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DESIGN_THINKING_COMO_UM_CONJUNTO_DE_PROCEDIMENTOS_PARA_A_GERACAO_DA_INOVACAO_um_estudo_de_caso_do_projeto_G3

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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS 
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, 
PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN 
MESTRADO EM DESIGN 
 
 
 
 
 
DESIGN THINKING COMO UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS PARA A 
GERAÇÃO DA INOVAÇÃO: um estudo de caso do projeto G3 
 
 
 
 
 
 
JULIANA DESCONSI 
 
ORIENTADOR: Prof. Dr. Vinicius Gadis Ribeiro 
 
PORTO ALEGRE – RS 
2012 
JULIANA DESCONSI 
 
 
 
 
 
 
DESIGN THINKING COMO UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS PARA A 
GERAÇÃO DA INOVAÇÃO: um estudo de caso do projeto G3 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação 
Stricto Sensu em Design da UniRitter, como requisito 
parcial para a obtenção de título de Mestre em Design. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Vinicius Gadis Ribeiro 
 
 
PORTO ALEGRE – RS 
2012
JULIANA DESCONSI 
 
 
 
 
DESIGN THINKING COMO UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS PARA A 
GERAÇÃO DA INOVAÇÃO: 
Um estudo de caso do projeto G3 
 
Dissertação de Mestrado defendida e aprovada como requisito parcial a obtenção do 
título de Mestre em Design, pela banca examinadora constituída por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________ 
Prof.. Dr. Vinicius Gadis Ribeiro – UNIRITTER 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________ 
 
Prof. Dr. Sidnei Renato Silveira - UNIRITTER 
 
 
 
 
 
 
_____________________________ 
Prof. Dr. Carlo Franzato - UNISINOS 
 
 
 
2012 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Muitas pessoas devem ser agradecidas por fazerem parte desse trabalho, desde as 
que auxiliaram com estímulos para o desenvolvimento, até as que participaram diretamente 
indicando referências para o estudo. 
Gostaria de fazer um agradecimento muito especial ao escritório de design 
Questto|Nó, representado pelo seu sócio, diretor e designer Levi Girardi, pela cordialidade, 
atenção e disponibilidade em fornecer informações, dados, instalações e tudo mais para 
essa pesquisa. A empresa Agrale, representada pelo designer Paulo Biodan, por fornecer 
prontamente todas as informações pertinentes à pesquisa. 
 Agradeço também a UniRitter pela qualidade e excelência dos seus serviços, 
instalações e respeito aos seus alunos, além da atenção e qualificação que os professores 
dispenderam no decorrer de todo o mestrado em Design. Agradeço, em especial, Vinicius G. 
Ribeiro, meu orientador, pela dedicação em transferir todo o seu conhecimento e 
disponibilidade para esse trabalho, sendo um verdadeiro parceiro na construção dessa 
dissertação, com certeza minha admiração e minha referência como mestre/orientador 
cresceu ainda mais após essa dissertação. 
 Agradeço também meus orientadores que iniciaram esta pesquisa comigo Prof. Ligia 
Sampaio de Medeiros e Prof. Luís Vidal Negreiro Gomes, por terem me incentivado a entrar 
no programa do Mestrado em Design, pelo incentivo ao tema e por todo o conhecimento 
transferido ao longo de todos esses anos como aluna e como amiga. 
 Agradeço aos amigos e familiares que enviaram mensagens positivas pela 
construção de mais essa etapa em minha vida, em especial ao meu marido Roberto Carraro 
pela compreensão, companheirismo e força que dedicas em tudo o que faço. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Analisando o Design Thinking e suas habilidades foi desenvolvido neste trabalho, com base 
na investigação através da literatura existente na área e na exploração através de um 
estudo de caso das habilidades encontradas em evidências no projeto dos Caminhões 
Agrale desenvolvidos pelo escritório de design Questto|Nó, o Projeto G3. Entende-se que o 
Design Thinking configura-se como um dos fatores presentes no contexto da inovação e do 
mundo das organizações e dos negócios. Partindo-se do pressuposto que a inovação 
somente se constitui quando disseminada e aceita, o Design Thinking pode ser visto então 
como o motor dessa ação, visto que seu objetivo maior é difundir técnicas para leitura de 
situações projetuais e/ou de negócios. Como contextualização este projeto apresentou, em 
sua essência, relações construídas entre a pesquisa acadêmica e a aplicação prática de 
mercado, onde foram encontradas as consonâncias com a inovação. Para tanto, tornou-se 
necessário compreender os níveis de conceitos, aprendizado e prática (método) aplicados 
ao Design Thinking, configurando a questão central desse estudo, onde foram evidenciados 
os procedimentos do Design Thinking em um estudo de caso que englobou a pesquisa no 
Projeto G3. O presente estudo foi direcionado nas diretrizes construídas sobre o que a 
literatura sugere como procedimentos do Design Thinking, o qual: transfere projetualmente 
métodos, ferramentas e processos para outras áreas; e que os seus conceitos se 
concentram na resolução de problemas capciosos; envolvendo participantes 
multidisciplinares e não somente designers; e que o Design Thinking usa certa metodologia 
do design como ferramenta e processos que foram feitas e disponibilizadas para também 
não designers; e que o seu principal objetivo é criar inovação. Neste contexto a pesquisa foi 
conduzida em um estudo de caso onde evidências das técnicas do Design Thinking foram 
encontradas e cruzadas com as modalidades de pensamento envolvidas com o raciocínio 
projetual, construindo-se assim contribuição para a área das habilidades do Design e do 
Design Thinking. 
 
Palavras chave: Design Thinking. Habilidades do Design. Design e Negócios. Inovação. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
An analysis of Design Thinking and skills developed in this work was based on research by 
the existing literature in the area and exploitation through a case study of the skills found in 
evidence in the design of Trucks Agrale developed by the design office Questto | Nó, the 
Projeto G3. It is understood that Design Thinking is configured as one of the factors present 
in the context of innovation and the world of organizations and businesses. Starting from the 
assumption that innovation is constituted only when widespread and accepted, the Design 
Thinking can then be seen as the engine of this action, since its main objective is to 
disseminate techniques for reading of the projects situations and / or business. How 
contextualization presented this project, at its core, relationships built between academic 
research and practical application market, where the consonances were found to innovation. 
Therefore, it became necessary to understand the levels of concepts, learning and practice 
(method) applied to Design Thinking, setting the central question of this study was to 
understand what the literature suggests as the techniques employed by the Design Thinking 
and recognize them in a case study of the application of these techniques in practice at 
Projeto G3. The present study was directed in the guidelines built on the theme, including the 
Design Thinking transfers through of the project methods, tools and processes to other 
areas, and that their concepts are focused on solving problems specious; multidisciplinary 
and involving participants not only designers, and the Design Thinking methodology uses 
some of the design as a tool and processes that have been made and also not available for 
designers, and that their main goal is to create innovation. In this context the research was 
conducted in a case study where evidence of Design Thinking techniques were found and 
crossed with the modalities of thought involved in reasoning of the project, building thus 
contribution to the field of skills Design and Design Thinking. 
 
