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Adriana Almeida Belaguarda Medica Veterinária Novembro, 2020 Leptospira spp. Histórico 1881- Praga – Dr. Adolf Weil – “icterius catarrhalis” 1883 – Descrita como doença ocupacional dos trabalhadores de esgoto Diferentes nomes - Tifo bilioso - Icterícia infecciosa - Doença de Weil Adolf Weil Histórico 1915 – Isolado no Japão – trabalhadores de minas - “Spirochaeta icterohaemorrhagiae“ 1917 – Miyajima e colaboradores – ratos possíveis carreadores – 40% portadores renais Histórico Brasil 1930 São Paulo - 1º caso humano 1940 Rio de Janeiro – Achados de necropsia em cães 1942 Porto Alegre – Surtos epidêmicos 1947- Dr. Hélio Gustavo Guida – Instituo Biológico de São Paulo – Levantamento de diferentes espécies Taxonomia Ordem: Spirochaetales Família: Leptospiraceae Gênero: Leptospira Espécies: 20 24 sorogrupos; >250 sorovares; Taxonomia Até 1986 – 3 espécies: Leptospira interrogans Leptospira biflexa Leptospira parva Taxonomia L.borgpetersenii L. Broomii L. fainei L. inadai O Grupo 1- São 12 espécies sorovares patogênicos : L. interrogans L. Licerasiae L. noguchii L. santarosai L. Weilii L. wolffii L. kirschneri L. kmetyi Taxonomia L. meyeri Grupo 2- possui sorovares saprófitas e sorovares patogênicos Grupo 3- possui sorovares saprófitas e outros desconhecidos L. alexanderi Grupo 4- contem cepas saprófitas L. biflexa e L. wolbachii Taxonomia Genomoespécie → Leptospira alstonii. Genomoespécie → Leptospira vanthielii Genomoespécie → Leptospira terpstrae. Genomoespécie → Leptospira yanagawae Morfologia Forma fina e espiralada, com uma ou ambas as extremidades curvadas em forma de gancho Apresentam 2 flagelos 0,1 a 0,2 µm de diâmetro 6 a 12 µm de comprimento Metabolismo Gram-negativas - Características gram-negativas e gram-positivas Aeróbicas estritas Oxidase + Catalase + Utilizam os ácidos graxos de cadeia longa como a única fonte de carbono e energia e são incapazes de metabolizar os açúcares. Metabolismo Multiplicam-se a 26-30º C e pH 7,2 e 7,4 Podem atravessar membranas filtrantes de 0,45 µm de diâmetro São rapidamente destruídas pela desidratação. Temperaturas entre 50-60 ºC as destroem, em pouco tempo Destruídas pelo suco gástrico em 30 minutos Habitat Matéria orgânica em decomposição Água parada Solos úmidos Espécies de interesse em saúde animal e humana Espécie (s) Sorotipos(S) L. interrogans Pomona Canicola Icterohaemorrhagiae Pyrogenes Casteloni Bratislava Wolffi Szwajizak Balcanica L. borgpetersenii Hardjobovis L. kirschnerii Grippotyphosa Patogenia da doença lesão hepatócitos - necrose hepática aguda, fibrose hepática e hepatite crônica Penetram no organismo pela pele lesada ou mucosas multiplicam-se rapidamente na circulação sanguínea bacteremia 4 – 12 dias após infecção aguda epitélio tubular renal - necrose tubular ou insuficiência renal tecidos rim fígado Manifestações clínicas Crônica – assintomática Subagudas – sinais clínicos menos intensos - abortos frequentes Aguda – septicemia, hepatite, nefrite e hemoglobinúria A leptospirose pode ser transmitida de animal para animal e para o homem. Ratos e animais silvestres são portadores de Leptospira spp. Manifestações clínicas I) Leptospiremia (febre por aproximadamente sete dias) II) Leptospirúria (pode persistir por 2 a 3 meses) O agente pode ser isolado do sangue, na primeira fase (leptospiremia), e do rim e urina (leptospirúria), durante a segunda fase Manifestações clínicas Cães Forma septicêmica Forma hepática Forma renal Manifestações clínicas Cães Quatro síndromes Hemorrágica aguda ictérica (Icterohaemorrhagiae ) Uremica forma inaparente (Canicola) Manifestações clínicas Nos gatos, a leptospirose é menos frequente ou não diagnosticada Sinais clínicos são comparáveis aos observados nos cães. Manifestações clínicas Bovinos Síndrome reprodutiva: abortos natimortos terneiros fracos infertilidade por mortalidade embrionária (Hardobovis) Síndrome da queda brusca na produção leiteira: flacidez de úbere leite de coloração semelhante ao colostro febre anorexia (Hardjoprajitno) Manifestações clínicas Suínos infecção subclínica ou assintomática Abortamento tardio - único sinal clínico da doença Ocasionalmente, são observados sinais de metrites, icterícia, anemia e meningencefalites Manifestações clínicas Equinos - caracterizada por febre - depressão - anorexia - icterícia - Oftalmia periódica ou abortos podem ocorrer após o pique febril Manifestações clínicas Ovinos - infecção assintomática é mais frequente Casos agudos: Anorexia Abatimento Hemoglobinúria Icterícia anemia mortalidade alta (cordeiros) Crônica: nefrite alterações reprodutivas - abortos Manifestações clínicas Caprinos icterícia hemoglobinúria infertilidade abortos taxa de mortalidade alta nos animais jovens Manifestações clínicas Humanos Leptospira interrogans - manifestações discretas ou assintomáticos 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio de dez dias) dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia febre alta de início súbito sensação de mal estar dor de cabeça constante hiperemia conjuntival icterícia Meios de isolamento Utilizam-se vitaminas B1 e B12, ferro ferroso e íons de amônio como fonte de nitrogênio Meio tween-albumina ou meio EMJH - 1% de albumina sérica bovina e tween 80 (fonte de ácidos graxos de cadeia longa) Meios líquidos e semissólidos, contendo soro: Korthof e Fletcher O tempo de geração é de 4 a 5 horas para os sorovares saprófitas e de 8 a 12 horas para os sorovares patogênicos Meios de isolamento O crescimento é avaliado pela observação dos cultivos ao microscópio de campo escuro Checados para a presença de contaminantes, após 3–4 dias Cultivos mantidos durante 13 semanas antes de serem descartados Algumas cepas são muito lentas e podem exigir ainda mais tempo de incubação Diagnóstico Métodos diretos: sangue, urina, líquido cefalorraquidiano e tecidos - Microscopia de campo escuro ou contraste de fase - Isolamento por inoculação intraperitoneal (hamster ou cobaia) - Imunoistoquímica (IHQ) - PCR Diagnóstico Métodos indiretos: soro ou líquido cefalorraquidiano - ELISA – IgM, IgG e IgA - Teste de aglutinação microscópica (TAM) Controle e prevenção No Brasil – 2010 - 2017 29.768 casos de Leptospirose Humana 2.498 óbitos (letalidade de 8,4%) Ministério da Saúde / Secretaria de Vigilância em Saúde, recomenda à população: Evitar o contato com água ou lama de enchentes Usar botas e luvas de borracha durante o trabalho de limpeza da lama, nas residências ou nas ruas, bem como na remoção de detritos e desentupimentos de esgotos e manilhas Lavar chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pelas enchentes com sabão e água sanitária Jogar fora todo o alimento que teve contato com a água da enchente Armazenar lixo em recipientes bem fechados e em locais elevados do solo, para que não sirva de fonte de alimento para os ratos.
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