fosfato pode alterar 
drasticamente a estrutura tridimensional de uma proteína e, conseqüentemente, modificar a atividade dessa proteína. Além 
disso, a fosforilação é um processo facilmente reversível, permitindo, desse modo, que esse mecanismo de sinalização 
possa atuar especificamente no tempo e no espaço. 
Receptores com Tirosinofosfatases ▪
Receptores Associados a Tirosinocinase▪
Receptores com Serina/Treoninocinases▪
Receptores com Guanilil Ciclases▪
Receptores Associados a Tirosinocinase▪
Receptores intracelularesD.
As enzimas constituem um alvo citosólico comum, e muitos fármacos que são dirigidos para enzimas intracelulares 
produzem seus efeitos ao alterar a produção enzimática de moléculas sinalizadoras ou metabólicas críticas. Muitos 
inibidores lipofílicos de moléculas de transdução de sinais citosólicas estão em fase de desenvolvimento, incluindo 
fármacos cujos alvos consistem em mediadores da apoptose (morte celular programada) ou da inflamação. Os fatores 
reguladores da transcrição são receptores citosólicos importantes, que atuam como alvos para fármacos lipofílicos. Todas 
as proteínas no organismo são codificadas pelo DNA. A transcrição do DNA em RNA e a tradução do RNA em proteínas 
são controladas por um conjunto distinto de moléculas. A transcrição de muitos genes é regulada, em parte, pela interação 
entre moléculas de sinalização lipossolúveis e fatores reguladores da transcrição. Devido ao papel fundamental 
desempenhado pelo controle da transcrição em muitos processos biológicos, os reguladores da transcrição (também 
denominados fatores da transcrição) constituem os alvos de alguns fármacos importantes. Os hormônios esteróides formam 
uma classe de fármacos lipofílicos que têm a capacidade de sofrer rápida difusão através da membrana plasmática e 
exercer suas ações através de sua ligação a fatores da transcrição no citoplasma ou no núcleo. Assim como a forma de um 
fator de transcrição determina que fármacos aos quais irá se ligar, a sua forma também estabelece o local onde o fator de 
transcrição irá se fixar no genoma e quais moléculas co-ativadoras ou co-repressoras irão se ligar ao fator. Por meio da 
ativação ou inibição da transcrição, alterando, dessa maneira, as concentrações intracelulares ou extracelulares de 
produtos gênicos específicos, os fármacos dirigidos para os fatores de transcrição podem ter um profundo impacto sobre a 
função celular. As respostas celulares a esses fármacos e os efeitos que decorrem dessa resposta celular nos tecidos e 
sistemas orgânicos estabelecem ligações entre a interação molecular fármaco–receptor e os efeitos do fármaco sobre o 
organismo como um todo. Como a transcrição gênica é um processo relativamente lento (minutos a horas) e de longa 
duração, os fármacos cujos alvos consistem em fatores de transcrição freqüentemente necessitam de um maior período de 
tempo para o início de sua ação; além disso, possuem efeitos mais duradouros do que os fármacos que alteram processos 
mais transitórios, como a condução de íons (segundos a minutos).
Enzimas extracelularesE.
Muitos receptores importantes de fármacos são enzimas cujos sítios ativos estão localizados fora da membrana plasmática. 
O ambiente fora das células é constituído por um meio de proteínas e moléculas de sinalização. Enquanto muitas dessas 
proteínas desempenham um papel estrutural, outras são utilizadas na comunicação da informação entre células. Por 
conseguinte, as enzimas que modificam as moléculas que medeiam esses sinais importantes podem influenciar processos 
fisiológicos, como a vasoconstrição e a neurotransmissão. Um exemplo dessa classe de receptores é a enzima conversora 
de angiotensina (ECA), que converte a angiotensina I no poderoso vasoconstritor angiotensina II. Os inibidores da ECA são 
fármacos que inibem essa conversão enzimática e que, portanto, reduzem a pressão arterial. 
