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Direito na Roma Antiga

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
 Rafael Bashiyo Baz 
DISSERTAÇÃO DIREITO NA ROMA ANTIGA
Ribeirão Preto
2020
Introdução
	O Direito na Roma Antiga é relativo ao direito na sociedade romana do século VII a.C. ao ano de 565 d.C. sendo está a data de morte do Imperador do Oriente Justiniano, responsável pela construção do “Corpus Juris Civilis”, obra essa que salvaguarda o Direito Romano, além de reorganizar a legislação que se mantinha vigente. 
A história romana ocidental é dividida em três períodos principais: Realeza (753 a 509 a.C.), Republica (509 a 27 a.C.) e Império (27 a.C. a 476 d.C.) com o último período subdividido em Alto Império e Baixo Império que corresponde respectivamente ao período de apogeu e o período de crise que culminou em sua decadência e posterior crise. Porém o Império Oriental manteve-se até a queda de Constantinopla em 1453, que marca o fim da Idade Média, mas a partir de Justiniano tem-se uma quebra em Direito Romano e Direito Bizantino.
Realeza (753 a 509 a.C.)
	É o período que decorre da fundação de Roma até o fim da monarquia com a instituição da república após a revolta contra a dominação etrusca. Este período é marcado pela instituição de uma monarquia eleita pelo senado (rex), e pela consolidação do poder do Pater, que possuía “vitae necisque potestas” sobre sua família e escravos.
Republica
	Caracterizava-se pela pulverização do poder, em meio a pluralidade de assembleias, magistraturas e colegiais. Sendo o magistrado o titular do poder (potestas), os cônsules (sempre dois, visando evitar a concentração do poder em um único individuo como ocorreu durante a monarquia) são os titulares do imperium, cabendo a eles o comando militar e o governo da cidade e os pretores são magistrados judiciais, responsáveis por organizar o processo e designar o juiz. 
	A Republica romana foi um período de grande expansão territorial, tendo como marco a série de conflitos conhecido como guerras púnicas, que opuseram romanos e cartagineses pelo controle do mar mediterrâneo e suas terras adjacentes. A vitória romana acabou resultando em grandes transformações sociais, com a expansão da mão de obra escrava, resultando em desemprego, o surgimento de uma nova classe social e a expansão do controle comercial. 
	Em decorrência dessas transformações estabeleceu-se a dicotomia do “ius civilis” e do “ius gentium”, sendo o primeiro o Direito do Cidadão Romano e o segundo uma conjuntura do Direito Romano com o Direito Local, resultando em um Direito para os povos conquistados de forma a reduzir atritos, permitindo a decisão de sua aplicação da forma mais conveniente. 
	Porém, a Republica adentrou em crise nos séculos 2 e 1 a.C. em decorrência do modelo político centrado no Senado e na Elite patrícia escravista, assim excluindo os plebeus empobrecidos pelo desemprego, as classes sociais ascendentes e as pretensões políticas dos generais, resultando nas sucessivas guerras civis que assolaram Roma. Esse período de instabilidade é marcado pela tentativa de reformas visando beneficiar a plebe, como a reforma agraria proposta pelos irmão Tibério e Caio Graco e pela aplicação de penas cruéis objetivando a retomada do controle. 
Alto Império (27 a.C. a até meados do século 3 d.C.)
	O período correspondente ao Alto Império, decorre da sagração de Otávio como imperador de Roma até a crise do século III, sendo este um período marcado pela vigência da “Pax Romana” que durou de Augusto até a morte de Marco Aurélio, sendo esse período marcado pela consolidação dos domínios imperiais e a redução da expansão territorial, resultando em um aumento da coesão e da estabilidade interna, tendo os recursos antes utilizados para fins bélicos repassados para investimentos na atividade econômica, resultando no curto prazo em uma grande prosperidade. 
	Esse período de estabilidade, prosperidade e foco nas relações internas resultou no grande período do Direito Romano Clássico, uma vez que a legislação passou por modificações praticas, através da supressão, negação ou contradição, resultando em inovações passadas de um mandato em relação de forma a formar um corpo estratificado, sendo codificado em 130 d.C. no “Ius honorarium”. 
Baixo Império (Meados do século III a 565) 
	É um período marcado pela crise social, econômica e religiosa, decorrente do desemprego, da decadência do modelo escravista e da ascensão do cristianismo. Se a curto prazo a “Pax Romana” possuiu efeitos prósperos ao Império, a longo o condenou a uma crise estrutural, que de forma a sanar os problemas administrativos resultou na divisão do Império em Ocidental e Oriental, tendo o segundo uma sobrevida de mais de1000 anos em relação ao primeiro. 
	Justiniano foi o último imperador do Baixo Império, sendo responsável pela elaboração do “Corpus Juris Civilis” que consiste no agrupamento de textos e artigos relacionados ao direito romano, gerando assim um conglomerado de normas, que facilitou sua preservação. 
O Direito Romano
	O Direito para Roma tem no Digesto sua definição como “jus est ars boni et aequi”, ou seja, “O Direito é a arte do bom e do justo”, Logo o Direito seria a mistura entre uma arte, uma técnica aplicada e a justiça. Com isso através de uma convecção pratica o Direito seria o caminho para a pacificação social. Logo o Direito Privado é um de seus maiores beneficiários. 
 Fontes do Direito
	O Direito Romano Pré-clássico é marcado pela não separação entre o direito sagrado e o secular, sendo o direito permeado por concepções morais. O papel dos Costumes como representações da moralidade, regiam a ordem local. Porém com o início da republica a legislação passou a construir seja através da retomada a princípios e costumes atribuídos a monarcas lendários (leges regiae) ou através de ordenamentos gerais do povo intermediados pelo magistrado (leges publicae) um ordenamento jurídico, sendo consolidado na Lei das XII Tábuas que fundamenta o “Ius Civile” 
	O Direito Romano Clássico, se passa no período do século II a.C. até o final do século III d.C., sendo este o período da aplicação do Direito Romano (Ius Civile) nas regiões conquistadas, sendo este miscigenado com o direito de outros povos, resultando no “Ius gentium”. Este período é marcado pelo numeroso acesso a textos e outras fontes formais. Os costumes continuam fonte do Direito, más a legislação decorrente dos magistrados, assembleias populares, do senado e do próprio imperador, passam a ter um papel na construção de uma jurisprudência e da supressão de lacunas no Direito Romano consolidado no Édito perpetuo. 
	O Direito Romano Pós-clássico, decorre do período do Baixo Império, sendo fortemente influenciado pelos princípios do cristianismo em especial no campo do Direito Privado. Neste período Justiniano agrupou todas as fontes antigas do direito, visando resguardar e estabelecer uma legislação harmônica. 
Referencias
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