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MODIFICAÇÕES GERAIS DO ORGANISMO MATERNO

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MODIFICAÇÕES GERAIS DO ORGANISMO MATERNO
As modificações maternas são adaptações anatômicas e bioquimicas de todos os sistemas do corpo e se iniciam logo após a fecundação e continuam por toda a gestação. 
O objetivo de todas essas adaptações é promover condições para um desenvolvimento fetal adequado e um completo equilíbrio com o organismo materno. 
No entanto, algumas dessas modificações podem agravar condições clinicas pré-existentes ou produzir sintomas que são incômodos. Por isso, saber diferenças sinais e sintomas decorrente de alterações fisiológicas de condições patológicas é essencial para assegurar uma gestação bem sucedida. 
MODIFICAÇÕES NAS MAMAS
Nas primeiras semanas de gravidez, um dos primeiros sinais clínicos de gestação é a mastalgia (dor nas mamas). E o como esse processo ocorre? Então, vai haver uma congestão, tornando-as doloridas, turgidas e com aumento de volume. Esse aumento vai ser decorrente da hiperplasia dos elementos glandulares e ramificação dos ductos mamários.
Na 8ª semana de gestação, as aréolas primárias tornam-se mais pigmentadas, e nelas surgem projeções secundárias representadas por glândulas mamárias acessórias e glândulas sebáceas hipertrofiadas denominadas de tubérculos de Montgomery;
Com 16 semanas é possível a extração do colostro e se verifica um aumento da vascularização venosa designada Rede Haller. 
Na 20ª semana de gestação, há um aumento da pigmentação dos mamilos, que torna seus limites imprecisos e forma a aréola secundaria. Esse achado define o sinal de Hunter. 
O crescimento exagerado das mamas pode promover o aparecimento de estrias que resultam da hiperextensão da pele e do estiramento das fibras de colágeno. 
PREPARO DE UMA MAMA PARA LACTAÇÃO
Na gestação, alguns hormônios como estrogênio, progesterona, hormônios placentários, hormônio Lactogênio Placentário (hPL), prolactina, gonadotrofina coriônica, cortisol e insulina promove um aumento no número de ductos intralobulares, lóbulos e alvéolos nas mamas.
A ação destes hormônios também contribui para a conversão das células alveolares terminais inativas em células secretoras de leite.
Durante a evolução da gravidez, há um aumento progressivo da secreção de prolactina e dos seus receptores sob ação do estrogênio e da progesterona. No entanto, a progesterona é responsável por diminuir a ligação da prolactina com o seu receptor. Por esse motivo, não ocorre produção de leite antes do término da gestação;
Com o final da gestação, cessa o estímulo hormonal placentário e ocorre um predomínio dos efeitos da prolactina. Essa prolactina induz a diferenciação das células pré-secretórias em secretórias. Com essa ação, é estimulada a produção do leite. 
Aproximadamente três dias após o parto, ocorre a depuração completo do estrogênio e da progesterona o que possibilita a secreção láctea (apojadura);
A sucção da aréola pelo recém-nascido promove um estímulo tátil no qual ativa os nervos sensoriais locais conduzindo essa informação até a hipófise, promovendo a liberação de ocitocina que desencadeia a ejeção do leite. Essa ocitocina vai atuar nas células mioepiteliais que se contraem e ejetam o leite dos alvéolos;
ALTERAÇÕES NO APARELHO GENITAL
1. UTERO 
O útero é um órgão predominantemente muscular que sofre hiperplasia e hipertrofia na gravidez. 
Nos primeiros meses de gestação, a parede uterina torna-se mais espessa. No entanto, a medida que a gravidez evolui, essa parede uterina sofre um afinamento progressivo.
Ocorre um aumento do tecido conjuntivo e dos ligamentos de sustentação uterina, também tem aumento de vasos linfáticos e vasos sanguíneos (imprescindível para o desenvolvimento gradativo do fluxo uteroplacentário).
O crescimento uterino é estimulado pelo estrogênio e uma pequena parte pela progesterona. E esse crescimento não vai ser simétrico em todo o útero, tendo a região fundica, nas imediações do sitio placentário o local de maior crescimento. E percebemos também uma rotação do seu eixo para a direita. 
Na 12ª semana de gestação, o útero gravídico já vai ser palpável logo acima da sínfise púbica. Na 16ª semana, ele se encontra no meio do caminho entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. Na 20ª semana, o útero atinge a cicatriz umbilical e, em torno da 40ª semana, tangencia o apêndice xifoide.
