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Orientações: 1. Leia atentamente as questões antes de resolvê-las. A interpretação das questões faz parte da avaliação. 2. Escreva a resposta completa de cada questão de forma clara e objetiva. Não serão aceitas respostas sem o desenvolvimento e com rasuras. 3. Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo na folha de respostas. 4. As questões devem ser respondidas somente à caneta azul ou preta. 5. Não utilizar calculadora do celular, smartphone, tablete e qualquer outro tipo de equipamento eletrônico portáteis, borracha e/ou corretivo. Apenas, calculadoras científicas ou financeiras poderão ser utilizadas e será proibido emprestá-los ao(s) colega(s). 6. É proibido consultar materiais de qualquer natureza durante a realização da prova 7. Sobre a cadeira, deverão estar os instrumentos para realizar a prova, os outros deverão ficar sob a cadeira ou dentro das bolsas. 8. Celular, smartphone e qualquer outro tipo de equipamento eletrônico portáteis deverão permanecer desligados e dentro das bolsas durante a realização da prova. 9. Será observada uma tolerância máxima de 30 minutos para a entrada dos alunos após o início da prova. Nesse período, nenhum aluno poderá deixar a sala. Terminada a prova, o aluno deverá entregar ao professor a folha de questões e a folha de respostas, devidamente identificadas. Boa prova! PROVA – TURMA/PRÁTICA SIMULADA PENAL (NOITE) Já amanheceu. Em setembro de 2018, Rogério se envolveu em uma briga na boate “Experience”, no município de Ceará-Mirim/RN, em razão de suposta conduta de Leonardo com intenções maldosas em face da esposa daquele, intitulada de Joana, o que porventura ocasionou a morte de Leonardo, por traumatismo craniano, após uma série de golpes desferidos por Rogério. Curso: DIREITO Disciplina: PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) Período: Turma: Professor: Vinicius Cipriano Data da Aplicação: 26/11/2020 Avaliação AV2 Nota: Visto do Professor (a): Nome: FRANCISCO NICÁCIO DO NASCIMENTO Após tal situação, Rogério fora preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia dessa cidade, situação em que se iniciou o inquérito policial e posteriormente foi concluído e, consequentemente, acarretou a promoção de denúncia crime previsto no art. 121, § 2º, II do CP pelo Ministério Público Estadual no Vara do Tribunal do Júri de Ceará- Mirim/RN. Houve a convolação da prisão em flagrante para preventiva. Em seguida, Rogério foi pronunciado na forma do art. 413 do CPP, entretanto, conseguiu a liberdade provisória, visto que demonstrou a desnecessidade de manutenção da segregação cautelar. Com o início da segunda fase do Rito do Júri, advém o julgamento em Plenário. Após a oitiva das testemunhas arroladas para o julgamento em Plenário, como tese defensiva, o acusado, orientado por seu advogado, optou por exercer a garantia constitucional prevista no art. 5º, LXIII da CRFB/88. Em sede de debates orais, o Ministério Público sustentou a acusação nos limites da denúncia, sendo certo que a defesa técnica sustentou a tese de legítima defesa e a ausência de provas de conduta dolosa. Em réplica, o ilustre membro do Parquet apontou para o acusado e sustentou para os jurados que “o uso de alegemas já tornavam aquele cidadão o responsável pela conduta criminosa, tendo em vista que o Estado não traria alguém ao Tribunal das lágrimas sem demonstração cabal de autoria de crime doloso contra a vida”. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, Rogério foi condenado pelo Conselho de Sentença e o Juiz-Presidente fixou a reprimenda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). Na condição de advogado de Rogério, adote a medida cabível, ressalvando a possibilidade de Habeas Corpus, para impugnar a decisão utilizando todos os argumentos cabíveis, e indique o último dia do prazo na elaboração da peça, tendo em vista que a intimação da decisão ocorreu no dia 12 de maio de 2020, sexta-feira. Obs.1: O discente deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. Obs.2: O discente deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. Obs.3: A prova deverá ser elaborada no espaço delimitado, tendo em vista que a valoração da nota será restrita ao que estiver descrito no espaço adequado. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CIMINAL DO MUNICÍPIO DE CEARÁ MIRIM–RN. AUTOS: n° xxxxx ROGÉRIO, devidamente qualificado nos autos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus advogados infra-assinados – procuração anexa – apresentar tempestivamente RAZÕES RECURSAIS, de Apelação interposta por termo fl. xxxxx, contra sentença de fl. xxxxx, nos termos da fundamentação anexa, requerendo que vossa excelência se digne determinar a sua remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do RN, para reforma da decisão, com fulcro no inciso I do artigo 593 do Código de Processo Penal. Ceará Mirim RN, 19 de maio de 2020. __________________________ Advogado OAB/RN AUTOS: n° xxxxx APELANTE: Rogério APELADO: Ministério Público Estadual/RN OBJETO: Ação Penal. Homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). RECURSO DE APELAÇÃO APELANTE Rogério APELADO: Ministério Público Estadual/RN AUTOS ORIGINÁRIOS: n° XXXX.XXXXXX-XX EGRÉGIO TRIBUNAL ESTADUAL DO RN. ILUSTRADA ___ TURMA EMÉRITOS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DESTA COLENDA TURMA JULGADORA AUTOS: n° xxxxx RAZÕES DO RECURSO I - DOS FATOS: O Apelante Em setembro de 2018, se envolveu em uma briga em uma boate que tem por nome “Experience”, no município de Ceará-Mirim/RN, em razão de suposta conduta da vítima o sr. Leonardo com intenções maldosas em face da esposa daquele, a senhora Joana, o que porventura ocasionou a morte de Leonardo, por traumatismo craniano, após uma série de golpes desferidos por Apelante. Após tal situação, o Apelante fora preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia dessa cidade, situação em que se iniciou o inquérito policial e posteriormente foi concluído e, consequentemente, acarretou a promoção de denúncia crime previsto no art. 121, § 2º, II do CP pelo Ministério Público Estadual no Vara do Tribunal do Júri de Ceará-Mirim/RN. Houve a convolação da prisão em flagrante para preventiva. Em seguida, o Apelante foi pronunciado na forma do art. 413 do CPP, entretanto, conseguiu a liberdade provisória, visto que demonstrou a desnecessidade de manutenção da segregação cautelar. Com o início da segunda fase do Rito do Júri, advém o julgamento em Plenário. Após a oitiva das testemunhas arroladas para o julgamento em Plenário, como tese defensiva, o acusado, orientado por seu advogado, optou por exercer a garantia constitucional prevista no art. 5º, LXIII da CRFB/88. Em sede de debates orais, o Ministério Público sustentou a acusação nos limites da denúncia, a defesa técnica sustentou a tese de legítima defesa e a ausência de provas de conduta dolosa. Em réplica, o ilustre membro do Parquet apontou para o acusado e sustentou para os jurados que “o uso de algemas já tornavam aquele cidadão o responsável pela conduta criminosa, tendo em vista que o Estado não traria alguém ao Tribunal das lágrimas sem demonstração cabal de autoria de crime doloso contra a vida”. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, o Apelante foi condenado pelo Conselho de Sentença e o Juiz-Presidente fixou a reprimenda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialmentefechado por homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). Não se conformando com a decisão do Magistrado, Fulano de Tal recorreu tempestivamente da sentença. II – DO DIREITO: A) Da nulidade do julgamento por vício no procedimento Conforme se pode notar em nos relatos dos fatos ocorridos durante o Julgamento, a postura do presidente do tribunal do júri em permitir o uso de algemas no Réu. A Súmula 11 do STF dispõe que: “só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. “Art. 474 CPP “Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. (Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) § 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) “. Ora não havia necessidade do uso de algemas por parte do Apelante, pois ele não se enquadra nessas características prejudiciais. Outro ponto não menos importante foi a forma desrespeitosa usada pela acusação, o desrespeito tanto ao