Receptores de adesão de superfície celularF.
Com freqüência, as células precisam interagir diretamente com outras células para o desempenho de funções específicas 
ou a comunicação de informações. Algumas funções importantes que exigem interações de adesão entre células incluem a 
formação dos tecidos e a migração das células imunes para um local de inflamação. A região de contato entre duas células 
é denominada adesão, e as interações de adesão entre células são mediadas por pares de receptores de adesão sobre as 
superfícies de cada célula. Em muitos casos, vários desses pares de receptor–contra-receptor combinam-se para assegurar 
uma adesão firme, e os reguladores intracelulares controlam a atividade dos receptores de adesão ao modificar a sua 
afinidade ou ao controlar sua expressão e localização sobre a superfície celular. Vários receptores de adesão envolvidos na 
resposta inflamatória são alvos interessantes para inibidores seletivos. 
Farmacologia dos receptores➢
O uso básico da farmacologia dos receptores é a curva dose-resposta, uma ilustração do efeito observado de um fármaco 
em função de sua concentração no compartimento receptor. A curva alcança um valor assintótico máximo quando o 
fármaco ocupa todos os locais de receptores. A faixa de concentração necessária para ilustrar totalmente a relação dose-
resposta costuma ser muito larga. A maioria das curvas de dose-resposta possuem três propriedades básicas: limiar, 
 Página 3 de Prova 1 
resposta costuma ser muito larga. A maioria das curvas de dose-resposta possuem três propriedades básicas: limiar, 
inclinação e assíntota máxima, parâmetros que caracterizam e quantificam a atividade do fármaco. 
Em geral os fármacos podem fazer duas coisas com os receptores: se ligar a eles e possivelmente alterar seu 
comportamento em relação ao sistema célula hospedeira. A primeira função é governada pela propriedade química de 
afinidade, regida pelas forças químicas que promovem a associação do fármaco com o receptor. A segunda é governada 
por uma quantidade denominada de eficácia, a eficácia é a informação codificada na estrutura química de umfármaco que 
promove a alteração do receptor quando o fármaco está ligado. 
Teoria clássica dos receptores➢
A teoria de ocupação dos receptores, na qual admite-se que a resposta se origina de um receptor ocupado por um fármaco, 
se baseia na lei de ação das massas, com acréscimo de constantes de modificação. O agonismo foi descrito pela 
modificação desse modelo por Ariëns (1954), Stephenson (1956) e Furchgott (1966). Stephson introduziu outro conceito 
importante, o de estímulo, que é o efeito inicial de um fármaco sobre o próprio receptor; o estímulo é então processado 
pelo sistema para resultar na resposta observável. O antagonismo serviu de modelo para Gaddum (1937,1957) e Schild 
(1957) para determinar a afinidade dos antagonistas. A afinidade é medida pela constante de dissociação do equilíbrio do 
complexo fármaco-receptor Kd; a fração de receptores ocupados pelo fármaco é determinada pela concentração do 
fármaco e pela Kd. A eficácia intrínseca é uma constante de proporcionalidade E que define o poder de indução de resposta 
do fármaco. O produto de ocupação, eficácia intrínseca e número total de receptores resulta no número total de estímulos 
mediados pelos receptores dados pelo sistema. 
Transmissão do estímulo receptor pelo tecido-alvo➢
A ativação de um receptor por um fármaco pode ser concebida com um sinal inicial que é a seguir amplificado pela célula. 
