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José Guilherme Chaves Alberto Modelo do fluxo de caixa descontado – 2a parte Taxa de desconto ajustada ao risco Taxa de desconto A taxa de desconto deve incorporar os riscos do fluxo de caixa. Com ênfase no custo da dívida que deve englobar um prêmio pelo risco da inadimplência e custo do capital próprio que deve conter um prêmio pelo risco do patrimônio líquido. Regras básicas na estimativa da taxa de desconto • Moeda de referência – a mesma moeda utilizada no fluxo deve ser replicada na taxa de desconto. • Taxa real ou nominal. • Fluxo de caixa da empresa ou do acionista. O que é risco • Risco é definido em termos da variabilidade dos retornos observados de um investimento em comparação com o retorno esperado, mesmo quando esses retornos representam resultados positivos (DAMODARAN, 2007). “ ” Investidor “marginal” aquele com mais chance de negociar a ação a qualquer momento. Custo do patrimônio líquido • O custo do patrimônio líquido é um custo “implícito”. O grande desafio é transformá-lo em explícito e obter uma taxa de retorno que a maioria dos investidores aceitem. Etapas para elaboração do modelo de risco • Mensuração do risco – Normalmente, estimasse a variância ou desvio padrão dos retornos reais em relação ao retorno previsto – MAIOR VARIÂNCIA MAIOR RISCO. • Classificação dos riscos em sistemático e não sistemático. • Utilização de modelos que mensuram o risco sistemático (risco de mercado). Custo do Capital Próprio – CAPM • Modelo que oferece a taxa de retorno requerida pelos proprietários das empresas. O CAPM postula que o custo de oportunidade do capital ordinário seja igual ao retorno sobre títulos livre de risco mais o risco sistemático da empresa multiplicado pelo preço de mercado do risco, ágio ou prêmio pelo risco (SANTOS, 2008). CAPM = 𝑇𝐿𝑅 + β (𝑇𝑅𝑀 − 𝑇𝐿𝑅) Sendo: 𝑇𝐿𝑅 = taxa livre de risco; 𝑇𝑅𝑀 = taxa de retorno de mercado; e β = beta. Ativo livre de risco • Um ativo livre de risco é aquele em que o investidor conhece o retorno esperado com certeza. • Deve ser atendido dois pressupostos: – Não pode existir risco de inadimplência; e – Não pode existir incertezas sobre as taxas de reinvestimento. Prêmio pelo risco • O prêmio pelo risco mede o retorno extra exigido pelos investidores para alocar capital em ativos de risco, em vez de ativos livre de risco. • Segundo Santos (2008) o prêmio pelo risco é calculado pela diferença entre a taxa média de retorno gerada por uma carteira referencial de mercado e a taxa livre de risco. CAPM = 𝑇𝐿𝑅 + β (𝑇𝑅𝑀 − 𝑇𝐿𝑅) PRÊMIO PELO RISCO Sendo: 𝑇𝐿𝑅 = taxa livre de risco; 𝑇𝑅𝑀 = taxa de retorno de mercado; e β = beta. Maneiras de se mensurar o prêmio pelo risco • Segundo Damodaran (2007) existem dois métodos principais para mensurar o prêmio pelo risco: – Pesquisa a grandes investidores em relação a sua expectativa futura; – Através de dados históricos. Exemplo prático de estimação do prêmio pelo risco Ano Carteira de mercado Ativo livre de risco 1 -2,7100 1,0972 2 -4,6500 1,0798 3 11,2300 1,1275 4 0,8000 1,0979 5 1,0300 1,1347 6 11,2200 1,1347 7 6,3000 1,0979 8 -10,0900 1,1347 9 7,7000 1,0979 10 16,9700 1,1347 11 5,9100 1,0611 12 -6,7900 1,1347 OBS: Ano 1 - ano mais recente Diferença entre os métodos de cálculo da média Média aritmética 1,97 Média geométrica 1,66 Coeficiente Beta - β • Segundo Santos (2008) o beta é uma medida estatística da volatilidade do preço das ações em relação à carteira referencial de mercado. • No CAPM o beta representa o risco sistemático. Maneiras de se mensurar o beta • Beta estimado por modelo estatístico – o beta é a inclinação da regressão. Damodaran (2007) enfatiza que a inclinação vem acompanhada de erros que podem ser usado para chegar ao intervalo de confiança do verdadeiro beta. • Beta fundamental. Beta estimado por regressão 𝒀 = 𝒂 + 𝒃 𝑿 + ϵ Sendo: 𝑌 = Retorno requerido sobre um ativo no periodo; 𝑎= constante ou intercepto; 𝑏 = coeficiente de inclinação ou coeficiente beta; X = retorno requerido sobre uma carteira de mercado; e ϵ= termo de erro. Cuidados ao se mensurar o beta • Periodo de estimativa. • Intervalo do retorno. • Escolha do índice de mercado a ser utilizado na regressão. Modelagem do cálculo do beta 𝛽 = 𝜎𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 𝜎𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 ∗ 𝜌𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 / 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 Sendo: 𝛽 = beta; 𝜎𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎= desvio padrão do retorno da empresa; 𝜎𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜= desvio padrão do retorno do mercado; e 𝜌𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 / 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 = correlação entre os retornos da empresa e do mercado. Exemplo – estime o beta 1 53.031 12,37 2 52.760 12,33 3 53.976 12,67 4 54.236 12,55 5 53.629 12,39 6 54.609 12,8 7 54.377 13,08 8 55.112 13,45 9 54.901 12,89 10 55.498 12,91 11 56.204 13,78 12 57.248 14,06 PERIODO / MÊS IBOV ATIVO AB OBS: O PERIODO 1 É O MAIS ATUAL. CALCULAR VARIAÇÃO COM 6 CASAS. Exercício de estimação do beta EXERCÍCIO (arquivo “1 - Exercício BETA - TABELA 1”). Resposta BETA 1,5279 ALFA 0,0563 Beta fundamental • De acordo com Damodaran (2007) o beta é estimado por uma regressão, mas é determinado por decisões chave das empresas. • Método utilizado, normalmente, para empresas que possuem poucos dados disponíveis. • Decisões chave na empresa: – Tipo de negócio; – Alavancagem operacional; e – Alavancagem financeira. Modelagem do cálculo do beta 𝛽𝑁𝐴 = 𝛽𝐴 1 + 𝐼𝐴 ∗ 1 − 𝑡 Sendo: 𝛽𝑁𝐴= beta não alavancado; 𝛽𝐴= beta alavancado; t = alíquota tributária corporativa; e 𝐼𝐴 = índice de alavancagem (passivo oneroso / patrimônio líquido). • Exemplo de cálculo em empresa comparável: – Uma empresa na área de siderurgia possui um beta alavancado de 1,25 e uma alavancagem de 1,10. A empresa AC, do mesmo setor, resolve abrir capital. Qual o seu beta alavancado estimado? – Dados: grau de alavancagem 0,80; IR de 30% para ambas as empresas. Referências bibliográficas DAMODARAN, Aswath. Valuation como avaliar empresas e escolher as melhores ações. Rio de Janeiro: LTC, 2012. DAMODARAN, Aswath. Avaliação de empresas. 2º ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. Referências bibliográficas - continuação SANTOS, José Odálio dos. Avaliação de empresas: cálculo e interpretação do valor das empresas: um guia prático. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. SANTOS, José Odálio dos. Valuation: um guia prático: metodologias e técnicas para análise de investimentos e determinação do valor financeiro de empresas. São Paulo: Saraiva, 2011.
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