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Nutrição e Adubação do Cafeeiro Discentes: Danilo J. Garcia – Ítalo V. Fernandes – João P. Alves – Larissa F. P. dos Santos – Mileny C. Leite – Wender S. da Silva Introdução Família Rubiaceae Gênero Coffea 104 espécies – 2 subgêneros Coffea – Baracoffea Bebida C. arabica L. (café arábiaca) C. canephora Pierre ex A. Froehner (café robusta) C. liberica Bull ex Hiern (café libérica ou excelsa) Características de um cafeeiro sadio Folhas verdes brilhantes e grandes Galhos com internódios longos e pontas vivas Não murchar demasiadamente na estação seca ou durante o veranico Florescer abundantemente e segurar florada Produzir café de boa qualidade Dar lucro a quem cuida. Prováveis causas da baixa produtividade dos cafezais Pragas doenças nematoides Plantas daninhas Manejo da lavoura Nutrição mineral Nutrição Organismos autotróficos Retira CO2 da atmosfera – água e nutrientes minerais do solo. Crescimento e o desenvolvimento – fluxo continuo de sais minerais Principais funções metabólicas das células Depois de absorvido os ions são transportados para diversas partes da planta, onde são assimilados e utilizados em importantes funções biológicas Fotossíntese reserva de energia Capta energia luminosa Fixa em carboidratos – CO2 – ar – água Retiram do solo elementos químicos Essenciais aos processos metabólicos Essencialidade dos elementos minerais Macronutrientes: > quantidade (N, P, K, Ca, Mg e S); Micronutrientes: < quantidade (Fe, Cu, Zn, Mn, Mo, B e Cl); Todos os nutrientes têm a mesma importância; Alguns são consumidos em maiores quantidades, Outros em menores quantidades. Extração de nutrientes pelo cafeeiro Extração: quantidade de nutrientes que a planta retira do solo. Exportação: parte da extração que deixa a propriedade cafeeira. Quanto maior for a exportação, maior será a reposição. Fertilizantes químicos ou orgânicos raízes – caules – ramos – folhas- flores - frutos Acúmulo e exportação de nutrientes Ciclo da cultura. Adubação. Doses e épocas de aplicação. Máximas produtividades. Acúmulo e exportação de nutrientes Depois de implantado: Cafeeiro tem crescimento lento. Demanda de pouco nutrientes. Até a primeira florada (24 a 30 meses) Acúmulo e exportação de nutrientes Início da produção Frutos são os drenos preferenciais. Adubação = demanda de frutos + crescimento vegetativo + formação de novos nós e ramos produtivos. A demanda eleva-se em duas ou três vezes. Acúmulo e exportação de nutrientes 5000 plantas/ha em 55 meses extraí: N > K > Ca > Mg > S > P > B > Zn >Cu N (Kg ha-1) K (Kg ha-1) Ca (Kg ha-1) Mg (Kg ha-1) S (Kg ha-1) P (Kg ha-1) 490 330 220 66 43 30 B (Kg ha-1) Zn (Kg ha-1) Cu (Kg ha-1) 1,6 0,77 0,55 Acúmulo e exportação de nutrientes Ordem decrescente de exportação pelos frutos: Proporção de nutriente na casca é elevada: K > N >> Ca ≅ Mg > P > S > B ≅ Cu ≅ Zn 50% a mais do K, Ca e B exportados. Acúmulo e exportação de nutrientes Figura: Quantidade de macronutrientes, B, Zn e Cu, extraídos (A, B e C) e exportados (D, E e F) por cafeeiros e após 31 e 53 meses de sua implantação no campo (Kg/ha para macronutrientes, g/ha para micronutrientes). Extração de nutrientes pelo cafeeiro Acúmulo e exportação de nutrientes “Deve-se conhecer o acúmulo de nutrientes na planta toda, e a demanda dos frutos por nutrientes, de modo a manejar a adubação e fornecer os nutrientes quando estes estão mais exigidos.” Dinâmica do acúmulo de nutrientes em flores e frutos 2 anos para completar o ciclo reprodutivo. 1° Ano 2° Ano Formam-se ramos vegetativos com gemas axilares nos nós. Janeiro - redução do fotoperíodo: gemas axilares - gemas reprodutivas. Desenvolvimento do ramo. Florada Chumbinho. Expansão rápida. Crescimento suspenso. Granação. Maturação. Dinâmica do acúmulo de nutrientes em flores e frutos Dinâmica do acúmulo de nutrientes em flores e frutos Viçosa - MG (650 m de altitude). Chumbinho: Iniciou após a floração e durou 42 dias. Expansão rápida: até os 105 dias após a antese (DAA). Crescimento suspenso: de 105 a 133 DAA. Granação-maturação: de 133 a 244 DAA. Antese = momento de maturação de uma flor Dinâmica do acúmulo de nutrientes em