Diferentes células tem diferentes propriedades de amplificação; desse modo, um sinal fraco de um receptor pode não 
produzir respostas visíveis em um tipo de célula e um sinal poderoso em outro. As propriedades de amplificação da célula 
(denominadas capacidade de estímulo-resposta) controlam o resultado observado na interação fármaco-receptor. O fato de 
saber se determinado fármaco ativa ou inibe o seu alvo e com que intensidade ele o faz fornece valiosas informações sobre 
a interação. Os agonistas são moléculas que, através de sua ligação a seus alvos, produzem uma alteração na atividade 
desses alvos. Os agonistas integrais ligam-se a seus alvos e os ativam até o grau máximo possível. Por exemplo, a 
acetilcolina liga-se ao receptor nicotínico de acetilcolina e induz uma alteração de conformação no canal iônico associado 
ao receptor, de um estado não-condutor para um estado totalmente condutor. Os agonistas parciais produzem uma 
resposta submáxima através de sua ligação a seus alvos. Os agonistas inversos causam inativação de alvos 
constitutivamente ativos. Os antagonistas inibem a capacidade de ativação (ou inativação) de seus alvos por agonistas 
fisiológicos ou farmacológicos. Os fármacos que bloqueiam diretamente o sítio de ligação de um agonista fisiológico são 
denominados antagonistas competitivos. Os fármacos que se ligam a outros sítios na molécula do alvo e que, portanto, 
impedem a alteração de conformação necessária para a ativação (ou inativação) do receptor podem ser antagonistas não-
competitivos. 
Teoria clássica de ocupação dos 
receptores.
O fármaco A se liga ao receptor R para 
formar um complexo AR, o sinal 
proximal a partir do qual é processado 
pela célula para produzir uma resposta 
observável. A ocupação do receptor é 
dada pelo isotermo de adsorção de 
Langmuir: [A]/([A] + Kd). A amplitude do 
sinal para cada receptor ligado é 
determinada pela eficácia E, que é 
multiplicada pela concentração do 
receptor [R] pra produzir o estímulo total 
mediado pelo receptor. A ligação 
fracionária ao receptor e a resposta final 
fracionária são mostradas em função da 
concentração de fármaco, [A].
A concentração de fármaco que 
produz 50% da resposta 
máxima quantifica a atividade 
do fármaco sendo denominada 
de CE50 (concentração eficaz 
para 50% da resposta.
 Página 4 de Prova 1 
competitivos. 
Na célula 1 que amplifica o estímulo de modo relativamente fraco, o fármaco A produz uma resposta tecidual total e seria 
classificado como agonista total. O fármaco B produz uma resposta tecidual parcial (submáxima) e seria um agonista 
parcial. O fármaco C não produz resposta, mas no entanto ocupa o receptor, que por conseguinte, faria antagonismo aos 
efeitos do fármaco A ou B; seria denominado de antagonista. Quando os mesmos fármacos são testados na célula 2, que 
possui um mecanismo de estímulo-resposta com um acoplamento mais eficiente, o fármaco A permanece como agonista 
total, o fármaco B se torna um agonista total e o fármaco C, que apresentava eficácia insuficiente para causar resposta 
fisiológica na célula 1, agora é um agonista parcial. As propriedades dos fármacos não foram alteradas, apenas a 
eficiência do sistema de sinalização mudou. Desse modo, a classificação dos fármacos também muda. Tal evolução 
continua quando esses fármacos são testados na célula 3, que tem um mecanismo de sinalização ainda mais eficiente e 
agora todos os fármacos agem como agonistas totais. 
O que os fármacos fazem depende do receptor e de suas proteínas de sinalização associadas; a classificação pela 
amplitude do efeito fisiológico pode ser seriamente equivocada quando os fármacos são testados em uma forma celular 
para uso terapêutico em outra. A alternativa é classificar os fármacos de acordo com a amplitude de suas propriedades 
moleculares: afinidade pelo receptor e eficácia quando ligados. 
Antagonistas▪
Os antagonistas podem ser categorizados com base na sua ligação a um sítio do receptor para o agonista (antagonistas 
dos receptores) ou interrupção da sinalização do complexo agonista–receptor por outros meios (antagonistas sem 
receptores). Os antagonistas dos receptores podem ligar-se ao sítio do agonista (ativo) ou a um sítio alostérico no 
receptor; em ambos os casos, eles não afetam a atividade basal do receptor (isto é, a atividade do receptor na ausência 
do agonista). Os antagonistas de receptores também podem ser divididos em antagonistas reversíveis e irreversíveis, 
isto é, antagonistas que se ligam a seus receptores de modo reversível e antagonistas que se ligam irreversivelmente. 
