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MICROECONOMIA DP/ADAP 2019.01 Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. ■ TEMAS: ■ Preferências do consumidor ■ Restrições orçamentárias ■ Escolha do consumidor ■ Método do multiplicador de Lagrange ■ Demanda individual e demanda de mercado ■ Tecnologia de produção ■ Produção com um insumo variável (trabalho) ■ Produção com dois insumos variáveis ■ Rendimentos de escala ■ Custos no curto prazo e longo prazo ■ Mercados perfeitamente competitivos: Maximização de lucros ■ Monopólio ■ Discriminação de preço Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Comportamento do consumidor ●Teoria do comportamento do consumidor Descrição de como os consumidores alocam a renda, entre diferentes bens e serviços, procurando maximizar o bem-estar. O comportamento do consumidor é mais bem compreendido quando ele é examinado em três etapas: 1. Preferências do consumidor 2. Restrições orçamentárias 3. Escolhas do consumidor Cestas de mercado: Lista com quantidades específicas de um ou mais bens. Para explicarmos a teoria do comportamento do consumidor, perguntaremos se os consumidores preferem uma cesta a outra. TABELA 3.1 Cestas de mercado alternativas Cesta de mercado Unidades de alimento Unidades de vestuário A 20 30 B 10 50 D 40 20 E 30 40 G 10 20 H 10 40 Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Premissas básicas sobre preferências 1. Integralidade (completude): As preferências são completas. Isso significa, em outras palavras, que os consumidores podem comparar e ordenar todas as cestas de mercado. Assim, para quaisquer duas cestas A e B, um consumidor pode preferir A a B, ou preferir B a A ou ser indiferente a qualquer uma das duas. Por indiferente indicamos que qualquer uma das cestas deixaria o indivíduo igualmente satisfeito. Observe que essas preferências não levam os preços em consideração. Um consumidor poderia preferir bife a hambúrguer, porém compraria o segundo por ser mais barato. 2. Transitividade: As preferências são transitivas. Transitividade significa que, se um consumidor prefere a cesta de mercado A a B e prefere B a C, então ele também prefere A a C. Em geral, a transitividade é encarada como necessária para a consistência das escolhas do consumidor. 3. Mais é melhor do que menos: Presumimos que todas as mercadorias são desejáveis. Consequentemente, os consumidores sempre preferem quantidades maiores de cada mercadoria. Assim, eles nunca ficam completamente satisfeitos ou saciados; mais é sempre melhor, mesmo quando se trata de um pouquinho a mais. Essa premissa é adotada por motivos didáticos: ela simplifica a análise gráfica. Certamente, algumas mercadorias poderão ser indesejáveis, como, por exemplo, aquelas que provocam a poluição do ar; os consumidores preferirão sempre menos delas. Ignoramos tais mercadorias indesejáveis no contexto de nossa presente discussão sobre preferência. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. ■ Curva de indiferença Curva que representa todas as combinações de cestas de mercado que geram o mesmo nível de satisfação para um consumidor. ■ Mapa de indiferença Gráfico que contém um conjunto de curvas d e i n d i f e r e n ç a m o s t r a n d o o s conjuntos de cestas de mercado entre as quais os consumidores são indiferentes. A curva de indiferença U1 de um consumidor mostra as cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação da cesta A; isso inclui as cestas B e D. O consumidor prefere a cesta E, que está acima de U1, à cesta A, mas prefere A em relação a H ou G, que estão abaixo de U1. Curvas de indiferença Um mapa de indiferença é um conjunto de curvas de indiferença que descrevem as preferências de um consumidor. Qualquer cesta de mercado sobre a curva U3 (por exemplo, a cesta A) é preferível a qualquer cesta sobre a curva U2 (por exemplo, a cesta B), que, por sua vez, é preferível a qualquer cesta sobre a curva U1 (por exemplo, a cesta D). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. A inclinação negativa da curva de indiferença traçada para dado consumidor é a medida de sua taxa marginal de substituição (TMS) entre dois bens. Na figura, a taxa marginal de substituição entre vestuário e alimento cai de 6 (entre A e B) para 4 (entre B e D) para 2 (entre D e E), até 1 (entre E e G). Convexidade O declínio da TMS reflete uma característica importante das preferências dos consumidores. Quando a TMS diminui ao longo da curva da indiferença, a curva é convexa. Taxa marginal de substituição ●Taxa marginal de substituição (TMS) Quantidade máxima de um bem que um consumidor está disposto a deixar de consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Substitutos perfeitos e complementos perfeitos § Substitutos perfeitos Dois bens são substitutos perfeitos quando a taxa marginal de substituição de um pelo outro é constante. § Complementos perfeitos Dois bens são complementos perfeitos quando a taxa marginal de substituição entre eles é infinita; nesse caso, as curvas de indiferença são ângulos retos. § Males Mercadorias que os consumidores preferem em menor quantidade em vez de maior quantidade. ● ● No diagrama (a), Bob considera suco de maçã e suco de laranja como substitutos perfeitos; ele sempre é indiferente entre um copo de um ou de outro. No d iagrama (b) , Jane cons idera sapatos esquerdos e sapatos direitos como complementos perfeitos. Um sapato esquerdo adicional não propicia aumento na satisfação, a menos que ela obtenha o sapato direito correspondente. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. U m a f u n ç ã o d e u t i l i d a d e p o d e s e r representada por um conjunto de curvas de indiferença, cada qual com um indicador numérico. A figura mostra três curvas de indiferença, com níveis de utilidade de 25, 50 e 100, respectivamente, associadas à função de utilidade AV. Utilidade e funções de utilidade ● Utilidade Índice numérico que representa a satisfação que um consumidor obtém com dada cesta de mercado. Funções de utilidade Fórmula que associa níveis de utilidade a cestas de mercado individuais. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Restrições orcamentárias Cestas de mercado e a linha do orçamento Cesta de mercado Alimento (A) Vestuário (V) Despesa total A 0 40 $80 B 20 30 $80 D 40 20 $80 E 60 10 $80 G 80 0 $80 A tabela mostra cestas de mercado associadas a linhas de orçamento A + 2V = $80 (Pa=$1; Pv=$2 e R=$80). A linha do orçamento do consumidor descreve as combinações de quantidades de dois bens que podem ser adquiridas de acordo com a renda do consumidor e os preços dos dois bens. A linha AG (que passa pelos pontos B, D e E) mostra um orçamento associado a uma renda de $ 80, um preço unitário de alimento PA = $ 1 e um preço unitário de vestuário PV = $ 2. A inclinação da linha do orçamento (medida entre os pontos B e D) é −PA/PV = −10/20 = −1/2. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Modificação na renda Uma mudança na renda (com os preços inalterados) causa um deslocamento paralelo na linha do orçamento original (L1). Quando a renda de $ 80 (L1) aumenta para $ 160, a linha do orçamento passa a ser L2 (ficando à direita de L1). Se diminui para $ 40, a linha se desloca para a esquerda (L3). Efeitos das modificações na renda e nos preços Modificação no preço Uma mudança no preço de um dos bens (com a renda inalterada) provoca uma rotação na linha de orçamento em torno da intersecção. Quando o preço do alimento cai de $ 1,00 para $ 0,50, a linha de orçamento gira de L1 até L2. No entanto, se o preço aumenta de $ 1,00 para $ 2,00, a linha de orçamentogira de L1 até L3. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. A Escolha do Consumidor ■ Os consumidores escolhem uma combinação de mercadorias que maximiza sua satisfação, dado o orçamento limitado de que dispõem. ■ A cesta de mercado ótima deve satisfazer duas condições: 1) Ela deve estar situada sobre a linha do orçamento. 2) Ela deve fornecer ao consumidor sua combinação preferida de bens e serviços. Lembre-se de que a inclinação de uma curva de indiferença é dada por: Além disso, a inclinação da linha do orçamento é: Logo, podemos afirmar que a satisfação é maximizada no ponto em que: A VTMS V A P PInclina玢o V A P PTMS U2 PV = $2 PA = $1 R = $80 Linha do Orçamento A No ponto A, a linha do orçamento e a curva de indiferença são tangentes, e nenhum nível mais elevado de satisfação pode ser obtido. No ponto A: TMS =PA/PV =0,5 Alimento (unidades por semana) Vestuário (unidades por semana) 40 8020 20 30 40 0 Podemos afirmar que a satisfação é maximizada quando a taxa marginal de substituição (de A por V) é igual à razão entre os preços (de A e V). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. ■ A utilidade marginal mede a satisfação adicional obtida do consumo de uma unidade adicional de uma mercadoria. ■ Exemplo – A utilidade marginal derivada do aumento de 0 para 1 unidade de alimento poderia ser 9 – Do aumento de 1 para 2 poderia ser 7 – Do aumento de 2 para 3 poderia ser 5 Observação: A utilidade marginal é decrescente O princípio da utilidade marginal decrescente afirma que, à medida que se consome mais de uma mercadoria, cada quantidade adicional que for consumida propiciará adições cada vez menores de utilidade. Utilidade Marginal e Escolha do Consumidor Utilidade Marginal Utilidade Marginal Decrescente Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. ■ Utilidade marginal e curva de indiferença – Se o consumo se move ao longo de uma curva de indiferença, a utilidade adicional derivada de um aumento no consumo de uma mercadoria, alimento (A), deve compensar a perda de utilidade da diminuição no consumo da outra mercadoria, vestuário (V). – Formalmente: – Rearrumando: – Dado que: – Temos então: ■ Quando os consumidores maximizam sua satisfação: ■ Sendo a TMS também igual à razão das utilidades marginais do consumo de A e V, temos: ■ O que nos dá a equação para a maximização da utilidade simplificada. Rearrumando a expressão, temos: ■ A utilidade é maximizada quando o orçamento é alocado de modo que a utilidade marginal por dólar (ou qualquer outra moeda) despendido é igual para ambas as mercadorias. ■ A isso denomina-se princípio da igualdade marginal. Essa igualdade permite a determinação da escolha ótima do consumidor de forma simplificada. Utilidade Marginal e Escolha do Consumidor V)( UMgA) (UMg VA 0 VA UMgUMgAV // Vpor A de / TMSAV VA/UMg UMgTMS VA /P PTMS VAV A /P P /UMgUMg VVAA PUMgPUMg // Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Maximização da utilidade ■ Os consumidores maximizam a utilidade sujeita a uma restrição orçamentária. ■ Função utilidade: associa certo nível de utilidade a cada cesta de mercado que o consumidor possa consumir. ■ Utilidade marginal: variação da utilidade total em razão do aumento de uma unidade no consumo desse bem. ■ Problema de otimização: Max U(X,Y) (1) S.a. PxX+PyY=R (2) Para podermos determinar a demanda do consumidor individual pelas duas mercadorias, escolhemos os valores de X e Y que maximizam (1) sujeito a (2). A escolha ótima do consumidor também pode ser determinada pelo método de Lagrange. Método do multiplicador de Lagrange: maximizar ou minimizar funções sujeitas a restrições. ■ 1) estabelecendo o problema: primeiro, escrevemos o lagrangiano do problema é a função a ser maximizada ou minimizada mais uma variável que chamaremos de λ multiplicada pela restrição. L = U(X,Y) – λ (PxX+PyY-R) (3) 2) Diferenciando o lagrangiano: diferenciando L em relação a X, Y e λ e, em seguida, igualando as derivadas a zero, alcançaremos as condições necessárias para a obtenção de um máximo (consumidor opta por quantidades positivas de ambas as mercadorias). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Maximização da utilidade ■ Agora, podemos resolver as 3 equações para as 3 incógnitas. Os valores resultantes para X e Y são as soluções para o problema de otimização do consumidor: são as quantidades que maximizam sua utilidade. ■ Princípio da igualdade marginal: as duas primeiras equações dizem-nos que cada mercadoria será consumida até o ponto no qual a utilidade marginal do consumo seja um múltiplo (λ) do preço da mercadoria. ■ Dualidade na teoria do consumidor ■ Há duas maneiras de enxergar as decisões de otimização do consumidor. ■ A escolha dos valores para X e Y que proporcionem a otimização pode ser analisada não apenas em termos do problema de escolha da curva de indiferença mais alta que tenha contato com a linha do orçamento, mas também quanto ao problema da escolha da linha orçamentária mais baixa (menor gasto) que tangencie determinada curva de indiferença. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Demanda individual Modificações no preço ■ Uma redução no preço do alimento, mantidos constantes a renda e o preço do vestuário, faz o consumidor escolher outra cesta de mercado. ■ Em (a), as cestas de mercado que maximizam a utilidade para os vários preços do alimento (no ponto A, o preço é $ 2; no B, é $ 1; e, no D, é $ 0,50) constituem a curva de preço-consumo. ■ A parte (b) mostra a curva da demanda, que relaciona o preço do alimento à quantidade demandada. (Os pontos E, G e H correspondem, respectivamente, aos pontos A, B e D.) ■ Curva de preço-consumo Curva que apresenta as combinações de dois bens que são maximizadoras de utilidade conforme o preço de um deles se modifica. ■ Curva da demanda individual Curva que relaciona a quantidade de um bem que determinado consumidor comprará com o preço desse bem. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Demanda individual Modificações na renda ■ Um aumento na renda, mantidos constantes os preços dos bens, faz com que os consumidores alterem suas escolhas de cestas. ■ Na parte (a), as cestas que maximizam a satisfação do consumidor para os vários níveis de renda ($ 10 no ponto A , $ 20 no ponto B e $ 30 no ponto D ) determinam o traçado da curva de renda-consumo. ■ O deslocamento da curva da demanda para a direita, em resposta aos aumentos da renda, é apresentado na parte (b). (Os pontos E, G e H correspondem aos pontos A, B e D, respectivamente.) Um aumento na renda de uma pessoa pode causar diminuição no consumo de um dos dois bens que estão sendo adquiridos. Neste caso, o hambúrguer é um bem normal entre os pontos A e B, mas torna-se inferior quando a curva de renda-consumo se inclina para a esquerda entre os pontos B e C. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Curvas de Engel ● Cur va de Engel Cur vas que re lac ionam a quantidade consumida de uma mercadoria à renda. As curvas de Engel relacionam a quantidade consumida de determinada mercadoria à renda. Em (a), o alimento é um bem normal e a curva de Engel tem inclinação ascendente. Em (b), entretanto, o hambúrguer é um bem normal para rendas inferiores a $ 20 por mês e um bem inferior para rendas superiores a $ 20. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Efeito renda e efeito substituição Uma redução no preço de uma mercadoria tem dois efeitos: 1. Os consumidores tenderão a comprar mais do bem que se tornou mais barato e menos das mercadorias que se tornaram relativamente mais caras.2. Pelo fato de um dos bens ter se tornado mais barato, há um aumento no poder de compra dos consumidores. Efeito substituição Criação do consumo de um bem associado a uma mudança em seu preço, mantendo-se constante o nível de utilidade. Efeito renda Mudança no consumo de um bem resultante de um aumento do poder de compra, com os preços relativos mantidos constantes. O efeito total de uma mudança no preço é fornecido teoricamente pela soma do efeito substituição e do efeito renda: Efeito total (A1A2) = Efeito substituição (A1E) + Efeito renda (EA2) Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Uma redução no preço do alimento possui um efeito renda e um efeito substituição. O consumidor encontra-se inicialmente sobre o ponto A, na linha do orçamento RS. Após a redução no preço do alimento, a quantidade consumida aumenta o equivalente a A1A2, à medida que o consumidor move-se para B. O efeito substituição A1E (associado ao movimento do ponto A para o ponto D) altera os preços relativos entre alimento e vestuário, mas mantém constante a renda real (satisfação). O efeito renda EA2 (associado ao movimento de D para B) mantém os preços relativos constantes, ocasionando, porém, um aumento no poder aquisitivo. O alimento é um bem normal, pois seu efeito renda EA2 é positivo. Efeito renda e efeito substituição O consumidor encontra-se inicialmente sobre o ponto A, na linha de orçamento RS. A p ó s a r e d u ç ã o n o p r e ç o d o a l i m e n to , o consumidor move-se para B. A mudança resultante na quantidade adquirida de alimento pode ser decomposta em um efeito subst i tuição A1E (associado ao movimento de A para D) e em efeito renda EA2 (associado ao movimento do ponto D para o ponto B). Nesse caso, o alimento é um bem inferior, porque tem efeito renda negativo. Entretanto, como o efeito substituição excede o efeito renda, uma diminuição no preço do alimento leva a um aumento na quantidade demandada. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Quando o alimento é um bem inferior e quando o efeito renda é grande o suf ic iente para dominar o e fe i to substituição, a curva da demanda apresenta inclinação ascendente. O consumidor encontra-se inicialmente s o b r e o p o n t o A , m a s , a p ó s a diminuição no preço do al imento, move-se para B, adquirindo menos unidades de alimento. Como o efeito renda A2 é maior que o efeito substituição EA2, a diminuição no preço do alimento ocasiona uma quantidade demandada menor. Um caso especial: os bens de Giffen Bens de Giffen Bens cuja curva da demanda tem inclinação ascendente devido ao fato de que o efeito renda (negativo) é maior do que o efeito substituição. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Demanda de mercado ● Curva da demanda de mercado Curva que relaciona a quantidade de um bem que todos os consumidores em um mercado vão comprar a um dado preço. ● Da demanda individual à demanda de mercado A curva da demanda de mercado é obtida por meio da soma das curvas DA, DB e DC, correspondentes à demanda individual dos nossos três consumidores. Para cada preço, a quantidade de café demandada pelo mercado corresponde à soma das quantidades demandadas individualmente. Por exemplo, ao preço de $ 4, a quantidade demandada pelo mercado (11 unidades) é a soma das quantidades demandadas por A (0 unidade), B (4 unidades) e C (7 unidades). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Dois aspectos que resultam dessa análise precisam ser observados: 1. A curva da demanda de mercado será deslocada para a direita à medida que mais consumidores entrarem no mercado. 