flores e frutos Dinâmica do acúmulo de nutrientes em flores e frutos Fonte: Chiagro, 2013. O QUE SÃO NUTRIENTES? Elementos ou compostos minerais necessários as plantas, Produzem seus alimentos Formando os açucares – vitaminas – aminoácidos Produzem novos tecidos (ramos, folhas, raízes, flores e frutos). NUTRIENTES PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Enxofre Boro Silício Cobre Ferro Manganês Molibdênio Zinco MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES MACRONUTRIENTES necessários em grande quantidades MICRONUTRIENTES necessários em pequena quantidades DEMAIS NUTRIENTES: Oxigênio Hidrogênio Carbono Cedidos pela natureza (ar) Prioridades das plantas para nutrientes Frutos. Flores. Gemas. Pontos de crescimento. Raízes. MOBILIDADE DOS ELEMENTOS MÓVEIS N, P, K, Mg, Cl e Mo POUCO MÓVEIS S, Cu, Fe, Mn, Zn e Si IMÓVEIS Ca e B MÓVEIS: deficiência primeiro em folhas mais velhas. POUCO MÓVEIS E IMÓVEIS: deficiência aparece primeiro nas folhas novas. As plantas exigem suprimento contínuo dos nutrientes pouco móveis ou imóveis. NITROGÊNIO Altamente exigido Mais acumulado pelo cafeeiro Adubação adequada – fundamental tanto ao crescimento estrutural da planta quanto ao florescimento e a frutificação Constituinte de compostos da planta – proteínas (formadas de aminoácidos) e ácidos nucléicos. Essencial na: Expansão foliar. Crescimento vegetativo. Formação de botões florais. Reabastecido no solo pela fixação do nitrogênio. Sintomas de deficiência Início nas folhas mais velhas Clorose uniforme Amarelecimento das nervuras Evolução para necrose Queda das folhas Frutos menores, caem com facilidade Secamento dos ramos da ponta para a base. Fonte: Yara, 2018. Fonte: Yara, 2018. Fonte: Yara, 2018. Fonte: Yara, 2018. Excesso de nitrogênio Estimula um crescimento vegetativo intenso Atraso no amadurecimento dos frutos Perda na qualidade da bebida Quantidade elevada do nutriente Adubação desiquilibrada Alto teor de M.O Deficiência de Zinco – Boro – Cobre – Ferro Maior susceptibilidade da planta ao ataque por doeças (Phoma e Pseudomonase) CAUSA FÓSFORO Menos exigido na fase adulta Na fase de formação é mais exigida. Sintomas de deficiência Deficiencia começa pelas folhas mais velhas Mosqueamento clorótico - Perdem o brilho Mudam de cor na ponta e no meio - amarelo róseo Necrose em forma de “V” invertido Menor crescimento da planta Raízes pouco desenvolvidas Fonte: Yara, 2018. Sintomas de excesso Excesso na cova ou no sulco, interfere na absorção ou transporte para a parte aérea , do cobre, ferro manganês e zinco Fonte: Yara, 2018. POTÁSSIO Segundo nutriente mais demandado Importante para : fotossíntese – respiração – circulação da seiva Acumulado em grandes quantidades pelos frutos Sintomas de deficiência Sintomas primeiro em folhas mais velhas Amarelecimento das pontas e margens Secam – cor marrom ou preta Pequeno contorno amarelado próximo da área necrosada Folhas destacam-se facilmente dos ramos Ramos e frutos podem secar da ponta para a base Nos frutos - chochamento Fonte: Yara, 2018. Sintomas de excesso Doses excessivas de potássio podem acarretar deficiência induzida de cálcio e de magnésio. Principalmente, em adubaçõesfeitas sem base em análise de solos. Entre esses três elementos, frequentemente, ocorre uma interação negativa, ou seja, o excesso de um deles causa uma redução na absorção dos outros dois. CÁLCIO devendo ser colocado ao alcance das raízes, uma vez que a sua absorção por elas se dá por interceptação, já que é um nutriente imóvel no solo. 45 Fundamental no desenvolvimento radicular. Importância maior no período de implantação da lavoura A presença do cálcio nas camadas mais profundas de solo possibilita ao sistema radicular um maior aprofundamento, assegurando à planta maior resistência à seca. Importante também na maior retenção de folhas, desenvolvimento das gemas, maturação dos frutos e na formação de proteínas. Forma mais comum de fornecer cálcio - calagens. Em algumas partes do cafeeiro, como as raízes, caules e ramos, a sua concentração tem a mesma grandeza que a do potássio. Sintomas de deficiência Primeiros sintomas de deficiência - folhas novas Amarelecimento