2. COLO UTERINO
Vamos ter alteração na consistência e na coloração da cérvice, tornando-se mais amolecida e arroxeada devido ao edema e aumento da vascularização decorrente das alterações hormonais. 
Além disso, ocorre hiperplasia e hipertrofia das glândulas cervicais culminando numa eversão do epitélio colunar, tornando a ectocérvice friável e sangrante ao menor contato. 
O muco cervical torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza quando desidratado;
E por fim, o colo uterino é protegido pelo tampão mucoso, que vai ser eliminado nos dias que antecedem o parto, devido ao afinamento e encurtamento observados na cérvice.
3. TROMPAS
As trompas na gravidez experimentam hipertrofia das camadas musculares e aumento da sua vascularização. 
Sua localização também é alterada pelo crescimento do útero, que a desloca em direção à cavidade abdominal.
E diminui sua motilidade devido a ação da progesterona. 
4. OVÁRIOS
O processo de maturação folicular cessa e o corpo lúteo que restou mantém-se funcionante por estimulo do hormônio Gonadotrófico Coriônico (hCG) produzido pelo sinciotrofloblasto.
Esse corpo lúteo é responsável pela produção de progesterona nas primeiras semanas e é essencial para a manutenção da gravidez até o completo funcionamento placentário.
5. VAGINA
As células musculares e as papilas das mucosas se hipertrofiam. A vagina ela aumenta de comprimento e largura e suas fibras de colágeno vão estar mais separadas, permitindo o afrouxamento do tecido conjuntivo. 
Ocorre um aumento da vascularização tornando a vagina mais violácea. 
Aumenta-se também a atividade glandular, resultando em aumento da secreção vaginal, que assume aspecto leitoso.
O pH vaginal torna-se mais ácido pela ação dos lactobacilos, produzindo grande quantidade de ácido láctico. 
Os grandes e pequenos lábios, e o meato uretral se hipertrofiam.
SISTEMA RESPIRATORIO
Sabemos que durante a gravidez, ocorrem algumas alterações anatômicas no aparelho respiratório.
O diafragma é elevado cerca de 4 cm durante a gravidez e o diâmetro transversal da caixa torácica aumenta aproximadamente 2cm. 
Apesar da circunferência torácica aumentar cerca de 6cm, devido a elevação do diafragma vamos ter uma redução do volume residual. 
 A frequência respiratória não se altera, mas o volume corrente e a ventilação-minuto em repouso aumentam à medida que a gravidez evolui. Devido aos efeitos estimuladores da progesterona, redução do volume de reserva expiratória e alcalose respiratória compensada. 
É comum haver o aumento do desejo consciente de respirar mesmo no início da gestação, sendo um sintoma que pode ser interpretado como dispneia.
Acredita-se que esta dispneia fisiológica ocorra em função do aumento do volume corrente com ligeira redução da Pco2 que causa dispneia. 
Durante a gravidez, o aumento do esforço respiratório e a redução da Pco2 são induzidos principalmente pela progesterona. E para compensar a alcalose respiratória, os níveis plasmáticos de bicarbonato são reduzidos.
Embora o aumento do pH sanguíneo seja mínimo, observa-se o deslocamento da curva de dissociação do oxigênio para a esquerda. Este deslocamento aumenta a afinidade da hemoglobina materna por oxigênio que é conhecido por efeito Bohr e com isso vai reduz a capacidade do sangue materno de liberar oxigênio. Esse fato vai ser compensado pela estimulação do 2,3-difosfoglicerato nos eritrócitos maternos. E com isso, a curva volta a se deslocar para a direita.
Assim, a redução da Pco2 causada pela hiperventilação materna ajuda na transferência de dióxido de carbono do feto para a mãe ao mesmo tempo em que facilita a liberação de oxigênio para o feto.
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
· Volume sanguíneo
Na gravidez normal vamos ter o fenômeno de hipervolemia, que é o aumento do volumede sangue. E esse aumento possui explicações importantes:
1. Respostas às demandas metabólicas do útero que está tendo seu sistema vascular hipertrofiado.
2. Prover nutrientes e elementos em abundância para dar suporte ao rápido crescimento da placenta e do feto.
3. Proteger a mãe e, consequentemente, o feto contra os efeitos deletérios das posições supina e ereta sobre o retorno venoso.
4. Salvaguardar a gestante contra os efeitos adversos da perda sanguínea associada ao parto.
Em razão do grande aumento no volume plasmático, a concentração de hemoglobina e o hematócrito sofrem uma discreta redução durante a gravidez. Consequentemente, a viscosidade sanguínea é reduzida;
· Ferro
A gestante necessita de maior quantidade de ferro alimentar para suprir as suas necessidades da mãe e do feto, pois da quantidade total de ferro necessária numa gestação (1000mg), uma parte é transferida ao feto (300mg) e outra parte é perdida nas diversas vias de excreção (200 mg).
