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DO RNA A PROTEÍ NA 1. TRANSCRIÇÃO Todo o processo de síntese proteica baseia-se na teoria denominada de “Dogma Central”. Essa teoria consiste em demonstrar como o DNA produz a partir de inúmeros processos, uma proteína como produto final. O DNA inicia-se o processo a partir de um mecanismo denominado de Transcrição, produzindo outra molécula denominada de RNA, que ao invés de apresentar desoxirribose na sua composição molecular, apresenta ribose. Além da base Uracila no lugar de Timina como encontrado no DNA. Essa nova molécula de RNA sintetizada a partir do DNA passará por um processo denominado de Tradução, que com toda uma maquinaria de diferentes tipos de RNA irão codificar e sintetizar uma nova cadeia polipeptídica. TIPOS DE RNA: A partir do RNA recém-formado são produzidos novos RNA, já que nem todos os genes presentes no RNA são codificantes de proteínas. O RNA codificante de proteína é denominado de RNAm ( mensageiro) que servirá de molde para síntese traducional. Já a parte do RNA inicial que não codifica nenhum tipo de proteína, denominado de parte não codificadora ou RNAnc ( não codificante) dará origem a inúmeros outros tipos de RNA que desempenharão funções extremamente importantes na síntese proteica. RNAr RNAt RNAsn RNAsno RNAmi RNAst RNAsi Outros TRANSCRIÇÃO A transcrição que é a síntese de RNA a partir do DNA apresenta características importantes como a presença de uma enzima denominada de RNA polimerase, ocorre hidrólise de ATP, varias copias de um mesmo gene podem ser feitas em um curto intervalo de tempo, não necessita de um iniciador, possuem um modesto mecanismo de correção. Além disso, esse processo difere muito em procariotos e eucariotos, começando pelas unidades de transcrição. Em eucariotos apenas uma unidade de transcrição corresponde a um gene, enquanto em procariotos, uma unidade de transcrição corresponde a um conjunto de genes. PROCARIOTOS: 1. Apresenta RNA polimerase de 1 tipo com 4 subunidades e quando se liga com o fator sigma é chamada de holoenzima de RNA pol. 2. O RNAm é policistrônico, ou seja, uma unidade de transcrição corresponde a vários genes diferentes, logo, varias proteínas finais. 3. O inicio do processo de transcrição em procariotos ocorre quando uma porção sigma reconhece uma região promotora com uma sequencia de bases entre a região -35 a -10 e faz com que o RNA polimerase ligue-se fortemente no DNA molde – INICIO DA TRANSCRIÇÃO. 4. Já o fim da transcrição ocorre quando as regiões ricas em G e C formando um grampo com mais 8U e reconhecimento da proteína RHO rica em C. – TÉRMINO DA TRANSCRIÇÃO EUCARIOTOS: 1. 3 tipos de RNA pol I (sintetiza RNAr), RNA pol II (sintetiza RNAm) e a RNA pol III (sintetiza RNAt e pequenos RNA) 2. Uma unidade de transcrição corresponde a apenas um gene, logo, a apenas uma proteína final sintetizada. 3. Fatores gerais de transcrição serão adicionados juntamente com o RNA pol II no sitio promotor de TATAbox. Sitios reguladores: ativadores, silenciadores e isoladores podem afetar o inicio da transcrição. – INÍCIO DA TRANSCRIÇÃO OBS: a escolha da fita molde de cada gene é determinada pela localização e orientação do promotor (único gene) . Assim como a direção que ela segue determina qual das duas fitas será utilizada como molde. Os promotores são sequências de DNA específicas importantes para o início da transcrição. Tais sequências são reconhecidas por algumas proteínas específicas, chamadas de fatores de transcrição, que trazem a RNA polimerase para realizar a montagem dos RNAs. TATA BOXA: O TATA box é um dos principais PROMOTORES eucarióticos conhecidos e encontra-se a 5' do ponto de início da transcrição da grande maioria dos genes. Logo, são sequencias especificas que irão atrair fatores de transcrição. O TATA box é semelhante à seqüência consenso –10 de procariotos Esquerda -> Direita : fita de baixo. Direita -> Esquerda: fita de cima. 4. O FATOR ESTIMULADOR DE CLIVAGEM e fator especifico de clivagem e a POLIADENILAÇÃO faz com que a RNA pol II tenha uma mudança conformacional e interrompa a transcrição – TÉRMINO DA TRANSCRIÇÃO. 