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CÂNCER DE PRÓSTATA – Dr. Felipe INCIDÊNCIA: Próstata - Tumor sólido mais frequente em humanos 2º câncer mais frequente no homem (1º é pele). 2010 no Brasil: 53.000 casos NOVOS 76% - Doença localizada; 16.6% doença localmente avançada; 7,6% doença metastática. INCIDÊNCIA RELACIONADA A IDADE: ➢ Raro antes dos 50 anos ➢ Incidência aumenta com o progredir da idade ➢ Idade é o principal fator de risco para a doença MORTALIDADE – vem diminuindo: ➢ 17 óbitos por CA próstata/ 100.000 habitantes ➢ Fatores que influenciaram na queda da mortalidade por câncer de próstata: - Disponibilização do PSA - Diagnóstico precoce: Migração para estádios mais iniciais. - Popularização dos métodos de tratamento: cirurgia e radioterapia - Eficácia e disponibilização dos bloqueios hormonais e QTX FATORES DE RISCO: *Idade: É o principal fator de risco. Quanto mais velho o paciente, maior é a chance de apresentar câncer de próstata. *História familial: 1 parente de 1º grau → 2x mais chances de ter 2 parentes de 1º grau → 5x mais chances de ter 3 parentes de 1º graus → 10x mais chances de ter *Raça: Mais frequente em negros/ afrodescendentes e Menos frequentes em asiáticos. Alto consumo de carnes, gorduras e produtos lácteos Balela. PREVENÇÃO: Selênio, Vitamina D e E, Licopeno (tomate/castanha do pará) e Isoflavona Balela. ANATOMIA (IMPORTANTE): A próstata é dividida em 4 zonas: 1. Zona de transição (Abraça o miolo da uretra) – Essa zona é acometida por HPB (hiperplasia prostática benigna), e devido isso os pacientes com sintomatologia de alteração urinaria são mais característicos de HPB e não de CA de próstata. 2. Zona Central 3. Zona periférica (É a maior parte da próstata) – É essa a zona acometida pelo CA de próstata, é a região sentida no exame de toque retal. 4. Zona fibromuscular CA de próstata é assintomático, e por isso dificilmente os pacientes fazem exames de prevenção, pois acreditam não ter nada. DIAGNÓSTICO: Prevenção é a única maneira de diagnosticar o câncer em estágio inicial Câncer de próstata inicial: curável em 90% dos casos! A doença não tem sintomas!!! Zona periférica. Preventivos devem ser realizados a partir dos 45/50 anos Se familiar começa a fazer 5 anos mais cedo. EXAMES PREVENTIVOS Diagnóstico é Toque + PSA (apenas esses, NÃO precisa de ultrassom nem nada). 1. Dosagem de PSA (Exame de sangue): ➢ Proteína – Antígeno Prostático Especifico – maior que VR suspeita de CA Indicar biópsia. ➢ Valor de referência: MENOR que 2,5ng/Ml ➢ Métodos alternativos: Densidade, ajuste a idade, velocidade, livre... ➢ 35% dos pacientes com câncer em estágio inicial tem PSA normal, por isso é muito importante fazer dosagem de PSA e Toque Retal. 2. Toque retal (Exame físico): ➢ Exame para procurar nódulos encontrou nódulo, suspeita de CA Encaminhar para BIÓPSIA. ➢ Características da próstata normal: · Peso: Até aproximadamente 25g (Conta pelo número de polpas digitais, cada polpa digital é igual a 10g) · Consistência: fibroelástica · Sulco mediano: preservado · Limites: Nítidos · Nódulos: ausentes · Dor: indolor PACIENTES COM SUSPEITA DE CÂNCER Encaminhar para BIÓPSIA, só fecha o diagnostico depois de realizar a BIÓPSIA. BIÓPSIA é para definir o TIPO HISTOLÓGICO: Único que exame que faz com ultrassom transrretal e dentro dele há uma agulha (20 cases). 95% dos canceres de próstata são ADENOCARCINOMAS (tumor maligno de um epitélio glandular ou cuja forma se assemelha à de uma glândula). A classificação do câncer de próstata é realizada pela ESCALA DE GLEASON: ➢ Quanto mais câncer você tem na próstata menos cara de glândula ela terá, ou seja, terá mais tecido indiferenciado. ➢ Essa escala é classificada em 5 graus básicos. ➢ Na hora de fazer a biopsia pega-se vários “pedaços” da próstata (no mínimo 12), e devido isso podem vir Gleason variados, e então para definir o certo o patologista soma os 2 gleason mais frequentes. ➢ 1º tipo histológico mais frequente + 2º tipo histológico mais frequente - EX.: Um paciente que apresentou mais Gleason 3, e o segundo mais frequente foi gleason 4 o resultado da biopsia será Gleason 7 (3+4). Ou pode apresentar mais gleason 4 e o segundo mais frequente é gleason 3, o resultado será gleason 7(4+3) → Ah, mas os dois deram gleason 7, qual o mais agressivo? O mais agressivo é o gleason 7 (4+3), pois o primeiro mais frequente foi o 4 e o segundo foi o 3. ➢ GLEASON ATÉ 6 – Tumor de baixo risco ➢ GLEASON 7 – Tumor moderado ➢ GLEASON DE 8 A 10 – Tumores de alto risco (são os mais perigosos, recidivam, metastizam, trata e não responde) A classificação do risco do tumor pode ainda ser associado com a dosagem de PSA + escala de gleason: ➢ PSA até 10 – considera baixo