Quando o agonista compete com o ligante pela sua ligação ao sítio agonista, é denominado antagonista competitivo, um 
antagonista competitivo liga-se reversivelmente ao sítio de um receptor. Ao contrário do agonista, que também se liga ao 
sítio ativo do receptor, o antagonista competitivo não estabiliza a conformação necessária para a ativação do receptor. Por 
conseguinte, o antagonista bloqueia a ligação do agonista a seu receptor, enquanto mantém o receptor em sua 
conformação inativa; a presença de altas concentrações do agonista pode superar o antagonismo competitivo. Os 
antagonistas não-competitivos no sítio do agonista ligam-se de modo covalente ou com afinidade muito alta ao sítio 
agonista, de modo que até mesmo concentrações elevadas do agonista são incapazes de ativar o receptor. Os 
antagonistas dos receptores em sítio alostérico ligam-se ao receptor em um local distinto do sítio agonista. Não competem 
diretamente com o agonista pela ligação ao receptor, porém alteram a Kd para a ligação do agonista ou inibem a resposta 
do receptor à ligação do agonista. Em geral, a presença de concentrações elevadas do agonista não é capaz de reverter o 
efeito de um antagonista alostérico. Os antagonistas sem receptores são divididos em duas categorias. Os antagonistas 
químicos seqüestram o agonista e, por conseguinte, impedem a interação do agonista com o receptor. Os antagonistas 
fisiológicos induzem uma resposta fisiológica oposta àquela do agonista, porém através de um mecanismo molecular que 
não envolve o receptor do agonista.
 Página 5 de Prova 1 
Tipos de antagonistas dos receptores. -
Ilustração esquemática das diferenças entre antagonistas nos sítios agonista (ativo) e alostérico.
A. O receptor inativo não-ligado.
B. O receptor ativado pelo agonista. Observe a mudança de conformação induzida no receptor pela ligação do agonista, por 
exemplo, a abertura de um canal iônico transmembrana. 
C. Os antagonistas no sítio agonista ligam-se ao sítio agonista do receptor, porém não ativam o receptor;esses agentes 
bloqueiam a ligação do agonista ao receptor. 
D. Os antagonistas alostéricos ligam-se a um sítio alostérico (distinto do sítio agonista) e, por conseguinte, impedem a 
ativação do receptor, mesmo se o agonista estiver ligado ao receptor.
Efeitos dos antagonistas sobre a relação de dose agonista– resposta-
Antagonistas Não-Competitivos dos Receptores-
Os antagonistas não-competitivos podem ligar-se ao sítio ativo ou a um sítio alostérico de um receptor. O antagonista não-
competitivo que se liga ao sítio ativo de um receptor pode fazê-lo de modo covalente ou com afinidade muito alta; em 
ambos os casos, a ligação é efetivamente irreversível. Como um antagonista irreversivelmente ligado ao sítio ativo não 
pode ser “superado”, mesmo com altas concentrações do agonista, esse antagonista exibe antagonismo não-
competitivo. Um antagonista alostérico não-competitivo atua ao impedir a ativação do receptor, mesmo quando o agonista 
está ligado ao sítio ativo. O antagonista alostérico exibe antagonismo não-competitivo, independentemente da 
reversibilidade de sua ligação, visto que esse tipo de antagonista não atua ao competir com o agonista pela sua ligação ao 
sítio ativo, mas ao impedir a ativação do receptor. Entretanto, a reversibilidade da ligação do antagonista é importante, 
visto que o efeito de um antagonista irreversível não diminui, mesmo quando o fármaco livre (não-ligado) é eliminado do 
organismo, enquanto o efeito de um antagonista reversível pode ser “eliminado” com o decorrer do tempo, à medida que se 
2.6A e 2.6B comparam os efeitos de antagonistas 
competitivos e não-competitivos sobre a relação 
dose de agonista–resposta. 
