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TEORIA DO CRIME UNID 3

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- -1
TEORIA DO CRIME
DO CRIME
Thaís Camargo Rodrigues e Lais Ferraz Pessoa
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui do fato típico e todas as suas consequências Compreenda aDo crime
própria evolução histórica dos conceitos e as correntes doutrinárias mais marcantes. Aprenda o conceito de
crime, que é importantíssimo para o bom entendimento do Direito Penal, é variável conforme os critérios
adotados para a conceituação. Entenda a respeito da evolução histórica da tipicidade, as condutas para o Direito
Penal e o próprio conceito ilicitude.
Bons estudos!
- -3
1 Correntes doutrinárias
O conceito de crime é definido por três correntes doutrinárias:
Corrente bipartida
Que entende o crime como fato típico e antijurídico.
Corrente tripartida
Que entende o crime como fato típico, antijurídico e culpável.
Corrente quadripartida
Crime como fato típico, antijurídico, culpável e punível.
Independentemente da corrente doutrinária adotada, qualquer que seja o conceito de crime, a tipicidade é
requisito central, já que faz parte da essência do crime. A tipicidade objetiva tem um campo formal, já que todo
crime é descrito numa lei, possui uma forma prescrita. Existem quatro requisitos formais: conduta humana
, (só nos crimes materiais, está no campo do que é físico, verificável, ex:voluntária resultado naturalístico
morte), (entre a conduta e o resultado deve haver uma ligação) e nexo de causalidade adequação típica
(descrito em lei, adequação do fato à lei).
Já no campo material, a origem doutrinária dessa tipidicidade tem amparo doutrinário em Roxin e Zaffaroni.
Roxin desenvolveu a chamada teoria da imputação objetiva. Zaffaroni desenvolveu a teoria da tipicidade
conglobante. A tipicidade formal é antecedente lógico da tipicidade material. E só constatadas as duas passamos
para a chamada verificação da teoria subjetiva. A tipicidade material envolve dois aspectos:
• Juízo de valoração da conduta
A conduta pertence à forma, mas no campo material, o juiz valora, a fim de saber se é conduta relevante
ou não para fins de direito.
• Juízo de verificação do resultado jurídico (ofensa ao bem jurídico)
Não há crime sem ofensa ao bem jurídico, e esta ofensa pode se configurar de três maneiras: por meio de 
 , por ou por - perigo presumido não é admitido; no perigolesão perigo concreto perigo abstrato real
abstrato real é necessária situação anormal que poderia atingir uma vítima, não é necessário vítima
concreta).
•
•
- -4
2 Teoria do crime
O conceito de crime está sujeito a variações conforme os critérios adotados para essa definição. De acordo com o
critério material, crime é conceituado como uma ação ou omissão humana que gera lesão ou expõe a perigo de
lesão os chamados bens jurídicos penalmente protegidos. Esse conceito reforça o próprio princípio da reserva
legal. O legislador não pode incriminar qualquer conduta mas apenas as condutas aptas a lesar ou colocar em
perigo um bem jurídico. Vale lembrar que quanto à pessoa jurídica, a posição dominante na jurisprudência é a da
possibilidade de responsabilização desde que conte com dois requisitos: previsão na Constituição Federal e
regulamentação por lei ordinária. Atualmente no Brasil, a única hipótese admitida de responsabilidade penal da
pessoa jurídica é em caso de crime ambiental. Tal responsabilização foi prevista no artigo 225, § 3 , CF/88:º
As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar
os danos causados.
O conceito legal ou formal de crime propõe que crime é tudo aquilo que a lei disser que é crime. No artigo 1 dao
Lei de Introdução ao Código Penal está o conceito legal de crime no Brasil:
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração
penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente.
Um conceito formal ou analítico de crime leva em conta a estrutura do crime, seus elementos estruturais. Há
variações teóricas quanto ao conceito, em três correntes doutrinárias.
Teoria quadripartida
Considera o crime fato típico, ilícito, culpável, antijurídico e punível. Não tem grandes expoentes atualmente, e é
teoria criticada pelo fato de a punibilidade não ser elemento do crime. A punibilidade é consequência do crime, é
efeito do crime. Surge com a prática do crime o direito do Estado de punir o agente.
Teoria tripartida
- -5
Considera o crime fato típico, ilícito e culpável. Se divide em teoria tripartida clássica (Nelson Hungria) ou
tripartida finalista (Welzel).
Teoria bipartida
Crime como fato típico e ilícito. A culpabilidade é entendida como pressuposto de aplicação da pena.
3 Elementos do crime
3.1 Fato típico
Independente da teoria adotada, fato típico é considerado elemento do crime. Fato típico acontece quando uma
conduta humana está prevista em uma norma penal incriminadora. São requisitos do fato típico: conduta,
resultado (naturalístico), relação de causalidade ou nexo causal e tipicidade. Esses quatro elementos só estarão
reunidos simultaneamente nos crimes materiais consumados. Nesses crimes, o tipo penal contém conduta e
resultado naturalístico e exige a produção deste último para sua consumação.
