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CENTRO DE PSICOLOGIA ESTÁGIO BÁSICO PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 5° PERÍODO – TURMA 512 Thayz Rosas Lara Niterói 2020 I. Identificação I.1. Identificação dos estagiários Nome: Thayz Rosas Lara N° da matrícula: 2.19.00.1.067 I.2. Identificação do professor supervisor Nome: Maria de Fátima Antunes Alves Costa CRP: 05/18884 I.3. Identificação do coordenador do Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) Nome: Claudia Escórcio Gurgel do Amaral Pitanga CRP: 05/12909 II. INTRODUÇÃO A peça fundamental para manter uma empresa funcionando com agilidade, diferencial competitivo e competência, são as pessoas. Estimulação, motivação, transmissão e administração de conhecimento são algumas das funções realizadas pela Gestão de Recursos Humanos. O chamado RH, ou Recursos Humanos, tem como objetivo garantir a gestão de conhecimento dentro da organização e o seu principal foco deve voltar o olhar para a “Gestão de Mudança”, pois deverá exercer o papel de liderança e operar como agente de mudança organizacional. Chiavenato (1999) declara que a função do RH é adquirir, desenvolver, capacitar e manter os colaboradores das organizações. Estas atribuições podem ser realizadas por apenas uma pessoa ou um departamento unido aos diretores da organização e a atuação do psicólogo, é vista pelos mesmos como um profissional direcionado à seleção de pessoal ou, quando muito, ao treinamento e avaliação de desempenho (BASTOS; ZANELLI, 2004, p.489). É necessário que, em um processo de desenvolvimento contínuo, o psicólogo deve estar envolvido em projetos que envolvam início, meio e fim, pois será possível uma mensuração mais assertiva de resultados, além de um acompanhamento da gestão de conhecimento baseada no saber, nas habilidades e atitudes. Bastos e Zanelli (2004), afirmam que as atividades direcionadas ao trabalho são os fatores fundamentais na construção das interações humanas, em suas formas de subjetivação, de constituição de conjuntos humanos, sociedade e no que diz respeito aos seus valores e projetos de vida. Assim, a atuação do psicólogo organizacional deve compreender as transformações do contexto e do desenvolvimento da organização. Inicialmente, para um RH desenvolver um determinado trabalho dentro da organização, primeiramente é necessário que se faça um levantamento das necessidades,a fim de identificar quais fatores que necessitam de intervenção. O acompanhamento dessas necessidades favorece o entendimento de causas, consequências e identificação das possíveis melhorias que permitem ao psicólogo organizacional criar determinados projetos específicos para cada necessidade da organização. Zanelli (1994) compreende que o psicólogo organizacional deve estar pronto para discutir o referencial (científico-metodológico) que sustenta sua prática e seus resultados, porém também deve estar preparado, para discutir os valores que os recursos humanos devem ser reconhecidos, por exemplo: gestor de conhecimento na organização e o direcionamento principal deve ser a “Gestão de Mudança”, pois ele deverá exercer um papel de liderança e atuar como um agente de mudança organizacional. III - OBJETIVOS E COMPETÊNCIAS RELACIONADAS AO ESTÁGIO O presente relatório tem como objetivo promover, entre outros aspectos, uma complementação da formação teórica, favorecendo o acesso e envolvimento em práticas indispensáveis ao desempenho das atividades profissionais, tais como a aproximação entre teoria e prática, visando a construção de novos conhecimentos por meio da pesquisa bibliográfica, entrevistas, debates e apresentação de casos junto a profissionais atuantes na clínica. O estágio curricular é compreendido como processo de vivência prática, que tem como objetivo geral proporcionar aos alunos os instrumentos práticos de preparação para a introdução e inserção no mercado de trabalho, mediante ambiente de aprendizagem adequado e acompanhamento pedagógico supervisionado pelo professor em sala de aula. O estágio básico organizacional, tem como objetivos específicos possibilitar o conhecimento sobre o campo de atuação do psicólogo na organização, informando sobre o histórico das organizações, apresentando as funções do psicólogo em sua atuação, mostrando a prática direcionada a empresa e seu crescimento. O Estágio Básico possui como principais objetivos e competências: • Exercitar, em atividades práticas, as competências relativas às habilidades desenvolvidas no núcleo básico de formação do psicólogo na clínica; • Instrumentalizar o futuro profissional para a inserção no mercado de