Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO CIVIL 2 – 2º BIMESTRE Causa de Suspensão do Processo - Início do processo: Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei - Data de início do processo: Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado + A partir da citação há a triangularização da relação jurídica - Ao longo do processo podem surgir obstáculos que irão gerar a paralisação temporária ou definitiva do mesmo - As paralisações definitivas ocorrem em casos de extinção do processo - As paralisações temporárias ocorrem nos casos de suspensão do processo. Existe quando algum fator impede o regular prosseguimento do processo - Os casos de suspensão estão no art. 313, CPC - Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição 1. Morte ou Perda da capacidade processual - Em caso de morte o falecido precisa ser sucedido por seus herdeiros, espólio ou sucessores. Caso isso não ocorra e vier a notícias nos autos de que uma das partes veio a óbito, o juiz terá que suspender o processo + A habilitação dos herdeiros ocorre de acordo com o art. 687, ss. Do contrário, segue-se as determinações contidas no art. 313, §2º - Art. 313,§ 3º. No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste 2. Convenção das Partes - As partes podem estabelecer, em comum acordo, a paralisação do processo, sem necessidade de informar o motivo ao juízo - O código estabelece que esse período de suspensão pode ser de até 6 meses. O juiz só poderá interferir em casos onde o pedido de prazo seja superior ao estabelecido em lei - A suspensão pode ser pedida a qualquer momento 3. Arguição de Impedimento ou Suspeição - Ocorre quando uma das partes faz a arguição, uma vez que o juiz não se reconheceu como suspeito ou impedido - A partir da alegação o processo ficará suspenso até que se resolva a situação 4. Admissão de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IDRD) - O IRDR tem cabimento quando houver processos/demandas que se repetem sobre uma mesma matéria de direito, dentro de uma mesma região, tribunal e área - É tratado no art. 976, CPC - Quando o incidente é admitido gera suspensão de todos aqueles processos que se repetem. Pode ser tanto a nível nacional como estadual 5. Questão Prejudicial - Existe nos casos de impossibilidade de conexão - Nesses casos a sentença de mérito: a) depende do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; b) tem de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo. - Pode ficar suspendo por até 1 ano 6. Motivo de Força Maior 7. Fato de competência do tribunal marítimo 8. Verificação de Fato delituoso - Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. § 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia. § 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º Causas de Extinção do processo - Ocorre quando algum obstáculo impede que se atinja a finalidade do processo - Não há a resolução do mérito - O ato através do qual o processo é extinto é a sentença terminativa – NEM TODA SENTENÇA EXTINGUE O PROCESSO + Recurso para sentença > Apelação - O objetivo do processo não é receber sentença, mas que a parte receba a tutela requerida O juiz resolve o mérito quando: - Art. 487, CPC - Acolhe ou rejeita o pedido formulado na ação ou na reconvenção - Decide a respeito da ocorrência da decadência ou da prescrição – pode ser feito de oficio; se equipara a improcedência do pedido - Homologa: A) Autocomposição – não forma juízo de valor, apenas homologa a solução consensual desenvolvida entre as partes B) Reconhecimento jurídico do pedido – reconhecimento do pedido por parte do réu ≠ confissão C) Renúncia – feita pelo autor D) Transação – ato bilateral, ambas as partes abrem mão de seus direitos + Nesses casos o advogado precisa de procuração especiala - A coisa julgada, se apresentada, não poderá ser julgada, portanto, extingue-se o processo - Não havendo resolução do mérito, o pedido pode ser proposto novamente Causas de extinção do Processo - Recebem sentença terminativa - Dispostas no art. 485 - Em quase todas as hipóteses o autor poderá repropor a ação 1. Indeferimento da Petição Inicial -Havendo algum vício na petição inicial, tornando-a inapta, o juiz irá inferi-la antes mesmo de citar o réu, extinguindo o processo - Cabe recurso de apelação e nova propositura 2. Abandono da Causa - Pode ser causado pelo autor, quando o mesmo não cumpre diligencias em 30 dias ou quando as partes mantém o processo parado por mais de 1 ano - Em ambos os casos, observada a situação, o juiz deverá intimar pessoalmente as partes para dar regular andamento ao feito no prazo de 5 dias - Após o réu oferecer contestação, o autor só poderá abandonar o processo se requerer a parte contrária, art. 485, §6º - Cabe recurso de apelação e ser reproposta até 3 vezes. Após a 3º vez ocorre a perempção, ou seja, a perda da possibilidade de se propor a ação por uma 4º vez, quando por 3 vezes o autor tiver dado causa ao abandono – Art. 486, §3º 3. Litispendência - Não é possível que uma mesma causa seja objeto de 2 processos simultaneamente + Nestes casos há tríplice identidade e o processo ainda está em curso – Art. 337, §1º-3º 4. Coisa Julgada - Decisões proferidas que resolveram o mérito do pedido – Art. 337, §4º 5. Falta de Legitimidade - Vínculo que as partes devem ter com o direito material 6. Falta de Interesse - Necessidade da tutela jurisdicional, uma vez que sem a intervenção do poder judiciário não seria possível solucionar o lítigio 7. Desistência - O autor abre mão do direito de ação (do processo), mas não do direito material + Art. 200. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial - Art. 485, CPC: § 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. 8. Intransmissibilidade da Ação - O direito se extingue com o falecimento do titular 9. Convenção de Arbitragem - Ocorre quando as partes convencionam conjuntamente a tutela arbitral - Caso uma das partes proponha ação, o adversário pode alegar a existência da convenção. Não havendo essa contestação, presume-se a renuncia da convenção - O juiz não pode extinguir o processo de ofício - Se o ato que põe fim ao processo é uma sentença, esta deverá estabelecer uma sucumbência, ou seja, a responsabilidade de custas e honorários - Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. § 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamentoou do depósito das custas e dos honorários de advogado + A nova propositura depende do pagamento das custas > Decisão de mérito > Apelação no 1º grau para que a outra parte apresente contrarrazões, nos casos em que se mantém a sentença, em seguida se remete os autos para 2º instância + Não mantendo a decisão proferida em 1º instância, o juiz terá 5 dias para se retratar – Art. 485, §7º Cognição - Conceito: atividade intelectual do juiz, que consiste no exame fundamentado das alegações e provas produzidas pelas partes + A partir dessa ação forma seu convencimento - Autor: propõe a ação, faz alegações de fato e de direito - Réu: oferece contestação, faz alegações e pede a improcedência do pedido - A cognição pode se dar em 2 planos distintos: Vertical a) Exauriente: existe quando a cognição é aprofundada, garantindo a realização plena do contraditório - Decisões dadas com base em cognição exauriente são aptas a formar a coisa julgada material, são decisões definitivas b) Sumária: ocorre quando não é possível que o juiz se aprofunde tanto no caso concreto - Nesses casos o juiz faz o exame de alegações e provas de forma incompleta - Pode ocorrer em situações de provimento jurisdicional provisório – urgências, tutelas antecipadas... - Não se atinge a verdade, mas a verossimilhança - Não são aptas a formar coisa julgada material Horizontal - Diz respeito à amplitude de conhecimento do juiz - Divide-se em: a) Plena: na grande maioria dos casos é possível que o juiz conheça todo o conflito de interesse e matérias que são levadas até ele b) Parcial: existem situações em que a lei traz limitações quanto às matérias que podem ou não ser deduzidas em determinados casos concretos - Nem sempre a cognição exauriente será suficiente para tutelar o direito da parte, poderá ser necessário uma atividade executiva para se cumprir a sentença + Dessa maneira, o processo é dividido em processo de conhecimento e de execução. Podendo haver uma ligação entre ambas - O CPC prevê o processo sincrético - A fase de conhecimento se desenvolve em 4 etapas (postulatória, saneadora, instrutória e decisória) Petição Inicial - Ato inaugural do processo - Através da petição inicial o autor provoca a atividade jurisdicional - A inicial determina o conteúdo da sentença + O pedido delimita a sentença - O início do processo se da com a apresentação da petição inicial em um órgão competente Registro e Distribuição - Quando há mais de um órgão competente para apresentação da petição, deve haver a distribuição de forma aleatória - Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. - Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade. Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça. - Existem algumas causas precisam ser destinadas a um juiz específico por conta da relação que essa petição tem com um processo já existente – conexão e continência – art. 286, CPC - Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração: I - no caso previsto no art. 104; II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública; III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em lei. - Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 (quinze) dias. Requisitos – art. 319 - A petição deve ser apresentada por escrito, em língua portuguesa, assinada pelo advogado e acompanhada de procuração - Além dos requisitos expostos no art. 319, o art. 106 afirma que o advogado deve informar seu endereço e número de inscrição na OAB para o recebimento de intimações - A petição inicial deve ser apta, ou seja, apresentar todos os requisitos genéricos elencados no art. 319 + A aptidão da petição é um pressuposto objetivo de validade e desenvolvimento regular do processo + Juízo a que é dirigida = cabeçalho Documentos - A petição deve estar acompanhada de documentos indispensáveis à propositura da ação – art. 320 - São importantes para demonstrar a existência dos fatos - Via de regra, a prova documental é produzida na fase postulatória - Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º . Pedido e Valor da Causa - Pedido pode ser conceituado como a conclusão daquilo que foi narrado/ aquilo que o autor busca - O juiz não julga a causa de pedir, mas o pedido. Sendo assim, conclui-se que é sobre o pedido que se incide a decisão jurisdicional - O pedido limita a sentença Elementos do pedido - Como o pedido é uma demonstração da pretensão do autor, deve ser expresso claramente - O pedido é formado por uma solicitação imediata e mediata Pedido Imediato: refere-se a tutela jurisdicional pretendida e expressa claramente pelo autor no pedido > Tipos de Tutela: 1. Declaratória: reconhece a existência ou inexistência de uma relação jurídica 2. Condenatória: possui cunho pecuniário. O autor espera que o réu realize algum pagamento 3. Constitutiva: cria, extingue ou modifica uma relação jurídica 4. Mandamental: contém uma ordem a ser cumprida pela outra parte, sob pena Pedido Mediato: solução de tutela, espécie de providencia que o autor busca obter + Bem da vida sobre a qual recai a pretensão - O pedido deve ser certo e determinado ou determinável Certeza e Determinação - A certeza do pedido diz respeito a solicitação IMEDIATA, ou seja, a tutela pretendida – Art. 322 + CERTO = EXPLÍCITO/ EXPRESSO - A determinação se refere ao pedido mediato. Busca limitar/ especificar a pretensão - Devendo ser determinado, via de regra, pedidos genéricos/ indeterminados não serão admitidos - As exceções estão expostas no art. 324 – esses são pedidos determináveis + Hipóteses de exceção: 1. Ações universais – quando não for possível ao autor individualizar os bens demandados na inicial 2. Quando não for possível determinar de modo definitivo as consequências do ato-fato jurídico 3. Quando a determinação do valor depende de um ato-fato praticado pelo réu + A indeterminação/generalidade das hipóteses expostas no art. 324 não são absolutas, o gêneros devem ser certos Congruência entre pedido e sentença - O juiz não pode atuar sobre aquilo que não foi objeto de expressa manifestação do autor - Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. + Sentença ultra petita, extra petita (apelação) e infra petita (embargos de declaração) Modificação do Pedido - Até o momento da citação do réu, o pedido pode ser modificado. Após essa fase, eventuais alterações dependem do consentimento da outra parte - Art. 329. O autorpoderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Cumulação de pedidos - Mais de uma ação em face do mesmo réu - A cumulação objetiva pode ser: a) Própria: o autor formula 2 ou mais pedidos e pretende receber esses pedidos - A cumulação própria é subdividida da seguinte maneira: 1. Simples: quando os pedidos são independentes entre si, ou seja, um não depende do acolhimento do outro 2. Sucessiva: existe um vínculo de precedência lógica entre os pedidos, de modo que um terá prioridade sobre o outro ao ser julgado. Além disso, o acolhimento do primeiro pedido influencia o posterior b) Imprópria: o autor formula dois ou mais pedidos, mas objetiva o acolhimento de apenas 1 - O art. 327, §1º estabelece o seguinte: § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. - A cumulação imprópria divide-se em: 1. Alternativa: ocorre quando a natureza da obrigação alternativa. O devedor pode cumprir a obrigação de um OU outro modo – Art. 325 2. Subsidiária: É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior – Art. 326 - Existe quando o autor formula 2 ou mais pedidos em ordem de preferencia/ hierárquica + 1º Pedido = principal – Outros: subsidiários, postulados para o caso do principal não ser acolhido Valor da Causa - O valor da causa está atrelado ao pedido - toda causa deve possuir um valor, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato > VALOR DA CAUSA ≠ VALOR DA CONDENAÇÃO - O art. 319 prevê o valor da causa como um requisito, uma vez que este influencia o valor das custas do processo + honorários de sucumbência NÃO são influenciados/ baseados no valor da causa - Os honorários observam uma ordem (I- valor da condenação; II- conteúdo econômico e na falta desses, III- valor da causa) - Em alguns casos o valor da causa pode influenciar na competência + Juizados especiais federais possuem competência absoluta nas causas de até 60 salários mínimos - Art. 292 – valores de causas + O código deixa de abranger diversas causas. Dessa maneira, é necessário utilizar jurisprudência - § 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. - § 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. - O valor da causa não inclui honorários advocatícios Controle do Juiz - Se na petição não haver valor da causa o juiz manda realizar emenda - Se o valor da causa estiver errado, havendo um critério legal, o juiz pode corrigir de ofício - § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes - Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas + A impugnação não poderá ser realizada em outro momento Juízo de admissibilidade da Petição Inicial - Conjunto de decisões que o juiz pode tomar ao receber a petição inicial - Pode ser classificado como: A. Ordinatório: - Ocorre quando se verifica vícios ou irregularidades insanáveis - Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. + É proibido indeferir a petição sem haver chance de emenda + Emenda: direito subjetivo do autor - Verificando-se outro vício posteriormente, poderá ser realizada outra emenda B. Negativo: - Ocorre quando o juiz entende que a petição não preenche os requisitos, indeferindo-a, ou seja, trancando a petição liminarmente (tão brevemente que se quer há contraditório) - Não existe indeferimento da inicial que não seja liminar - O ato que indefere a petição é uma sentença terminativa, cabendo apelação - Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . - § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. - O réu será intimado para tomar ciência do indeferimento e do transito em julgado, caso o autor não busque apelação + O transito em julgado não formará coisa julgada - Caso seja proposta apelação e a decisão da 1º instância seja mantida, o réu é citado para acompanhar o processo em 2º instância - Caso em 2º instância a decisão seja reformada, o processo deverá ser retomado em 1º instância, devendo haver intimação das partes, uma vez que já foram citadas anteriormente Improcedência Liminar do pedido - Se diferencia de indeferimento - Sentença de mérito apta para formar coisa julgada - Cognição exauriente - Dispensa fase instrutória – não há necessidade de oitivas ou pericia + A dispensa ocorre nos casos em que a matéria é exclusivamente de direito ou de fatos que se comprovam com documentos Conciliação e Contestação - O CPC estabelece que o réu não será citado apenas para realizar contestação, mas também comparecer à audiência de conciliação ou mediação + Apenas em casos extraordinários não ocorrerá a audiência de conciliação/mediação sendo obrigatória a participação das partes + O não comparecimento pode gerar multa - A finalidade do poder judiciário é proporcionar a pacificação social, mas a verdadeira justiça só é alcançada quando os casos são resolvidos mediante consenso dos interessados. Sendo assim, cabe ao Poder Judiciário incentivar mecanismos consensuais autocompositivos - A cultura da sentença X cultura da pacificação - A cultura da pacificação ganha força com a lei de arbitragem e juizados especiais, onde a conciliação se destaca - O alto número de demandas foi uma das razões para se motivar os meios autocompositivos - O CPC ao estabelecer a obrigatoriedade da audiência de conciliação ou mediação, buscou alterar a cultura da sentença, naturalizando o procedimento autocompositivo - Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. - Existe diferença entre deixar de designar uma conciliação ou mediação e deixar de realizar uma audiência autocompositiva já designada - As audiências não são designadas quando a causa não permite a autocomposição, como nos casos de direitos indisponíveis - A audiência já designada deixará de acontecer apenas nos casos em queambas as partes envolvidas expressarem o desinteresse - O não comparecimento a sessão implica em multa para ato atentatório à dignidade da justiça - Art. 334, § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. - Art. 334, § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. Prazo da contestação - Não havendo audiência de conciliação ou mediação, o juiz irá determinar a citação do réu para que ele conteste o pedido em 15 dias - Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ; § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. Defesa – Atitudes do Réu - Ação e defesa representam direito à tutela jurisdicional - A ação possui conteúdo mediato e imediato. Já a defesa possui apenas conteúdo imediato - O réu exercendo apenas seu direito de defesa visa a improcedência do pedido, não adquirir um bem da vida a seu favor - A defesa pode ser: A. de Mérito: a defesa propriamente dita, através dela o réu demonstra a improcedência do pedido - A defesa de mérito se divide em: 1. Direta: o réu “ataca” tanto os fatos arguidos pelo autor, quanto as suas consequências - O réu pode negar os fatos, apresentando sua versão ou consentir com os fatos e discordar das consequências jurídicas pretendidas pelo autor 2. Indireta: o réu admite alguns fatos e contrapõe outros que podem alterar o destinado da causa, porque se reconhecidos levam a improcedência do pedido + Os fatos contrapostos podem modificar, extinguir ou impedir o direito do autor B. Processual: O réu visa inutilizar o processo, demonstra que não há pressupostos, condição para ação - A defesa processual se divide em: 1. Própria/ Peremptória: aquela que uma vez acolhida conduz a imediata extinção do feito – ex: litispendência 2. Imprópria/ Dilatória: Ocasionam a momentânea paralisação/ suspensão do processo. A matéria que o réu traz ao processo visa o ajuste processual – ex: irregularidade na representação Contestação – 335 a 342 - Meio, por excelência, de exercício da defesa - Todas as espécies de defesa ( processuais ou de mérito) serão veiculadas por uma petição chamada de contestação, onde o réu trará toda a sua impugnação - Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir – Princípio da eventualidade ou concentração da defesa Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. - A contraversão ocorre na contestação, a falta de algum fato é tido como verdadeiro Reconvenção – Art. 343 - Hipótese de o réu possuir um pedido a deduzir em face do réu - Se o réu pretende receber algum bem da vida, deve deixar sua posição passiva e ajuizar ação contra a outra parte em forma de reconvenção - Reconvenção: ação do réu contra o autor, que pode ser formulado dentro da própria contestação + economia processual – possibilidade de acumular ações - A reconvenção é facultativa - reconvenção e contestação possuem conteúdos diferentes - A reconvenção não torna os fatos apresentados pelo autor contravertidos - É cabível quando haver conexão com a ação principal ou fundamento da defesa - Ao se propor reconvenção, as partes do processo passam a atuar reciprocamente como autor e réu - RECOVINTE: quem oferece a reconvenção/ RECOVINDO: em face de quem foi oferecida a reconvenção - Não é qualquer pretensão que sustenta a reconvenção, deve interesse de agir (necessidade+adequação) + Apenas contestando o pedido, o réu não obteria o pretendido - A reconvenção não está sujeita ao destino da ação principal e vice versa + A reconvenção é autônoma - O recurso cabível é a apelação – havendo extinção cabe agravo de instrumento - A reconvenção pode ser proposta em conjunto com terceiro ou em face do autor e um terceiro - Havendo a propositura o autor será intimado na pessoa de seu advogado para oferecer resposta no prazo de 15 dias + Havendo um terceiro, este será citado - O réu em nome próprio não poderia reconvir o autor quando eu estivesse na qualidade de substituto processual - Ao oferecer resposta à reconvenção, essa seguirá os tramites da ação principal - Pode haver reconvenção da reconvenção Revelia - Ausência de contestação ou contestação intempestiva + O réu até pode protocolar a contestação, mas a faz fora do prazo - Apenas advogados dativos ou curadores especiais podem protocolar uma contestação com negativa geral + O réu apresentando negativa geral na ausência dessas figuras será considerado revel - A presunção de veracidade dos fatos afirmados na inicial possui efeito material, podendo nem sempre existir – art. 344 e 345 - A desnecessidade de intimação do réu tem efeito processual – art. 346 Providências Preliminares - Conjunto de atitudes que o juiz pode tomar após o encerramento do prazo para contestação + A contestação pode ter ocorrido ou não - Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo - Capítulo IX – Das Providências Preliminares e do Saneamento - Súmula 231, STF: O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno. - Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado - Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção - Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. - Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova - Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. Julgamento Conforme Estado do Processo - O Saneamento ocorre ao longo de todo processo - Nessa fase, principalmente, deve ser verificado a existência de vícios insanáveis que podem extinguir o processo ou até mesmo antecipar a apreciação do mérito - Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento - Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrero efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 - Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 . § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. - O instituto do saneamento possui múltipla finalidade, podendo se ater a questões meramente processuais ou até mesmo penetrar no mérito do pedido - Conforme o estado do processo extingue-se o feito quando não é possível julgar o mérito ou antecipasse o julgamento - O julgamento antecipado pode ser total ou parcial + O julgamento antecipado não se confunde com a antecipação de tutela Saneamento - Fase em que se verifica e corrige vícios - Organiza o processo para receber a instrução (prova oral ou pericial) e futuramente a sentença - Possui dupla face/ função retrospectiva e prospectiva - ART. 357 - A prova se indeferida deve ser fundamentada + A inutilidade deve ter relação com o caso – art. 489 - No saneamento se define o que é relevante para tomada de decisão - Art. 6º - colaboração/ comunicação entre todos os envolvidos - O saneamento pode ocorrer de 3 maneiras: 1. Em audiência (art. 357, §3º) + A doutrina entende que mesmo não sendo complexa, a audiência pode ser marcada para haver um dialogo colaborativo informal entre os envolvidos 2. Por escrito - Resquício do CPC de 73 - Inicia-se por iniciativa do juiz - Ocorre em causas que NÃO são complexas - É considerado um ato inacabado, que depende da manifestação das partes no prazo de 5 dias + A manifestação das partes não é um recurso 3. Consensual - Também por escrito, mas de iniciativa das partes e complementado pelo juiz - As partes fazem negociações e apresentam seus planos para homologação, concluindo o saneamento - ART. 465 e 477 – perito - Prova oral – apresentar rol de testemunhas em prazo não superior a 15 dias TEORIA GERAL DA PROVA - A pode ser compreendida como um meio destinado a convencer o juiz das alegações controvertidas no processo e também como o resultado da atividade lógica do conhecimento - Meio mais preciso para reconstruir o que ocorreu no caso concreto - Elemento central do processo de conhecimento - Direito fundamental a prova – art. 369, CPC - Serve como um meio para comprovar a verdade das alegações de fatos que foram formulados pelas partes - O que se prova no processo são as alegações/ informações trazidas que irão determinar a decisão do juiz + Verifica-se a veracidade da alegação não do fato - Art. 376 – direito municipal, estadual ou estrangeiro - Há fatos que não dependem de prova – art. 374: a) fatos notórios: deve ser aceito/ conhecido por todos b) fatos confessos: admitidos por uma parte e contrário ao interesse do mesmo, favorecendo a contraparte – art. 389 c) fato incontroverso: as partes não discutem – art. 336 - Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. + Provas ilícitas ofendem a norma material e provas ilegítimas ofendem a norma processual - Teoria dos frutos envenenados - Teoria da descontaminação do processo - Abrandamento da inadmissibilidade da prova ilícita + Direito de família – nestes casos EXCEPCIONAIS o bem jurídico protegido é de extrema relevância MEIOS DE PROVA - Mecanismo utilizado para obter um resultado - Não há hierarquia entre os meios de prova - O juiz possui liberalidade para “pesar” os meios de prova - Os meios de prova podem ser: A) típicos: quando a atuação das partes está expressamente prevista em lei – possuem preferencia B) atípicos: não especificados em lei, são válidas desde que não sejam ilícitas ou ilegítimas - Prova emprestada: produzida em outro processo através de testemunhas, documentos, etc e levadas para outra demanda – art. 372 + Quando admitida pode perder a valoração que teve no primeiro processo PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ - Art. 370. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. - Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. - Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte: I- comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; II- colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária; III- praticar o ato que lhe for determinado. - Sendo fato controvertido e lícito, existe direito fundamental de prova - O juiz não pode indeferir prova por já estar convencido - A valoração da prova é realizada na sentença - Indicação da prova: menção genérica dos meios de prova que se pretende produzir, realizada na petição - Especificação: individualização dos meios pretendidos - Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. - Apenas o que é apresentado no processo pode ser utilizado como prova - Art. 489 – elementos essenciais da sentença ÔNUS DA PROVA - Influencia na tomada de decisão - Pode ser compreendido como a conduta que se espera da parte para que a verdade dos fatos alegados seja alcançada - Art. 373, caput – distribuição do ônus da prova - Possui 2 finalidades, serve como regra de instrução (guia para as partes) e julgamento (guia para o juiz) - O juiz deve estar em duvida na tomada de decisão para aplicar o ônus PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA - Medida autônoma - Será homologada, mas não necessariamente valorada - Art. 381 - Arrolamento: forma de documentar informações acerca de uma universalidade - Justificação: medida probatória destinada a justificar um fato ou uma relação jurídica - Se o juiz indeferir a prova cabe recurso - Deferindo a prova, o juiz pode citar interessados - Art. 382 - Não se examina os fatos, a prova é apenas homologada
Compartilhar