Nos chamados crimes formais o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico. Entretanto, nesses crimes, a
tipificação penal dispensa o resultado naturalístico para considerar um crime consumado. Nos crimes de mera
conduta o tipo penal apenas prevê uma conduta, sem tratar do resultado naturalístico. O ponto em comum entre
um crime formal e um crime de mera conduta é que ambos são crimes sem resultado, não há exigência desse
resultado, já que eles se consumam só com a prática da conduta. A diferença entre eles é que nos crimes formais
o resultado naturalístico pode ocorrer, ainda que não seja necessário para ser considerado consumado. Com
exceção dos crimes materiais consumados, todos os demais crimes, crimes formais, crimes de mera conduta e
crimes tentados o fato típico só tem dois elementos: conduta e tipicidade.
Assista aí
Enriqueça seu conhecimento! Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=8y4Kvr5c9lM&feature=emb_title
https://www.youtube.com/watch?v=8y4Kvr5c9lM&feature=emb_title
- -6
3.2 Conduta
Conduta é entendida como a ação ou omissão humana, que seja considerada consciente e voluntária, e que seja
voltada a um fim.
A ç ã o e
omissão
Crimes praticados por ação são os chamados comissivos; e por omissão, omissivos. O
agente que pratica um crime considerado comissivo, está indo contra uma norma
proibitiva. Já nos crimes omissivos, a violação é de uma norma preceptiva (que ordena a
realização de um comportamento).
Consciente e
voluntária
Com a evolução histórica desse do conceito de conduta, dolo e culpa antes considerados
como parte do conceito da culpabilidade foram transferidos para a conduta.
Dirigida a um
fim
O fim é a prática de um crime ou mesmo de uma contravenção penal.
Importante ressaltar que não existe crime sem que haja conduta.
- -7
3.2.1 Formas de conduta
São duas as formas de conduta: ação e omissão.
Na ação, estamos diante dos crimes comissivos e a conduta é positiva, a conduta consiste em um fazer. A maioria
dos crimes é comissivos. Já na omissão, os chamados crimes omissivos se dividem em omissivos próprios
(puros) ou omissivos impróprios (espúrios ou comissivos por omissão). Nesses crimes, a conduta é uma inação,
um não fazer, uma conduta negativa.
Os crimes omissivos próprios (puros) são aqueles em que a omissão é descrita no próprio tipo penal, a redação
do tipo apresenta uma conduta negativa. Um exemplo é o artigo 135 do Código Penal:
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criançaabandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis
meses, ou multa.
Os crimes omissivos próprios são tidos como crimes comuns ou gerais pois podem ser praticados por qualquer
pessoa, ou seja, qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo, o agente, nos crimes chamados omissivos próprios.
Estes crimes omissivos próprios não admitem tentativa pelo fato de serem crimes unissubisistente (conduta
composta de um único ato, suficiente para a consumação). Se o crime é unissubisistente não há como dividir sua
execução, o processo executório. Normalmente, são crimes de mera conduta.
Nos crimes omissivos impróprios o tipo penal descreve uma ação, mas a falta de ação do agente que descumpre
o seu dever leva à produção de um resultado naturalístico que lesa um bem juridicamente relevante, conforme o
artigo 13, §2 , CP:o
Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com
seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Quando consideramos quem pode ser o sujeito ativo, os tipos penais requerem para os crimes omissivos
impróprios uma situação fática ou jurídica diferenciada: só podem ser praticados por quem tem o dever de agir
para evitar o resultado.
Causas de exclusão da conduta:
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• Caso fortuito e força maior
Acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, escapam do controle. O caso fortuito tem origem humana,
como uma greve, por exemplo. Força maior tem origem na natureza, como uma forte tempestade.
• Movimentos reflexos
São reações fisiológicas decorrentes da provocação dos sentidos. Não existe conduta no movimento
reflexo, já que neles falta vontade.
• Coação física irresistível
Fato atípico por exclusão da conduta. Trata-se de situação diferente da chamada coação moral
irresistível, que é uma situação de inexigibilidade de conduta diversa (não se exigiria outra conduta no
caso concreto) e, por isso, exclui a culpabilidade. Na coação física irresistível não há elemento de
vontade. Na coação moral irresistível existe vontade, porém viciada pela coação.
• Sonambulismo e hipnose
Atos praticados em estado de inconsciência.
3.2.2 Resultado
Resultado é o desdobramento natural da conduta. A figura jurídica do resultado pode ser dividida em duas
espécies:
Resultado jurídico/normativo
É a própria violação da norma penal, ofendendo ao bem jurídico protegido e relevante. Ex: homicídio.
Resultado material/naturalístico
É o que acontece no mundo exterior como consequência da própria conduta do agente, podendo ser constatado
no mundo real. Ex: pessoa está morta.
•
•
•
•
- -9
3.2.3 Relação de causalidade ou nexo causal
O artigo 13 do CP traz no seu texto a denominação relação de causalidade:
Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido
Trata-se de um vínculo entre a conduta e o resultado naturalístico consequente. A relação de causalidade é o
vínculo que se estabelece entre a conduta realizada pelo agente e o resultado naturalístico no mundo real, sendo
que o resultado é causado pela conduta. Só se aplica nos crimes materiais, já que só eles têm resultado
naturalístico.