trabalho,interpretar informações e na compreensão crítica da realidade, contemplando,desse modo, a dimensão prática e o caráter educacional do estágio; • Introduzir o aluno nas práticas supervisionadas com o objetivo de possibilitar sua apreensão da dialética teoria e prática; • Lidar com a complexidade desta dimensão psicológica; • Possibilitar ao aluno condições para o desenvolvimento de um projeto de observação, entrevista, ou outra modalidade ou tarefa que implique contato direto com as práticas supervisionadas; • Favorecer o aprendizado sobre a postura ética e profissional; • Propiciar pesquisas que levem o aluno ao conhecimento do psicólogo nas áreas sócio institucional e clínico-institucional; • Possibilidade de supervisão das pesquisas realizadas nas áreas sociais institucionais e clínica-institucional; • Propiciar meios e instrumentos facilitadores de escolha do estágio profissional supervisionado. IV. DIAGNÓSTICO DA REALIDADE IV.1. Fundamentação Teórica do Tema Escolhido Para Estudo Por volta da metade do século XX as intervenções dos psicólogos brasileiros esteve direcionado para atividades como seleção, recrutamento, treinamento, análise ocupacional e avaliação de desempenho. A atividade do psicólogo organizacional não se diferenciava muito dos outros trabalhadores que realizavam um determinado trabalho, sem ter uma visão geral do contexto em que estavam inseridos (Zanelli & Bastos, 2004). Em relação ao aumento da produtividade, a Psicologia Organizacional desenvolveu um instrumental teórico-prático, permitindo uma ampliação dentro do seu campo de atuação na empresa, preocupando-se com temas como satisfação dos trabalhadores e contribuição, também, em discussões sobre as estruturas das organizações. (Sampaio, 1998) A partir destas modificações na concepção do trabalho, trabalhador e organizações, são exigidas, também, mudanças do psicólogo cujas intervenções devem estar além da aplicações de técnicas. É esperado que o psicólogo organizacional seja um agente da mudança, visando um planejamento direcionado às políticas e estratégias de recursos humanos e que se façam presentes nas diversas repartições da empresa visando colaborar com as necessidades organizacionais e individuais. (Kanan & Azevedo, 2006). É importante destacar que a Psicologia Organizacional desempenha um papel muito importante na manutenção da saúde do trabalhador dentro da empresa e que sua aplicação traz vantagens para os colaboradores, visando uma maior qualidade de vida no trabalho e assim, gerando para os gestores, resultados de produtividade e obtenção de resultados. A área de Psicologia Organizacional é extremamente importante para a empresa, também no que diz respeito ao recrutamento e seleção dos colaboradores que farão parte desta organização, pois são elaboradas aplicações de testes, acompanhamento de pessoal, treinamento, análise de função, cargo, avaliação de desempenho, assessoria, aconselhamento psicológico, orientação, treinamento e diagnóstico organizacional, tendo sempre como objetivo, a qualidade de vida de cada colaborador, gerando um desempenho superior para a empresa. A Psicologia Organizacional é uma ciência, que se apoia em técnicas e conceitos, para o processo de formação de um determinado comportamento e conduta necessária para a criação de um ambiente e clima organizacional equilibrado, favorável e estável para enfrentar os desafios do ambiente externo. 4.3 Problematização da realidade (com base no item 4.1) As atividadesdesempenhadas pelo psicólogo organizacional, ficam muito além da importância que os problemas do mundo do trabalho impõem. A área é referida através de manifestações nitidamente torcidas e preconceituosas por alguns membros de organizações. Porém, a partir do aumento de profissionais da área com uma dedicação, empatia e olhar voltado à saúde mental do colaborador e crescimento da organização, a psicologia organizacional vem ganhando maior visibilidade e importância. É na área da psicologia organizacional que se encontram "os maiores contingentes dos que desejam mudar-se desta área ou mesmo de profissão" (Borges Andrade, 1988, p. 266). A opção pela área organizacional, dentro os profissionais de psicologia, é explicada por razões financeiras, pois, em média, é a área onde se obtêm os melhores salários. Os empregos em organizações são mantidos como propiciadores de melhores condições de trabalho para uma futura dedicação à empresa, isto torna as atividades mais valorizadas. Os psicólogos carregam consigo tentativas de desenvolver os trabalhos na empresas com feições da clínica em consultório, através de suas