contraditório, como a presunção de inocência ao Apelante foi gritante quanto a sustentação oral da acusação, só pelo simples fato dele está algemado, já fora julgado e declarado culpado pelo ilustre membro do Parquet, isto contribui para que o Apelante fosse considerado culpado pelo conselho de justiça do júri. Temos que a nulidade pode ser conceituada como um defeito que está atrelado a determinado ato processual que foi praticado em desacordo com as bases legais estabelecidas pelo ordenamento jurídico. Encontram-se dispostas no Código de Processo Penal, do artigo 563 ao 573. Após a declaração de nulidade surgirão consequências, tendo em vista que ela causa um prejuízo, porquanto os atos subsequentes que dependiam do ato viciado, deverão também ser declarados nulos. Segundo as lições de Luís Fernando Moraes Manzano: “A nulidade pode atingir a toda relação jurídico- processual ou apenas um ato processual. Decretada a nulidade de um ato processual – seja porque a lei pressupõe o prejuízo, seja em face de prova de haver causado prejuízo à parte -, o vício se estende a todos os atos processuais subsequentes que dele dependam ou, a contrário sensu, não atinge os atos processuais posteriormente relacionados sem qualquer vinculação com o ato viciado.” ESPECIAL 08/12/2019 07:00 A sessão do júri: momento de concretizar a justiça “Algemas Ao analisar o AREsp 1.053.049, a Sexta Turma anulou a sessão do júri e determinou que fosse realizado novo julgamento em plenário, dessa vez com o réu sem algemas – a menos que seu uso fosse justificado por algum motivo concreto.” B) Do princípio da dignidade humana O Apelante tem direito a um julgamento justo, dentro da legalidade e de acordo com a nossa CRFB pelo princípio da dignidade humana segundo disposto na verdade do art. 5º, incisos XLIX e LXVII da CF e também no art. 1º, inciso III desta. Trata do valor absoluto da dignidade da pessoa humana na qualidade de princípio fundamental e sua possibilidade de realitivização. Têm a sua fonte ética na dignidade da pessoa humana os direitos, as liberdades e garantias pessoais e os direitos econômicos, sociais e culturais comuns a todas as pessoas. (MIRANDA apud SIQUEIRA CASTRO, p.174) A condenação resultou em pena considerada alta, tendo em vista que não condiz com a tipificação criminal de acordo com a verdade real dos fatos, pois aquele que deveria ter sido aplicado de acordo com essa realidade não resultaria nessa condenação. vários abusos foram praticados, dentre eles o maior de todo, o que diz respeito a nulidade tratada anteriormente, daí o motivo pelo qual esse Julgamento deverá ser considerado nulo. C) Do Princípio da Ofensividade Não sendo respeitados os direitos aos quais o processo penal dispõe como garantias para o acusado ter um processo devidamente legal, assim como também é garantido consequentemente pela nossa CRFB; no processo, quando não são respeitados esses direitos, se houver uma contaminação a um único ato processual, serão contaminados todos os seus outros atos seguintes, estes serão tidos com frutos desse vício e de acordo com a teoria do "fruto da árvore envenenada,” Há com isso, uma ofensividade que não pode ser aceita durante o processo e consequentemente em suas decisões. https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1618711&num_registro=201700256729&data=20170802&formato=PDF III DO PEDIDO: Pelo exposto, requer o Apelante seja reformada a decisão para: a) Anular o Julgamento para assegurar os direitos constitucionais do Apelante e proporcionar um novo julgamento contendo todos os preceitos legais contidos em nosso ordenamento jurídico. b) No caso da não anulação do Julgamento, aplicar a diminuição da pena, mudando a tipificação criminal do art. 121 § 2º, II do CP para o tipo de acordo com o artigo 121, § 3º do CP. c) No caso da mudança de condenação para o crime de acordo com o art. 121 § 3º do CP, substituir a pena do Apelante, saindo da pena de detenção para a restritiva de direitos de acordo com art. 43 do CP. Nestes termos, Pedem e esperam deferimento. Ceará Mirim RN, 19 de maio de 2020. __________________________ Advogado OAB/RN
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