3.2.4 Concausas
Concorrência de causas ou concausa é quando uma outra causa, diferente e externa em relação à conduta do
agente influi na produção do resultado naturalístico que o agente buscou.
4 Tipicidade
Assista aí
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/f0b2d1668d8bfb5846cab0247c52bfd1
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4.1 Natureza jurídica da tipicidade
A tipicidade é elemento do fato jurídico presente em todo e qualquer crime. Modernamente a tipicidade penal é a
soma da tipicidade formal com a tipicidade material. A tipicidade formal é o juízo de subsunção, a adequação
entre o fato e a norma. A tipicidade considerada material é aquela que trata da lesão ou o perigo de lesão ao bem
jurídico penalmente protegido e relevante.
 Adequação típica é a tipicidade formal colocada em prática. Ela pode ser de duas espécies: imediata e mediata.
Quando a adequação típica é imediata, ou de subordinação imediata, o fato se encaixa diretamente no tipo penal,
não há necessidade de utilização de nenhuma outra norma (exemplo: homicídio consumado).
Quando a adequação típica é mediata, ou de subordinação mediata (também chamada de adequação típica
ampliada ou por extensão), o fato praticado pelo agente não se encaixa diretamente no tipo penal, há
necessidade de utilização de outra norma. São as chamadas normas de extensão ou complementares da
tipicidade. Elas são três: tentativa, participação e omissão penalmente relevante.
4.2 Teoria do tipo
Tipo é o um modelo abstrato proposto pela norma penal que descreve uma conduta criminosa (tipos
incriminadores ou legais; previstos na parte especial do CP ou na legislação extravagante;) ou de uma conduta
permitida (tipos permissivos ou justificadores; são causas de exclusão da ilicitude, o legislador autoriza a prática
de um fato típico). O tipo não deve ser confundido com a figura da tipicidade. Tipo é uma figura jurídica que
resulta da criação do legislador, enquanto a tipicidade é um juízo, uma avaliação sobre uma determinada
conduta para saber se contempla no caso concreto o que o legislativo pensou ao criar a regra.
Dolo (crime doloso): Dolo integra a conduta, é elemento subjetivo da conduta.
Teorias sobre o dolo :Para a Teoria da Representação, basta a previsão do resultado. Para a Teoria da Vontade,
não basta a previsão do resultado, o agente deve ter a vontade de produzi-lo. Para a Teoria do Assentimento
(Consentimento ou Anuência), complementando a Teoria da Vontade, existe o dolo não apenas quando o agente
busca um resultado, mas também quando o agente assume qualquer risco de produzir esse resultado.
Art. 18 - Diz-se o crime: 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Conforme podemos ver, o Código Penal adotou no artigo 18 a Teoria da Vontade para o Dolo Direto e a Teoria da
Representação para o Dolo Eventual.
- -11
5 Culpa (crime culposo)
5.1 Espécies de culpa
C u l p a
inconsciente
(sem previsão
o u e x
ignorantia)
O agente não prevê o resultado que no caso concreto era previsível.
C u l p a
consciente
(com previsão
ou ex lascivia)
O agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que não ocorrerá. É importante
diferenciar a culpa consciente do dolo eventual.
Culpa própria
(propriamente
dita)
O agente não busca o resultado, nem assume os riscos de produzi-lo, ou seja, produziu
"sem querer" o resultado.
C u l p a
imprópria
( p o r
equiparação,
por extensão
o u p o r
assimilação)
O agente após prever o resultado e desejar a sua produção realiza a conduta por erro
inescusável quanto à ilicitude do fato. O agente supõe que existe no caso concreto uma
causa excludente da ilicitude e por isso age. Na culpa imprópria o agente busca o
resultado e por isso trata-se de uma figura juridicamente híbrida, mista. A culpa
imprópria na verdade é dolo, mas é um dolo que o legislador decidiu punir como culpa. A
culpa imprópria ocorre no contexto de uma descriminante putativa. Na culpa imprópria é
admitida tentativa (única hipótese de crime culposo que admite tentativa).
Culpa mediata
( c u l p a
indireta)
É aquela em que o agente produz o resultadono caso concreto de forma indireta, a título
de culpa.
- -12
C u l p a
presumida (in
)re ipsa
Abolida do brasileiro. Decorria da simples inobservância de uma disposiçãoDireito Penal
legal ou regulamentar.
5.2 Praeterdolo
Acontece quando através de conduta dolosa surge um resultado mais grave, dessa vez culposo, mas também
provocado pelo agente. No primeiro comportamento, antecedente, temos o dolo e no segundo, consequente, a
culpa. São crimes qualificados pelo resultado e esses que tem quatro espécies:
Praeterdoloso
Dolo e culpa (crime doloso qualificado pelo resultado culposo).
Doloso
Dolo e dolo (crime doloso qualificado pelo resultado doloso; exemplo: latrocínio).
