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de Parasitologia Clínica A esquistossomose é uma enfermidade parasitária causada por um verme. Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica o nome correto do agente causador da esquistossomose. a) Entamoeba histolytica b) Schistosoma mansoni. c) Ascaris lumbricoides d) Ancylostoma duodenale e) Wuchereria bancrofti Pode-se suspeitar que a água de uma região contém S. Mansoni quando se observa a presença de: a) adultos dessa espécie. b) caramujos. c) sanguessugas. d) nematelmintos. e) ovos visíveis a olho nu. Faculdade de Integração do Sertão – FIS Curso de Bacharelado em Farmácia Prof. Socorro Clementino Parasitologia Clínica Schistosoma mansoni e a Esquistossomose Serra Talhada Histórico (1852) Theodor Bilharz descreveu um parasito intravascular durante autópsia de um rapaz e deu o nome de Distomum haematobium. (1858) Weinland denominou o gênero desse helminto de Schistosoma (schisto= fenda; soma=corpo) (1907) Sambon/Londres denominou a espécie Schistosoma mansoni Pirajá da Silva em descreve ovos com esporão lateral encontrados nas fezes de paciente na Bahia denominando de Schistosoma americanum O ciclo evolutivo foi descrito inicialmente por Lutz, no Brasil, e por Leiper, no Egito, idependentemente. O que é esquistossomose? É uma infecção produzida por cada uma das três espécies de esquistossomo: Schistosoma haemotobium (Bilharz, 1852), Schistosoma japonicum (Katsurada, 1904) e Schistosoma mansoni (Sambon, 1907). Taxonomia Filo – Platyhelminthes Classe - Trematoda Subclasse – Digenea Hospedeiro intermediário: moluscos da Família Planorbidae Distribuição Geográfica Schistosoma haemotobium (Bilharz, 1852) Agente da esquistossomose vesical ou hematúria do Egito. É encontrado na África, Oriente Próximo e Médio. Os ovos são elipsoides, com esporão terminal e são eliminados na urina. Schistosoma japonicum (Katsurada, 1904) Causador da esquistossomose japônica ou moléstia de Katayama. É encontrado na China, Japão, Ilhas Filipinas e sudeste asiático. Os verme adutos vivem no sistema porta e os ovos são eliminados pelas fezes. Schistosoma mansoni (Sambon, 1907) Agente da esquistossomose mansoni intestinal ou moléstia de Pirajá da Silva, ocorrendo na África, Antilhas e América do Sul. Schistosoma mansoni No Brasil é conhecida como “xitose”, “barriga d’água” ou “mal do caramujo”. Morfologia Ciclo evolutivo Adulto (macho e fêmea) Ovo Miracídio Esporocisto Cercária Morfologia Macho Mede cerca de 1cm Tem cor esbranquiçada, com tegumento recoberto de minúsculas projeções (tubérculos) Corpo tem duas porções: Anterior: ventosa oral e ventral (acetábulo) Posterior: canal ginecóforo Morfologia Fêmea Mede cerca de 1,5 cm Tem cor mais escura, devido ao ceco com sangue semi-digerido, com tegumento liso. Corpo tem duas porções: Anterior: ventosa oral e acetábulo, vulva, útero (1 ou 2 ovos) e o ovário Posterior: glândulas vitelogênicas e o ceco Morfologia Ovo 150 µm de comprimento 60 µm de largura Sem opérculo Formato oval Espículo voltado para trás Morfologia Miracídeo 180 µm de comprimento 64 µm de largura Apresenta forma cilíndrica Células epidérmicas , onde se implantam os cílios (movimento aquático) Morfologia Cercária 500 µm de comprimento Cauda bifurcada (movimentação) Corpo cercariano Ventosa oral (glândulas de penetração) Ventosa ventral (fixa-se na pele do hospedeiro Biologia - Ciclo Biológico Transmissão Penetração ativa das cercarias na pele e mucosa. Patogenia Esquistossomose aguda Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção: Assintomática ou inaparente Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção: Disseminação de ovos, provocando a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica Forma toxêmica Sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato-esplenomegalia discreta, alterações das transaminases, etc. Patogenia Esquistossomose crônica Forma intestinal (a maioria benigna) Casos crônicos graves Fibrose da alça retossigmóide, ↓do peristaltismo e constipação constante (prisão de ventre) Diarreia, dor abdominal, tenesmo, emagrecimento, etc. a Formação de numerosos granulomas (presença de grande número de ovos num determinado ponto) Forma hepática No início: fígado aumentado e doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas (fibrose) Fibrose com lobulações Fibrose periportal Obstrução dos ramos intrahepáticos da veia porta a Hipertensão portal Patogenia Esquistossomose crônica Forma esplênica - Devido a congestão do ramo esplênico " Esplenomegalia Consequências Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra-hepática e de anastomoses do plexo hemorroidário, umbigo, esôfago, região inguinal Formação de varizes esofagianas Patogenia Parasitológico Exame de fezes: Kato-Katz Lutz (sedimentação espontânea) Biópsia retal, biópsia hepática Imunológico Intradermoreação ELISA, hemaglutinação, imunofluorescência Tratamento PRAZIQUANTEL Aumenta o influxo de cálcio e afeta a contração muscular (Molec Biochem Paras 2009) Liga-se à miosina do parasita (PLoS 2009) Indicação 50 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. Crianças: 60 mg/kg de peso, dose única, por via oral.
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