Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APS – Saúde e condições bucais O capítulo aborda a importância de realizarmos a anamnese com cuidado, onde iremos colher o máximo de informações de acordo com a vida do paciente, desde antecedentes, tratamentos, históricos de doenças e tudo oque veio a acontecer que poderá atrapalhar em certo tipo de tratamento. Sendo assim a importância de realizar a aferição da PA, exame extra oral como palpação dos linfonodos e verificar se tem alguma alteração em sua mordida, intra oral como a verificação de lesoes e se necessário alguma biopsia, verificar presença de caries ou ausência de dentes. O exame clínico é realizado em duas etapas: Anamnese e exame físico. Anamnese: A palavra anamnese vem do Grego Ana, que significa “trazer de novo”, já mnesis tem como tradução “memória”. Anamnese deve obedecer a seguinte sequência cronológica: Identificação do paciente: Nome: o nome completo do paciente, além de permitir o arquivamento do prontuário, estabelece uma relação afetiva e de confiança do paciente para com o examinador. Endereço: o endereço completo, inclusive com o telefone, é uma necessidade para garantir comunicação imediata com o paciente, em casos de complementação de informações, mudança de horário de consulta, cancelamento ou qualquer outro tipo de contato urgente. Idade: é importante o conhecimento da idade, pois existem certas doenças que incidem com maior freqüência em determinadas faixas etárias. Por exemplo, a ocorrência de cárie dentária é mais freqüente n a infância e puberdade, ao passo que a doença periodontal é característica da idade adulta. Estado Civil: deve ser referido com veracidade o solteiro, o casado, o viúvo, o desquitado e o divorciado, principalmente no que diz respeito a problemática psicológica que poderá intervir conforme o estado civil. "Indivíduos de ambos os sexos, conforme o estado civil", poderão apresentar conflitos emocionais decorrentes de vida instintiva sexual ou erótica, e também, as decorrentes da vida intelectual em seus múltiplos aspectos: ideal, vocação, econômico-financeiro, relação com o meio familiar, social e profissional “Vieira Romeiro, J. - Semiologia médica ". Sexo : existe predileção de certas doenças por um dos sexos. O sexo feminino é mais predisposto à ulceração aftosa recorrente e ao hiperparatireoidismo; a paracocidioidomicose, ao contrário, predomina intensamente no sexo masculino. Cor : há determinadas afecções mais comuns de acordo com a raça. Carcinomas de pele são mais freqüentes em indivíduos de cor clara. As displasias fibrosas são mais comuns em negros. Profissão. Certas profissões podem predispor o indivíduo a determinadas doenças. Assim, os confeiteiros, em virtude da impregnação do ambiente por poeiras amiláceas, estão sujeitos a surtos de cáries atípicas que se instalam em regiões do dente relativamente imunes ao processo (cárie de confeiteiro). A queilite actínica e os carcinomas da pele da face são freqüentes em lavradores, marinheiros e pescadores, particularmente nos portadores de tez clara. Procedência : deve ser referida sempre, em razão da existência de zonas endêmicas ou epidêmicas de determinadas moléstias como a doença de Chagas, pênfigo vulgar etc. Queixa principal e duração: Representa o motivo fundamental que levou o paciente à consulta e pode ser representada pela presença de indícios de anormalidade (um ou mais sinais e/ou sintomas), evolução não satisfatória de algum tratamento realizado que leva o paciente a procurar outro profissional ou, ainda, uma simples consulta de rotina sem sintomatologia presente. Sempre que possível o relato da queixa deve ser registrado com as próprias palavras do paciente, desde que razoavelmente inteligíveis e não excessivamente prolixas. História da doença atual / Histórico médico: É a parte mais importante da anamnese, e a mais difícil da propedêutica que o dentista aprende e aperfeiçoa durante toda a sua vida profissional. A história da doença atual resulta no histórico completo e detalhado de queixa apresentada em toda sua evolução temporal e sintomatológica. Abrange a doença desde o seu estado prodrômico, até o momento do exame. Os sintomas referidos sobre o problema principal (queixa) devem ser examinados, e algumas perguntas são quase sistemáticas, na grande maioria dos casos, e não podem ser omitidas pelo examinador. Assim temos : - tempo de evolução do processo, isto é, quando se iniciou a sintomatologia; - como eram no início os sinais e/ou sintomas; - ocorreram episódios de exacerbação ou remissão do quadro clínico; - recorde-se de algum fato que possa estar ligado ao aparecimento da doença; - no caso de lesões assintomáticas, como era quando percebeu sua existência em relação ao estado atual. São estes alguns exemplos de perguntas bastante comuns que se fazem aos pacientes. Antecedentes hereditário: Têm por objetivo a obtenção de informações sobre o estado de saúde, principalmente, de pais, irmãos, avós, esposa (o) e filhos, na busca de uma eventual doença herdada ou com tendência familiar. Hábitos e vicios: O conhecimento de hábitos adquiridos pelo paciente, freqüentemente, se constitui em elemento chave para elaborar o diagnóstico e fundamentar o prognóstico. Hábitos nocivos, como tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e drogas, devem ser minuciosamente determinados quanto ao tipo, tempo de uso, quantidade, variações ou interrupções. Exame físico: Realizado