Culposo
Culposo e culposo (crime culposo qualificado pelo resultado culposo; exemplo: incêndio culposo qualificado pela
morte culposa).
Culposo
Culposo e doloso (crime culposo qualificado pelo resultado doloso; homicídio culposo em que o agente
dolosamente não presta socorro).
Fique de olho
São hipóteses de o caso fortuito e força maior, erro profissional, princípioexclusão da culpa
da confiança, risco tolerado.
- -13
5.3 Iter criminis
Itinerário, caminho do crime. São as fases de realização do crime. A fase interna é a cogitação. A fase externa é
dividida em preparação, execução e consumação. O exaurimento não faz parte do .iter criminis
A cogitação tem três momentos distintos: (surge a ideia de praticar o crime), (o agenteidealização deliberação
coloca na balança as vantagens e desvantagens da prática do crime) e a (o agente se decide pelaresolução 
prática do crime).
A cogitação nunca é punível, pois não há sequer perigo ao bem jurídico. A vontade está no claustro psíquico do
agente. Direito à perversão: todos tem direito a ser mentalmente perversos, o não pune isso. Direito Penal A
preparação é a fase dos atos preparatórios, indispensáveis para a posterior execução do crime. Em regra, os atos
preparatórios não são puníveis, pois ainda não há ofensa ao bem jurídico. Na execução, fase dos atos executórios,
surge a punibilidade do Estado. Surge, no mínimo, um crime tentado. Todo ato de execução deve apresentar duas
características: o ato de execução deve ser idôneo (capaz de ofender o bem jurídico) e inequívoco (se dirige ao
ataque do bem jurídico). A consumação ocorre quando o agente realiza todos os elementos do tipo.
- -14
5.4 Tentativa
O artigo 14, II, CP traz o conceito de tentativa: “Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente” – É quando começa execução do crime, que somente
não se torna um crime consumado por algumas circunstâncias diferentes do que quis o agente.
Espécies de tentativa:
Cruenta ou
vermelha
Quando a conduta atinge a pessoa ou bem protegido, mesmo que o crime não seja
consumado.
Incruenta ou
branca
É aquela em que o objeto material (pessoa ou coisa que suporta a conduta criminosa) não
é atingido.
Perfeita
(acabada ou
crime falho)
O agente faz toda a execução mas o crime não se consuma por alguma razão alheia à sua
vontade.
Imperfeita
(inacabada
o u
propriamente
dita)
O agente não faz todos os atos da execução e o crime não se consuma por alguma razão
diferente disso.
Fique de olho
São o início da execução do crime, a não consumação porelementos da tentativa
circunstâncias alheias à vontade do agente e o dolo de consumação - o dolo do crime tentado é
idêntico ao do crime consumado.
- -15
5.5 Desistência voluntária e arrependimento eficaz
São as chamadas hipóteses de tentativa abandonada, já que o crime não se consuma por vontade do agente. que
abandona sua vontade do resultado. É diferente da tentativa, já que aqui o crime não se consuma por vontade do
agente. Na tentativa o agente quer consumar mas não consegue, por outras razões. Na figura da desistência
voluntária, o agente suspende a execução do crime, não dando fim a todos os atos do processo executório. Em
regra, a desistência voluntária se caracteriza por uma conduta negativa. Já nos crimes omissivos impróprios a
desistência voluntária se caracteriza por uma conduta positiva. Nos casos de arrependimento eficaz a execução
do crime já se encerrou, mas ele adota providências para impedir a consumação.São requisitos para desistência
voluntária e arrependimento eficaz:
• ato livre de coação.Voluntariedade: 
• Eficácia: é preciso que o agente consiga parar a consumação. Se ainda que acontendo o arrependimento 
ocorrer o resultado do crime antes desejado, o agente vai responder crime, embora tenha a seu favor uma 
atenuante genérica.
5.6 Crime impossível
Também chamado de tentativa impossível, se verifica quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
impropriedade absoluta do objeto, jamais ocorrerá a consumação. É o teor do artigo 17: “Não se pune a tentativa
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o
crime”.
5.6.1 Espécies de crime impossível
Ineficácia absoluta do meio de execução
Quando o meio utilizado pelo agente para executar o crime não é capaz de produzir o resultado, por mais que o
seu uso seja repetido. A ineficácia absoluta deve ser avaliada no caso concreto.
Impropriedade absoluta do objeto
Objeto material não existe ao tempo da conduta. A mera existência do objeto material já caracteriza a tentativa.
•
•
- -16
5.7 Concurso de pessoas
O tema está tratado nos artigos 29 a 31 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação
e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado.
O instituto também é chamado de Coautoria. Hoje o Código Penal fala em concurso de pessoas, tratado como
gênero:
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.
No concurso de pessoas temos duas figuras jurídicas possíveis: a coautoria e a participação. Concurso de pessoas
é esse instituto jurídico penal em que duas ou mais pessoas praticam crime ou contravenção penal.