Key-words: Design Thinking. Design skills. Design and Business. Innovation.
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01- As áreas do saber. .............................................................................................. 17 
Figura 02 - Os tipos de raciocínios associados ao Design Thinking. .................................... 50 
Figura 03 - O processo de Design Thinking na HPI D-School. ............................................. 56 
Figura 04 - Alternânciade geração e seleção no processo de Design Thinking................... 56 
Figura 05 - O Modelo de Fluxo de Trabalho do Design Thinking Adaptativo ........................ 63 
Figura 06 - Desenho da pesquisa. ....................................................................................... 73 
Figura 07 - Detalhamento dos processos do projeto. ........................................................... 76 
Figura 08 - Fase 1: estudos avançados. .............................................................................. 77 
Figura 09 - Fase 2: desenho de apresentação. .................................................................... 78 
Figura 10 - Fase 2: montagem da cabine com o para-choque. ............................................ 79 
Figura 11 - Fase 2: aprovação da cabine pela diretoria da Agrale. ...................................... 79 
Figura 12 - Fase 3: Detalhamento. ....................................................................................... 80 
Figura 13 - Fase 3: Materiais e Meios de produção. ............................................................ 81 
Figura 14 - Etapas do Design Thinking. ............................................................................... 83 
Figura 15 - Modelo de caminhão antigo. .............................................................................. 88 
Figura 16 - Modelo de caminhão novo. ................................................................................ 89 
Figura 17 - Desenhos, esquemas e protótipos da solução. .................................................. 89 
Figura 18 - Protótipos da solução. ....................................................................................... 90 
Figura 19 - Reuniões de projeto, fase de desenho inicial. .................................................... 91 
Figura 20 - Reuniões de projeto, fase de seleção dos desenhos iniciais.............................. 91 
Figura 21 - Reuniões de projeto, fase de refinamento das ideias. ........................................ 92 
Figura 22 - Reuniões de projeto, avaliação em escala. ........................................................ 93 
Figura 23 - Reuniões de projeto, protótipos. ........................................................................ 93 
Figura 24 – Triangulação das evidências. ............................................................................ 99 
Figura 25 - Evidências do Design Thinking no Projeto G3. ................................................ 101 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01 - Estilos de pensamento x terminologias da língua. ............................................. 28 
Tabela 02 - Perfil da terminologia. ....................................................................................... 29 
Tabela 03 - Sumário dos atributos dos não designers ......................................................... 54 
Tabela 04 - Relações de Modos de Trabalho para Espaços de Problema/Solução e 
Pensamento Divergente/Convergente. ................................................................................ 59 
Tabela 05 - Reunião das principais habilidades do Design Thinking. ................................... 65 
Tabela 06 - Etapas do Design Thinking. .............................................................................. 67 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
2 CONTEXTUALIZANDO O DESIGN THINKING .................................................... 15 
2.1 ABORDAGEM INICIAL........................................................................................ 15 
2.2 O DESIGN THINKING NA PESQUISA ACADÊMICA ......................................... 19 
2.3 DESIGN THINKING COMO CONSULTORIA: A RELAÇÃO COM OS NEGÓCIOS
 .................................................................................................................................. 23 
2.4 TERMINOLOGIAS .............................................................................................. 27 
2.4.1 DEFININDO INOVAÇÃO .................................................................................. 31 
2.5 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 33 
3 FUNDAMENTANDO O DESIGN THINKING ......................................................... 35 
3.1 QUE TIPO DE PENSAMENTO É O RACIOCÍNIO PROJETUAL ........................ 35 
3.1.2 O pensamento projetual como uma forma de inteligência................................ 40 
3.2 O PENSAMENTO PROJETUAL (DESIGN THINKING) ...................................... 42 
3.3 ESTUDO DAS TÉCNICAS E HABILIDADES DO DESIGN THINKING ............... 51 
3.3.1 Uma abordagem criativa/evolutiva para o Design Thinking.............................. 55 
3.3.2 Um modelo de fluxo de trabalho no Design Thinking ....................................... 58 
3.4 CONSTRUINDO UM CENÁRIO DE HABILIDADES ........................................... 64 
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 68 
4.1 OS OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................................ 68 
4.2 ABORDAGEM TEÓRICA .................................................................................... 69 
4.3 ABORDAGEM OPERACIONAL .......................................................................... 71 
4.4 DESENHO DA PESQUISA ................................................................................. 72 
4.5 LEVANTAMENTO DE DADOS ........................................................................... 73 
4.5.1 Histórico do projeto dos caminhões Agrale ...................................................... 74 
5 RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS .................................. 82 
5.1 O DESENHO DAS EVIDÊNCIAS ........................................................................ 83 
5.2 ENTREVISTAS ABERTAS SEMI-ESTRUTURADAS .......................................... 84 
5.3 ANÁLISE DE FOTOGRAFIAS ............................................................................. 88 
5.3.1 Reuniões de projeto ......................................................................................... 90 
5.4 INTERPRETAÇÕES DE E-MAILS ...................................................................... 94 
5.5 OBSERVAÇÃO DIRETA ..................................................................................... 95 
5.6 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 97 
 10 
CONSIDERAÇÕS FINAIS ...................................................................................... 102 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 106 
ANEXOS ................................................................................................................. 110 
1 INTRODUÇÃO 
O contexto atual se caracteriza por significativas e aceleradas mudanças nos 
mercados, na economia e na forma como as pessoas vivem. Nas tecnologias e nas 
formas organizacionais a capacidade de gerar e absorver inovações vêm sendo 
considerada, mais do que nunca, crucial para que um agente econômico se torne 
competitivo. Entretanto, para acompanhar as rápidas mudanças em curso, torna-se 
de extrema relevância a aquisição de novas capacitações e conhecimentos, o que 
significa intensificar a capacidade de indivíduos, empresas, países e regiões de 
aprender e transformar esse aprendizado em fator de competitividade para os 
mesmos. Por esse motivo, vem-se denominando esta fase como a da Economia 
Baseada no Conhecimento ou, mais especificamente, Baseada no Aprendizado. 
Portanto, o objeto de estudo centrado no presente trabalho busca compreender as 
relações do Design Thinking com a inovação e o contexto econômico e do 
conhecimento. 
O pensamentodo Design, assim como o da inovação, garantem a indivíduos 
e organizações o desenvolvimento necessário a passos de velocidade atual, em que 
tanto o aprendizado, quanto a transformação destes são rápidos, constantes e 
necessários. Assim, enormes esforços vêm sendo realizados para tornar novos 
conhecimentos apropriáveis, bem como para estimular a interação entre os 
diferentes agentes econômicos e sociais para a sua difusão e consequente geração 
de inovações. Pode-se reconhecer, portanto, no contexto atual de intensa 
competição, que o conhecimento é a base fundamental e o aprendizado interativo é 
a melhor forma para indivíduos, empresas, regiões e países estarem aptos a 
enfrentar as mudanças em curso, intensificarem a geração de inovações e se 
capacitarem para uma inserção mais positiva nesta fase. 
Portanto, o Design Thinking parece configura-se como um dos fatores 
presentes no contexto da inovação e do mundo das organizações e dos negócios. 
Partindo-se do pressuposto que a inovação somente se constitui quando 
disseminada e aceita, o Design Thinking pode associado como o motor dessa ação - 
visto que seu objetivo maior é difundir suas técnicas para leitura de situações 
projetuais ou de negócios. 
Como contextualização deste estudo apresenta-se o Design Thinking em sua 
essência com as relações construídas entre a pesquisa acadêmica e a aplicação 
 12 
prática de mercado, através dos métodos de consultoria, em busca da consonância 
com a inovação. Para tanto, torna-se necessário compreender as instâncias do que 
é aprendido, aplicado e praticado sobre o Design Thinking, configurando a questão 
central desse estudo é poder compreender o que a literatura sugere como as 
técnicas empregadas pelo Design Thinking e reconhecê-las em um estudo de caso 
da aplicação destas técnicas na prática. 
Partindo dos conceitos chave em Design Thinking, deve-se considerar que: 
(i) Ele transfere projetualmente métodos, ferramentas e processos para 
outras áreas; 
(ii) Ele se concentra na resolução de problemas capciosos; 
(iii) Os participantes do Design Thinking são multidisciplinares e não somente 
designers; 
(iv) O Design Thinking usa certa metodologia do design como ferramenta e 
processos que foram feitas de forma explicita e disponível para também 
não designers; e 
(v) O principal objetivo do Design Thinking é criar inovação; 
Faz-se claro a necessidade, portanto, que o presente estudo enquanto 
estrutura que busca uma identificação e classificação dos procedimentos do Design 
Thinking para a resolução de problemas, tanto no âmbito pratico como no teórico. O 
problema central desta pesquisa concentra-se na seguinte questão: Os conceitos de 
DT são evidentes em projetos de produto? 
Portanto, o objeto desta pesquisa concentra-se no entendimento dos 
procedimentos do Design Thinking. E o objetivo desta pesquisa reúne a questão 
central de pontuar esses procedimentos em um estudo de caso, elaborado sob 
análise de documentos e entrevistas com os participantes do Projeto G3 a fim de 
saber se houveram procedimentos do Design Thinking neste projeto e quais foram. 
Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é identificar os 
procedimentos do Design Thinking no Projeto G3 dos caminhões da Agrale 
desenvolvidos pelo escritório de design Questto|Nó, buscado evidências de um uma 
correlação com os procedimentos citados pela revisão de literatura sobre o assunto. 
 Os objetivos secundários consistem em: 
(i) Identificar o conjunto de procedimentos do Design Thinking sugeridos na 
literatura dos estudos atuais e relevantes na área. 
(ii) Pesquisar técnicas sugeridas pela literatura; 
 13 
(iii) Identificar e classificar quais os procedimentos utilizados na prática 
através de um estudo de caso; 
(iv) Construir entendimento dos procedimentos dos Design Thinking 
encontrados no Projeto G3. 
(v) Contribuir para o meio de pesquisa do Design Thinking. 
 Dentre as estratégias adotadas para se alcançar os resultados nos objetivos 
reúnem-se: 
(i) Revisão da literatura com os conceitos atuais e estudos abordados sobre 
as técnicas do Design Thinking; 
(ii) Pesquisa qualitativa através de um estudo de caso do Projeto G3, através 
de entrevista aberta, e observação de parte do processo relatada pelos 
participantes; 
(iii) Análise dos dados coletados. 
 Para desenvolver as etapas das seções deste trabalho apresenta-se da 
seguinte forma: como revisão de literatura encontrada no capítulo dois, 
primeiramente uma abordagem histórica pesquisando-se os principais momentos e 
autores sobre o assunto. Posteriormente pontuado o encontrar o estado da arte da 
pesquisa acadêmica para delinear as principais correntes de pesquisa e como vem 
se abordando o assunto. Na sequência elabora-se uma busca por resultados 
práticos e de aplicação dos conhecimentos onde é necessário elaborar uma 
abordagem junto às consultorias de Design Thinking para entender a relação do 
assunto com os negócios. Na sequência acredita-se ser necessário elaborar uma 
delimitação de termos relativos a pesquisa para clarear o entendimento sobre o 
assunto e tomar como diretriz um conceito, dentre tantos. Por fim, entende-se que 
um dos objetivos principais do Design Thinking é promover a inovação e, para tanto, 
é necessário pontuar essa relação. Para concluir o capítulo define-se a construção 
de um entendimento sobre Design Thinking contribuindo para uma contextualização 
sobre o referido assunto. 
 No capítulo três fundamenta-se o objeto da pesquisa, procurando 
compreender em detalhes que tipo de raciocínio é o raciocínio projetual, abordando 
o que a literatura relaciona com o Design Thinking e quais os modelos mais 
adotados por este. Posteriormente busca-se uma revisão da literatura sobre as 
técnicas e habilidades do Design Thinking, passando por uma abordagem criativa 
evolutiva e um modelo de fluxo de trabalho sugerido na literatura para em seguida 
 14 
construirmos nossas próprias definições de habilidades e técnicas do Design 
Thinking. 
 No capítulo quatro, são abordadas as questões de metodologia para a coleta 
e interpretação dos dados. Neste caso, é empregada pesquisa qualitativa para 
auxiliar na busca de informações para a identificação, coleta, seleção e análise em 
ambiente real, por meio do estudo de caso do projeto dos caminhões Agrale 
desenvolvidos pela Questto|Nó. 
No capítulo 5 sintetiza-se a reunião da revisão da literatura em cruzamento 
com os resultados do estudo de caso formulando um desenho de resultado 
apresentado em forma de figura da identificação de evidências do Design Thinking 
no Projeto G3. 
No capítulo final, expõe-se uma discussão sobre a relevância e pertinência do 
estudo do Design Thinking e a contribuição deste para o campo, além de 
explanação de medidas úteis a novas abordagens de pesquisa. 
2 CONTEXTUALIZANDO O DESIGN THINKING 
Apresentando as circunstâncias do contexto sobre o Design Thinking é 
necessário introduzir o tema no espaço e no tempo. Por esse fato, contextualizar é 
problematizar. Em uma concepção construtivista de pesquisa e construção do 
conhecimento, é importante entender e pontuar o contexto do objeto da pesquisa na 
atual conjuntura, iniciada por uma abordagem histórica para compreender o inicio e 
a evolução destes conceitos. Posteriormente aborda-se a revisão da literatura sobre 
os conceitos do Design Thinking no âmbito acadêmico de pesquisa e de uma forma 
mais prática nos mecanismo de consultoria empregando as técnicas do Design 
Thinking na resolução de problemas projetuais e busca por inovação em produtos e 
serviços. 
 