ao longo dos bordos destas folhas. Amarelecimento pode avançar entre as nervuras em direção ao centro, As nervuras e seu entorno permanecem verdes. Casos extremos de deficiência - morte da gema terminal de plantas jovens. Fonte: Yara, 2018. MAGNÉSIO Desempenha inúmeras funções na planta, destacando-se na fotossíntese. É componente da clorofila pigmento responsável pela coloração verde de ramos e frutos novos e, também, das folhas do cafeeiro. Sintomas de deficiência Iniciam pelas folhas mais velhas e nas mais próximas dos frutos Aparecimento de uma clorose internerval (amarelecimento apenas entre as nervuras) As manchas cloróticas podem evoluir para um tom pardacento Queda prematura das folhas. Reduz a taxa de fotossíntese, Baixo crescimento geral da planta. Fonte: Yara, 2018. ENXOFRE Constituinte de aminoácidos, Apresenta funções estruturais em proteínas Diversas funções metabólicas. Participa da síntese de clorofila Importante para o bom desenvolvimento das raízes. A sua carência em solos está associada a baixos teores de matéria orgânica -importante fonte deste nutriente. Sintomas de deficiência Os sintomas de deficiência aparecem inicialmente nas folhas mais novas, coloração amarelo citrina (verde-claro) clorose generalizada em toda a planta, causando desfolhamento encurtamento dos internódios Pontos necróticos castanhos e um tom laranja nas áreas marginais e internevais. Fonte: Yara, 2018. ZINCO Um dos micronutrientes que mais podem limitar a produção do cafeeiro Está diretamente ligado às áreas de crescimento da planta Também tem papel importante na germinação do tubo polínico influenciando o pegamento da florada e tamanho dos frutos. Fica fortemente retido pelo complexo de troca do solo, principalmente os argilosos limita a sua absorção pelas raízes SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA aparecem primeiramente nas folhas em expansão Folhas tornam-se alongas e fina – perdem o brilho Borda pode tornar-se enrolada Entrenós são encurtados Nervuras verdes das folhas destacam-se a partir de um fundo amarelo Planta – atrofiada e fica com aspecto de roseta Fonte: Yara, 2018. BORO Micronutriente que mais limita a produção do cafeeiro. É encontrado na matéria orgânica (maior fornecedora do elemento) Sua falta pode se dar tanto em função da lixiviação (chuvas excessivas), do efeito de calagem excessiva, como também em decorrência de doses excessivas de adubos nitrogenados pode ser agravada nos períodos secos do ano atua na elongação e divisão celular muito exigido nas partes da planta com intenso crescimento como o ápice do ramo ortotrópico, a ponta dos ramos laterais e os meristemas radiculares Por limitar o crescimento das raízes, a planta passa a ter menor tolerância à seca Exerce também importante papel no crescimento do tubo polínico e na germinação do grão de pólen. Sintomas de deficiência primeiros sintomas de deficiência nas partes mais novas, ainda em crescimento. morte das gemas apicais dos ramos e do ápice do cafeeiro brotação de várias outras gemas logo abaixo, dando aspecto de um leque. encurtamento dos internódios. Nas folhas novas, que se apresentam pequenas, retorcidas e com os bordos irregulares, há também o estreitamento do limbo. abortamento de flores queda de produção da lavoura Fonte: Yara, 2018. FERRO Componente da clorofila Participa do processo de respiração. O mais acumulado pelo cafeeiro, pela alta disponibilidade nos solos O excesso de calcário e de matéria orgânica pode ocasionar a sua deficiência Em condições de acidez elevada, a deficiência pode ocorrer devido ao excesso de manganês que, por antagonismo, diminui a absorção de ferro No período chuvoso e quente, quando ocorre uma rápida expansão da folha, é também frequente ocorrer o distúrbio, mas a tendência é desaparecer com o tempo. É comum o aparecimento de sintomas após podas drásticas. Em solos excessivamente drenados, pode ocorrer a deficiência, quando o ferro se faz presente em uma forma que não é absorvida pela planta A carência de ferro em mudas de café em viveiros está associada ao excesso de matéria orgânica no substrato, ao encharcamento e à falta de luz Nestas condições, a diminuição das regas e a maior exposição ao sol são suficientes para restabelecer as condições normais de seu suprimento. Sintomas de deficiência Pares de folhas novas Ficam amarelas com as nervuras permanecendo verdes Formando um reticulado verde fino. Fonte: Yara, 2018. 