5. Após os 25 primeiros nucleotídeos, capeamento 5’ do transcrito. Remoção do fosfato, adição de GMP e adição de metil á guanosina (nucleotídeo atípico de guanina) diferenciado dos outros RNAs. 6. Cauda Poli A: adenilação de cauda 3’ onde enzimas adicionam uma serie repetitiva de nucleotídeos de adenina. OBS: MUDANÇAS PÓS-TRANSCRICIONAIS CAPEAMENTO O capeamento é a primeira modificação que ocorre na molécula de RNA. Após a síntese dos 25 primeiros nucleotídeos de RNA serem formados na transcrição. Algumas enzimas participam desse processo, como a FOSFATASE que remove o P da extremidade 5’, a GUANILTRANSFERASE que adiciona GMP e METILTRANSFERASE que transfere um grupo metil a guanosina. O capeamento ajuda a diferenciar os RNAm dos outros RNA celulares. Além auxiliar na fixação do RNAm com os ribossomos no inicio da tradução. A ligação do Cap com CBC auxilia no processamento. -> INICIO DA TRADUÇÃO. SPLICING: é o processo que ocorre após o fim da transcrição e inicio da tradução, uma espécie de preparação do RNA para inicio da tradução. Nos procariotos o RNA já sai pronto para ser codificado. Em eucariotos um conjunto de enzimas RNPnss formam um complexo chamado spliceossomos que removem os introns e unem as regiões codificadoras, os éxons. CAUDA POLI A : conforme o RNA pol II se move no DNA identifica os sinais de clivagem e poliadenilação. CSTF (fator estimulador de clivagem) e CSPF (fator especifico de clivagem e poliadenilaçao) -> cauda fosforilada RNA pol II -> extremidade 3’ do RNAm Poli –A-polimerase adiciona 200 nucleotídeos A à extremidade 3’. Formação do RNAm maduro e sinalização para exteriorização do núcleo. Esse processo é fundamental para proteger o RNA contra a ação de RNAases. 2. TRADUÇÃO O processo de tradução consiste em sintetizar proteínas a partir de RNAm formado no processo de transcrição. Esse processo ocorre no citoplasma e envolve uma série de componentes essenciais para a manutenção desse processo: ribossomos, RNAm, RNAt, RNAr, proteínas ribossomais e não ribossomais, aminoácidos e cofatores. 1. RIBOSSOMOS São moléculas de 20 a 30 nm de comprimento, observados apenas em microscopia eletrônica, possui uma porção maior e menor, sendo a porção maior responsável por catalisar a ligação peptídica entre os aminoácidos recém formados e a parte menor por ligar-se ao RNAm e ao RNAt durante o processo. É formado ainda por RNAr e inúmeras proteínas, em mamíferos apresentam cerca de 10 milhões de ribossomos por células. Em células eucarióticas durante o processo de tradução os ribossomos adicionam 2 aminoácidos por segundo, enquanto em células procariotos essa taxa é de incrivelmente 20 aminoácidos por segundo. Existem estruturas denominadas de Polirribossomos ou Polissomos que são composta por uma fita de RNAm e inúmeros ribossomos associados. Essas estruturas podem estar livre no citoplasma sintetizando proteínas necessárias as células como em células cancerosas, embrionárias e reticulócitos. Ou conectadas a membranas para formarem proteínas que são enviadas para o meio extracelular como hormônios ou como ocorre em glândulas mamarias em lactação. 2. RNAm Constitui na molécula mestra para o processo de tradução. Foi sintetizado a partir de uma fita molde de DNA no núcleo pelo processo de transcrição. Essa molécula é responsável por determinar qual será a sequencia de aminoácido sintetizado pelos outros ribossomos a partir da sequenciade bases nitrogenadas presentes na sua fita. O sentido de leitura da fita é no sentido 5’-3’ e apresenta 64 possíveis combinações de letrinhas (bases) ou códons para sintetizar 20 aminoácidos específicos. (código genético degenerado) 3. RNAt É uma molécula produzida no núcleo a partir das porções não codificantes do DNA no inicio do processo de transcrição. Composto aproximadamente por 80 nucleotídeos. É uma espécie de transportador dos aminoácidos para o