abordagens e especializações relacionadas aos tipos de comportamento. A imagem do psicólogo organizacional é vista, em algumas organizações, como pouco atrativa ou um segmento menos nobre do campo profissional, onde poucas empresas aderem ao setor. Ao nível pessoal, aumenta a frustração do profissional e angústia por um trabalho extremamente importante que não realiza. Somado aos valores que lhe foram aprendidos ao longo da trajetória enquanto estudante, tende a afastá-lo da carreira ou até mesmo da profissão. Quando se mantém, permanece em atividades rotineiras, sendo raro encontrá-lo em posições valorizadas, onde aumentaria as possibilidades de intervenções. V – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Tivemos a oportunidade de entrevistar a Psicóloga Maria de Fátima Antunes Alves Costa, Mestre em Psicologia Social, Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos, atuante na área, como psicóloga desde o ano de 1991. Sua trajetória profissional teve início na área de recrutamento e seleção, dentro da psicologia organizacional, através de um estágio enquanto estava realizando a sua formação acadêmica. Conforme foi trabalhando como estagiária em uma empresa do segmento de rede de supermercados, Maria de Fátima conseguiu ser efetivada e começou a trabalhar com acompanhamento pessoal, proporcionando um acompanhamento psicológico, profissional e pessoal dentro da empresa para os colaboradores. No ano de 1999, decidiu abrir uma empresa de consultoria e, desde então, seu trabalho é direcionado à saúde e segurança do trabalho, minimizando os riscos para os colaboradores dentro da empresa, tanto aos riscos possíveis de acontecer ao colaborador quanto a saúde mental. Durante a sua trajetória profissional, à priori, seu interesse foi pela educação física, porém, por sua família ter sido contra a formação, decidiu cursar a psicologia após ter tido algumas matérias referentes ao curso em sua escolaridade normalista. Sua ideia era atuar como psicóloga, mas tendo o direcionamento voltado para a área esportiva, conseguindo assim fazer um link ao que gostava, porém encontrou muitas dificuldades durante a sua jornada profissional. Trabalhou em um estágio comunitário onde teve muita identificação, porém o mesmo impossibilitou que ela pudesse arranjar um emprego fixo e decidiu buscar um outro segmento, dentro da área de psicologia, e conseguiu um trabalho como recrutadora como forma de conseguir se sustentar, estar dentro da profissão e levar um pouco de seus trabalhos sociais para dentro da mesma. A maior dificuldade que encontrou foi em transmitir a importância da psicologia para os colaboradores, pois os mesmos tinham dificuldade de enxergar o quanto esse profissional é capaz de levar bem estar à saúde mental da equipe empresarial e que, quando levada a sério, traz inúmeros benefícios para a rotina, minimizando acidentes de trabalho, promovendo um ambiente mais leve e agradável - minimizando as faltas. Por trabalhar atualmente com consultoria, seu foco principal se direciona na caracterização de sua empresa: identificar o perfil da organização que contratou seus serviços. Cada hora de seu dia é direcionada à um projeto diferente e, por isso, não possui uma rotina. Nos relatou ainda que algumas empresas já possuem parceria com um grupo de psicólogos para prestar atendimento aos funcionários. Maria de Fátima deu um exemplo que ocorrera em uma empresa, na qual trabalhou, onde um garçom tinha problemas com alcoolismo e não conseguia cumprir as suas tarefas. Porém, como a empresa recebia muitos clientes, não poderiam demiti-lo. Foi solicitado um atendimento psicológico para ele, no qual recebeu um encaminhamento para os alcoólicos anônimos. Anos depois, ela tivera informações que o garçom havia sido promovido a mestre daquela mesma empresa. Nos contou que há empresas que investem em uma equipe especializada de psicólogos e outras não. Porém, a diferença em uma empresa que investe para uma empresa que não investe, são os resultados assertivos que colhem, por promoverem um ambiente de trabalho mais agradável e favorável para o colaborador, trazendo um retorno para a empresa reduzindo faltas, desânimo entre a equipe e alcance de metas estabelecidas. Contamos também com uma oficina de currículos onde a professora Ana Paula sugeriu que pudéssemos ajudar uma pessoa a fazer um currículo profissional e discuti-lo em sala de aula. Essa ajuda contribuiu muito para a nossa formação, pois possibilitou ter um olhar mergulhado dentro da perspectiva de uma atuação do psicólogo dentro uma organização. O que avaliar no currículo, de que forma fazer uma