72 MANGANÊS Micronutriente mais acumulado, após o ferro Eventuais desequilíbrios em manganês se destacam mais pela sua deficiência que pelo excesso Participa da fotossíntese e pode substituir o magnésio em diversas enzimas. Em solos ácidos, a sua disponibilidade é aumentada, situação que pode, por antagonismo, afetar a absorção de zinco Por outro lado, calagens excessivas e solos com elevado teor de matéria orgânica podem induzir a sua deficiência. Sintomas de deficiência folhas novas apresentando as regiões internervais verde-claras, com pontuações amareladas. Os sintomas de toxidez se iniciam em folhas mais velhas por meio de manchas cloróticas de contorno irregular tornam necróticas. COBRE Micronutriente que geralmente não é encontrado em quantidade suficiente no solo Adubação nitrogenada elevada, calagem excessiva, alto teor de matéria orgânica, adubação fosfatada pesada e encharcamento são alguns fatores que podem induzir à sua deficiência Nas lavouras em cujo manejo se adota o controle da ferrugem e da cercosporiose, mediante o emprego, via foliar, de fungicidas cúpricos, o suprimento desse nutriente é satisfatório para o atendimento das necessidades nutricionais do cafeeiro. Sintomas de deficiência observada em folhas novas as nervuras secundárias se tornam salientes, com aspecto de “costelas”, Pode haver manchas cloróticas irregularmente distribuídas que, quando concentradas nas margens, chegam, algumas delas, a coalescerem, seguindo-se a necrose. encurvamento do limbo para baixo, sintoma que chamado de “orelha de zebu” MOBLIDÊNIO – CLORO - NÍQUEL Em condições normais de cultivo do cafeeiro, não são encontrados sintomas visuais de deficiência de molibdênio, de cloro e de níquel, o que demonstra que estes micronutrientes são encontrados nos solos cultivados e fornecidos nos níveis requeridos pelo cafeeiro. Diagnóstico do estado nutricional Diagnóstico do estado nutricional Deficiências. Toxidez. Desbalanços. Diagnose visual Limitações: Manifestações visíveis produção comprometida. Mais de um sintoma de deficiência ou de carência. Períodos secos alguns sintomas se acentuam.Diagnóstico com base na análise de tecidos Solos para o cafeeiro Fatores que afetam a produtividade: Genético-culturais. Edáficos. Climáticos. Manejo. Condições físicas e químicas. Manejadas mais facilmente. Características físicas externas Topografia podem determinar o tipo de manejo. Melhores terrenos: Suavemente ondulados a ondulados. Declividade de 2,5 a 12%. < 15% de pedras e cascalhos. Características físicas internas Profundidade efetiva entre 1,2 e 1,5 m. Teor de argila entre 20 e 50%. Volume de poros totais (VTP) = 50%. 1/3 a ½ de macroporos ½ a 2/3 de macroporos Características químicas Determinam a fertilidade do solo. Análise química do solo. Comparação com tabelas de suficiência. Realizada corretamente. Características químicas (0-20) Características químicas (20-50) Características químicas (fósforo) ESPAÇAMENTO DE PLANTIO IMPORTANCIA Impacto direto na produtividade e longevidade da lavoura; Espaçamento correto – diminuição de custos com insumos (IAPAR); Distância inadequada – perda aproximada de R$ 8 mil ha/ano; MELHOR ESPAÇAMENTO Fatores a serem considerados: Tamanho da propriedade – propriedades pequenas e médias com maior impacto de oscilação de preço: busca por equilíbrio nutricional; Mecanização da produção – dependendo do nível tecnológico e potencial de investimento da propriedade. MELHOR ESPAÇAMENTO Fatores a serem considerados: Variedade da espécie: Topázio – porte médio, alta produtividade e vigor, espaçamento recomendado 0,7 a 0,8m – menores resultam em maturação tardia (1200m altitude); Bourbon amarelo e vermelho – menor vigor, maios susceptibilidade a ferrugem, 3 a 4,8m entre linhas, 0,6 a 0,8 m entre mudas (uma planta por cova); Conilon – alta resiliência hídrica, alto vigor, 1 a 2m entre plantas. ADENSAMENTO