RNAm como o próprio nome já diz. Apresenta uma porção denominada de anticódon que irá ligar-se ao RNAm para que o aminoácido seja depositado naquele local especifico. OBS: CÓDIGO GENÉTICO Existem 64 tipos de códons possíveis formado pela combinação das 4 bases nitrogenadas. Desses 64 códons, 3 são códons de parada ou stop, os outros 61 restantes codificam a.a Existem algumas características importantes do código genético: DEGENERADO: um a.a pode ser codificado por mais de um códon UNIVERSAL: igual para todos os seres vivos LINEAR: bases de RNAm – letras TRIPLO: cada códon tem 3 bases que codificam um a.a NÃO AMBÍGUO: um códon codifica apenas um a.a SEM INTERRUPÇÕES SINAIS DE INICIAÇÃO E TÉRMINO NÃO SOBREPOSTO 3.ETAPAS DA SÍNTESE PROTEICA O processo de síntese proteica é composto por três etapas: INICIAÇÃO ELONGAÇÃO TERMINAÇÃO 1. ATIVAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS O primeiro passo importante para a síntese das proteínas é a ativação da sua principal unidade que são os AMINOÁCIDOS, sem eles não existem proteínas. Os aminoácidos são ativados a partir da participação aminoacil-RNAt sintetases que promove a ativação dos aminoácidos e ligação com o RNAt. Primeiramente o aminoácido é ativado a partir da ligação com o ATP, formando o complexo AMP-aminoácido. Posteriormente, esse aminoácido é ligado a porção CCA do RNAt e o AMP é liberado. Dessa forma, o A.A já fica no jeito para ser levado ao RNAm. 2. INICIAÇÃO Assim como ocorreu no processo de transcrição, o processo de tradução inicia-se a partir de sinais específicos de inicio. Procariotos e Eucariotos diferem novamente quanto a isso. Em procariotos, a iniciação se da a partir de uma sequencia denominada de Shine- Delgarno que precede a sequencia de inicio traducional. Essa sequencia é importante para alinhar o RNAm com os ribossomos. Em eucariotos, devido ao capeamento ocorrido pós transcrição permitiu que o RNAm e o ribossomo se liguem pela subunidade 5’ que sofreu adição de um grupo guanosina e um grupo metil nessa extremidade. (cap5’) EM BACTÉRIAS: Os fatores de iniciação ligam-se a parte menor do ribossomo. O fator IF-2 liga-se ao GTP e reconhece o complexo. Por fim a subunidade maior do ribossomo liga-se ao complexo. EM EUCARIOTOS: Os fatores de iniciação ligam-se a subunidade menor do ribossomo. Ao mesmo tempo em que o RNAm é conduzido ao ribossomo por outros fatores. O ribossomo percorre o RNAm em busca do códon de iniciação, esse deslocamento promove gasto de energia. Após o códon de iniciação for encontrado, os fatores de iniciação são liberados e a parte maior do ribossomo liga-se ao RNAm. Começa enfim o processo de TRADUÇÃO. 3. ALONGAMENTO O processo de alongamento consiste quando o ribossomo começa a percorrer a fita de RNAm para sintetizar as proteínas a partir da ligação dos aminoácidos feito pela parte maior da unidade. Existem 3 sitios importantes nos ribossomos: Sítio E – saída Sitio P – peptidil Sitio A – aminoacil O processo funciona da seguinte maneira: um primeiro aminoácido conectado ao RNAt que liga o anticódon ao códon de iniciação do RNAm permanece no sitio P do ribossomo. A partir desse momento, novos complexos RNAt-aminoácido começam a chegar no ribossomo e entrar pelo sítio A formando uma ligação peptídica na porção maior do ribossomo. Feita a ligação, ambos se movem para o lado, o primeiro complexo vai para o sítio E, enquanto o segundo complexo vai para o sitio P, liberando o sitio A para um novo aminoácido. O processo continua repetidas vezes. 4. TERMINAÇÃO O processo de termino da tradução ocorre quando o códon de stop ( UAA, UAG ou UGA) entra no sitio A do ribossomo. A partir disso, fatores de liberação reconhecem o códon de stop proporcionando uma hidrolise a partir da peptiltransferase rompendo a ligação entre o RNAt e a cadeia polipeptídica. Ocorre a dissociação dos ribossomos da fita de RNAm e liberação da cadeia polipeptídica, dando origem a uma proteína recém formada.
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