A concentração de hemoglobina reduz de 13,3 g/dℓ, valor médio não gravídico, para 11 g/dℓ, no 3o trimestre da gravidez. Caracterizando a “anemia fisiológica da gravidez”, confundida frequentemente com o estado de anemia ferropriva.
· Fatores de coagulação
Ocorrem alterações importantes na coagulação sanguínea durante a gravidez caracterizada por estado de hipercoagulabilidade. Que na gravidez fisiológica é responsável pelo risco aumentado de trombose. 
Vamos ter um aumento do fibrinogênio, que pode atingir 400 a 600 mg/dℓ, no 3o trimestre, e redução da atividade fibrinolítica. Essas modificações são responsáveis pela hemostasia fisiológica ao tempo da separação da placenta no secundamento.
Na verdade, a contração miometrial é o principal mecanismo de defesa, comprimindo os vasos sanguíneos no leito placentário. Mas quase imediatamente, há depósito de fibrina na ferida placentária, consumindo 5 a 10% de todo o fibrinogênio circulante.
· Leucócitos
A leucocitose relativa durante a gravidez também é frequente, e é secundária ao aumento do número de neutrófilos segmentados.
Há uma diminuição da função de quimiotaxia e aderência dos leucócitos após o segundo trimestre, que aumenta a susceptibilidade a processos infecciosos, como a pielonefrite e a pneumonia. 
Evidencia-se uma espécie de supressão da imunidade humoral e da celular. Esse fenômeno tem como objetivo evitar a rejeição fetal. No entanto, há uma melhora do quadro clínico de algumas doenças autoimunes, como a artrite reumatoide.
· Acido fólico
Necessidades aumentadas de acido fólico na gravidez com o objetivo de reduzir defeitos do tubo neural e outras malformações, além de prevenir a anemia megaloblástica na mãe; Lembrando que essa suplementação deve ser iniciada antes da gravidez e no 1º trimestre de gestação.
Portanto, as principais alterações hematológicas ocorridas na gestação são:
Diminuição: Número de hemácias; Concentração de hemoglobina; Hematócrito
Aumento: Leucócitos○; Concentração de fibrinogênio;
MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS
1. Prolactina
Na gestante, a hipófise anterior aumenta o seu tamanho, principalmente pela hiperplasia das células produtoras de prolactina.
A prolactina aumenta continuamente atingindo o máximo no início do trabalho de parto. E após o parto, esses níveis circulantes vão sendo reduzidos, passando a ser liberados por pulsos decorrentes do estimulo de sucção. 
2. Hormônios tireoidianos
Durante o 1o trimestre como consequência da estimulação da tireoide pela concentração elevada do hCG há inibição da hipófise e queda transitória do hormônio estimulante da tireoide (TSH);
Da primeira metade da gestação e continuando até o termo, há aumento da globulina de ligação da tireotoxina (TBG), efeito direto da concentração elevada de estrogênios. 
Esse aumento é acompanhado pela queda na concentração dos hormônios livre da tireoide (tri-iodotironina [T3]) e (tireotoxina [T4]), resultando na estimulação do eixo hipotálamo hipófise-tireoide e tendência a ligeiro acréscimo no TSH;
MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
No 1º trimestre é frequente o aparecimento de náuseas e vômitos levando, em geral, à anorexia,
A base fisiológica das náuseas que habitualmente matinais, é desconhecida, mas elas podem estar relacionada com níveis crescentes de gonadotrofina coriônica humana (hCG) e de estrogênios.
As gengivas estão comumente edemaciadas, hiperêmicas, e sangram com facilidade. 
É comum o aparecimento de gengivite consequente ao acúmulo da placa bacteriana na margem gengival, se apresentando com eritema, sangramento e intumescimento da zona afetada, bem como extremo desconforto para a paciente;
Durante os dois primeiros trimestres há redução na secreção gástrica de ácidos, isso explica a incidência reduzida de úlcera péptica e a remissão de alguma existente.
O sistema gastrintestinal (esôfago, estômago, vesícula, intestino) permanece atônico durante toda a gestação. Devido a fatores hormonais, os mesmos que relaxam a musculatura de artérias, veias e ureteres. 
Presença de pirose devido ao relaxamento do esfíncter gastresofágico e aumento de pressão intra-abdominal devido ao útero gravídico.
A atonia do cólon explica a grande frequência da constipação intestinal.
A vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e com grande tendência de formar cálculo.

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