Fatores a serem considerados: Maior diferença de produtividade; Plantio adensado – 0,5 a 1,5m entre plantas; Maior rendimento por hectare: Há uma maior área plantada, mesmo que reduza potencial produtivo individual. Fonte:receoc.com.br “A adubação começa com a análise do solo, continua com a correção da acidez e termina com a aplicação do adubo”. (Malavolta, 1993). AMOSTRAGEM DO SOLO O QUE AMOSTRAGEM DO SOLO? Primeira e principal etapa de um programa de avaliação da fertilidade do solo. É com base na análise química que fazemos a interpretação e definimos doses de corretivos e fertilizantes. Se ocorreu um erro de amostragem de solo, o laboratório não o corrige. Assim uma amostragem errada pode causar graves prejuízos econômicos e ambientais. Porção de 500 gramas de terra, enviada ao laboratório, que representa um volume de solo milhares de vezes maior. SELEÇÃO DA ÁREA DE AMOSTRAGEM Para que amostragem seja representativa os talhões devem ser divididos mais homogêneos possível. (Máximo de 10 ha) Levar em consideração: Topografia (topo de morro, meia encosta, baixada, etc) Caraterísticas do solo (cor, textura,condições de drenagem, etc) Histórico da área ( produtividade, uso de corretivos e fertilizantes, etc) Histórico da planta ( idade, cultivar, manejo, etc) CUIDADOS NA COLETA O local de amostragem deverá será ser limpo, retirando-se a cobertura vegetal. Porém, deve-se evitar que a camada superficial do solo seja removida. Deve-se evitar a coleta de amostras em locais próximos a cupinzeiros, queimadas de restos culturais, formigueiros, cochos de animais, etc. Para obter amostras homogêneas deve-se utilizar o mesmo equipamento de coleta (trado, pá de corte ou enxadão) durante todo o processo de amostragem. Amostragem nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade, na mesma perfuração Identificar os sacos de armazenamento . Etapas para realizar a amostragem de solo em culturas perenes EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA Fonte: Laboratório rural de Maringá EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA Fonte: Laboratório rural de Maringá Fonte: Laboratório rural de Maringá AMOSTRAGEM DE SOLO APÓS PLANTIO DAS MUDAS Amostrar sobre a projeção da copa (0-20 cm de profundidade) Periodicidade: anual (60 dias após a última adubação) Em períodos maiores (4-4 anos): Amostras coletadas a 0-20 cm na entrelinha Amostras coletadas a 20-40 cm sob a projeção da copa Calagem Origem da acidez do solo •Os solos em condições naturais podem ser ácidos, em decorrência do material que o originou e da intensidade da ação de agentes de intemperismo, como clima e organismos (NOVAIS et al., 2007). •Em regiões de alta precipitação pluvial há remoção de cátions básicos e aumento de elementos de natureza ácida ( H e Al). Origem da acidez do solo •Absorção de elementos básicos pelas plantas (Ca, Mg, Na, K). •Lixiviação desses elementos. •Uso de sais nitrogenados amoniacais como sulfato de amônio, nitrato de amônio, nitrocalcio e uréia. •Erosão hídrica laminar. Prejuízos relacionados com a acidez •O cultivo em solos ácidos prejudica a absorção de nutrientes essenciais para as plantas. •Baixa disponibilidade de elementos básicos. •Presença de Al trocável que causa toxidez. •Baixa disponibilidade de fósforo ( Sistema radicular). •Humificação e mineralização da M.O ( Indisponibiliza nutrientes) •Afeta a microbiota do solo. Calagem •A calagem é muito praticada em locais onde se visa ter uma produtividade de forma racionalizada, visando aumentar o lucro e diminuir os custos. Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/calagem.html Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/calagem.html Tipos de calcário •No mercado existem 3 tipos de calcário: Calcítico, dolomítico e magnesiano. •. O que os difere são as concentrações existentes de óxido cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO). •Os magnesianos e dolomíticos são mais utilizados que os calcíticos. Fonte:http://2.bp.blogspot.com/ Fonte: http://www.gmic.com.br/ver-produto/17/Calc%E1rio_Agr%EDcola Tipos de calcário Tipos de corretivos Tipos de calcário •A granulometria influi no contato e ação do calcário. •Granulometria: Bigranulometrico •Granulometria mais refinada: Ação de 60 a 90 dias. •Granulometria maior: Efeito residual com frequências de calagem de 2 em 2 anos ou 3 em 3 anos. PRNT dos calcários •Quanto ao poder relativo de neutralização total os calcários apresentam várias faixas valores que distinguem entre si quanto sua ação, no caso temos: •Faixa A: PRNT entre 45,0 a 60,0% •Faixa B: PRNT entre 60,1 a 75,0 •Faixa C: PRNT entre 75,1 a 90,0% •Faixa D: PRNT acima de 90,0% Reação do calcário no solo •O calcário é solubilizado no solo. •Descomplexação molecular liberando os íons Ca e Mg. •Dessorção do íon Al para a solução do solo, deslocado pelo Ca. •Diminuição da acidez e aumento do pH. REAÇÃO DO CALCÁRIO NO SOLO •Aplicação do Ca há a promoção dos íons oxídrila e o alumínio trocável é insolubilizado até a formação do hidróxido de alumínio. •Redução da acidez trocável pelos íons H. •Formação de água pelos íons oxidrila . •Diminuição da acidez e aumento do pH. EFEITOS DA CALAGEM Adiciona cálcio (Ca), magnésio (Mg) ou ambos e eleva o pH. Diminui lixiviação de potássio (K). Diminui fixação de fósforo (P). Diminui, em alguns solos, a disponibilidade de boro (B), manganês (Mn) e zinco (Zn). EFEITOS DA CALAGEM Aumenta disponibilidade de molibdênio (Mo). Aumenta a atividade microbiológica (acelera a decomposição da matéria orgânica (M.O.). Torna mais adequadas às condições do solo para a atuação de bactérias fixadoras de nitrogênio. Aumenta, na solução do solo, as cargas pH dependentes. Induz, dependendo da quantidade aplicada, a movimentação de cálcio e magnésio em maior profundidade. DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES EM FUNÇÃO DO pH. Cálculo de calagem NC (t/ha) = Método de saturação por bases: Método baseado nos teores de Al e Ca + Mg trocáveis: Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Quantidadede calcário Método – saturação por bases. Método amplamente difundido no país. V2 = O valor a ser elevado V1 = O valor encontrado na análise = Capacidade de troca de cátions a pH 7,0 PRNT = Poder relativo de neutralização total do calcário NC (t/ha) = Exemplo Corrigir o solo para o plantio de café ( V2% = 60 ) Calcário possuindo um PRNT de 85% NC (t/há) = NC= NC= 4,20 t ha-1 de calcário. 126 Quantidade de calcário Método baseado nos teores de Al e (Ca + Mg trocáveis): Y = fator de multiplicação relacionado a capacidade tampão do solo (Interpolação). mt = m% tolerado pela cultura (25%). = CTC efetiva. X = exigência da cultura em Ca + Mg (3,25 para cafeeiro). Quantidade de calcário t ha-1 de calcário. Critérios de escolha Menor dose. Dose do 1° passo for menor que a exigência da cultura , escolha a dose do método baseado nos teores de Al e Ca + Mg trocáveis. Se a dose do 2° passo for maior que H+Al, utiliza o valor de H+Al em t ha-1. Resumindo... Seguindo os critérios apresentados, deve-se escolher a dose indicada pelo método de saturação por bases. Pelo critério de menor dose. NC= 4,20 t ha-1 de calcário. Quantidade de calcário a ser utilizada LAVOURA JÁ IMPLATADA Levar em consideração: Percentagem da superfície a ser coberta na calagem (SC). Profundidade que será incorporado o calcário (PF). PRNT do calcário utilizado. Aplicação sobre a projeção da copa. Em torno de 7 cm. Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Quantidade de calcário a ser utilizada Lavoura já implantada. Projeção da copa = 1m para cada lado. Espaçamento = 4 m X 2 m. SUPERCALAGEM •A supercalagem é o uso do calcário além das necessidades do solo. •Aumento exagerado do pH. •pequena disponibilidade de Nitrogênio, enxofre e boro. •baixa disponibilidade de fósforo pela fixação do íon fosfato pelo cálcio •perdas de potássio pela lixiviação, baixa disponibilidade de micronutrientes metálicos como o ferro, cobre, zinco, e manganês . SUPERCALAGEM •baixa disponibilidade de fósforo pela fixação do íon fosfato pelo cálcio •perdas de potássio pela lixiviação, baixa disponibilidade de micronutrientes metálicos como o ferro, cobre, zinco, e manganês . SUBCALAGEM •É a aplicação de uma dosagem de calcário inferior às necessidades do solo. •Pequeno aumento no pH do solo; •Baixos teores de Ca e