2.1 ABORDAGEM INICIAL 
Embora toda atividade reconhecida como Design Thinking, está diretamente 
relacionada e não desassociada do design, é possível identificar na literatura 
momentos importantes da introdução do assunto dentro do campo de pesquisa do 
design. 
Em 1969, Simon forneceu um tratado clássico sobrea complexidade e a 
natureza dos fenômenos dos objetos. Ele analisa as interações humanas e o 
impacto que elas têm com os artefatos. Ele considera como podemos criar artefatos 
“para alcançar objetivos”. Ele abre nossas mentes para o fato de que diferentes 
disciplinas se preocupam “não com a forma como as coisas estão, mas com a forma 
como eles podem ser - em suma, com design”. Ele observa que a resolução de 
problemas nada mais é do que a mistura de tentativa e erro. Ao projetar sistemas 
alternativos, tentamos alcançar estados finais desejados, fazendo a ponte entre a 
situação atual e a desejada. 
Simon (1969) distingue design como o conhecimento que está no domínio 
das profissões tais como engenharia, gestão ou medicina, todas que ele vê como 
preocupadas com "o que deveria ser" em contraste com as ciências que estão 
preocupadas com "o que é". Para Simon, o design é o centro da atividade humana: 
“Todos os projetos que elaboram cursos de ação visam às situações existentes de 
 16 
mudança dentro do que é preferido”. A ação da qual ele está falando é um conjunto 
racional ou procedimentos em resposta para um problema definido. 
Embora reconhecendo a importância do trabalho de Simom no design dentro 
de seu programa de entender a “racionalidade limitada”, Hatchuel argumenta que 
para Simon, o design é um tipo de atividade de resolução de problemas. Em vez 
disso, para Hatchuel, resolver problemas é uma etapa em um processo de design. 
(Hatchuel 2001: 263). 
Mckim (1980) defendeu que o pensamento visual é composto por três 
atividades: desenho da ideia (idea-sketching), visualização (seeing) e imaginação 
(imagining). O autor sugere que as pessoas normalmente usam palavras para 
pensar e que podem recorrer a um novo modo de organizar pensamento, o que 
inclui uso de materiais, condições ambientais, e um estado interior de consciência 
relaxada para utilizar a faculdade de pensamento visual que dá origem a ideias. 
Na década de 1980, Rolf Faste1 expandiu o trabalho de McKim e popularizou 
a idéia de Design Thinking na Universidade de Stanford2, onde ensinava. Hoje a 
universidade de Stanford oferece um programa chamado: Design Thinking Boot 
Camp: From Insights to Innovation, o D.School, onde os executivos têm a 
oportunidade de aprender sobre o Design Thinking, que se baseia no ensinamento 
do design centrado no usuário, com protótipos para o processo de inovação que 
pode ser aplicado a produtos, serviços e design de negócios. O programa defende 
que a inovação é necessária em todos os aspectos do negócio, e que pode ser 
ensinada. O programa hoje é uma importante referência para a ligação entre 
universidades, empresas e negócios. 
A ideia do Design Thinking foi popularizada como uma forma de ação criativa 
para os negócios, adaptada para fins comerciais, pelo escritório de design IDEO 
através de David M. Kelley. Com a popularização dos métodos Design Thinking ele 
incorporou-se aos métodos de inovação. Tim Brown (2010), colega de Kelley afirma, 
em uma publicação recente, ter cunhado o termo juntamente com Kelley: 
Começamos a falar sobre essa área expandida como “design com d 
minúsculo”, em uma tentativa de ir além do objeto escultural exibido em 
revistas de estilo de vida ou em pedestais em museus de arte moderna. 
Mas essa expressão nunca nos pareceu plenamente satisfatória. Um dia, eu 
estava conversando com meu amigo David Kelley, professor de Stanford e 
fundador da IDEO, e ele observou que, sempre que alguém perguntava a 
ele sobre design, ele se via incluindo a palavra “thinking” – pensamento – 
 
1 Disponível em: http://news.stanford.edu/pr/03/faste2312.html 
2 Disponível em: http://dschool.stanford.edu/ 
 17 
para explicar o que os designers fazem. Daí surgiu o termo Design Thinking. 
Agora eu uso como uma forma de descrever um conjunto de princípios que 
podem ser aplicados por diversas pessoas a uma ampla variedade de 
problemas. (BROWN; BARRY, 2010, p. 6). 
 
No entanto, desde 1978, Archer já tratava do tema, e aproximava o design 
aos negócios conforme se observa na Figura 1. 
 
Figura 01- As áreas do saber. 
 
 
Fonte: ARCHER (1978). 
 
Archer defendia que era necessário desenvolver ideias profundas sobre os 
usuários, desenvolvendo técnicas para leitura do comportamento e contextos das 
pessoas estudadas. Instruía também a ideia de que para se reduzir os riscos em um 
novo projeto eram necessários investimentos em prototipagem rápida e testes com 
os usuários. Salientava a necessidade de orientar a inovação, para que novos 
ganhos não fossem apenas no crescimento incremental. E, para tanto, é necessário 
capacitar agentes de inovação, em uma atmosfera em que não somente as pessoas 
ligadas ao projeto, dentro de uma empresa, por exemplo, sejam os responsáveis 
pela inovação. Estes conceitos, são muito próximos aos difundidos atualmente pela 
 18 
IDEO, preferimos entender, com isso, que estamos tratando de uma evolução do 
conhecimento. 
Peter Rowe (1987) foi o primeiro a usar o termo Design Thinking na literatura 
sobre design, que fornece um relato sistemático dos procedimentos de resolução de 
problemas utilizados por arquitetos e urbanistas. Buchanan (1992)3, expressa uma 
visão mais ampla do pensamento de design que tem sido muito influente em relação 
à abordagem a preocupações humanas através do design. Seu estudo foi 
importante para afirmar o pensamento desenhístico como apropriado para tratar 
questões intratáveis sob outros métodos ou abordagens. A contribuição de 
Buchanan foi mudar o conceito de Design Thinking longe de um estilo cognitivo para 
uma abordagem intelectual para enquadramento e resolução de problemas que 
reconhecem os aspectos sociais do trabalho do design. 
 Hoje há um interesse acadêmico e empresarial considerável na 
compreensão do Design Thinking e design cognition, incluindo uma série contínua 
de simpósios sobre pesquisa em pensamento de design. 
Em 1991, Cross com Norbert Roozenburg e Kees Dorst em Delft University of 
Technology, Holanda, conduziram o que era inicialmente esperado para ser uma 
reunião internacional sobre Pesquisa em Design Thinkign (Design Thinking 
Research Syimposio - DTRS)4. Os simpósios sobre design tiveram outras edições 
com temas específicos em locais diferentes, a cada dois anos. A série de encontros 
tem produzido um conjunto significativo de publicações em livros e revistas, com 
resultados de pesquisas importantes, e tem ajudado a fomentar uma comunidade 
internacional de estudiosos e pesquisadores concentrados na cognição do Design. 
Portanto o campo de estudo do Design e do Design Thinking permanecem em 
ascensão na construção dos seus conceitos. O design como uma abordagem ou 
uma forma de pensar não está morto. Mas ao mesmo tempo não é uma tradição 
intelectual e filosófica totalmente desenvolvida. Muitos pesquisadores estão 
empenhados em desenvolver tal entendimento, mas provavelmente levará muito 
tempo para chegarmos a uma abordagem do design reconhecido ao mesmo sentido 
intelectual de arte e ciência, mais ainda para o pensamento projetual. O que é 
 
3
 O conceito de problema capcioso, perverso, é citado por Buchanan a partir de um artigo de C. West 
Churchman; ver Richard Buchanan “Wicked Problems in Design Thinkign”, Design Issues, v.8 (1992), 
p. 16. Antes citado por Rittel e Webber (1973). 
4
 Baseado no site official do simpósio: 
http://design.open.ac.uk/cross/DesignThinkingResearchSymposia.htm 
 19 
preciso, certamente, é reconhecer e respeitar as frentes existentes tanto no âmbito 
de consultoria quanto no âmbito acadêmico, para poder delinear o campo de estudo 
e assim compreender com maior maestria o Design Thinking. 
 