risco ➢ PSA de 10 a 20 – risco intermediário ➢ PSA maior que 20 – alto risco ESTADIO CLÍNICO - TNM: Tumor primário: ➢ T1 Não palpável/ não visível por imagem ➢ T2 Confinado à próstata (palpável ou imagem) ➢ T3 Extensao extra-capsular (vesículas seminais) ➢ T4 Invasivo (bexiga, reto, parede abdominal) Linfonodos regionais: ➢ N0 Sem metástases ➢ N1 metástases regionais Metástases à distancia: ➢ M0 Sem metástases ➢ M1 metástases presentes ESTADIAMENTO – FATORES PROGNÓSTICOS: 1. Níveis de PSA 2. Escore de Gleason 3. Estadio clínico EXAMES: O tumor de próstata pode ser localizado, localmente avançado ou metastático: ➢ Localizado – restrito a próstata – Trata e cura ➢ Localmente avançado – o tumor já saiu da próstata, mais ainda está na pelve – Não cura, faz paliação. ➢ Metastático – metástase a distância – Não cura, faz paliação Pacientes de BAIXO risco: PSA < 20 e Gleason escore ≤ 6 (3+3) Maior chance de doença localizada Tratamento direto, não precisa pedir mais nenhum exame Pacientes risco INTERMEDIÁRIO ou ALTO risco: PSA > 20 ou Gleason escore > 6 Grandes chances de ser localmente avançado ou metastático pedir exames complementares: 1. Tomografia de pelve ou Ressonância da pelve – analise local. 2. Cintilografia ósseo – Osso é o primeiro local de metástase. TRATAMENTO: Deve ser individualizado caso a caso. Cliente e família devem participar na decisão terapêutica. O tratamento também dependera do estadiamento do tumor. 1. TUMOR LOCALIZADO – Na literatura Cirurgia e Radio são iguais: 1.1. CIRURGIA RADICAL – ONCOLOGICA – Prostatectomia radical ➢ Melhores resultados na redução de morte câncer especifica e progressão local e sistêmica da doença. ➢ Cliente precisa ter condição clínica e expectativa de vida superior a 10 anos, ou seja, não pode apresentar muitas comorbidades. ➢ CONTRAS: é uma cirurgia de grande porte, portanto o paciente pode ir a óbito, sangramento, anestesia, ou ter uma embolia. ➢ PRÓS: O paciente que operou, mas tem uma recidiva no local do tumor ele ainda tem a opção de fazer radioterapia. Na medida do possível é preferível fazer a cirurgia como primeira opção, e deixar a radioterapia como 2ª opção, mas não esquecer que isso depende totalmente da escolha do paciente e do seu estado de saúde. ➢ COMPLICAÇÕES: - Impotência sexual – 70 a 80% - Incontinência urinaria – 1 a 3% usar fralda para o resto da vida. ➢ PROSTATECTOMIA RADICAL: - Sempre que tiver a palavra “radical” com o nome do procedimento, quer dizer que é procedimento oncológico. (OBS: apenas a prostatectomia é para HPB, se tiver o radical junto é cirúrgica para câncer). - Existem várias formas de fazer, a única coisa que muda entre uma cirurgia e outra é a via de acesso, pode ser por laparoscopia, laparoscopia assistida por robô, cirurgia aberta (mais comum no brasil), cirurgia perineal (aumenta a chance de incontinência urinaria). 1.2. RADIOTERAPIA ➢ Radioterapia convencional ➢ Radioterapia conformacional ➢ Braquiterapia ➢ COMPLICAÇÕES – pode “queimar as coisas que estão em volta”: - Impotência sexual – 30 a 40% - Incontinência urinaria – 1 a 3% - Sintomas irritativos (actínicos = “queimaduras” – lesando as terminações nervosas) – 20 a 40% 2. TUMOR AVANÇADO – com metástases O tratamento precisa ser sistêmico, cirurgia e radioterapia não resolvem Quimioterapia para câncer de próstata não resolve. 2.1. HORMONIOTERAPIA ➢ Terapia de privaçãoandrogênica. ➢ O combustível para o câncer de próstata é a testosterona, portanto o tratamento deve ser de castração e pode ser química ou cirúrgica (retira os testículos). Pode ser por medicamentos orais (toma o comprimido 3x/ dia, e isso dificulta muito o tratamento), ou injetáveis (1 injeção a cada 3 meses, é melhor que o tratamento oral), ou fazer a orquiectomia. ➢ Caso 1: Homem de 80 anos, não tem relação sexual, mora a 300km do hospital – melhor opção é a castração cirúrgica. ➢ Caso 2: Homem de 50 anos, com câncer metastático, casado, tem relação sexual – melhor opção é o medicamento, bloqueia por um tempo, depois deixa por um tempo sem bloquear para ele viver um pouquinho e depois bloqueia de novo, vai fazendo intermitência. ➢ CENTRAL: - Análogos do LH-RH (Goserelina, Leuprolida) - Orquiectomia subcapsular bilateral ➢ PERIFÉRICO: - Anti-androgênicos (ciproterona, flutamida, bicalutamida) - Estrógeno (Dietiletilbestrol) ➢ COMPLICAÇÕES: - Ondas de calor - Perda da libido e DE - Ginecomastia e mastalgia - Osteoporose 2.2. ESCAPES – não falou: ➢ Bifosfonatos – Ácido zoledrônico ➢ Radioterapia paliativa – Mera óssea localizada e sintomática ➢ Quimioterapia – Mitoxantrona, docetaxel, etc... ➢ Terapia de suporte – analgesia, suporte psicológico nutricional
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