Mg; •Al trocável e impossibilidade de fixação de P; •Baixos teores de Mo e Cl; •Menor aproveitamento da adubação. OCUPAÇÃO DA CTC DO SOLO CALAGEM EM CAFÉ IMPLANTADO Fonte: https://jornaldelins.com.br CALAGEM EM CAFÉ IMPLANTADO Locais de Aplicação: Tanto na amostragem de solo como na adubação de produção o local de aplicação do calcário deve ser na região de maior atividade radicular; Sob a saia do cafeeiro; Quando necessário corrigir o solo nas entrelinhas: É recomendada a aplicação do calcário em toda a extensão do terreno Não nigligenciar a aplicação na saia do cafeeiro. FORMAS DE APLICAÇÃO Em áreas mecanizáveis o calcário é aplicado através de distribuidoras de calcário. Em regiões montanhosas, a aplicação é feita manualmente, distribuindo a lanço, sob o cafeeiro ou em toda a área. Fonte: https://www.agrovga.com.br/gesso-agricola/ Fonte: https://seag.esgov.br/ ÉPOCAS DE APLICAÇÃO Na presença de umidade, a reação do corretivo com o solo inicia-se logo após sua aplicação; Prossegue ao longo de alguns meses ou anos, dependendo da sua granulometria e solubilidade; No entanto a aplicação pode ser feita em qualquer época do ano; Porém a calagem terá seus efeitos potencializados, se realizada dois a três meses antes do período chuvoso. pH ideal e melhor aproveitamento dos fertilizantes. Gessagem Gesso no café Importante insumo para a cafeicultura - diminui alumínio em profundidade, aumentando o desenvolvimento do sistema radicular; Amostragem de solo deve ser feita em profundidade: 20-40 cm ou mais. Emprego limitado em situações bem definidas; Uso indiscriminado: podem causar prejuízo e desbalanço nutricional da lavoura; Fornece enxofre para a cultura: Gesso no café: quando é indicado? Situações em que o sub-solo apresente (20-40): Teor de cálcio ≤ 0,4 cmolc/dm³. Teor de alumínio ≥ 0,5 cmolc/dm³. Saturação por alumínio (m) > 30%. Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Gesso no café O cálculo de gessagem pode ser feito por diferentes métodos, mas seguindo os critérios apresentados acima. Os métodos são preferencialmente pela seguinte ordem: Teor de argila. Lopes. P-rem. NG = Nc x 0,25. Teor de argila NG é realizada por interpolação e no teor de argila de uma camada de 0 – 20 cm. Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). 146 Cálculo 0,08 Interpolação: Lopes Utiliza-se dois critérios: Se a NC calculada for pelo método de saturação por bases (IAC), substitui 25 % do CaO do calcário por gesso. Se a NC for pela método de Al, Ca e Mg trocáveis (5° aproximação), adicionar 25% do CaO do calcário pelo gesso. P-rem Deve-se realizar a interpolação igual no caso do teor da argila. P-rem da camada (20-40). Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Último caso Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Quantidade de gesso (QG) Levar em consideração: Camada superficial (EC) – geralmente 30 cm. Superfície coberta (SC). 0,66 t ha-1 de gesso. Fonte: (GUIMARÃES et al, 1999). Aplicação do Gesso no cafeeiro Não há necessidade de incorporação - muito móvel; Pode ser aplicada juntamente ao calcário, mas é preferível após a aplicação deste; Se mal calculada, pode causar desequilíbrio químico no solo - afetando a nutrição do cafeeiro; ADUBAÇÃO Planejamento anual das adubações Análise de produção dos anos anteriores. Análise do sistema radicular (Pragas de solo). Análise da física do solo (compactação). Análise química (maio a julho). Análise de folhas (dezembro/fevereiro). Aproveitar fertilizantes (químicos, orgânicos e adubos verdes). Eliminar lavouras de baixa produtividade. Chegar ao alvo Fonte: Embrapa, 2009. Quantidade relativas de absorção de nutrientes pelos 3 processos (Malavolta, 1980). 