2.2 O DESIGN THINKING NA PESQUISA ACADÊMICA 
O Design Thinking tem se tornado uma abordagem muito difundida para 
resolver socialmente problemasambíguos de design. Na educação do Design 
Thinking, modelos de processos sequenciais são aplicados para ajudar estudantes a 
aplicar seus princípios para os exercícios de projetos de design. Isto, no entanto, 
ocasiona uma situação paradoxal, como há um conflito conceitual fundamental entre 
os mesmos princípios que perguntam pela flexibilidade situacional e adaptabilidade 
de fluxos de trabalho, e a normalização dos fluxos de trabalho como sugerido por 
esses modelos. 
 
Cross sugere que a pesquisa em design é uma busca sistemática, 
na qual o objetivo é o conhecimento, e que este conhecimento deve ser 
procurado em três caminhos distintos: através das pessoas, processos e 
produtos. Cross (1999, p. 5) (tradução da autora) 
 
Cross (1999) sugere que: o conhecimento do design reside primeiramente em 
pessoas: em especial no designer, mas também em todos em alguma extensão. 
Projetar é uma capacidade natural humana. Um assunto imediato da pesquisa de 
design, portanto, é a investigação dessa capacidade humana – de como pessoas 
projetam. Isso sugere, por exemplo, estudos empíricos do comportamento do 
designer, mas ele também inclui deliberação e reflexão na natureza da capacidade 
do design. Para o processo: a maior área da pesquisa do design é a metodologia. O 
estudo do processo de design, o desenvolvimento das aplicações e técnicas de cada 
designer. Para os produtos: o conhecimento do design reside em produtos em si, 
nas formas, materiais e acabamentos os quais incorporam atributos de design. De 
forma resumida a pesquisa em design toma os três caminhos distintos: 
- Epistemologia do design: estudo da projetação dos caminhos do 
conhecimento; 
- Praxiologia do design: estudo das práticas e processos do design; 
- Fenomenologia do design: estudo da forma e da configuração dos artefatos; 
 20 
O que claramente tem acontecido no campo de pesquisa do design nas 
últimas décadas é um crescimento consciente dos pontos fortes intrínsecos e 
adequações do Design Thinking dentro de seu próprio contexto. O design tem sua 
própria cultura intelectual distinta; suas próprias formas de projetação: coisas a 
saber, as formas de conhecê-las e os caminhos de descobertas sobre elas. Para 
esta pesquisa, o campo do conhecimento pertinente é a praxiologia do Design, pelo 
fato de estudar as praticas e os processos. 
Portanto, desde que o termo Design Thinking teve sua ascensão na década 
de 80 com a ideia do pensamento centrado no usuário e, com os simpósios do 
Design Thinking Research Symposia muitas coisas puderam ser estudadas, 
documentadas e levadas em questão. Grupos de pesquisadores trabalham hoje 
para delinear um entendimento de linhas de pesquisa á cerca do assunto. 
 
O resultado mais significativo a partir dos estudos e pesquisas 
variadas na pesquisa em design foi o crescimento do respeito inerente, a 
inteligência natural que se manifesta nas habilidades e capacidades do 
design. As primeiras tentativas de reformular o processo de design em algo 
mais racional e sistemático foram fundadas talvez em um desrespeito por 
esta capacidade de design natural, e um forte desejo de impor a ordem para 
pensar design. Havia um desejo de reformulação de design quase como 
uma forma de ciência, e para substituir as atividades convencionais de 
design, como completamente novos, com base na racionalidade técnica. 
(CROSS, 2011, p. 29) (tradução da autora) 
 
Estes objetivos iniciais podem muito bem ter sido uma reação compreensível 
para uma visão prévia de capacidade de design como arte misteriosa, inefável. Há 
ainda aqueles que consideram o pensamento de design como inefável, e ainda há 
aqueles cuja falta de compreensão da capacidade de design ainda os leva em 
tentativas para reformular as atividades de design de modo inadequado. No entanto, 
o cerne da disciplina de design tem agora uma visão mais madura, informada e 
esclarecida das suas capacidades projetuais. Esta visão madura tem crescido de 
uma melhor compreensão baseada na investigação da natureza das habilidades, 
desde a análise dos seus pontos fortes e fracos, e de um desejo de defender e nutrir 
essas habilidades. 
Segundo Kimbell, (2009, p. 2), ao mesmo tempo, as disciplinas de design 
estão tentando descrever as coisas específicas que os profissionais de design fazem 
e como eles são distintivos. A atenção para métodos de design nos anos 60 e nos 
 21 
anos 70 deu lugar a indagações sobre o generalizado Design Thinking nos anos 80 
e 90. 
 
Mais recentemente, estudiosos de gestão e educadores têm voltado 
sua atenção para o design, em uma tentativa de atualizar suas próprias 
disciplinas envolvidas com questões como organização de design (por 
exemplo, Romme, 2003; Weick, 2003; Boland and Collopy, 2004; Mohrman 
2007), estratégia (por exemplo, Dunne and Martin, 2006; Liedtka, 2000; 
Brown, 2008) e pesquisa de design (van Aken, 2005; Huff et al 2006; Jelinek 
et al 2008). Gestores e outros deveriam começar a pensar como designers 
(Dunne and Martin, 2006) ou adotar uma “atitude de design” (Boland and 
Collopy 2004); organizações deveriam organizar-se como equipes de 
design (Dunne and Martin, 2006). Alguns governos estão também 
preocupados com a promoção do design e a do Design Thinking. No Reino 
Unido, um órgão financiado pelo governo nacional, o Conselho de Design, 
argumenta que o Design Thinking desempenha um papel fundamental na 
inovação. (Conselho de Design 2009). Nessas contas, o design, ou até 
mesmo o Design Thinking, tem o poder de estimular ou promover a 
inovação e transformar organizações e até mesmo eventos. Na cultura 
popular, todos podem ser um designer, mas em gestão, ao que parece, 
todos deveriam ser um Design Thinker. Kimbell, (2009, p. 2) (tradução da 
autora) 
 
Kimbell (2009, p. 6-7) conduz uma rica abordagem sobre a pesquisa em 
design com o objetivo de produzir um quadro (consultar anexo 1) que sintetiza o 
trabalho existente e destaca os termos chave e as contradições que aparecem nas 
literaturas. Este quadro ressalta a variedade de abordagens dentro dessa orientação 
teórica, e significa que as perspectivas de prática não são necessariamente 
coerentes umas com as outras. Práticas envolvem corpos, mentes, coisas, 
conhecimento, discurso, estrutura/processo e, mais importante, não podem ser 
consideradas tendo um desses elementos em isolamento. Em uma abordagem na 
qual a prática é entendida como um tipo de comportamento rotineiro o qual consiste 
de vários elementos, interconectados uns aos outros: formas de atividades 
corporais, formas de atividades mentais, coisas e seus usos, um conhecimento a 
fundo na forma de entendimento, know-how, estados de emoção e conhecimento 
motivacional. Segundo Kimbell (2009, p. 8) para os fins desta discussão de Design 
Thinking, três aspectos são enfatizados: 
- O primeiro destaca a forma que as práticas situadas e distribuídas constituem as 
tecnologias e as estruturas. As tecnologias são constituídas em maneiras diferentes 
pelas práticas dos usuários. Quando as pessoas usam a tecnologia, elas desenham 
nas propriedades compreendendo o artefato tecnológico, os prestados por sua 
materialidade constituinte. A contribuição deste estudo foi mostrar que as estruturas 
 22 
não estão localizadas em organizações, ou em tecnologia, mas são promulgadas 
por usuários na prática. As implicações para o entendimento do projeto é que ele 
transcende os limites do indivíduo e seu estilo cognitivo e oferece uma maneira de 
ver a atividade de design distribuídas em uma série de entendimentos de diferentes 
pessoas aos artefatos e tecnologias e como interagem com elas. 
- O segundo aspecto é que para a teoria da prática, os objetos são componentes 
necessários, tão indispensáveis quanto às atividades mentais e corporais. A 
realização de uma prática muitas vezes significa usar coisas particulares de uma 
determinada maneira. Prestar atenção aos objetos sejam eles objetos do mundo 
natural,instrumentos ou objetos produzidos dentro de uma prática de conhecimento, 
é uma maneira de fazer uma distinção entre a definição de prática como regra de 
base ou rotinas de habilidades incorporadas, e uma noção de prática que é "mais 
dinâmica, criativa e construtiva. 
- O terceiro aspecto de teoria de prática é o conhecimento. Isto, é claro, tem sido 
estudado em muitas diferentes formas. A contribuição da perspectiva de prática é 
evitar as alternativas presentes em outras teorias que se concentram 
exclusivamente no que se passa na mente das pessoas, ou ao nível das normas 
sociais, ou o que se passa na linguagem, por exemplo. 
 Portanto, a cerca de uma construção sobre as práticas, fica evidente que não 
há teoria sem prática, e que esta é a maneira de proceder que qualquer indivíduo faz 
para exercer determinada atividade ou ofício. Neste contexto o estudo mais influente 
de um designer trabalhando tem sido aquele proposto por Donald Schön. A 
influência do estudo é em grande parte devido ao seu conjunto dentro das mais 
amplas séries de Shön de estudos da prática profissional (que vão desde a 
psicoterapia à gestão) que ele usou para estabelecer sua teoria ou prática reflexiva, 
ou como os profissionais pensam em ação. 
 Schön estabeleceu sua teoria de prática reflexiva como um contador para a 
teoria prevalecente da racionalidade técnica, ou a aplicação restrita da teoria 
científica e técnica para problemas práticos. Ele estava buscando uma nova 
‘epistemologia de prática’ que ajudaria a explicar e contar como profissionais 
competentes realmente se envolvem com suas práticas – um tipo de conhecimento, 
ele argumenta que é diferente do conhecimento encontrado em livros. Em sua 
análise dos estudos de caso que forneceram as fundações para sua teoria, ele 
começou com a suposição que profissionais competentes geralmente sabem mais 
 23 
do que eles podem dizer. Eles exibem um tipo de conhecimento na prática, muitos 
dos quais são tácitos. Ele identificou um processo cognitivo de reflexão-em-ação 
como a inteligência que guia o comportamento intuitivo nos contextos práticos de 
pensar e agir – algo como thinking on your fee’. No centro da reflexão em ação está 
o frame experiment no qual os profissionais enquadram, ou representam uma 
maneira de ver a situação problemática em mãos. 
 De acordo com Schön, criação/design prossegue como uma conversação 
reflexiva com a situação, um processo interativo baseado na representação de um 
quadro de problemas e na exploração de suas implicações em movimentos que 
investigam as decorrentes possibilidades de solução. Para ele, um designer se 
depara com a situação da complexidade. Por causa dessa complexidade, as ações 
dos designers tendem, felizmente ou infelizmente, a produzir outras consequências 
do que as que se destinam. Quando isso acontece, o designer pode ter em conta as 
alterações não intencionais que ele tem feito fazendo novas ações. Ele molda a 
situação, de acordo com sua apreciação inicial da mesma, a situação fala de volta, e 
ele responde para as situações de resposta mal concebidas. 
 Portanto a pesquisa em Design, mais especificadamente em Design Thinking, 
está fase de construção dos alicerces para o entendimento sólido do campo. Muito 
já se estudou, mas se está longe de uma definição final. Contudo intenciona-se aqui 
contribuir para o entendimento da área não desassociando a teoria da prática, pois a 
prática é o que torna algo vivo e em transformação. Nesse contexto a próxima seção 
trata desse olhar sobre a prática do Design Thinking. 
 