5.7.1 Requisitos do concurso de pessoas
• Pluralidade de agentes culpáveis
Para haver concurso de pessoas, deve haver mais de um agente. Todos os agentes que concorrerem
precisam também ser culpáveis. Os crimes unissubjetivos (unilaterais, concurso eventual), entretanto,
são praticados por uma única pessoa (um único agente leva o crime ao resultado final), mas admitem o
concurso. Exemplo: homicídio.
Os crimes plurissubjetivos (plurilaterais, concurso necessário) são aqueles que necessariamente devem
ser praticados por mais de uma pessoa para que haja o resultado pretendido no caso concreto. Exemplo:
•
- -17
associações criminosas (artigo 288, CP). Os crimes acidentalmente coletivos (eventualmente) em tese
podem ser praticados por um única pessoa mas quando há vários agentes no caso concreto, a lei prevê
uma modalidade mais grave do delito. Exemplos: furto e roubo. O concurso de pessoas do artigo 29 a 31
do CP só se aplica aos crimes unissubjetivos. Nos crimes plurissubjetivos e nos crimes acidentalmente
coletivos as regras do concurso de pessoas aparecem nos próprios tipos penais de cada um desses
crimes.
Nos crimes unissubjetivos todos os agentes devem ser culpáveis. Se faltar a culpabilidade de um dos
agentes, estará caracterizada autoria mediata e não concurso de pessoas. Nos crimes plurissubjetivos e
nos crimes acidentalmentecoletivos basta que um agente seja culpável.
• Relevância causal das condutas
Dois ou mais agentes praticando cada um uma conduta e todas as condutas contribuem para a produção
do resultado.
• Vínculo subjetivo
Também chamado de concurso de vontades. Traz o princípio da convergência ou das vantagens
homogêneas, pelo qual, se o crime é doloso, todos os agentes devem concorrer dolosamente. Se o crime é
culposo, os agentes vão estar em concurso de pessoas de crime culposo, pela regra da homogeneidade de
elementos subjetivos. A regra é clara: não é possível haver uma participação dolosa num crime
considerado culposo. O contrário também não é possível, não se admite participação culposa em crime
que seja doloso.
Vínculo subjetivo (menos) é diferente de prévio ajuste (mais). Vínculo subjetivo basta para o concurso de
pessoas. O vínculo subjetivo é a vontade de colaborar para o crime de terceiro, ainda que este
desconheça a colaboração. O prévio ajuste é o acerto, a combinação para a prática do crime. Faltando o
vínculo subjetivo estará excluído o concurso de pessoas e surge autoria colateral.
• Unidade de crime para todos os agentes
O artigo 29, caput, do CP, consagra a Teoria Unitária ou Monista. Concurso de pessoas é a pluralidade de
agentes com unidade de crime. Todos que concorrem para o crime respondem pelo mesmo crime, mas a
unidade de crime não leva obrigatoriamente à unidade de pena. Isso pois o CP segue à risca o princípio
da culpabilidade.
Sem prejuízo, existem algumas exceções pluralistas (Teoria Pluralista). Exceções pluralistas são
situações em que os agentes buscam o mesmo resultado mas respondem por crimes diversos uma vez
•
•
•
- -18
que o legislador criou crimes diversos. É o caso do aborto, em que a mãe e o médico respondem por
crimes diversos embora queiram o mesmo resultado (artigos 124 e 126, CP).
Na doutrina existe uma teoria dualista para qual há um crime para os autores e outro para os partícipes.
Nosso código não adotou essa teoria.
5.7.2 Modalidades de concurso de pessoas
Coautoria
Coautoria é a presença de dois ou mais autores. A primeira teoria em relação à coautoria é a Teoria Restritiva
Objetivo-Formal. É chamada de restritiva já que é limitadora do conceito de autor. Considera-se por essa Teoria
que, autor é quem executa o núcleo do tipo. Já o partícipe é quem concorre de qualquer modo para o crime, ainda
que sem ser o responsável por executá-lo. Tradicionalmente o Brasil sempre se filiou a essa teoria
doutrinariamente. Essa teoria precisa ser complementada pela autoria mediata. O autor mediato, é aquele que
usa uma pessoa sem culpabilidade para executar o crime. Na autoria mediata, portanto não há concurso de
pessoas. Faltam nesse caso dois dos requisitos para o concurso: pluralidade de agentes culpáveis e vínculo
subjetivo. O autor imediato pode ser considerado apenas um instrumento do crime.
Há ainda a Teoria do Domínio do Fato, ampliadora do conceito de autor. Em outras palavras, essa teoria não
revoluciona o conceito de autor, ela apenas traz novas considerações. O autor para essa teoria é a pessoa que
pratica o núcleo do tipo, seja como o autor intelectual (o mentor ou idealizador do crime; para a teoria anterior o
autor intelectual seria apenas um partícipe), seja como o autor mediato ou aquele que tem controle final do fato.
A teoria do domínio do fato só pode ser aplicada em casos de crimes dolosos, já que nos crimes culposos o
resultado é involuntário, diferente do pretendido pelos agentes. Esse é um problema da teoria, que necessita
outra para explicar os crimes culposos.