após a anamnese. O objetivo do exame é saber os sinais presentes do paciente. Utiliza-se fundamentalmente os sentidos naturais do profissional na exploração dos sinais. As manobras clássicas são palpação, percução, ausculta e olfato. Inspeção: é a avaliação visual sistemática do paciente submetido ao exame. O examinador utiliza-se da inspeção a cada momento em que olha o seu paciente, observando os traços anatômicos, fisiológicos e psíquicos. Todas as características observadas e que se constituem em alterações da normalidade devem ser minuciosamente descritas no prontuário do paciente, tais como: localização precisa, dimensão, forma, cor, relações com estruturas normais, aspectos da superfície, etc. Sobre a inspeção, costuma-se dizer: “Não basta olhar, há que se ver, não basta ver, há que se analisar, não basta analisar, há que se compreender, não só uma parte, mas o todo”. Palpação: A palpação deve abranger todas as estruturas extra e intra-bucais sob a responsabilidade do cirurgião dentista e, inclusive as mais afastadas que possam apresentar alterações tributárias ou não dos tecidos bucais. Ela nos fornece informações a respeito da consistência, limites, sensibilidade, textura superficial, infiltração, pulsação, flutuação, mobilidade e temperatura das lesões. No exame dos dentes se utiliza da chamada palpação indireta através de sonda exploradora. De forma geral, as estruturas moles são examinadas pelo que se denominam de palpação bidigital, digital e dígito-palmar. Percussão: É uma manobra clínica comumente utilizada em Medicina mas de uso restrito em Estomatologia. É um teste simples, aplicado principalmente no diagnóstico de odontalgias. Normalmente utiliza-se o cabo de um espelho dental batendo-o contra a coroa de um dente, em direção de seu longo eixo. Auscultação. Da mesma forma que a percussão, é pouco usada em Estomatologia. No entanto, vem sendo cada vez mais valorizada sua utilização na ausculta de estalidos da A.T.M., principalmente quando se ampliam esses sons por meio de um estetoscópio. A auscultação é um recurso indispensável quando se mede a pressão arterial do paciente. Olfato. O odor exalado por determinadas lesões, bem como o hálito do paciente, podem ser de valor semiológico. Assim, pacientes portadores de pênfigo foliáceo, apesar de não apresentarem lesões bucais, exalam odorcaracterístico de “ninho de rato”; tumores malignos avançados conferem ao paciente um hálito putrefato significativo. O exame físico se subdivide em exame físico extra-oral e exame físico intra-oral. Medir a pressão arterial do paciente, temperatura, batimento e respiração. Exame físico extra-oral: Avalia-se osso, músculo cervival, musculatura da face, as cadeias linfáticas da face e do pescoço para verificar alterações do gânglio aumentado, macio, dolorido por consequências inflamatórias ou aumentado, rígido, indolor – possível origem neoplásica. Exame das cadeias linfáticas da face e pescoço. As mais importantes cadeias linfáticas da cabeça são: Parotídea, localizada na região anterior e inferior da orelha. É subdividida em nódulos pré-auriculares e infra-auriculares. Recebe drenagem das partes moles da região do couro cabeludo, face, parótida, conjuntivo, canto lateral do olho e lábio superior. Submandibular, sob a borda inferior interna da mandíbula. É dividida em nódulos préglandulares e intra-glandulares. Recebe drenagem de glândulas submandibulares, bochecha, gengiva, parte da mucosa bucal, partes laterais do nariz, do lábio superior e inferior, partes médias das pálpebras e bordas antero-laterais da língua. Submentoniano, abaixo e atrás do mento. Recebe drenagem do lábio inferior, parte anterior da gengiva e da mandíbula e é pouco comum serem envolvidos por metástases de tumores. Os linfonodos localizados na linha média da mandíbula, logo abaixo do queixo entre os ligamentos dos músculos digástricos anteriores, drenam também a parte anterior da língua e do assoalho da boca. Espinal acessória, segue o curso dos nervos espinais acessórios. Ela é dividida em nódulos superiores, médios e inferiores. Recebe drenagem da nasofaringe, parte do couro cabeludo, porção posterior do pescoço, pele da região e o grupo de gânglios superiores da cadeia jugular. Júgulo-carotídea, segue o curso da veia jugular e da artéria carótida, situando-se à frente e atrás do músculo esternocleidomastoideo. Os nódulos superiores e inferiores profundos encontram- se ao longo do trajeto da artéria carótida e veia jugular interna, situando-se atrás do músculo esternocleidomastoideo. Está dividida em: superior que drena parte posterior do pescoço, região occipital, partes do ouvido externo, amígdalas, língua, mucosa bucal, palato, nasofaringe, laringe e parte superior do esôfago; média, que drena a laringe e porções inferiores da faringe, e inferior, que drena a tireóide, porção cervical do esôfago e algumas áreas abaixo da clavícula Exame físico intra-oral: Inicia-se com a troca das luvas de procedimentos Examinar os tecidos moles, garganta, lingua, gengiva, papila, mucosa labial. Devemos observar as alterações do desenvolvimento e variações da normalidade. Diferenças: O exame extraoral visa verificar presença de alteração que ainda não são visíveis internamente e que devem estar apresentando formatos de linfonodos em determinadas regiões, O exame intraoral estamos verificando tecidos moles, garganta, lingua, gengiva, papila, mucosa labial e alterações como lesoes.
Compartilhar