2. Os fatores que influenciam a demanda de muitos consumidores também afetarão a demanda do mercado. A agregação das demandas individuais para a composição de demandas de mercado não é apenas um exercício teórico. É algo que se torna importante na prática, quando as demandas de mercado são calculadas com base em demandas de diferentes grupos demográficos ou de consumidores que se encontram em regiões diferentes. Por exemplo, poderíamos obter informações a respeito da demanda de computadores de uso particular somando informações obtidas independentemente a respeito das demandas dos seguintes grupos: • Famílias com crianças • Famílias sem crianças • Pessoas solteiras Demanda de mercado Elasticidade preço da demanda: Indicando por Q a quantidade de uma mercadoria e por P seu preço, definimos a elasticidade-preço da demanda como: Demanda inelástica Quando a demanda é inelástica (isto é, EP é menor do que 1, em valores absolutos), a quantidade demandada é relativamente pouco sensível às variações do preço. Consequentemente, a despesa total com determinado produto aumenta quando seu preço aumenta. Demanda elástica Quando a demanda é elástica (EP é maior do que 1, em valores absolutos), o gasto total com o produto diminui quando seu preço aumenta. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Excedente do consumidor ● Excedente do consumidor Diferença entre o que um consumidor está desejando pagar por certo bem e o que efetivamente paga. Quando o excedente de muitas pessoas é somado, o resultado indica o benefício agregado que os consumidores obtêm ao adquirir produtos em um mercado. Quando combinamos o excedente do consumidor com o lucro agregado obtido pelos produtores, podemos avaliar os custos e os benefícios de estruturas de mercado alternativas, bem como de polít icas governamentais capazes de alterar o comportamento dos consumidores e empresas em tais mercados. O excedente do consumidor corresponde ao benefício total obtido pelo consumo de determinado produto, menos o custo total de sua aquisição. Nesta figura, o excedente do consumidor associado ao consumo de seis ingressos para um show (adquiridos ao preço unitário de $ 14) é dado pela área sombreada em cinza. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Teoria da firma: tecnologia de produção Fatores de produção Insumos que entram no processo produtivo (por exemplo, trabalho, capital e matérias-primas). A função de produção Função que mostra o produto máximo que uma empresa pode obter para cada combinação específica de insumos. Insumos e produtos são fluxos. A Equação se aplica a determinada tecnologia. As funções de produção descrevem o que é tecnicamente viável quando a empresa opera eficientemente. Curto prazo versus longo prazo Curto prazo Período em que as quantidades de um ou mais fatores de produção não podem ser modificadas. Insumo fixo Fator de produção que não pode variar. Longo prazo Tempo necessário para que todos os insumos de produção possam se tornar variáveis. ( , )q F K L Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. TABELA 6.1 Produção com um insumo variável 0 10 0 — — 1 10 10 10 10 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 4 10 10 100 10 8 Produto total (q) Quantidade de trabalho (L) Quantidade de capital (K) Produto marginal (∆q/∆L) Produto médio (q/L) Produção no curto prazo Produto médio do trabalho: Produto obtido por unidade de determinado insumo = Produto total/insumo trabalho = q/L Produto marginal do trabalho: Produto adicional obtido quando se acrescenta uma unidade de determinado insumo = Variação do produto total/variação do insumo trabalho = Δq/ΔL Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Quando todos os insumos são fixos, exceto o trabalho, a curva de produção total mostrada em (a) representa os volumes de produção correspondentes a diferentes quantidades do insumo trabalho. Os produtos médio e marginal em (b) são obtidos diretamente da curva de produção (usandoos dados da Tabela 6.1). No ponto A em (a), o produto marginal é 20, pois a tangente da curva de produção tem inclinação igual a 20. No ponto B em (a) o produto médio do trabalho é 20, pois essa é a inclinação da linha 0B. O produto médio do trabalho no ponto C em (a) é dado pela inclinação da linha 0C. À esquerda do ponto E em (b), o produto marginal está acima do produto médio, que está crescendo, enquanto à direita do ponto E o produto marginal está abaixo do produto médio, que está decrescendo. Como resultado, E representa o ponto em que os produtos médio e marginal são iguais, quando o produto médio alcança seu máximo. Produção no curto prazo Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. A produtividade da mão de obra (volume de produção por unidade de trabalho) pode aumentar se houver avanços tecnológicos, mesmo que determinado processo produtivo apresente rendimentos decrescentes para o insumo trabalho. À medida que nos movemos do ponto A, na curva O1, para B, na curva O2, e para C, na curva O3, ao longo do tempo, a produtividade da mão de obra aumenta. ●Lei dos rendimentos marginais decrescentes Princípio segundo o qual, conforme a utilização de um insumo aumenta, com outros insumos mantidos constantes, a produção adicional diminui. Produção no curto prazo Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. ■ Produção com dois insumos variáveis ■ Isoquantas: Curva que mostra todas as combinações possíveis de insumos que geram o mesmo volume de produção. Produção com dois insumos variáveis Insumo trabalho Insumo capital 1 2 3 4 5 1 20 40 55 65 75 2 40 60 75 85 90 3 55 75 90 100 105 4 65 85 100 110 115 5 75 90 105 115 120 Produção no longo prazo As isoquantas de produção mostram as várias combinações de insumos necessárias para que a empresa possa obter determinado volume de produção (produto). Um conjunto de isoquantas, ou mapa de isoquantas, descreve a função de produção da empresa. O volume de produção aumenta quando nos movemos da isoquanta q1 (na qual 55 unidades são produzidas por ano em pontos como o A e o D) para a isoquanta q2 (75 unidades por ano em pontos como o B) e para a isoquanta q3 (90 unidades por ano em pontos como o C e o E). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Isoquantas possuem inclinação descendente e são convexas, assim como as curvas de indiferença. A inclinação da isoquanta em qualquer ponto mede a taxa marginal de substituição técnica — a capacidade da empresa em trocar capital por trabalho, mantendo o mesmo nível de produção. Na isoquanta q2, a TMST cai de 2 para 1, depois para 2/3 e finalmente para 1/3. ●Taxa marginal de substituição técnica (TMST) Decréscimo máximo possível na quantidade de um insumo quando uma unidade adicional de outro insumo é utilizada, mantendo-se o produto constante. TMST = –Variação do insumo capital/variação do insumo trabalho = –ΔK/ΔL (para um nível constante de q) Produção no longo prazo Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Rendimentos de escala: Taxa de crescimento do produto à medida que os insumos crescem proporcionalmente. Rendimentos crescentes de escala Situação em que a produção cresce mais do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Rendimentos constantes de escala Situação em que a produção dobra quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Rendimentos decrescentes de escala Situação em que a produção aumenta em menos do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Quando o processo de produção de uma empresa apresenta rendimentos constantes de escala, como mostrado pelo movimento ao longo da linha 0A em (a), o espaço entre as isoquantas é igual, à medida que a produção aumenta proporcionalmente. E n t r e t a n to , qu a n d o h á r e n d i m e n to s crescentes de escala, como mostrado em (b), as isoquantas situam-se cada vez mais p róx imas , à me d ida que os insum o s aumentam ao longo da linha. Copyright © 2009 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Rendimentos de escala Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Custos econômicos: Custos que uma empresa tem para utilizar os recursos econômicos, incluindo os custos de oportunidade. Custos de oportunidade Custos associados às oportunidades perdidas quando os recursos de uma empresa não são utilizados da melhor forma. ■ Custos fixos e custos variáveis ■ Custo total (CT ou C) Custo econômico total da produção, consistindo em custos fixos e variáveis. ■ Custos fixos (CF) Custos que não variam com o nível da produção e só podem ser eliminados se a empresa deixar de operar. ■ Custos variáveis (CV) Custos que variam quando o nível de produção varia. ■ Custo marginal (CMg) Aumento no custo resultante da produção de uma unidade adicional de produto. ■ A única maneira de a empresa eliminar totalmente os custos fixos é deixando de operar. • Uma vez que o custo fixo não apresenta variação quando ocorrem alterações no nível de produção da empresa, o custo marginal é apenas o aumento no custo variável ou o aumento no custo total ocasionado por uma unidade extra de produto. • Podemos, portanto, expressar o custo marginal da seguinte forma: • CMg = ΔCV/Δq = ΔCT/Δq • Custo total médio (CTMe) Custo total da empresa dividido pelo produto. • Custo fixo médio (CFMe) Custo fixo dividido pelo produto. • Custo variável médio (CVMe) Custo variável dividido pelo produto. Teoria dos custos Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Custos de uma empresa Custo total médio (dólares por unidade) (CF) (CV) (CT) (CMg) (CFMe) (CVMe) (CTMe) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) 0 50 0 50 -- -- -- -- 1 50 50 100 50 50 50 100 2 50 78 128 28 25 39 64 3 50 98 148 20 16,7 32,7 49,3 4 50 112 162 14 12,5 28 40,5 5 50 130 180 18 10 26 36 6 50 150 200 20 8,3 25 33,3 7 50 175 225 25 7,1 25 32,1 8 50 204 254 29 6,3 25,5 31,8 9 50 242 292 38 5,6 26,9 32,4 10 50 300 350 58 5 30 35 11 50 385 435 85 4,5 35 39,5 Custo variável médio (dólares por unidade) Custo fixo médio (dólares por unidade) Custo marginal (dólares por unidade) Custo total (dólares por ano) Custo variável (dólares por ano) Custo fixo (dólares por ano) Nível de produção (unidades por ano) Teoria dos custos Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Em (a), o custo total, CT, é a soma vertical do custo fixo, CF, e do custo variável, CV. Em (b), o custo total médio, CTMe, é a soma do custo variável médio, CVMe, e do custo fixo médio, CFMe. A curva do custo marginal cruza com as curvas de custo variável médio e custo total médio em seus respectivos pontos mínimos. Considere a linha que vai da origem até o ponto A em (a). A inclinação da linha mede o custo variável médio (por exemplo, o custo total de $ 175 dividido pela produção de 7 unidades, ou seja, um custo unitário de $ 25). Uma vez que a inclinação da curva do CV é o custo marginal (medindo a mudança do custo variável quando a produção apresenta elevação de uma unidade), a tangente à curva do CV no ponto A corresponde ao custo marginal da produção quando a produção é de 7 unidades. No ponto A, esse custo marginal de $ 25 é igual ao custo variável médio de $ 25, pois o custo variável médio é minimizado nesse nível de produção. Teoria dos custos Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Custos no longo prazo Linha de isocusto: Todas as combinações possíveis de trabalho e capital que podem ser adquiridas mediante dado custo. Para visualizar uma linha de isocusto, lembre-se de que a curva do custo total, C, para a produção de qualquer produto específico é obtida por meio da soma dos custos da empresareferentes ao trabalho, wL, e ao capital, rK: Se reescrevermos a equação do custo total na forma de uma equação para uma linha reta, teremos: Sendo assim, a linha de isocusto tem uma inclinação igual a ΔK/ΔL = –(w/r), que é a razão entre a taxa de remuneração do trabalho e o custo da locação de capital. As curvas de isocusto descrevem as combinações de insumos de produção que custam o mesmo montante para a empresa. A curva de isocusto C1 é tangente à isoquanta q1 no ponto A e mostra que o produto q1 pode ser produzido ao custo mínimo com L1 unidades de insumo trabalho e K1 unidades de insumo capital. Outras combinações de insumos — L2, K2 e L3, K3 — fornecem a mesma produção, mas a um custo maior. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Economias e deseconomias de escala À medida que o produto cresce, o custo de produção médio tende a cair, pelo menos até certo ponto. Isso pode acontecer pelos seguintes motivos: 1. Se a empresa opera em uma escala maior, os funcionários podem se especializar nas atividades em que são mais produtivos. 2. A escala pode proporcionar flexibilidade. Ao dosar a combinação dos insumos utilizados na produção, os administradores podem organizar o processo produtivo de maneira mais eficaz. 3. Por comprar insumos em grandes quantidades e, assim, ter maior poder de negociação, a empresa pode consegui-los a preço mais baixo. Se os administradores aproveitarem os insumos de menor custo, o mix de insumos pode mudar conforme a escala. Em algum momento, porém, é provável que o custo de produção médio comece a aumentar juntamente com a produção. Existem três motivos para essa mudança: 1. Pelo menos no curto prazo, os funcionários terão dificuldade em fazer um trabalho eficaz por causa de fatores como espaço e maquinaria. 2. À medida que o número de tarefas aumenta, a gestão de uma empresa maior pode se tornar mais complexa e ineficiente. 3. As vantagens de comprar em grandes quantidades podem desaparecer quando certo limite for atingido. Em determinado ponto, a oferta de insumos essenciais pode se tornar restrita, o que vai impulsionar o preço deles. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Relação entre custos no curto e longo prazos A curva de custo médio no longo prazo, CMeLP, corresponde à envolvente das curvas de custo médio no curto prazo, CMeCP1, CMeCP2 e CMeCP3. Havendo economias e deseconomias de escala, os pontos mínimos das curvas de custo médio no curto p r a z o n ã o s e e n c o n t r a m situados na cur va de custo médio no longo prazo. Copyright © 2009 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Economias de escala Pode-se dobrar o produto quando o custo não chega a dobrar. Deseconomias de escala Para se dobrar o produto é necessário que os custos mais do que dobrem. Rendimentos de escala crescentes: A produção mais do que dobra quando as quantidades de todos os insumos são dobradas. Economias de escala: Para dobrar a produção, não é preciso dobrar os custos. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Lembre-se de que, na análise que fizemos da tecnologia de produção, mostramos que a taxa marginal de substituição técnica de capital por trabalho (TMST) corresponde ao negativo da inclinação da isoquanta, sendo igual à razão entre os produtos marginais do trabalho e do capital: TMST = –ΔK/ΔL = PMgL/PMgK Portanto, quando uma empresa minimiza o custo de determinado nível de produção, to rna-se vá l ida a segu in te cond ição : PMgL/PMgK = w/r Podemos reescrever tal condição da seguinte maneira: PMgL/w = PMgK/r Minimização de custos com variação dos níveis de produção Caminho de expansão Curva que passa pelos pontos de tangência entre as linhas de isocustos e as isoquantas de uma empresa. Minimização de custos Em (a), o caminho de expansão (a partir da origem, passando pe los pontos A , B e C ) i lust ra as combinações de trabalho e capital que apresentam menores custos e que podem ser utilizadas na obtenção de cada nível de produção no longo prazo, quando todos os insumos de produção podem ser variados. Em (b), a curva de custo total no longo prazo correspondente (a partir da origem, passando pelos pontos D, E e F) apresenta o menor custo de produção para cada nível de produção. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Mercados perfeitamente competitivos O modelo de competição perfeita baseia-se em três pressupostos básicos: 1) aceitação de preços: Como cada empresa vende uma parte suficientemente pequena do total da produção que vai para o mercado, as suas decisões não influenciam o preço de mercado. 2) homogeneidade de produto: Quando os produtos de todas as empresas em um mercado são substitutos perfeitos entre si, isto é, quando eles são homogêneos, nenhuma delas pode elevar o preço de seu próprio produto acima do preço praticado pelas outras empresas, porque, nesse caso, perderia todos ou a maior parte dos negócios. 3) livre entrada e saída de empresas: Livre entrada (e saída) Quando não há custos especiais que tornam difícil para uma empresa entrar em um setor (ou sair dele). Uma empresa escolhe o nível de produção q*, de forma que maximize o lucro, que corresponde à diferença AB entre a receita, R, e o custo, C. Lucro: diferença entre receita total e custo total. Nesse nível de produção, a receita marginal (a inclinação da curva de receita) é igual ao custo marginal (a inclinação da curva de custo). Receita marginal Mudança na receita que é o resultado do aumento de uma unidade na produção.fr Δπ/Δq = ΔR/Δq − ΔC/Δq = 0 RMg(q) = CMg(q) π(q) = R(q) − C(q) Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Demanda e receita marginal para uma empresa competitiva Uma empresa competitiva fornece apenas uma pequena parte da produção total de todas as empresas de um setor. Portanto, para a empresa, o preço do produto é dado pelo mercado, e ela escolhe seu nível de produção pressupondo que o preço de mercado não será afetado por sua escolha. Em (a), a curva da demanda com a qual a empresa se defronta é perfeitamente elástica, mesmo que a curva da demanda de mercado em (b) apresente inclinação descendente. A curva da demanda, d, com que se defronta determinada empresa em um mercado competitivo é, ao mesmo tempo, suas curvas de receita média e da receita marginal. Ao longo dessa curva da demanda, a receita marginal, a receita média e o preço são iguais. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. N o c u r t o p r a z o , a empresa maximiza seus l u c r o s p o r m e i o d a escolha de um nível de produção q*, no qual seu custo marginal, CMg, é i g u a l a o p r e ç o , P ( o u receita marginal, RMg), do produto. O lucro da empresa é medido pelo retângulo ABCD. Qualquer mudança na produção, seja para um nível inferior, q1, seja para um níve l super ior, q 2 , resultará em lucro menor. Copyright © 2009 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Maximização de lucros por empresas competitivas CMg(q) = RMg = P Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Uma empresa competitiva deve fechar se o preço de mercado é menor do que o custo total médio, CTMe. A empresa pode produzir no curto prazo, se o preço for maior do que o custo variável médio. Regra de fechamento: a empresa deve fechar se o preço de seu produto é menor do que o custo variável médio de produção no nível que maximiza seu lucro. No curto prazo, a empresa escolhe um nível de produção no qual seu custo marginal, CMg, é igual ao preço, desde que ela seja capaz de cobrir seus custos variáveis médios. A c u r v a d a o f e r t a n o c u r t o p r a z o corresponde à parte hachurada da curva de custo marginal. A área sombreada da ilustração mostraas economias totais da empresa (ou, de modo equivalente, a redução de lucros perdidos) associadas à redução da produção de q1 para q2. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. A curva da oferta da empresa é a parte da curva de custo marginal na qual o custo marginal é superior ao custo variável médio. No curto prazo, a empresa escolhe um nível de produção no qual seu custo marginal, CMg, é igual ao preço, desde que ela seja capaz de cobrir seus custos variáveis médios. A curva da oferta no curto prazo corresponde à parte hachurada da curva de custo marginal. A curva da oferta de um setor no curto prazo é a soma hor izonta l das cur vas da ofer ta das empresas individuais. Como a terceira empresa possui uma curva de custo variável médio mais baixa que a das outras duas, a curva da oferta de mercado, S, começa no preço P1 e segue a curva de custo marginal da terceira empresa até o preço P2, em que muda de direção. Para todos os preços acima de P2, a quantidade ofertada pelo setor é a soma das quantidades que cada uma das três empresas oferta. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Excedente do produtor: Soma das diferenças entre o preço de mercado e o custo marginal de produção relativos a todas as unidades produzidas pela empresa. O excedente do produtor para uma empresa é medido pela área sombreada situada abaixo do preço de mercado e acima da curva do custo marginal, entre os níveis de produção 0 e q*, o nível que maximiza os lucros. O excedente do produtor também é igual ao retângulo ABCD, porque a soma de todos os custos marginais até q* é igual ao custo variável de produzir q*. Elasticidade da oferta de mercado Es = (ΔQ/Q)/(ΔP/P) Efeito de um imposto Um imposto sobre a produção aumenta a curva de custo marginal da empresa no montante do imposto. A empresa reduzirá seu nível de produção até o ponto em que o custo marginal mais o imposto seja igual ao preço do produto. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Inicialmente, o preço de equilíbrio no longo prazo de um produto é $ 40 por unidade, conforme mostrado em (b) pela intersecção da curva da demanda D com a curva da oferta S1. Em (a) vemos que a empresa aufere um lucro positivo, pois seu custo médio no longo prazo atinge um mínimo de $ 30 (para o nível de produção q2). O lucro positivo estimula a entrada de novas empresas e causa um deslocamento da curva da oferta para S2 como mostrado em (b). O equilíbrio no longo prazo ocorre com o preço de $ 30, como mostrado em (a), em que cada empresa aufere lucro zero, não havendo incentivo para entrada ou saída de empresas no setor. Equilíbrio competitivo no longo prazo Maximização de lucros no longo prazo: A empresa maximiza o lucro escolhendo o nível de produção no qual o preço é igual ao custo marginal no longo prazo, CMgLP, e ao custo médio no longo prazo. No diagrama, a empresa aumenta seu lucro de ABCD para EFGD aumentando sua produção no longo prazo. O nível de produção no longo prazo que maximiza os lucros de uma empresa competitiva é aquele no qual o custo marginal no longo prazo se iguala ao preço e ao custo médio de longo prazo. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Em um mercado com entrada e saída, uma empresa entra quando pode obter um lucro positivo no longo prazo, e sai quando vislumbra uma perspectiva de perda no longo prazo. ●Equilíbrio competitivo no longo prazo Aquele em que todas as empresas do setor estão maximizando os lucros, nenhuma delas tem incentivo para entrar ou sair e o preço vigente torna iguais as quantidades ofertada e demandada. Um equilíbrio competitivo no longo prazo acontece sob três condições: 1. Todas as empresas do setor estão maximizando os lucros. 2. Inexistência de estímulo por parte de qualquer empresa para entrar ou sair do mercado, pois todas estão auferindo lucro econômico igual a zero. 3. O preço do produto é tal que a quantidade ofertada pelas empresas do setor se iguala ao volume demandado pelos consumidores. Lucro econômico zero Ocorre quando uma empresa obtém um retorno normal sobre os investimentos, ou seja, quando tem um resultado tão bom quanto teria se investisse os seus recursos em outra atividade. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Monopólio ●Receita marginal Variação de receita resultante do aumento da produção em uma unidade. Para entender o relacionamento entre receita total, receita média e receita marginal, considere uma empresa que se defronta com a seguinte curva da demanda: TABELA 10.1 Receita total, receita marginal e receita média Receita Receita Receita Preço (P) Quantidade (Q) total (R) marginal (RMg) média (RMe) $6 0 $0 --- --- 5 1 5 $5 $5 4 2 8 3 4 3 3 9 1 3 2 4 8 -1 2 1 5 5 -3 1 P = 6 – Q Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Decisão de produção do monopolista Q* é o nível de produção para o qual RMg = CMg. Se a empresa produzir uma quantidade menor — digamos, Q1 —, então ela estará sacrificando parte dos lucros, pois a receita extra que poderia ser obtida com a produção e venda de quantidades entre Q1 e Q* excederia o custo de produção. De modo semelhante, um aumento no nível de produção de Q* para Q2 resultaria em uma redução dos lucros, já que o custo adicional excederia a receita adicional. A condição para maximizar o lucro é que RMg – CMg = 0, ou seja, RMg = CMg. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Efeito de um imposto Havendo um imposto t por unidade, o custo marginal efetivo da empresa é aumentado em t para CMg + t. Neste exemplo, o aumento de preço, ΔP, é superior ao valor t do imposto. Suponhamos que um imposto específico de t dólares por unidade passe a ser cobrado, de tal forma que o monopolista tenha de remeter t dólares ao governo para cada unidade vendida por ele. Sendo CMg o custo marginal original da empresa, a decisão do nível de produção ótimo será agora expressa por: RMg = CMg + t. Poder de monopólio A parte (a) mostra a demanda do mercado de escova de dentes. A parte (b) apresenta a demanda de mercado tal como é vista pela Empresa A. Ao preço de mercado de $ 1,50, a elasticidade da demanda de mercado é –1,5. Entretanto, a Empresa A se defronta com uma curva da demanda DA muito mais elástica, em virtude da concorrência das demais empresas. Ao preço de $ 1,50, a elasticidade da demanda da Empresa A é –6. Ainda assim, a Empresa A dispõe de algum poder de monopólio. O preço capaz de maximizar os lucros é $ 1,50, superior ao custo marginal. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Lembre-se da importante diferença que existe entre a empresa perfeitamente competitiva e a empresa com poder de monopólio: para a empresa competitiva, o preço é igual ao custo marginal; para a empresa com poder de monopólio, o preço é superior ao custo marginal. Índice de Lerner de Poder de Monopólio Medida do poder de monopólio calculada como o excesso do preço sobre o custo marginal como uma fração do preço. Matematicamente: L = (P – CMg)/P Esse índice de poder de monopólio pode também ser expresso pela elasticidade da demanda com que a empresa se defronta. L = (P – CMg)/P = – 1/Ed Mensuração do poder de monopólio ● O markup (P – CMg)/P é igual ao negativo do inverso da elasticidade da demanda da empresa. Se a demanda da empresa for elástica, como mostrado em (a), o markup será pequeno e a empresa terá pouco poder de monopólio. Se a demanda for relativamente inelástica ocorrerá o oposto, como mostrado em (b). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Fontes do poder do monopólio Três fatores determinam a elasticidade da demanda de uma empresa: 1. A elasticidade da demanda de mercado. Como ademanda da própria empresa será pelo menos tão elástica quanto a demanda do mercado, a elasticidade da demanda do mercado limita o potencial de poder de monopólio. 2. O número de empresas atuando no mercado. Se existirem muitas empresas, será pouco provável que qualquer uma delas tenha possibilidade de influenciar significativamente no preço de mercado. 3. A interação entre as empresas. Mesmo que apenas duas ou três empresas estejam atuando no mercado, nenhuma delas terá possibilidade de elevar o preço com lucro caso exista uma agressiva concorrência entre elas, com cada empresa procurando capturar a maior fatia possível de mercado. O número de empresas Quando apenas algumas empresas são responsáveis pela maior parte das vendas que ocorrem em um mercado, dizemos que ele é altamente concentrado. Custos sociais do poder de monopólio O retângulo e os triângulos sombreados mostram as alterações ocorridas nos excedentes do consumidor e do produtor, quando passamos do preço e quantidade competitivos, Pc e Qc, para o preço e quantidade de monopólio, Pm e Qm. Em consequência do preço mais alto, os consumidores perdem A + B e o produtor ganha A – C. O peso morto é B + C. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Discriminação de preços Discriminação de preço Prática de cobrança de preços diferentes de clientes diferentes por produtos similares. Captura do excedente do consumidor: Se uma empresa cobrar apenas um preço de todos os clientes, esse preço deverá ser P*, que corresponde à quantidade Q*. A empresa gostaria de cobrar mais dos consumidores que estejam dispostos a pagar mais do que P*, captando assim uma parte do excedente do consumidor situado sob a região A da curva da demanda. A empresa gostaria também de vender para os consumidores que estejam dispostos a pagar preços inferiores a P*, mas somente se isso não acarretar uma redução de preço para os demais clientes. Dessa forma, ela poderia também captar uma parte do excedente do consumidor situado sob a região B da curva da demanda. ● Discriminação de preço de primeiro grau: : prática de cobrança do preço de reserva de cada consumidor. Preço de reserva Preço máximo que um consumidor está disposto a pagar por um produto. Como a empresa cobra de cada consumidor o respectivo preço de reserva, torna-se lucrativo expandir a produção até Q**. Quando apenas um único preço P* é cobrado, o lucro variável da empresa é representado pela área situada entre as curvas de receita marginal e de custo marginal. Havendo uma discriminação de preço perfeita, esse lucro será expandido, passando a incorporar a área entre a curva da demanda e a curva do custo marginal. Lucro variável Soma dos lucros de cada unidade adicionalmente produzida por uma empresa, isto é, o lucro ignorando o custo fixo. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Discriminação de preço imperfeita As empresas geralmente não sabem qual é o p r e ç o d e r e s e r va d e c a d a consumidor, mas às vezes os preços de reserva podem ser identificados de forma aproximada. Aqui, seis preços diferentes são praticados. Dessa forma, a empresa aufere l uc ros ma i o r e s , p o r é m a l g u n s consumidores podem também se beneficiar. Com um preço único P*4 h av e r á u m n ú m e r o m e n o r d e consumidores; os consumidores que agora pagam P5 ou P6 obtêm um excedente. ● Discriminação de preço de segundo grau Prática de cobrança de preços diferentes por unidade p a r a qu a n t i d a d e s d i fe r e n te s d a m e s m a mercadoria ou do mesmo serviço. Cobrança por ‘faixas de consumo’ Prática de cobrança de preços diferentes para cer tas quantidades ou ‘blocos’ de um produto. Preços diferentes são cobrados para quantidades diferentes, ou ‘faixas’, da mesma mercadoria. Neste exemplo, há três faixas com os respectivos preços, P1, P2 e P3. Há também economias de escala e o custo médio e marginal são declinantes. A discriminação de preço de segundo grau pode aumentar o bem-estar dos consumidores à medida que expande a produção e reduz o custo. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. Discriminação de preço de terceiro grau Prática de dividir os consumidores em dois ou mais grupos com curvas de demanda separadas e cobrar preços diferentes de cada grupo. Os consumidores foram divididos em dois grupos, com curvas da demanda separadas para cada grupo. Os preços e quantidades ótimos são tais que a receita marginal para cada grupo é a mesma, sendo igual ao custo marginal. Assim, cobra-se P1 do grupo 1, cuja curva da demanda é D1, e cobra-se o preço mais baixo P2 do grupo 2, cuja curva da demanda, D2, é mais elástica. O custo marginal depende da quantidade total produzida, QT. Observe que Q1 e Q2 são escolhidos de tal forma que RMg1 = RMg2 = CMg. CMg: custo marginal. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ■ Pindyck, R. S.; Rubinfeld, D. L. Microeconomia. 7 ed. Cap.: 3 e 4 (+Apêndice). ■ Pindyck, R. S.; Rubinfeld, D. L. Microeconomia. 7 ed. Cap.: 6, 7, 8, 10 e 11.
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