156 DISTRIBUIÇÃO DAS RAÍZES FINAS NO SOLO Fonte: GARCIA, A. W. R., 2008. ADUBAÇÃO VERDE DO CAFEEIRO cultivadas ou crescidas local ou importadas • Biomassa preferentemente deixada na superfície do solo, para preservação e/ou melhoria da fertilidade ATUA FUNDAMENTALMENTE EM 3 LINHAS: 1. Cobertura do solo 2. Suprimento de nitrogênio e outros nutrientes 3. Melhoria na fertilidade do solo (superfície) com C orgânico, CTC, pH, Al+++, Agregação, Infiltração, Atividade dos microrganismos LEGUMINOSAS MAIS UTILIZADAS PARA ADUBAÇÃO VERDE - Mucuna anã (Stilizobium sp.) - Labe-labe (Dolichos lablab) - Crotalaria spectabilis (áreas com nematóides) PRODUTIVIDADE DE MATÉRIA VERDE DE ALGUMAS LEGUMINOSAS (5 APROXIMAÇÃO) Leguminosa Produtividade t/ha Mucuna-preta 29,9 Feijão-de-porco 23,3 Crotalaria juncea 15,9 Crotalaria paulínia 42,1 Tephrosia candida 14,7 Guandu 26,9 Lab Lab 31,7 RESULTADOS COM ADUBAÇÃO VERDE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ADUBOS VERDES ADUBAÇÃO ORGÂNICA Adubação química bem equilibrada dispensa a adubação orgânica. Solos depauperados (<2% de M. O .) Analisar custos Produção na fazenda Usar adubos orgânicos disponíveis na propriedade, respeitando 30 a 60 dias entre o enchimento da cova e o plantio. ADUBAÇÃO ORGÂNICA Esterco de curral 3 a 5 kg/cova 7,0 a 15,0 L/cova Esterco de galinha 1 a 2 kg/cova 1,5 a 3,0 L/cova Torta de mamona 0,5 a 1 kg/cova 1,0 a 2,0 L/cova Palha de café 1 a 2 kg/cova 5,0 a 10,0 L/cova COMPOSIÇÃO MÉDIA ADUBAÇÃO QUÍMICA ADUBAÇÃO DO CAFEEIRO Lavouras Implantação. Formação. Produção. LAVOURA EM IMPLANTAÇÃO Implantação: Cova (40 x 40 x 40 cm). Sulco (30 cm). Calagem e gessagem. Enchimento das covas ou sulcos: Dois a três meses antes do plantio. Esterco de curral: Esterco de galinha: Torta demamona: Palha de café: 3 a 5 Kg/cova 1 a 2 Kg/cova 0,5 a 1 Kg/cova 1 a 2 Kg/ cova Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). LAVOURA EM IMPLANTAÇÃO P2O5 ½ - no fundo da cova quando for transplantas. ½ como fosfato natural reativo junto com adubos orgânicos e corretivos. N e K2O Fornecido após o pegamento das mudas em 3 parcelas. LAVOURA EM IMPLANTAÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). LAVOURAS EM FORMAÇÃO Ainda não produzem frutos. Exigências nutricionais menores. Recomendados doses de N e K2O. Em 3 parcelamentos na época das águas. LAVOURAS EM FORMAÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). LAVOURA EM PRODUÇÃO Grande Exigência de N e de K20. Fornecida em 3 parcelamentos no período das águas (out. a mar.). P2O5 – fornecido totalmente na 1° adubação. Aplicados na projeção da copa. LAVOURA EM PRODUÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). LAVOURA EM PRODUÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). Exemplo de interpretação Lavoura em Produção. Análise de solo. Produtividade esperada de 50 sc/ha. Lavoura coração. Amostragem em 21/09/2017. Fonte: Autoral, 2020. LAVOURA EM PRODUÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). 177 LAVOURA EM PRODUÇÃO Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). Resumindo a Interpretação Os níveis a serem aplicados estão indicados na tabela acima. O adubo a ser escolhido e o parcelamento da adubação pode variar de produtor para produtor de acordo com o seu nível tecnológico. N P K Classe: --- Muito Bom Muito bom Quantidade: 350 kg/ha/ano --- 50 kg/ha/ano ADUBAÇÃO COM MICRONUTRIENTES Imprescindível a realização de análise de tecidos. Níveis críticos de micronutrientes no solo não são confiáveis. Aplicação de produtos foliares. Análise ainda é problemática em questões de extrator e calibração. ADUBAÇÃO COM MICRONUTRIENTES Fonte: (MARTINEZ; NEVE, 2015). REFERENCIAS IAPAR. Espaçamento entre plantas interfere na longevidade de lavouras cafeeiras. 2011. Disponível em: http://www.iapar.br/modules/noticias/article.php?storyid=1186. Acesso em: 18 mar. 2020. JACTO. Espaçamento no plantio de café: o que você precisa saber. Disponível em: https://blog.jacto.com.br/espacamento-no-plantio-de-cafe-o-que-voce-precisa-saber/. Acesso em: 18 mar. 2020. GUIMARÃES, P. T. G. et al. Cafeeiro. In: RIBEIRO, A. C; GUIMARÃES, P T G; ALVAREZ, V. H. (Ed.). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5° Aproximação. Viçosa: Ufv, 1999. Cap. 18. p. 289-302. Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais - CFSEMG. MARTINEZ, Herminia Emilia Prieto; NEVE, Julio César Lima. Nutrição Mineral, Calagem, Gessagem e Adubação. In: SAKIYAMA, Ney; MARTINEZ, Hermínia; TOMAZ, Marcelo; BORÉM, Aluízio. Café Arábica: do plantio à colheita. do plantio à colheita. Viçosa: Ufv, 2015. Cap. 4. p. 64-103.
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