leitura direcionada à determinados cargos, análise das características principais dos candidatos e suas experiências profissionais. Fazendo assim, uma primeira leitura do candidato e, posteriormente, desenvolvendo atividades mais elaboradas e direcionadas ao que o cargo propõe. VI – AVALIAÇÃO CRÍTICA DO ESTÁGIO A disciplina Estágio Básico Organizacional em nossa instituição está atualmente estruturada seguindo os tópicos: supervisões de estágio, entrevistas gravadas durante o semestre, entrevista com um psicólogo. Nesse semestre, a disciplina foi continuamente planejada e conduzida pela professora Ana Paula Corrêa e Silva. É importante ressaltar que em meio a uma pandemia que atingiu o mundo inteiro, e nos fez transformar nossas casas em diversos tipos de ambientes, a professora responsável ultrapassou as expectativas. Sempre buscando o melhor e tentando atender-nos de maneira democrática, leve e divertida, focando no nosso aprendizado, apesar de tudo o que se passava no mundo. Um dos principais objetivos da disciplina era a experiência de estar em supervisões e, devido ao momento histórico, as mesmas não estavam ocorrendo, a maior parte dos alunos não teve oportunidade de vivenciar esse aprendizado. Pensando em preencher, de certa forma, essa lacuna, a professora Ana Paula convidou psicólogos para fazerem exposição de suas vivências e também para falarem um pouco das suas respectivas abordagens. Tal fato ampliou ainda mais o conhecimento das práxis do psicólogo organizacional. É notório que, devido a atual pandemia, o estágio organizacional sofreu algumas modificações. Alunos que não tiveram a oportunidade de fazer a supervisão presencialmente, tiveram que encontrar outras alternativas. Mas, uma coisa podemos dizer, não houve prejuízo de aprendizado, muito pelo contrário. A professora Ana Paula Corrêa e Silva, com seu comprometimento e empenho propôs opções interessantes e extremamente ricas de conhecimento para toda turma, fazendo com que essa experiência se fizesse bem-sucedida. Dessa forma, todos os alunos tiveram oportunidade de aprender mais sobre a profissão na prática, com conhecimentos incríveis e enriquecedores que levaremos por toda nossa trajetória. Agradecemos à professora por tamanha dedicação. VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho nos possibilitou conheceramplamente o trabalho que pode desempenhar o psicólogo nas organizações, em suas diversas áreas, facetas e abordagens. A amplitude contemplada por este relatório foi possível através de uma conciliação equilibrada e estruturada entre aulas compostas de entrevistas, relatos de casos e supervisões na clínica. Dessa forma, gerou-se, durante todo o projeto de construção, uma grande troca de conhecimento entre os alunos, a professora e profissionais de diferentes naturezas dentro do campo da organização e também, outras áreas. Por conseguinte, foram proporcionadas experiências valiosas e singulares, que ampliaram nosso conhecimento, em contato com temas, abordagens e casos, de forma inédita para nós. Portanto, pôde-se, com a realização da disciplina, compreender e conectar a importância e o significado da psicologia organizacional com as práticas diárias de um psicoterapeuta. Mesmo compreendendo de maneira geral e teórica sobre a atuação, ao nos depararmos com essas diferentes práticas, além das novas visões sobre os distintos objetos da psicologia, no modo acadêmico e profissional, nos permitiu um enriquecimento valioso para com a futura atuação como psicólogos organizacionais. VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Borges-Andrade, J. E., Azevedo, L. P. S., Pereira, M. H. G. G., Rocha, K. C. P., & Puente K. E. (1999a). Impacto de Treinamentos no Trabalho: o caso do Banco do Brasil [Resumo]. In Sociedade Brasileira de Psicologia (Org.), XXIX Reunião Anual de Psicologia. Resumos CHIAVENATO,I. Gestão de pessoas. O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Kanan, L.A., & Azevedo, B.M. (2006). O que é indispensável atualmente na formação do psicólogo organizacional. Psicología para América Latina, 7. Sampaio, J. E. (1998). Psicologia do trabalho em três faces. Em I. B. Goulart & J. R. Sampaio (Orgs.), Psicologia do Trabalho e Gestão dos Recursos Humanos: estudos contemporâneos (pp. 19-40). São Paulo: Casa do Psicólogo. Zanelli, J. C., & Bastos, A. V. B. (2004). Inserção profissional do psicólogo em organizações e no trabalho. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade, & A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil (pp. 466- 491). Porto Alegre: Artmed.
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