A teoria do domínio do fato admite a figura jurídica do partícipe no caso concreto. Para esta teoria o partícipe é
quem colaborou de qualquer modo para o crime, ainda que sem executá-lo e sem ter o controle final do fato.
Autoria de escritório
A figura da autoria de escritório, criada por Zaffaroni, chamada de teoria do domínio da organização por Roxin,
surge no âmbito das “estruturas ilícitas de poder” (organizações criminosas e grupos terroristas). Essas
estruturas são como “empresas do crime” com um comando que conhece as atividades criminosas
desempenhadas. São teorias intimamente relacionadas à teoria do domínio do fato.
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5.8 Participação
O partícipe é uma figura acessória para o crime. Ele realiza uma conduta que é paralela quando comparada a do
autor, a principal conduta que leva ao resultado do crime.
São espécies de participação: moral (quanto às ideias, sugestões e conselhos; se divide em induzimento – fazer
surgir na mente de alguém a vontade criminosa – e instigação – reforçar uma vontade criminosa que já existe;
devem ser para crime determinado e pessoa determinada; não existe concurso de pessoas no induzimento e na
instigação de natureza genérica) e material (caráter concreto, com instrumentos e objetos, não se esgota em
sugestões e conselhos; é o auxílio; é também chamada de cumplicidade; o auxílio acontece durante a preparação
ou execução do crime, mas nunca após a consumação).
5.8.1 Punição do partícipe
Teorias da acessoriedade:
Mínima
Para se punir o partícipe basta que o autor pratique fato típico. Não é uma teoria
aceita por poder gerar casos em que o autor não seria punido mas o partícipe sim.
Limitada
A punição do partícipe é possível quando o autor pratica fato típico e ilícito.
Historicamente preferida no Brasil.
Máxima ou externa A punição do partícipe é possível quando o autor pratica fato típico, ilícito e culpável.
Hiperacessoriedade
o u
Ultracessoriedade
A punição do partícipe é possível quando o autor pratica fato típico, ilícito, culpável e
o autor deve ser efetivamente punível. Não é aceita pois se o autor morre, não é
possível punir o partícipe.
Executor de reserva
O chamado executor de reserva pode ser coautor ou partícipe, devemos analisar no caso concreto. É alguém que
presencia a execução do crime e atua se precisa intervir.
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5.9 Circunstâncias incomunicáveis
Dispostas no artigo 30, CP. Comunicabilidade é a transmissibilidade. Elementares são os dados que formam a
modalidade básica do crime, são os dados que formam o tipo fundamental. As circunstâncias são os dados que se
unem ao tipo fundamental para aumentar ou diminuir a pena, são as qualificadoras, as causas de aumento de
pena, as figuras privilegiadas e as causas de diminuição de pena. As circunstâncias podem ser pessoais
(subjetivas, diz respeito ao agente) ou reais (objetivas, dizem respeito ao fato). As condições são situações que
existem independentemente da prática do crime. Também se dividem em pessoais (subjetivas, diz respeito ao
agente) ou reais (objetivas, dizem respeito ao fato).
Pelo artigo 30, CP, as elementares sempre se comunicam, desde que sejam do conhecimento de todos os agentes
(evita a responsabilidade penal objetiva). Pelo mesmo artigo, as circunstâncias pessoais nunca se comunicam. As
circunstâncias reais, entretanto, comunicam-se, desde que sejam do conhecimento de todos os agentes. As
condições pessoais nunca se comunicam (exemplo: reincidência), já as condições reais são comunicáveis.
5.10 Autoria colateral
Também chamada de coautoria lateral, coautoria imprópria ou autoria parelha. Acontece quando duas ou mais
pessoas realizam atos de execução de um mesmo crime, cada uma desconhecendo a vontade da outra. Na autoria
colateral é identificada a pessoa que produziu o resultado (quem produz o resultado responde pelo crime
consumado, quem queria o resultado, mas não foi o responsável responde por tentativa). Na autoria colateral
não há concurso de pessoas, cada um responde por um crime diferente.
5.11 Autoria incerta
Pressupõe uma autoria colateral, mas não se descobre quem produziu o resultado. Não há, nesse caso, concurso
de pessoas, não há vínculo subjetivo. Ambos praticam atos de execução, mas não se sabe quem produziu o
resultado. Tendo em vista o in dubio pro réu, ambos serão punidos por tentativa. Se um pratica ato de execução e
outro crime impossível, peloin dubio pro réu, haverá crime impossível para os dois.
Não confundir autoria incerta com autoria desconhecida. Na autoria desconhecida não há sequer indícios de
quem foi o autor e gera o arquivamento do inquérito, sendo um assunto de direito processual penal.
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5.12 Erro de tipo
Embora a doutrina fale em erro de tipo, o Código Penal, no artigo 20, fala em erro sobre os elementos do tipo:
Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
O erro, no Direito Penal, é a falsa percepção da realidade. Diferente da ignorância, que consiste no total
desconhecimento de algo. O Código Penal utiliza a palavra erro em sentido amplo, englobando o erro
propriamente dito e a ignorância.
