Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Continuando nosso processo avaliativo, nessa unidade focaremos a dissertação. Uma questão dissertativa é um convite para que você articule de maneira mais formal os conteúdos vistos na unidade. Vamos ao trabalho? O termo eutanásia deriva do grego “eu” (boa) e “thanatos” (morte), constituindo o modo humanitário de matar o animal, sem dor e com mínimo estresse. De acordo com o § 1º do art. 14 da Lei nº 11.794, de 2008, a eutanásia é a prática de causar a morte de um animal de maneira controlada e assistida para alívio da dor ou do sofrimento. Considerando o bem-estar animal e a definição de eutanásia, elabore em um texto dissertativo que discorra sobre um animal que necessite de eutanásia. Seu texto deve abordar: 1. Espécie animal e justificativa para eutanásia; 2. Como o procedimento deve ser realizado. A eutanásia refere-se a conduta de cessar a vida do animal, de forma rápida, sem dor e sem sofrimento, normalmente motivada pela compaixão. Trata-se de uma competência do médico veterinário, pautada em legislação nacional, a qual exige considerações morais e éticas para que seja cumprida de forma humanitária. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CRMV), deve-se realizar o procedimento de eutanásia nas situações em que: I. O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; II. O animal constituir ameaça à saúde pública; III. O animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente; IV. O animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais - CEUA; V. O tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário. A eutanásia deverá ser indicada, por exemplo, em caso de felinos diagnosticados em fase terminal de FeLV. A FeLV é conhecida como a leucemia felina, é causada pelo vírus FeLV, e provoca imunossupressão nos felinos domésticos e selvagens. A doença pode ser transmitida através de saliva, secreções, contato com fezes e urina infectada, através do leite materno ou por contaminação transplacentária. A FeLV não tem cura, em estágios iniciais e/ou leves, poderá ser realizado o tratamento com analgésicos e antivirais, com o objetivo de manter o animal saudável, minimizar as dores e fortalecer o seu sistema imune. Porém, além do alto risco de transmissão, a doença poderá causar infeções recorrentes e persistentes, anemia, aparecimento de linfomas e leucemias, podendo levar o animal a um quadro terminal, onde o vírus se espalha pelo organismo e começa a deteriorar rapidamente a saúde do animal, fazendo com que o felino passe a sofrer de fortes dores. A eutanásia é indicada quando a doença compromete a qualidade de vida do animal e o tratamento não é mais possível, sendo vista como uma alternativa para acabar com a dor e o sofrimento do animal. Em caso de relutância à eutanásia por parte dos tutores, a CFMV recomenda que animais em estado de sofrimento não deverão ser liberados, sendo necessário realizar uma abordagem razoável junto aos tutores, procurando entender as razões por trás da relutância e explicando que animais com condições médicas gravíssimas poderão sofrer ainda mais, e que esse tipo de atitude poderá ser considerada negligência ao sofrimento animal, caracterizando-se como crime de maus-tratos. Quando a abordagem não funciona, é necessário indicar e instaurar os cuidados paliativos, fornecendo alívio até que o indivíduo venha a óbito naturalmente. Em situações que se identifique omissão de socorro por parte dos tutores, cabe ao profissional denuncia-los aos órgãos competentes. Faz-se necessário documentar todas as indicações e ter por escrito a recusa do tutor em seguir a eutanásia, a qual foi recomendada pelo profissional veterinário a fim de preservar o bem-estar animal. A CFMV estabelece também os princípios básicos que norteiam os métodos de eutanásia, a fim de minimizar ao máximo o sofrimento, medo e ansiedade dos animais durante o processo: I. Elevado grau de respeito aos animais; II. Ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais; III. Busca da inconsciência imediata seguida de morte; IV. Ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade; V. Segurança e irreversibilidade; VI. Ausência ou mínimo impacto ambiental; VII. Ausência ou redução máxima de risco aos presentes durante o procedimento; VIII. Ausência ou redução máxima de impactos emocional e psicológico negativos no operador e nos observadores. Além disso, ainda de acordo com a CFMV, os médicos veterinários, diante do procedimento de eutanásia, devem sempre: 1. Garantir que os animais submetidos à eutanásia estejam em ambiente tranquilo e adequado, respeitando os princípios básicos norteadores desse método; 2. Atestar a morte do animal, observando a ausência dos parâmetros vitais; 3. Manter os prontuários com as técnicas e os métodos empregados sempre disponíveis para fiscalização pelos órgãos competentes; 4. Esclarecer ao proprietário ou responsável legal pelo animal, quando for o caso, sobre o ato da eutanásia; 5. Solicitar autorização, por escrito, do proprietário ou responsável legal pelo animal, para a realização do procedimento, quando for o caso; 6. Permitir que o proprietário ou responsável legal pelo animal assista ao procedimento, sempre que o proprietário assim desejar, desde que não existam riscos inerentes. De modo geral, o método utilizado para eutanásia, deve evitar ao máximo desconforto e dor no animal, além garantir a inconsciência antes de qualquer sofrimento físico e/ou mental. O profissional deverá se basear sempre em preceitos éticos e morais, orientar os tutores de forma adequada e procurar se manter documentado em qualquer circunstância.
Compartilhar