Os antagonistas competitivos e não-competitivos 
possuem diferentes efeitos sobre a potência (a 
concentração do agonista que produz metade da 
resposta máxima) e a eficácia (a resposta máxima a um 
agonista). A. Um antagonista competitivo diminui a 
potência de um agonista, sem afetar a sua eficácia. B.
Um antagonista não-competitivo reduz a eficácia de um 
agonista. Conforme ilustrado aqui, a maioria das 
antagonistas não-competitivos alostéricos não afeta a 
potência do agonista.
 Página 6 de Prova 1 
organismo, enquanto o efeito de um antagonista reversível pode ser “eliminado” com o decorrer do tempo, à medida que se 
dissocia do receptor. Um receptor ao qual está ligado um antagonista não-competitivo não pode mais responder à ligação 
de um agonista. Por conseguinte, a resposta máxima (eficácia) do agonista é reduzida. Uma diferença característica entre 
antagonistas competitivos e não-competitivos reside no fato de que os antagonistas competitivos reduzem a potência 
do agonista, enquanto os antagonistas não-competitivos diminuem a eficácia do agonista. Essa diferença pode ser 
explicada com base no fato de que um antagonista competitivo compete continuamente pela sua ligação ao receptor, 
diminuindo efetivamente a afinidade do receptor pelo seu agonista, sem limitar o número de receptores disponíveis. Em 
contrapartida, um antagonista não-competitivo remove receptores funcionais do sistema, limitando, assim, o número de 
receptores disponíveis. 
Agonistas▪
Os fármacos possuem duas propriedades observáveis nos sistemas biológicos: potência e amplitude de efeito. A potência é 
controlada por quatro fatores: 
Densidade do receptor1.
Eficiência dos mecanismos de estímulo-resposta do tecido 2.
Afinidade3.
Eficácia4.
Quando a potência relativa de dois agonistas de igual eficácia é medida no mesmo sistema biológico, os efeitos de 
sinalização são cancelados e a comparação produz uma medida relativa de afinidade e da eficácia dos dois agonistas. 
Desse modo, a medida das razões da potência dos agonistas é um método de medir a capacidade de diferentes agonistas 
de induzir uma resposta em um sistema teste e de prever uma atividade comparável em outro. Um agonista parcial é uma 
molécula que se liga a um receptor em seu sítio ativo, mas que só produz uma resposta parcial, mesmo quando todos os 
receptores estão ocupados (ligados) pelo agonista. Como os agonistas parciais e os agonistas integrais ligam-se ao mesmo 
sítio no receptor, o agonista parcial pode reduzir a resposta produzida por um agonista integral. Dessa maneira, o 
agonista parcial pode atuar como antagonista competitivo. Por essa razão, os agonistas parciais são algumas vezes 
denominados “antagonistas parciais” ou até mesmo “agonistas-antagonistas mistos”. É interessante indagar como um 
agonista poderia produzir uma resposta abaixo da máxima se um receptor só pode existir no estado ativo ou inativo. Uma 
segunda hipótese formulada para a ação dos agonistas parciais é a de que um receptor pode exibir múltiplas 
conformações, cada uma com atividade intrínseca diferente. Dependendo das conformações particulares do receptor 
ligadas pelo agonista, pode-se observar uma fração do efeito máximo possível quando um agonista parcial liga-se a 100% 
dos receptores. 
Referências: 
GOLAN, David E. col. Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacologia. 3ª edição. 2014.
BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da 
Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.
Relacionados ao sistema biológico
Relacionados a interação do 
fármaco com seu receptor
 Página 7 de Prova 1

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