O erro de tipo é aquele que acontece em relação os chamados elementos do tipo penal. Ele pode ser escusável
(inevitável, invencível) e inescusável (evitável, vencível). O que diferencia se o erro de tipo é escusável ou
inescusável é o que faria o homem médio. No erro de tipo escusável, o agente errou, mas um homem médio em
seu lugar também erraria. No erro de tipo inescusável, o agente erra, mas não esperamos que um homem médio
em seu lugar errasse. O erro de tipo sempre exclui o dolo do crime. O erro de tipo escusável também a culpa do
crime e o erro de tipo inescusável exclui somente o dolo, permitindo possibiliade de punição por crime culposo,
se previsto em lei.
O erro de tipo se divide em espontâneo e provocado. No erro espontâneo a pessoa erra sozinha. No erro
provocado, terceiro determina o erro (terceiro responderá pelo crime, conforme artigo 20, §2 , CP).o
Existe diferença entre o erro de tipo com o chamado crime putativo por erro de tipo, sendo institutos totalmente
opostos. No erro de tipo o agente não sabe que pratica fato típico. No crime putativo por erro de tipo, ou crime
imaginário, não tem existência real, só existe na cabeça do suposto agente. O agente imagina que praticar um
crime, acredita que faz algo incorreto.
O erro de tipo pode ser essencial ou acidental. O erro de tipo essencial acontece em relação aos elementos
constitutivos do crime e o erro de tipo acidental sobre circunstâncias ou dados irrelevantes do crime. O erro de
tipo acidental tem algumas modalidades:
Pessoa
O agente confunde a pessoa que queria atingir (vítima virtual) com pessoa diversa (vítima
real). Reflete na dosimetria da pena, levando em conta as condições da pessoa que o agente
queria atingir e não da pessoa que foi efetivamente atingida.
Coisa
Erro sobre a coisa, o bem jurídico, contra qual o crime é praticado. Pode caber o princípio
da insignificância na análise do caso concreto.
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Qualificadora
O agente não sabe que existe uma condição qualificadora. Esse erro retira a qualificadora,
mas o agente continua respondendo pelo crime na sua modalidade fundamental.
Nexo causal
Aberratio causae: o agente pratica uma conduta e acredita ter lcançado o resultado
desejado, em seguida, pratica nova conduta, com finalidade diversa, mas é esta que
efetivamente produz a consumação. Leva-se em conta o meio como realmente aconteceu,
aplicando qualificadoras (para MP e Polícias, para Defensoria não).
E r r o n a
execução
Aberratio ictus: por errar na execução do crime, o agente acaba por atingir outra pessoa.
Está previsto no artigo 73, CP.
Existem duas espécies de erro na execução. Quando acontece o chamado erro na execução com unidade simples
ou resultado único, o agente só consegue atingir outra pessoa, mas não a que desejava atingir inicialmente. Não é
erro sobre a pessoa, já que nesse caso não há confusão nenhuma por parte do agente sobre quem deveria ser a
vítima real. Quando acontece o chamado erro na execução com unidade complexa ou resultado duplo, o agente
atinge a pessoa desejada e também outra pessoa, respondendo por dois crimes em concurso formal. Para haver
erro nesses casos, o segundo crime deve ser culposo.
Resultado diverso do pretendido – aberratio delicti: o resultado obtido é diverso do pretendido. Previsto no
artigo 74, CP.:
Resultado diverso do pretendido Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente
ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código.
O agente queria praticar determinado crime, mas por erro, acabou praticando outro. As três últimas
modalidades de erro acidental são chamadas crimes aberrantes.
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5.12.1 Erro de proibição
A nomenclatura é criação da doutrina e da jurisprudência, já que o artigo 21 do CP fala em erro sobre a ilicitude
do fato:
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 21 - O
desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Nos casos em que há erro de proibição, o agente erra sobre o caráter ilícito do fato praticado, ou seja, o agente
não acha que sua conduta está contrariando as normas. Não devemos confundir o erro de proibição com mero
desconhecimento da lei. O desconhecimento da lei é inescusável conforme artigo 21, CP e artigo 3 , LINDB, eo
funciona como uma atenuante genérica (artigo 65, II, CP) ou uma autorização do perdão judicial no caso de
contravenções penais (artigo 8 , LCP).o
No erro de proibição, portanto, o agente conhece a lei, mas não sabe que o fato que está praticando tem caráter
ilícito, ignorando, portanto, o real conteúdo da lei. Os efeitos jurídicos do erro de proibição estão no artigo 21
como vimos e atingem diretamente a culpabilidade.
O erro de proibição pode ser classificado como (escusável ou invencível) ou (inescusável ouinevitável evitável 
vencível). O critério não é do homem médio como no erro de tipo, mas sim o critério do perfil subjetivo do
agente. O perfil subjetivo do agente é uma análise do que cabe especificamente àquele agente no caso concreto.
Ele erra, mas por mais que se esforçasse, ainda assim erraria.
O erro de proibição pode ser direto
É o erro de proibição propriamente dito, como já estudado, o agente desconhece o caráter ilícito do fato praticado.