2.3 DESIGN THINKING COMO CONSULTORIA: A RELAÇÃO COM OS NEGÓCIOS 
Quando o tema Design Thinking ganhou impulso suficiente para o Business 
Week5 dedicar uma edição inteira sobre o assunto, em 2004, ele já não era mais um 
assunto que interessava somente aos designers. As abordagens saem do âmbito da 
pesquisa acadêmica e agora se disseminam pelas práticas ou consultorias. Boa 
parte desse feito cabe a IDEO por ter sido uma das precursoras em disseminar as 
técnicas do Design Thinking ao âmbito do gerenciamento e dos negócios nas 
empresas. A maior contribuição nesse sentido é a utilização dos conceitos do 
Design Thinking por pessoas que não são designers. 
 
5 Disponível em: http://www.businessweek.com/stories/2004-05-16/the-power-of-design 
 24 
Na esfera dos negócios, as empresas se deparam com um subconjunto de 
problemas capciosos, e vem adotando as técnicas do raciocínio projetual como um 
método para resolver problemas que não parecem ter soluções ou que contam com 
variáveis incontáveis. O segredo dos designers está em não se preocupar com a 
solução dos problemas, mas aprender a construir cenários que possam permitir 
outras visões destes, ou seja, trabalhar através deles, identificando oportunidades e 
analisando o problema em muitas partes até poder sintetizar as variáveis. Utilizam 
processos não-lógicos, difíceis de traduzir em palavras, mas fáceis de expressar em 
ações. 
Utilizam modelos, simulações, esboços e histórias como verbetes de 
seu vocabulário. Operam no espaço existente entre o saber e o fazer, 
elaborando protótipos de novas soluções que brotam de seus quatro pontos 
fortes: empatia, intuição, imaginação e idealismo. (NEUMEIER, 2010, p. 50). 
 
 A chave para encontrar soluções para problemas capciosos está na 
capacidade do designer em acolher paradoxos, na disposição de enfrentar o mal-
estar gerado pela tensão criativa até serem resolvidos todos os conflitos. A 
importância do raciocínio projetual na resolução de problemas vem tomando fôlego 
nos últimos tempos, muito pelo fato do design e suas essências estarem nas pautas 
de pesquisas e de as empresas e os empresários reconhecerem neste método, 
técnicas para mudar o foco da resolução do problema. 
 
Ao longo de um século de história solucionando problemas com 
criatividade, os designers aprenderam a transitar nos três espaços da 
inovação: inspiração, idealização e implementação. Meu argumento é que 
essas habilidades agora precisam ser disseminadas nas organizações. Mas 
especificadamente, o Design Thinking precisa se mover para cima, se 
aproximando dos executivos que tomam as decisões estratégicas. 
(BROWN; BARRY, 2010, p.35) 
 
Ao integrar o desejável do ponto de vista humano ao tecnológico e o 
economicamente viável, os designers têm conseguido criar produtos que usufruímos 
hoje. O futuro da gestão não pode acontecer sem o design, visto que ele é o 
propulsor da inovação inclusive dos métodos de se pensar os negócios: 
[...] aspectos tanto do pensamento analítico quanto do pensamento 
intuitivo são necessários, mas não são suficientes, para o desempenho 
ótimo do negócio. As empresas mais bem-sucedidas no futuro equilibrarão 
o domínio sobre o qual dou o nome de Design Thinking. Design Thinking é 
uma forma de pensamento que permite o movimento ao longo do funil do 
conhecimento, e as empresas que o dominarem obterão vantagem 
competitiva de longo prazo praticamente inesgotável. A vantagem, que 
surge do foco persistente das empresas no Design Thinking, acabará se 
 25 
estendendo ao mundo como um todo. Dessas empresas, surgirão 
revoluções que fazem o mundo andar para frente. (Martin, 2010, p. 7,8) 
 
As empresas adeptas do Design Thinking destacam-se por sua disposição 
em assumir a tarefa de continuamente redesenhar seus negócios. Fazem isso com 
um olho na criação de avanços tanto em termos de inovação quanto em termos de 
eficiência – combinação que produz a mais poderosa vantagem competitiva. Com 
isso, não se sugere que apenas as empresas adeptas do Design Thinking busquem 
inovação. O valor que os líderes das empresas atribuem à inovação se reflete na 
riqueza de recursos que dedicam à sua busca. Porém em muitos casos, as 
empresas trabalham inadvertidamente contra seus propósitos. 
Mesmo quando as lideranças corporativas buscam avital e ilusória 
centelha da criatividade, as estruturas, os processos e as normas de suas 
organizações vai apagá-la onde quer que ela surja. Suas culturas e rotinas 
privilegiam a análise, em detrimento da intuição, e o controle, em detrimento 
da originalidade. (Martin, 2010). 
 
Martin (2010), diretor da Faculdade de Administração Rotman da 
Universidade de Toronto, refletiu muito sobre as diferenças entre o raciocínio para 
os negócios e o raciocínio para o design. No tocante aos negócios, Martin menciona 
o raciocínio indutivo (fundamentado na observação de que algo funciona) e ao 
raciocínio dedutivo (baseado na prova de que algo existe). Em relação ao design, 
ele cita o raciocínio abdutivo (que imagina que algo poderia existir). Os raciocínios 
indutivos e dedutivos são perfeitos para tarefas de natureza algorítmica, que têm 
fórmulas conhecidas, mas não inadequadas para tarefas heurísticas, que não são 
governadas por regras predefinidas. 
A aplicação consciente do pensamento voltado para o design e da elaboração 
visual de protótipos não apenas expande a quantidade e a qualidade das opções 
estratégicas, como também auxilia os tomadores de decisão a visualizar e minimizar 
os riscos inerentes a iniciativas mais ousadas. A inovação não se limita ao 
lançamento de novos produtos físicos, mas incluem novos tipos de processos, 
serviços, interações, forma de entretenimento e meios de comunicação e 
colaboração. Esses são os tipos de tarefas centradas no ser humano nas quais os 
designers trabalham todos os dias. A evolução natural de fazer design a pensar 
design reflete o crescente reconhecimento por parte dos líderes de negócios de que 
o design se tornou importante demais para ser deixado exclusivamente aos 
designers. 
 26 
Em contraste com os defensores da administração científica do 
início do século, os Designers Thinkers sabem que não existe uma “melhor 
forma” de percorrer o processo. Há pontos de partida e pontos de referência 
úteis ao longo do caminho, mas o continuum da inovação pode ser visto 
mais como um sistema de espaços que se sobrepõem do que como uma 
sequência de passos ordenados. Podemos pensar neles como a inspiração, 
o problema ou a oportunidade que motiva a busca por soluções; a 
idealização, o processo de gerar, desenvolver e testar ideias; e a 
implementação, o caminho que vai do estúdio de design ao mercado. Os 
projetos podem percorrer esses espaços mais de uma vez à medida que a 
equipe lapida suas ideias e explora novos direcionamentos. (BROWN; 
BARRY, 2010, p. 16) 
 
 
Dorst (2010, p. 138) pressupõe que O Design Thinking pode entrar na vida de 
um negócio em quatro diferentes níveis: como as atividades de design dentro de um 
quadro existente (Abdução-1), como as atividades de design que envolvem 
reenquadramento (Abdução-2), onde os quadros se originam da prática da empresa 
existente, como as adoções de um novo quadro que foi trazido e desenvolvido por 
um estranho (consultor de design), e como as mais profundas transformações das 
práticas das organizações através da adoção verdadeira ou criação de um novo 
quadro dentro dele. Essas diferentes aplicações do Design Thinking requerem uma 
séria aplicação de elementos largamente diferentes do Design Thinking. Por 
exemplo: trabalhando dentro de um quadro existente nós poderíamos usar 
convenção com base e situação com base do Design Thinking, enquanto que 
criando um novo quadro dentro de uma organização seria provavelmente requerer 
formas de pensamento que são associadas com os mais altos níveis de expertise do 
design. 
Design Thinking é um processo específico do design que tem se tornado mais 
e mais popular entre as companhias ao redor do mundo e está sendo implementado 
nos currículos das escolas de negócio e engenharia. Designers, acadêmicos e 
escritores de negócios têm falado muito sobre o Design Thinking. Mas ainda não há 
consenso estável sobre o termo. Essa ambiguidade (em parte) é consequência do 
uso do Design Thinking para uma emergente e tradicional disciplina do design. 
O Design Thinking no mundo das organizações intangíveis como cultura e 
problemas capciosos está mais para os negócios do que para a projetação de 
produtos tangíveis. O discurso sobre Design Thinking assume que o pensamento do 
processo usado para criar produtos físicos é perspicaz para pessoas lidarem com 
estratégias intangíveis. O mundo dos negócios e das organizações é um mundo de 
pessoas e ações, e grandes designers são famosos por suas sensibilidades para as 
 27 
necessidades de contexto humanas. Então porque o Design Thinking não figura 
mais no pensamento gerencial? 
Há relatos apreciativos na história intelectual de habilidades práticas e 
sabedoria, mas as aplicações para organizações permaneceram inexplorados. A 
confiança flutuante na competência de análise para dissipar ambiguidade (ou 
garantir lucro) não encorajou a ideia de que informações valiosas podem ser obtidas 
observando designers. Ironicamente, uma mentalidade gerencial pode agora ser 
domesticada pelo Design Thinking e ser desafiada profundamente por ele. 
Essa é a justificativa central para adotar o Design Thinking como objeto dessa 
pesquisa. O efeito multidisciplinar que o método traz, tornou-se público para que 
mais pessoas possam compreender os processos de Design e aplicar na resolução 
de problemas, essa também é uma característica colaborativa do perfil do trabalho 
do Design. Por constituir-se um método aberto e colaborativo o Design Thinking 
propõe-se a evoluir enquanto pesquisa e disseminação dela. E é nessa vertente que 
este estudo objetiva encontrar-se. Portanto, na próxima seção apresentamos a 
exploração do tema abrindo espaço para a definição de terminologias que 
caracterizam o universo do assunto pesquisado. 
 
2.4 TERMINOLOGIAS 
Em um sentido mais amplo, terminologia caracteriza a identificação, 
denotação e conotação dos termos técnicos e, às vezes, específicos da área. Neste 
conjunto de termos, nomenclaturas e empregos peculiares das palavras delineiam 
quais termos serão adotados na pesquisa. Terminologia também se refere a uma 
disciplina mais formal que estuda sistematicamente a rotulação e a designação de 
conceitos particulares a um ou vários assuntos ou campos de atividade humana, por 
meio de pesquisa e análise dos termos em contexto, com a finalidade de 
documentar e promover seu uso correto. 
 Portanto, o termo Design refere-se a criar e satisfazer experiências dos 
usuários; já Design Thinking trata de experiências múltiplas em cada um que tem a 
oportunidade de participar. Portanto, a primeira definição adotada, neste estudo, 
sugere o uso da expressão Design Thinking, em combinação com a tradução para 
“raciocínio projetual” em determinados momentos desta pesquisa. 
 28 
 Um entendimento complementar pode ser encontrado em Loockwood o que 
trata o conceito do seguinte modo: 
 
Nossos dicionários distinguem entre thinking of, thinking about, e 
thinking through. Eles equiparam a atividade de thinking of com imaginação, 
visualização, sonhar. Em contraste, think about é descrito para significar 
uma atividade durante a qual se considera, reflete, e delibera. Finalmente, 
para think through, é entender, compreender, para descobrir isso. Design 
thinking parece abranger as três qualidades. Lockwood (2010, p. 57)
6
 
 
Podem-se ainda integrar os estilos de pensamento ás terminologias da 
língua, thinking of caracteriza-se como o pensamento passivo, pensamento visual, 
já think about é relativo ao raciocínio ativo aquele ligado ao projetual, contudo 
thiking through é o estudo/pesquisa sobre o projeto interativo, conforme resumido 
na tabela 01. 
Tabela 01 - Estilos de pensamento x terminologias da língua. 
 Design Thinking 
thinking of pensamento Passivo 
Visual 
think about raciocínio Ativo 
Projetual 
thiking through estudo/pesquisa Projeto 
Interativo 
Fonte: com base em Lockwood (2010, p. 57)Para Lockwood (2010) o Design Thinking é a reunião das três qualidades 
onde o objetivo é envolver os consumidores, designers e empresários em um 
processo de integração, que pode ser aplicada a produtos, serviços, ou mesmo a 
projeto de negócio. É uma credencial para imaginar futuros estados e trazer 
produtos, serviços e experiências para o mercado. Para o autor o Design Thinking é 
a aplicação de um método na resolução de problemas: 
 
 
 
 
 
6
 Tradução da autora 
 
 29 
Tabela 02 - Perfil da terminologia. 
Perfil da terminologia 
 Objetivo Escopo Processo Atores 
Estilos de 
pensamento 
D
e
s
ig
n
 T
h
in
k
in
g
’ 
inovação, 
esclarecendo 
frentes 
difusas, 
encontrando 
sentido 
concepção 
de objetos, 
serviços e 
processos 
colaborativo, 
conceitual, 
formulação ideia 
iterativa e 
demonstração 
designers, 
pesquisadores, 
gestores, 
contribuintes 
individuais, 
qualquer um 
Pensamento 
abdutivo 
D
e
s
ig
n
 E
s
tr
a
té
g
ic
o
 
esclarecer 
atributos de 
design e 
concepção 
política 
definir o uso 
do design e 
estilo de 
design, 
incluindo 
observações 
e cortes 
Define e orienta. 
Um processo 
contínuo 
designers, 
gerentes de 
projeto, 
gerentes de 
marca 
Pensamento 
indutivo 
G
e
s
tã
o
 d
o
 D
e
s
ig
n
 
organização 
direta do 
design e 
operações, 
processos, 
recursos e 
projetos 
projeto, 
unidade de 
negócios, ou 
no nível 
corporativo 
gestão de 
pessoas, 
processos, 
projetos e 
orçamentos 
gerente de 
projeto, gerente 
de marca, 
gerente de 
projeto ou de 
programa 
Pensamento 
Abdutivo e 
Indutivo 
L
id
e
ra
n
ç
a
 e
m
 D
e
s
ig
n
 
Conectar 
design e 
negócios. 
Conduzir as 
operações de 
design e de 
colaborações. 
 
Integração 
de design e 
negócios, 
apoio de alto 
nível 
Influenciar e 
orientar as 
decisões da 
mais alta 
gerência 
Design chefe, 
conselheiro em 
Design, 
consultor 
especialista, 
CEO da VP 
Pensamento 
dedutivo 
 
Fonte. (LOCKWOOD 2010, p. 83-84)
7
. 
O termo Design Thinking é a aplicação de sensibilidade de um 
designer e métodos para a resolução de problemas, não importam quais 
sejam. Não é um substituto para o profissional de design ou a arte e o ofício 
de projetar, mas sim uma metodologia para a inovação e capacitação 
(LOCKWOOD, 2010, p. xi).
8
 
 
7
 Tradução da autora. 
8
 Tradução da autora 
 30 
 
Lockwood (2010, p. 83) afirma ainda que Design Thinking é frequentemente 
confundido com gestão, estratégia e liderança. Com base na tabela 02, o autor 
pretende delimitar os campos do design definindo os objetivos, o escopo, o 
processo, os atores e os estilos de pensamento peculiares de cada área. 
Design Thinking é basicamente como processo de inovação - a 
parte do fuzzy front end, e com um ótimo método para descobrir as 
necessidades não atendidas e criar novos produtos como o conceito de 
serviço, para não mencionar as empresas através da resolução de 
transformar problemas capciosos. Gestão do design, no entanto, é mais 
ampla e envolve o gerenciamento contínuo e liderança dos processos de 
concepção, organizações, operações e saídas do projeto (ou seja, produtos, 
serviços, comunicações, ambientes e interações). LOCKWOOD (2010, p. 83 
- 84)
9
 
 
 Neste estudo Lockwood separa claramente os campos do design, 
abordando as diferenças e particularidades em cada área. O autor sugere que o 
Design Thinking está diretamente ligado aos processos de inovação e que as suas 
técnicas auxiliam a esclarecer situações difusas encontrando sentido para 
problemas difíceis. Há habilidades desta área que estão além do projeto de produto 
ou gráfico ou dígito-virtual, elas adentram os negócios nas empresas e ajudam 
outras pessoas, não designers, a aprender formas de ver o problema por outro 
ângulo e elaborar propostas inovadoras. O autor sugere também o pensamento 
abdutivo estar associado à modalidade de pensamento do Design Thinking 
Neste contexto, outra visão sobre o Design Thinking é endossada por Cross, 
a fim de contribuir para o entendimento dos conceitos dessa área de pesquisa: 
 
Nesse papel eu resumi o Design Thinking como a compreensão de 
habilidades de resolver problemas mal definidos, adotando estratégias 
cognitivas de soluções focadas, empregando pensamento abdutivo e 
aposicional e usando mídias de modelagens não verbais. Eu identifiquei 
essas capacidades como altamente desenvolvidas nas habilidades dos 
designers, mas também sugeri que eles fossem possuídos em algum grau 
por todos. (Cross, 2010, p. 100 - 101)
10
 
 
Outro ponto de vista sobre a definição de Design Thinking foi estabelecida por 
Brown: 
 
9
 Tradução da autora 
 
10 Tradução da autora 
 31 
O Design Thinking se beneficia da cpacidade que todos nós temos, 
mas que são negligenciadas por práticas mais convencionais de resolução de 
problemas. Não se trata de uma proposta apenas centrada no ser humano; 
ela é profundamente human pela própria natureza. O Design Thinking se 
baseia em nossa capacidade de ser intuitivos, reconhecer padrões, 
desenvolver ideias que tenham um significado emocional além de funcional, 
nos expressar em mídias além de palavras ou símbolos. Ninguém quer gerir 
uma empresa com base apenas em sentimento, intuição e inspiração, mas 
fundamentar-se demais no racional e no analítico também pode ser perigoso. 
A abordagem integrada que reside no centro do processo de design sugere 
um “terceiro caminho”. Brown (2010, p. 4) 
 
Contudo, reunindo as definições de Lockwood, Cross e Brown, é evidente que 
não há um único entendimento do conceito de Design Thinking, mas algumas 
relações são encontradas no que concerne: o termo Design Thinking como um 
método para resolução de problemas capciosos, em detrimento de agrupar 
designers e não designers, em equipes multidisciplinares na busca por inovação em 
produtos, serviços e nos negócios. 
 
2.4.1 DEFININDO INOVAÇÃO 
O Design Thinking, tem o poder de estimular, promover a inovação e 
transformar organizações e até mesmo sociedades, através de seus métodos. O 
termo Design Thinking é jovem e em constante construção de seus conceitos. 
Entender a atividade do design, e seu efeito através da revisão da literatura, e 
identificação de problemas com o conceito desenhado nas teorias de prática em 
sociologia, ciência e estudos de tecnologia e estudos de organização é necessário 
para se delinear o campo do design e suas relações com os negócios, a gestão, a 
inovação e com isso tudo a cultura material do qual se inclui. O design parece ter 
deixado de ser uma competência de profissões enraizadas em economias 
industrializadas, para se tornar algo que todos podem praticar. 
Como muitos termos empregados hoje, não há definições precisas e fechadas 
sobre determinados conceitos, isso também se aplica ao design e á inovação. Por 
hora, pode ser prudente observar que a inovação significa novidade ou renovação. A 
palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma ideia, método ou 
objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Hoje, a palavra 
 32 
inovação é mais usada no contexto de ideias e invenções assim como a exploração 
econômica relacionada, sendo que inovação é invenção que chega ao mercado, no 
caráter disseminatório, e é absorvido por estes mercados através de uma ideia, um 
produto, um serviço, entre outros. 
Inovar denota o ato e o efeito de tornar algo novo; de renovar; de introduzir 
novidade. Nas publicações acadêmicas, sobretudo das últimas décadas, assim 
como nos meios de comunicação de massa mais recentemente, entretanto, 
inovação tem conotado mais do que mera novidade. A inovação tem sido apontada 
como uma das maneiras para que empresas, organizações e mesmonações não 
apenas alcancem e se mantenham em posição de vanguarda ou liderança, mas 
também como fator de sucesso ou até de permanência em mercados que se 
caracterizem pela competitividade. Atitudes inovativas são percebidas como 
alavancas de desenvolvimento podendo vir a ser elemento diferenciador em 
situações de competição em mercados, ou representar oportunidades técnicas e 
econômicas ainda inexploradas. 
Para Dosi (1988, p.221), a atenção que pesquisadores de todo o mundo têm 
dedicado ao fenômeno da inovação parece se dever tanto a aspectos internos à 
dinâmica da disciplina econômica, quanto a aspectos relacionados com a percepção 
empírica da importância de componentes tecnológicos na competitividade e no 
crescimento das economias. 
Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos recursos, 
por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos 
ou financeiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de 
competitividade. A inovação quando cria aumentos de competitividade pode ser 
considerado um fator fundamental no crescimento econômico de uma sociedade. 
A definição de inovação que vem sendo mais comumente utilizada 
caracteriza-a, portanto, como a busca, descoberta, experimentação, 
desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, processos e novas técnicas 
organizacionais (Dosi, 1988). 
As já numerosas contribuições empíricas registradas na literatura sobre 
exemplos de inovação permitiram que Dosi (1998) identificasse as propriedades 
fundamentais associadas com o processo inovativo, observando as inovações 
tecnológicas em suas relações com os avanços científicos, por um lado, e com os 
processos de mercado por outro, e argumentando que tal interpretação do processo 
 33 
inovativo é útil para o entendimento das diferenças interindustriais nos modos e 
graus da inovação. 
O autor busca compreender o que estabelece, conserva e ordena a sucessão 
de estados de mudança e as maneiras como ocorrem a renovação e a introdução de 
novidades em algo, ou seja, compreender a natureza do processo inovativo. 
Um dos fatores importantes sobre a natureza da inovação está em que ela 
somente se caracteriza como inovação quando é difundida. Neste contexto, o design 
através do seu método Design Thinking torna-se um processo inovativo por ter seus 
conceitos aplicados e difundidos entre os meios profissionais, empresariais, 
científicos e acadêmicos para a busca da inovação. Portanto o método está 
frequentemente associado à inovação, e a inovação é um dos conceitos chave no 
Design Thinking. 
 
2.5 CONSIDERAÇÕES 
Em detrimento ao entendimento do Design Thinking, os conceitos de 
raciocínio, procedimentos e técnicas são relacionados. Portanto raciocínio, adotado 
como tradução para thinking, compreende num caráter em associação ao projeto, 
um estado de operação intelectual discursiva/projetiva, pela qual, através da 
afirmação de uma ou mais proposições, passa-se a outra em virtude da conexão 
entre as anteriores. Já o conceito de procedimento engloba a atitude, a maneira de 
agir, de fazer algo, de se portar na prática de qualquer ato ou ação. A técnica é o 
conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado. 
As técnicas são conscientes, reflexivas, inventivas, construtivas e imaginativas. 
Procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. 
A pesquisa como estrutura que busca uma identificação e classificação dos 
procedimentos do Design Thinking para a resolução de problemas, tanto no âmbito 
prático como no teórico, objetiva delinear o entendimento destes procedimentos de 
Design Thinking. 
Com o presente trabalho propõe-se apresentar um recorte da pesquisa sobre 
Design Thinking fazendo um levantamento histórico, bem como um apanhado do 
estado da arte sugerido tanto na literatura quanto nas atividades de consultoria onde 
as técnicas do método são aplicadas. Revisita-se e definem-se terminologias 
 34 
referentes à área de pesquisa a fim de delinear um entendimento sobre os termos 
chaves adotado. 
Os estudos precedentes deixaram em abertos inúmeros problemas e os 
dados recolhidos não bastam para dar-se por encerrado esse assunto. O que se 
objetiva com essa pesquisa é poder contribuir para um campo emergente deste 
estudo que trata do design e suas habilidades relacionadas à inovação, metodologia 
e aos negócios. 
É nesse momento que o Design Thinking se torna uma inovação porque a 
suas técnicas foram difundas e consolidadas para os negócios. O método Design 
Thinking é importante para a inovação porque não apenas explora os aspectos 
individuais e de grupo do pensamento projetual como é um caso exemplar de 
conhecimento acadêmico e cientifico que gera inovação. 
Os designers possivelmente resolvem problemas capciosos através da 
colaboração do pensamento integrativo, usando a lógica abdutiva, que significa o 
que poderia ser. Por outro lado, a lógica dedutiva e indutiva são a lógica de o que 
deve ser ou o que é. Nas organizações tradicionais, não se recompensa o pensar 
sobre o que poderia ser. 
 Essas duas vertentes do Design Thinking, tanto a acadêmica quanto a de 
gestão (práticas de mercado, consultorias) são necessárias para a compreensão do 
campo e a definição de caminhos. Neste estudo, parte destes conhecimentos de 
ambas as áreas de pesquisa e desenvolvimento serão utilizados para observar uma 
empresa de design brasileira em suas rotinas, porém não no âmbito gerencial, mas 
sim nos aspectos procedimentais que revelam o pensamento projetual que visa à 
inovação. 
Para dar sequência ao estudo, será abordado no capítulo seguinte a 
fundamentação do Design Thinking, entrando mais a fundo no entendimento de 
que tipo de raciocínios estão relacionados ao raciocínio projetual. Posteriormente 
será abordado uma revisão da literatura sobre as habilidades e as técnicas 
empregadas no Design Thinking. Estes apontamentos criarão o alicerce para a 
construção do estudo de caso no capítulo subsequente. 
 
3 FUNDAMENTANDO O DESIGN THINKING 
O conjunto de investigações sobre Design Thinking encontra-se em fase de 
construção, ainda há poucos autores e muitas opiniões sobre o assunto, 
necessitando, portanto de definição formal e de comprovação de conceitos. Há 
pouca literatura acadêmica disponível sobre o assunto, mas é importante que se 
conheça para entender o verdadeiro estado da arte sobre o assunto e lançar 
contribuição para o campo. Para tanto no presente capítulo, a estratégia de revisão 
de literatura, ajuda a compreender e respeitar o que já foi explorado. A da revisão da 
literatura, onde é possível identificar tendências na atividade de pesquisa, definir 
áreas de fraquezas teóricas e empíricas. O presente capítulo aborda as modalidades 
de pensamento envolvidas com o pensamento projetual, com este estudo desenha-
se uma síntese do que a literatura sugere. Posteriormente trata do raciocínio 
projetual e das suas habilidades a fim de encontrar termos em comum e traçar um 
conjunto de técnicas e procedimentos pertinentes ao Design Thinking para ancorar 
no próximo capítulo o estudo de caso. 
 
3.1 QUE TIPO DE PENSAMENTO É O RACIOCÍNIO PROJETUAL 
Em uma das suas tentativas de explicar o raciocínio projetual de como os 
designers fazem para projetar, Cross (2011) faz a seguinte afirmação: 
 
Vários argumentos teóricos têm sido avançados em apoio à visão 
de que o raciocínio de design é diferente das formas convencionalmente 
reconhecida de raciocínio indutivo e dedutivo. Por exemplo, Lionel March 
distingue os modos de design distinto do raciocínio da lógica e da ciência. 
Ele ressaltou que "a lógica tem interesses em formas abstratas. Ciência 
investiga formas existentes. Design inicia novas formas. A hipótese 
científica não é a mesma coisa que uma hipótese de design. A proposição 
lógica não deve ser confundida com uma proposta de design. O designespeculativo não pode ser determinado de forma lógica, porque o modo de 
raciocínio envolvido é essencialmente abdutivo". (CROSS, 2011, p. 27)
11
 
 
 O filósofo C. S. Pierce identifica o conceito de raciocínio abdutivo. De acordo 
com Pierce, "Dedução prova que algo deve ser; indução mostra que alguma coisa é 
realmente operativa; abdução sugere que algo pode ser." É esta hipótese do que 
pode ser o ato de produzir propostas ou conjecturas, que é central para a 
 
11
 Tradução da autora 
 36 
concepção, e que é central ao pensamento projetual. Em vez de raciocínio abdutivo, 
chamaremos de raciocínio produtivo, porque o designer tem que produzir uma 
composição, produto, sistema ou um serviço. 
 Dorst (2010, p. 132) elabora seu trabalho no centro do Design Thinking 
construindo um caminho para diferentes tipos de raciocínios que são descritos, de 
forma lógica - em particular, o caminho que Roozengurg (1995) descreveu sobre o 
trabalho de Pierce. Ele descreveu os padroes básicos de raciocínios comparando 
diferentes cenários dos conhecidos e dos não conhecidos na equação: 
 
O QUE + COMO leva ao RESULTADO 
(coisa) (princípio de funcionamento) (observado) 
 
Em Dedução, é sabido o que, os jogadores em uma situação preciam atender 
para como eles operarão juntos. Isso permite prever com segurança os resultados. 
 
O QUE + COMO leva a ??? 
 
Alternativamente, em Indução, é sabido que na situação, e observar 
resultados. Mas não é sabido o como, e as leis que governam esses movimentos. 
Os propósitos de princípios de funcionamento que poderiam explicar o 
comportamento observado (hipóteses) é um ato criativo. 
 
O QUE + ??? leva ao RESULTADO 
 
Essas duas formas de raciocício analítico prevêm e explicam fenômenos que 
já estão prontos no mundo. E se a intenção é criar novas coisas valiosas para 
outros, como em design e outras profissões produtivas, o raciocínio padrão básico 
então é Abdução. 
 
O QUE + COMO leva ao VALOR 
(coisa) (cenário) (aspirado) 
 
Abdução vem em duas formas – o que elas têm em comum é saber o valor a 
ser atingido. Na primeira forma de Abdução-1, que é frequentemente associada 
 37 
com solução de problema, é conhecido o como, um princípio de trabalho e como que 
ajudará a atingir o valor visado. O que ainda está faltando é um quê (um objeto, um 
serviço, um sistema), então se buscar uma solução. 
 
??? + COMO leva ao VALOR 
 
Isto é frequentemente o que designers e engenheiros fazem - criam um objeto 
que trabalha dentro de um princípio de funcionamento, e dentro de um conjunto de 
cenário de criação de valor. Na segunda forma de Abdução-2, é sabido apenas o 
valor final a atingir. 
 
 ??? + ??? leva ao VALOR 
 (coisa) (cenário) (aspirado) 
 
Então o desafio é resolver o que, enquanto não há conhecidos ou princípios 
de funcionamento escolhidos que se pode confiar para conduzir ao valor aspirado. 
Isso significa ter criado um princípio de funcionamento (através de uma forma de 
pensamento que é próxima da indução) e a coisa (objeto, serviço, sistema – através 
de uma forma de pensamento que é próxima da Abdução-1) em paralelo. 
Isto envolverá o desenvolvimento ou adoção de um novo frame – a implicação 
de que, através da aplicação de certo princípio de funcionamento, é criado um valor 
específico, é chamado um frame dentro da literatura de Design. 
 
O QUE + COMO leva ao VALOR 
 Frame 
 
Estudos empíricos de designers dentro da psicologia cognitiva têm mostrado 
que os designers focam sua criatividade e suas habilidades analíticas na criação de 
soluções, testando e melhorando elas, não analisando o problema de frente (Lawson 
1979). “A estratégia de criação de propostas de solução é satisfatória, e pode ser 
reconhecida em todas as profissões de design. Poderia ser um dos elementos 
centrais da habilidade do design”. (Dorst, 2010, p. 133) 
As práticas profissionais do design que podem ser apanhadas sob o rótulo do 
Design Thinking podem tomar muitas formas, e têm o potencial de impactar 
 38 
disciplinas que buscam adotar uma abordagem do Design Thinking em muitas 
formas diferentes. Essa base do Design Thinking é mais ou menos a mesma em 
todos os casos, mas o trabalho de Dorst, (2010, p. 138)12 tem mostrado que há um 
grande variedade de tipos de raciocínio (Abdução-1 e Abdução-2), atividades de 
design (formulação, representação, movimento, avaliação, gestão), níveis de Design 
Thinking (os sete níveis de especialização) e camadas do Design Thinking (projeto, 
processo, prática). 
Em consequência, o Design Thinking é a interação entre as atividades 
divergentes de abrir os espaços de problema e solução e das atividades 
convergentes de sintetizar e selecionar. Lindberg et al, (2010, p. 245) nos sugere 
três abordagens: 
- Explorando o espaço do problema: Ao explorar o espaço do problema, o 
Design Thinking adquire um intuitivo, não completamente verbalizado, entendimento, 
principalmente observando exemplares casos e cenários de uso, em oposição à 
formulação de hipóteses gerais ou teorias considerando o problema; e sintetizar 
esse conhecimento para pontos de vista. 
- Explorando o espaço de solução: Quando se explora o espaço da solução, o 
Design Thinking questiona um grande número de ideias alternativas em paralelo e 
as elabora com técnicas de prototipagem. Dessa forma, as ideias estão sendo 
conscientemente transformadas em representantes tangíveis. 
- Alinhamento iterativo de ambos os espaços: Esses representantes de ideias 
e conceitos facilitam a comunicação não somente na equipe de design, mas com 
usuários, clientes e especialistas. Assim, o Design Thinking ajuda a manter contato 
com o ambiente do problema relevante e pode usar essa informação para refinar e 
revisar o(s) caminho(s) da solução escolhida. (tradução da autora) 
Muitos designers relatam que eles encontram alguns aspectos de seus 
trabalhos que lhes parece ser naturais, talvez quase inconscientes, nas formas de 
pensar. E eles relatam que outros tipos de pessoas (notavelmente, os engenheiros 
com quem eles entram em contato no curso de seu trabalho) estão desconfortáveis 
com essa forma de pensar. Eles acreditam que esta intuitiva forma de pensar pode 
ser algo que eles inerentemente possuem, ou que pode ser algo que eles 
desenvolveram através de sua educação. A tomada de decisões, ou a geração de 
 
12
 Tradução da autora 
 39 
propostas, no processo de design é algo que eles se sentem relaxados sobre, e para 
a qual eles não sentem necessidade em buscar explicações ou justificativas 
racionais. Pode ser que eles estejam negligenciando a experiência que eles têm 
acumulado, e, na verdade, suas respostas intuitivas podem ser derivadas desses 
grandes acúmulos de experiência, e de aprendizagem prévia obtida de elaborar 
apropriadas, e não apropriadas respostas em certas situações. Todos podem se 
comportar intuitivamente, às vezes, quando respondem situações que são 
familiares. 
 
Entretanto, os designers estão, talvez, certos em denominar seus 
pensamentos intuitivos em um sentido mais profundo, significando que ele 
não está baseado em formas convencionais de inferências lógicas. O 
conceito de intuição é uma palavra abreviada conveniente, para o que 
realmente acontece no Design Thinking. O conceito mais útil que tem sido 
usado pelos pesquisadores de design na explicação dos processos de 
raciocínio dos designers é que o Design Thinking é abdutivo; um tipo de 
raciocínio diferente a partir dos conceitos mais familiares dos raciocínios 
indutivos e abdutivos, mas que é a lógica necessária do design. É essa 
lógica particular do design que fornece os meios para mudar e transferir o 
pensamento entre a finalidade requerida de função

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