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Educação de jovens e adultos: fundamentos e praticas modulo 1 2 3 4

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Educação Especial: 
Identidades e Culturas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Rutinéia Cristina Martins
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
• Introdução;
• O Mundo Contemporâneo e a Deficiência;
• Educação Especial na Realidade Brasileira;
• Educação Especial e Propostas de Ensino;
• Reflexões Sobre a Educação Especial
no Século XXI: Mudanças nas Concepções.
• Compreender a Educação Especial na realidade brasileira após o conhecimento e a refl e-
xão sobre as infl uências culturais a que foi submetida;
• Analisar a medida das mudanças de mentalidade, valores e atitudes no ambiente escolar 
por infl uência das mudanças na Legislação e nas propostas de Ensino.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Educação Especial: A Construção
de um Paradigma Contemporâneo
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
Contextualização 
Observe o quadro a seguir:
Figura 1 – Guernica 
Fonte: Wikimedia Commons
Guernica é uma obra do pintor espanhol e cubista Pablo Picasso. Ela retrata a 
cidade de Guernica durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939).
Trata-se de uma das obras mais emblemáticas do artista e que foi produzida em 
1937 (DIANA, on-line). 
Costuma-se dizer que Guernica é uma declaração de guerra contra a guerra, 
posto que é uma manifestação contra a violência ocorrida naquele período.
Qual a relação entre essa obra de arte e o conteúdo desta Unidade?
Por que as situações de guerra foram tão importantes para a construção do pa-
radigma contemporâneo de Educação Especial?
8
9
Introdução
Enfim, chegamos à nossa última Unidade, chamada de Educação Especial: a 
construção de um paradigma contemporâneo. 
Mas o que é paradigma?
O dicionário (FERREIRA, 2013, p. 562) nos informa que é um modelo ou padrão. 
Nas Ciências Sociais, entre elas a Antropologia, que se dedica ao estudo das 
questões culturais, o termo é usado para descrever o conjunto de experiências, 
crenças e valores que incidem sobre a forma segundo a qual um indivíduo compre-
ende a realidade e na sua forma de resposta. 
Será que houve mudança de paradigma em relação à deficiência e à Educação 
Especial? Ou a Sociedade continua querendo eliminá-las e segregá-las?
O Mundo Contemporâneo e a Deficiência
A contemporaneidade, época atual em que vivemos – período posterior à Revo-
lução Francesa (1789), representa uma inter-relação entre todas as concepções de 
deficiência que conhecemos.
Em grande parte das pessoas, há um sentimento de piedade e repulsa, pois na 
memória das Sociedades atuais, há a informação de que deficientes não convivem 
com pessoas ditas normais.
Mesmo assim, houve pessoas que, por meios de estudos ou ações, favoreceram 
a condição material dos deficientes e os recursos oferecidos a eles, o que está de-
monstrado na tabela a seguir: 
Tabela 1 
Data Ação Local Autor
Pós-1815
(após Guerras 
Napoleônicas
1803-1815)
Busca de reabilitação dos soldados feridos em 
guerra, com serviços compatíveis com a deficiência. França Napoleão Bonaparte
1824 Invenção do Sistema Braile de escrita. Paris-França Louis Braile
1854 Criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant.
Rio de Janeiro-
Brasil Imperador Pedro II
1857 Criação do Imperial Instituto de Surdos Mudos – atual Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Rio de Janeiro-
Brasil Hernest Huet/ Imperador Pedro II
1884 Lei de readaptação e reabilitação ao trabalho para soldados feridos em guerra. Alemanha Chanceler Otto Von Bismarck
1902-1912 Crescimento de organizações de proteção à pessoa com deficiência. Europa
Diversos órgãos governamentais e 
não governamentais
1907 Conferência da Casa Branca sobre Cuidados com crianças deficientes.
Estados 
Unidos
Diversos órgãos governamentais e 
não governamentais
Fonte: Elaborado pela autora, a partir da leitura de ATANE (2016, on-line) e GUGEL (on-line)
9
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
Assim, vemos que no mundo – e também no Brasil, essas mudanças e ações 
proporcionam o começo de formação de uma cultura de cuidado e respeito aos de-
ficientes, ainda que isso seja um processo lento para a maioria das pessoas, presas 
a antigas concepções. 
Todavia, o século XX traz dois eventos que são fundamentais para acelerar esse 
processo: as duas Grandes Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945). 
Elas trouxeram uma carga de destruição tão grande e intensa que a Humanidade 
necessitou tomar medidas expressas de acolhimento e reabilitação de pessoas que 
se tornaram deficientes, como afirma Tahan (2012, p. 21):
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o direito necessita se pre-
ocupar com grupos sociais específicos, nesse caso surgem os mutilados 
da guerra, pessoas que foram para a guerra sem nenhuma deficiência e 
voltam às suas casas com algum tipo de mutilação que impedem a fruição 
normal de suas atividades de vida diária.
Monumento de Auschwitz, feito do vidro quebrado no parque de Amsterdã Wertheim: 
http://bit.ly/2Q8V3ZcEx
pl
or
No período de 1914 a 1945, que compreende as duas Guerras, e o intervalo 
de 1918 a 1939, o mundo assistiu a atrocidades jamais vistas, como o Holocausto, 
que eliminou aproximadamente 6.000.000 de pessoas, dentre as quais mais de 
200.000 pessoas com deficiência. Segundo a Holocaustencyclopedia (online), a 
Alemanha possuía um programa de eliminação de indivíduos que tinham algum 
tipo de deficiência física, retardo ou doença mental.
Além disso, segundo Scwarz (2014, on-line) houve a esterilização de mais de 
400000 pessoas com doenças hereditárias, problemas natos ou adquiridos no de-
senvolvimento mental, além de pessoas com comportamentos indesejados, como 
criminosos e prostitutas.
Holocausto: É o nome que se dá ao genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda 
Guerra Mundial e que vitimou aproximadamente seis milhões de pessoas entre judeus, ci-
ganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores 
políticos etc. De toda forma, o grupo mais foi vitimado no Holocausto foi o dos judeus que, 
por sua vez, preferem referir-sea esse genocídio como Shoah, que em hebraico significa 
“catástrofe” (SILVA, on-line).
Ex
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or
Por causa desse estado de calamidade instaurado em nível mundial, foram cria-
dos órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU-1945) e documentos 
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), visando à reorganiza-
ção social, política e econômica, pois os países estavam empobrecidos, assim como 
10
11
muitos jovens que teriam a função de ajudar a prover suas famílias estavam mortos 
ou mutilados. 
O mundo estava desmoronado e precisava ser reerguido. As questões relativas 
às pessoas com deficiência, de algo que era escondido e deixado de lado, passaram 
a ser relevantes por questão de ordem pública.
Educação Especial na Realidade Brasileira
E a realidade brasileira? Como construiu o seu modelo de Educação Especial em 
meio a um contexto mundial tão conturbado? Essa construção auxiliou na constru-
ção de uma cultura de inclusão da pessoa com deficiência no país?
A esse respeito, Januzzi (2004, p. 34) nos mostra que a década de 1930 foi um 
momento de grande importância porque a Sociedade Civil começou a se organizar 
em Associações de pessoas preocupadas com a questão da deficiência na Socie-
dade, ainda que a esfera governamental desencadeasse algumas ações no sentido 
de criar Escolas junto a Hospitais e ao Ensino Regular, há fundação de Entidades 
Filantrópicas especializadas e outras formas de atendimento em Clínicas e Institutos 
Psicopedagógicos, sendo que o atendimento ao deficiente era compreendido como 
algo mais vinculado à saúde do que à educação.
Outro fator que demonstra a cultura assistencialista da época é que a Educação 
da pessoa com deficiência também se vinculava à filantropia, ou seja, à caridade 
e benevolência. 
Não era um serviço compreendido como direito e, dessa forma, poderia ser so-
licitado, mas não exigido.
Figura 2 – Menino surdo de Sorriso aprende Língua de Sinal 
Fonte: Getty Images
A Lei brasileira também foi sendo modificada à medida em que se ampliava o 
entendimento sobre as necessidades educacionais das pessoas com deficiência. 
11
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
Vejamos como as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tratam 
da questão:
Tabela 2
Legislação Avanços
Lei 4024/1961
A EDUCAÇÃO dos excepcionais é incluída no título X, sendo enquadrada no Sistema Geral de 
Educação como forma de integração à Sociedade (Artigo 88). No artigo 89, o Poder Público tem 
a responsabilidade de incentivar a iniciativa privada a promover a Educação para essa parcela da 
população por meio de Bolsas de Estudo, empréstimos e subvenções.
Lei 5692/1971
No Artigo 9º, garante tratamento especial aos alunos que apresentem deficiências físicas ou 
mentais. Por conta dessa orientação, houve a estruturação da Secretaria de Estado de Educação e 
do Serviço de Educação dos Excepcionais. Foram organizadas Classes Especiais e criados programas 
de Mestrado em Universidades Públicas sobre o assunto.
Lei 9394/1996
Em seu Artigo 58, inclui o termo Educação Especial na Legislação brasileira, tornando-a mais 
abrangente ao incluir também as pessoas com transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades. A grande diferença em relação às Legislações anteriores é atender às pessoas com 
deficiência preferencialmente na Rede Regular de Ensino e oferecer, com recursos públicos o 
atendimento educacional especializado.
Fonte: Elaborado pela autora a partir da leitura de BRASIL (1961, 1971 e 1996) e ROGALSKI (2004)
Cada Legislação trouxe sua contribuição para as condições educacionais das 
pessoas com deficiência, mas nenhuma foi tão efetiva como provocadora de mu-
danças culturais como a Lei 9394/1996, vigente na Educação brasileira. 
Essa Legislação trouxe a convivência efetiva das pessoas com deficiência para a 
Escola Regular. 
As últimas décadas representaram um árduo processo de fazê-las conviver com 
todos os tipos de criança, ao invés de ficarem escondidas ou segregadas em Esco-
las Especiais. 
Como já dissemos, as mudanças culturais operam de maneira lenta na mentali-
dade das pessoas; porém, no século XXI, é impossível ignorar a presença daqueles 
considerados diferentes e a proximidade tem o poder de modificar as ideias pré-
-concebidas por meio do conhecimento.
O processo de inclusão não foi e nem está sendo simples, pois vai de encontro 
a questões culturais, como a visão de deficiência de professores e alunos e também 
de questões estruturais, como a infraestrutura e a formação dos profissionais, como 
no depoimento a seguir, expostos na monografia de Lima (2011, p.29):
O primeiro ano com um aluno incluído foi um tanto traumático, pois 
assim como a maioria dos professores, não recebi orientação de como 
trabalhar com esse aluno e muito menos fui informada, a priori, que teria 
um aluno com Deficiência Intelectual, D.I., em minha classe de 6ª série.
Outro depoimento trata do assunto: “A maior dificuldade é a falta de entendi-
mento da deficiência, não sabendo lidar com as reações dos alunos. Busco me 
inteirar da dificuldade estudando dissertações e teses” (LIMA, 2011, p.30).
12
13
Os depoimentos selecionados se referem a professores que enxergam as difi-
culdades, mas aceitam o processo, procurando ajuda e qualificação. A visão dos 
pais a respeito da Educação Especial também reflete a cultura contemporânea, 
como nos exemplos catalogados por Garcia (2018, on-line): “A escola não deveria 
achar que faz um favor para a criança especial ao incluí-la (pai de um menino 
autista, de 12 anos)”.
Meu foco não é no que ele ainda não faz, mas, sim nas suas grandes 
conquistas! É uma batalha diária. Mas eu faço questão de tomar as rédeas 
e transformar o cenário em algo positivo, animador. Isso foi um grande 
aprendizado e foi essencial para lidar com todos os momentos de tensão 
e dor, pelos quais passei desde a gestação. (Mãe de um menino de 10 
anos, com dificuldades motoras causadas por uma hemorragia cerebral)
Figura 3 – Menino adolescente com paralisia cerebral
Fonte: Getty Images
Os depoimentos acima foram dados por pessoas esclarecidas sobre seus direi-
tos e possibilidades. Passaram por todas as dificuldades de aceitação pelas quais 
passam os pais de crianças com deficiências, mas após vencido o período de luto, 
procuraram recursos para estimular os seus filhos e oferecer boas condições de 
aprendizagem. Entretanto, não é a realidade da maioria das pessoas no Brasil. 
O estranhamento, as concepções negativas de deficiência que coexistem em nossa 
cultura e a falta de conhecimentos formais, fazem com que pouco se possa oferecer 
para auxiliar a Educação de seus filhos. 
Ainda assim, a legislação que inclui as pessoas com deficiência na Rede Re-
gular de Ensino se constitui como avanço, vez que, com todas as dificuldades de 
formação e infraestrutura, os deficientes saem do anonimato para conviver com as 
pessoas ditas normais.
13
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
Educação Especial e Propostas de Ensino
Nesse item, não vamos analisar os conteúdos sugeridos para o ensino na Educa-
ção Especial, mas como ela é entendida nas propostas, ou seja, que aspectos culturais 
podem ser observados em sua elaboração e aplicação. Para isso, vamos analisar os 
documentos de abrangência nacional: Plano Nacional de Educação (PNE), Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e Base Nacional Comum Curricular.
As escolhas foram feitas por serem documentos de abrangência nacional e sub-
sidiarem a construção de documentos curriculares regionais.
Como foi construído o Plano Nacional de Educação?
O texto do Plano Nacional de Educação foi elaborado a partir das propostas de vários segmen-
tos da Sociedade, que participaram nos anos de 2009-2010 da Conferência Nacional de Educa-
ção (CONAE), que teve etapas distritais, municipais, regionais, estaduais e nacionais. Conforme 
Brasil (2010, on-line), a Conae constituiu-se, assim, num espaço democráticode construção de 
Acordos entre atores sociais que, expressando valores e posições diferenciadas sobre os aspec-
tos culturais, políticos, econômicos, apontam renovadas perspectivas para a organização da 
educação nacional e para a formulação do Plano Nacional de Educação 2011-2020, embora a 
Lei tenha sido promulgada em 2014 e a validade seja deste ano a 2024 (MEC, 2010).
Ex
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O PNE – Lei 13.005/2014 (BRASIL, 2014, on-line) – não é uma proposta cur-
ricular, mas uma Legislação construída com a participação de educadores e comu-
nidade, que oferece os direcionamentos da Educação. 
Sua meta de número 4 prevê:
Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garan-
tia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, 
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.
A Lei é bem específica e oferece à população com deficiência as garantias de um 
bom atendimento educacional. 
Como não há referências à criação de uma cultura inclusiva, buscamos, entre as 
19 estratégias de efetivação da meta, contidas no próprio Plano, aquelas que mais 
podem favorecer esse processo. 
Uma das estratégias é estimular a criação de Centros Multidisciplinares de Apoio, 
Pesquisa e Assessoria. Entende-se que a disseminação do conhecimento favorecerá 
o esclarecimento de ideias preconceituosas ainda existentes, mesmo entre profissio-
nais esclarecidos como professores.
14
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Esse trabalho deverá ser feito em articulação com Instituições Acadêmicas e 
integrados por profissionais das áreas de saúde, Assistência Social, Pedagogia e 
Psicologia, para apoiar o trabalho dos(as) professores(as) da Educação Básica com 
os(as) alunos(as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação (BRASIL, 2014, on-line). 
Outra estratégia diz respeito à promoção de parcerias com instituições comuni-
tárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com O Poder 
Público, a fim de favorecer a participação das famílias e da Sociedade na constru-
ção do Sistema Educacional Inclusivo. 
Ao utilizar essa estratégia, espera-se que toda a Sociedade esteja envolvida na 
Educação das pessoas com deficiência, havendo maior envolvimento por parte das 
famílias, fomentando a cultura de inclusão e participação dos deficientes.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Resolução nº 5, 
de 17 de dezembro de 2009, é o documento mandatário na Educação de crianças 
de 0 a 5 anos. 
Em suas orientações, define a interação e a brincadeira como eixos norteadores 
e trata de concepções contemporâneas de Educação e Pedagogia para a infância, 
além de segmentos específicos como as crianças indígenas e do campo, conside-
rando as particularidades dessas modalidades de ensino. Entretanto, não há refe-
rências diretas à Educação Especial ou simplesmente à criança com deficiência na 
Creche ou na Pré-escola. 
A diversidade tratada no documento refere-se às relações étnicas e não às habi-
lidades físicas ou mentais, que envolveriam as deficiências, transtornos globais do 
desenvolvimento ou superdotação.
Figura 4 
15
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
A invisibilidade do público-alvo da Educação Especial nos dá referência das concepções 
envolvidas, ou seja, se esse público não foi percebido e inserido em meio à população 
sem deficiência, é porque suas diferenças não recebem valor ou são desconsideradas.
E a Base Nacional Comum Curricular? Como concebe a pessoa com deficiência 
e a Educação Especial?
Pode-se dizer que a palavra-chave para Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
é referência.
Para a Educação Básica, ela foi feita como um documento de caráter normativo 
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos 
os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades (MEC, 2019, on-line). 
Ao ler a Introdução, podemos compreender que o documento propõe a igualda-
de educacional por meio das aprendizagens essenciais, visando à igualdade, diver-
sidade e equidade, o que culminaria no conhecimento de que as necessidades dos 
estudantes são diferentes. 
A equidade, definida como disposição de reconhecer igualmente o direito de cada 
um (FERREIRA, 2013, p. 297), é descrita como o compromisso com as populações 
historicamente excluídas e/ou marginalizadas como os povos indígenas, afrodescen-
dentes, remanescentes de quilombos e pessoas com deficiência, reconhecendo a neces-
sidade de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular, conforme esta-
belecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).
O ideal inclusivo também se expressa nas competências a serem desenvolvidas 
na Educação Básica, como o uso de diferentes linguagens – oral, visual-motora 
(como Libras), escrita, corporal, visual, sonora e digital (MEC, 2019, p. 9). 
Linguagens que se juntam a outras já tradicionais na Escola, como a Matemá-
tica, Artística e Científica, que possibilitam a expressão de ideias, experiências e 
sentimentos nos diferentes contextos.
Outra competência que diz respeito ao relacionamento da Sociedade com a Edu-
cação Especial é o exercício da empatia, diálogo, resolução de conflitos e cooperação, 
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos (MEC, 
2019, p. 10), com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos 
sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qual-
quer natureza.
Esse ideário que nos leva a entender que haverá o favorecimento de uma cultura 
inclusiva que promova a Educação Especial, ao longo do documento, verifica-se um 
olhar mais técnico para essa modalidade de ensino, com foco no Atendimento Edu-
cacional Especializado (AEE) e nos recursos pedagógicos e tecnológicos que dele 
fazem parte, como a Tecnologia Assistiva e as estratégias especializadas de ensino. 
Soma-se a isso a eliminação de barreiras de ordem física e atitudinal.
Proposta da BNCC: http://bit.ly/2Q73YtX
Ex
pl
or
16
17
Reflexões Sobre a Educação Especial no 
Século XXI: Mudanças nas Concepções
“O homem, em suma, não tem natureza, o que tem é história.” (Ortega y Gasset).
Ao lermos a frase de Gasset, concordamos com sua afirmação, pois entendemos 
que somos seres históricos no sentido de nossa cultura ser soma e produto de tudo 
que foi produzido tanto por nossos antepassados quanto por nossos contemporâneos. 
Por isso, ao longo desta Disciplina, transitamos por diversas épocas e culturas e suas 
concepções acerca das pessoas com deficiência e por fim, sobre a Educação Especial.
Assim, foram vistos diversos paradigmas que podemos identificar na tabela a 
seguir, com suas respectivas palavras-chave:
Tabela 3
Modelo Ideias-Chave
Antiguidade Clássica 
(Grécia e Roma) Ocultação e eliminação.
Antiguidade Oriental 
(Egito) Convivência integrada na Sociedade.
Roma Cristã • Acolhimento por religiosos;• Sem participação social.
Idade Medieval Acolhimento por religiosos e marginalização.
Idade Moderna Desenvolvimento da Ciência em busca de melhorias na qualidade de vida.
África • Rejeição; • Explicações sobrenaturais.
Afro-brasileiros
• Deficiência física causada por maus tratos em senzalas;
• Participação nas comunidades remanescentes de quilombos;
• Acolhimento pelas religiões de matriz africana.
Indígenas • Impossibilidade de sobrevivência de deficientes na floresta.
Século XX
• Duas grandes guerras causando deficiência física em larga escala;
• Esforço mundial para reabilitação dos deficientes;
• Década de 1930 com movimentação da Sociedade para o 
atendimento à pessoa com deficiência.
Século XXI Construção de paradigma de inclusão.
Todas essas ideias-chave percorrem a nossacultura e nos influenciam em maior 
ou menor grau, dependendo das experiências de cada um. 
Nesse sentido, o que seria a construção de um paradigma contemporâneo?
Esse paradigma seria construído a partir das necessidades do tempo presente, 
visto que embora as concepções segregacionistas ainda permeiem o ideário de 
educadores, a Sociedade avançou no sentido de construir direitos e estabelecer pro-
cessos educativos para todos os segmentos. Por isso, como deve ser contemplado 
em diversas Disciplinas, a Educação das pessoas com deficiência surge como uma 
necessidade deste século, já que conquistaram, com muita luta, o direito à partici-
pação na Sociedade.
17
UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
No Brasil, Sassaki (apud SANTOS et al., 2017, p. 315) dividiu os períodos his-
tóricos em quatro paradigmas: 
• Exclusão (rejeição social);
• Institucionalização (segregação;
• Integração (modelo médico da deficiência);
• Inclusão. 
Embora na mente das pessoas ainda permaneçam os paradigmas que visavam à 
eliminação dos deficientes ou à sua separação da Sociedade, eles foram superados, 
graças a estudiosos e movimentos sociais que objetivavam a inserção social e a 
melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
O paradigma contemporâneo abarca a conciliação entre Educação Especial e Edu-
cação Inclusiva, de modo que esta pode ser concebida como uma Educação voltada 
para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as 
diferenças (ITARD, on-line), enquanto a Educação Especial é a modalidade de ensino 
que segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, on-line) é 
oferecida preferencialmente na Rede Regular de Ensino, para educandos com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, 
isto é, seria um modelo de Educação em que os educandos seriam incluídos, de fato: 
fariam parte da Sociedade, com seus direitos respeitados. 
Além disso, receberiam um tipo de ensino especializado e voltado ao atendimento 
de suas necessidades específicas.
Esse processo ainda não se concretizou. As diversas realidades do país se apre-
sentam em etapas diferentes de efetivação. Todavia, conhecer como se constituiu 
a cultura a respeito da pessoa com deficiência favorece a nossa participação como 
profissionais no intuito de criar e fomentar uma cultura de bem-estar, autonomia e 
participação da pessoa com deficiência na Sociedade, tendo a Educação Especial 
como principal caminho.
Figura 5 – Menino com transtorno do desenvolvimento
Disponível em: Getty Images
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A Educação do Deficiente no Brasil: dos Primórdios ao Início do Século XXI
JANUZZI, G. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século 
XXI. Campinas. Autores Associados, 2004. Coleção Educação Contemporânea.
Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos
SASSAKI, R. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. São Paulo: WVA 
Editora, 2017.
 Filmes
Meu Nome é Rádio
Direção: Michael Tolin. Estados Unidos, 2003, 109 minutos.
Meu Pé Esquerdo
Direção: Jim Sheridan, Reino Unido, 1989, 100 minutos.
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UNIDADE Educação Especial: A Construção 
de um Paradigma Contemporâneo
Referências
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cao/108164/lei-de-diretrizes-e-base-de-1961-lei-4024-61>. Acesso em: 21 jul. 2019.
BRASIL. Lei 5692, de 11 de agosto de 1971, estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legisla-
cao/128525/lei-de-diretrizes-e-base-de-1971-lei-5692-71>. Acesso em: 21 jul. 2019.
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da educação nacional. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legis-
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em: 29 jul. 2019.
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reditárias”. DW Notícias. Maputo: 14 jul. 2019. Disponível em: <https://www.
dw.com/pt-br/1933-nazistas-promulgam-lei-para-prevenir-doen%C3%A7as-
-heredit%C3%A1rias/a-16938199>. Acesso em: 21 jul. 2019.
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cola.uol.com.br/historiag/holocausto.htm>. Acesso em 11 de setembro de 2019
TAHAN, Adalgisa Pires Falcão. A universalidade dos direitos humanos. In: SILVEIRA, 
Vladimir Oliveira da; CAMPELO (coord.,); BÓSIO, Livia Gaigher (org.). Estudos e 
debates em Direitos Humanos. São Paulo: LetrasJurídicas, 2012. v. 2
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