O erro de proibição pode ser indireto
Casos das chamadas descriminantes putativas.
O erro de proibição pode ser mandamental
Agente tem o dever de agir mas acredita que, no caso concreto, está liberado desse dever de agir.
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5.12.2 Diferenças entre erro de tipo e erro de proibição
O erro de tipo como vimos é relacionado ao fato típico e à conduta (relativo ao dolo e, quando escusável,tamb ém
a culpa). São casos em que o agente não sabe o que faz. O erro de proibição é relacionado à culpabilidade e ao seu
elemento de potencial consciência da ilicitude. Nesses casos o agente sabe o que faz, mas não sabe que seu
comportamento é contrário ao Direito.
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5.13 Descriminantes putativas
Descriminantes são as causas de exclusão de ilicitude. Putativas significam aparentes, parecem ser mas são
coisas diversas. Descriminantes Putativas são, portanto, causas de exclusão de ilicitude erroneamente
imaginadas pelo agente.
A natureza jurídica das descriminantes putativas vai depender de qual teoria ou corrente doutrinária sobre a
culpabilidade foi adotada. Para a teoria normativa pura a descriminante putativa sempre será um erro de
proibição indireto.
Para a teoria limitada, descriminante putativa pode ser erro de proibição, mas também pode ser erro de tipo.
Nesse sentido, num caso concreto de erro sobre a legítima defesa: o erro pode recair sobre a existência da
legítima defesa em si, e aí seriacaso de erro de proibição. O erro pode recair também sobre os limites dessa
legítima defesa, também sendo caso de erro de proibição. Se o erro pode for sobre os pressupostos fáticos do
caso, aí sim seria erro de tipo (erro de tipo permissivo). A doutrina e a jurisprudência se dividem quanto ao tem.
A lei penal possui uma estrutura. Essa estrutura é composta por um preceito primário e também por um preceito
secundário. O preceito primário é a parte da lei que define a conduta criminosa. Já o preceito secundário
estabelece a pena para aquela conduta.
Veja o caso da lesão corporal no Código Penal: “Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano”.
Nesse caso, obedecendo a estrutura, temos o preceito primário no caput e o preceito secundário com a pena de
detenção.
Assista aí
Enriqueça seu conhecimento! Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=yX5CqqnqcYo&feature=emb_title
Fique de olho
O Brasil se filiou ao sistema de proibição indireta. Nesse sistema, a lei penal é sempre
descritiva e não proibitiva. Quando o artigo 121 do Código Penal diz "matar alguém" a
proibição é implícita, indireta.
https://www.youtube.com/watch?v=yX5CqqnqcYo&feature=emb_title
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Conceituar do fato típico e todas as suas consequências;
• Compreender a própria evolução histórica dos conceitos e as correntes doutrinárias mais marcantes;
• Aprender o conceito de crime, que é importantíssimo para o bom entendimento do Direito Penal;
• Entender a respeito da evolução histórica da tipicidade;
• Conhecer as condutas para o Direito Penal e o próprio conceito ilicitude.
Referências
BITENCOURT, C. R. : parte geral. Vol. 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.Tratado de Direito Penal
BITENCOURT, C. R.; MUÑOZ CONDE, F. . 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.Teoria geral do delito
ESTEFAM, A. : parte geral. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.Direito Penal
MARTINELLI, J. P. O.; BEM, L. S. : parte geral. 3. ed. São Paulo: Saraiva, Lições fundamentais de Direito Penal
2018.
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	Olá!
	1 Correntes doutrinárias
	Juízo de valoração da conduta
	Juízo de verificação do resultado jurídico (ofensa ao bem jurídico)
	2 Teoria do crime
	3 Elementos do crime
	3.1 Fato típico
	Assista aí
	3.2 Conduta
	3.2.1 Formas de conduta
	Caso fortuito e força maior
	Movimentos reflexos
	Coação física irresistível
	Sonambulismo e hipnose
	3.2.2 Resultado
	3.2.3 Relação de causalidade ou nexo causal
	3.2.4 Concausas
	4 Tipicidade
	Assista aí
	4.1 Natureza jurídica da tipicidade
	4.2 Teoria do tipo
	5 Culpa (crime culposo)
	5.1 Espécies de culpa
	5.2 Praeterdolo
	5.3 Iter criminis
	5.4 Tentativa
	5.5 Desistência voluntária e arrependimento eficaz
	5.6 Crime impossível
	5.6.1 Espécies de crime impossível
	5.7 Concurso de pessoas
	5.7.1 Requisitos do concurso de pessoas
	Pluralidade de agentes culpáveis
	Relevância causal das condutas
	Vínculo subjetivo
	Unidade de crime para todos os agentes
	5.7.2 Modalidades de concurso de pessoas
	5.8 Participação
	5.8.1 Punição do partícipe
	5.9 Circunstâncias incomunicáveis
	5.10 Autoria colateral
	5.11 Autoria incerta
	5.12 Erro de tipo
	5.12.1 Erro de proibição
	5.12.2 Diferenças entre erro de tipo e erro de proibição
	5.13 Descriminantes putativas
	Assista aí
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais