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1 TOLERÂNCIA E AUTOIMUNIDADE Elusa Paiva Tolerância imunológica capacidade do organismo não responder aos Ag do indivíduo Característica importante do S.I. sua capacidade de discriminar entre os Ag próprios e os não-próprios Se falhar, S.I. agride as cél. próprias autoimunidade Como o S.I. mantém a não- responsividade aos Ag próprios? Quais são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da autoimunidade? SIGNIFICADO E MECANISMO Tolerância imunológica é a falta de resposta aos Ag que são induzidos pela exposição dos linfócitos a esses Ag. - Ag Imunogênicos proliferação de linfócitos (microrganismos) - Ag tolerogênicos linfócitos funcionalmente inativados ou eliminados (Ag próprios) A escolha entre a ativação dos linfócitos e a tolerância é determinada pela natureza dos linfócitos Ag- específicos e pela natureza dos Ag, e como eles são apresentados ao S.I.. Importância do fenômeno de Tolerância Imunológica: - Ag próprios induzem à tolerância - se aprendermos como induzir tolerância em linfócitos específicos para um Ag particular, podemos prevenir ou controlar as reações imunes indesejáveis TOLERÂNCIA CENTRAL DOS LINFÓCITOS T Principais mecanismos de tolerância para cél. T são a morte celular e, para CD4+, geração de cél. T reguladoras - o timo apresenta Ag próprios e estranhos. Se linfócitos T imaturos interagem fortemente com Ag próprio apresentado por um MHC, recebem sinais para apoptose, funcionando como uma seleção negativa - sinais em linfócitos T imaturos que reconhecem com alta afinidade sofrem apoptose, mas alguns linfócitos T CD4+ com alta afinidade não morrem e se desenvolvem em linfócitos T reguladores (ninguém sabe o porque) Uma proteína chamada AIRE (função de regulação autoimune) é responsável pela expressão tímica de muitos desses outros Ag proteicos restritos aos tecidos periféricos 2 - as mutações no gene AIRE são a causa da síndrome autoimune rara chamada poliendocrinopatia autoimune - o processo de seleção negativa afeta cél. auto-reativas T CD4+ e CD8+, que reconhecem Ag próprios apresentados pelas mol. do MHC II e I, respectivamente TOLERÂNCIA PERIFÉRICA DOS LINFÓCITOS T Linfócitos T maduros que reconhecem Ag próprios nos tecidos periféricos levam ou à inativação funcional (anergia) ou à apoptose, ou linfócitos T auto- reativos são suprimidos pelas cél. T reguladoras Anergia inativação funcional de linfócitos T que ocorre quando essas cél. reconhecem Ag sem níveis adequados de co-estimuladores (2º sinal) que são necessários p/ a ativação total das cél. T - ausência ou perda de forças Supressão imune por cél. T reguladoras cél. T reguladoras podem se desenvolver no timo ou tecidos periféricos no reconhecimento de Ag próprios ou bloquear a ativação de linfócitos T potencialmente prejudiciais específicos para esses Ag próprios - cél. T reguladoras são CD4+ em sua maioria e expressam altos níveis de CD25 (cadeia α de IL-2) - o fator de transcrição para T reguladora é Foxp3 - mutações ou silenciamento (knockout) desse gene causam doença autoimune sistêmica - T reg importante para manutenção da autotolerância - sobrevivência de T reg citocina IL-2 - podem interagir diretamente ou suprimir outros linfócitos e APCs Deleção – morte celular induzida pela ativação - reconhecimento dos Ag que podem estimular apoptose (eliminação dos linfócitos T auto-reativos) morte celular induzida por ativação - os mecanismos de morte dos linfócitos T maduros induzida por Ag próprios são: 1. Reconhecimento dos Ag induz a produção de proteínas pró-apoptóticas nas cél. T que induzem a apoptose (mitocôndria ativa caspases e estas induzem apoptose). Na resposta imunológica aos microrganismos, a atividade dessas proteínas pró- apoptóticas é neutralizada pormproteinas anti-apoptóticas que são induzidas por co-estimuladores e por fatores de crescimento produzidos durante a resposta imunológica. Os Ag próprios não estimulam proteínas antiapoptóticas 2. Reconhecimento de Ag próprios pode levar à co-expressão de receptores para morte e expressão de ligantes. Via dos 3 receptores da Morte: ligante-receptor leva à ativação de caspases apoptose. Os Ag próprios são apresentados por APCs em repouso na ausência da imunidade inata e de segundos sinais, favorecendo assim a indução da anergia ou apoptose das cél. T. Microrganismos induzem resposta imune inata, levando à expressão de mol. co-estimuladoras e citocinas que funcionam como 2º sinal e promovem proliferação e diferenciação das cél. T em cél. efetoras. TOLERÂNCIA DOS LINFÓCITOS B Polissacarídeos, ácidos nucleicos, lipídios: devem induzir tolerância nos linfócitos B para prevenir produção de auto- anticorpo. Tolerância central dos linfócitos B: linfócitos B imaturos interagem fortemente com Ag próprio na medula óssea ou os linfócitos B são destruídos ou alteram sua especificidade do seu receptor - editoramento do receptor: recodificação da cadeia leve da Ig que se junta à cadeia pesada, produzindo um novo receptor antigênico que anteriormente era específico para Ag próprio - se a edição de receptor falha, linfócitos B imaturo morrem - elimina receptor de alta afinidade Tolerância periférica dos linfócitos B: entram em anergia e não podem responder àquele Ag próprio novamente - se a cél. B não recebe estímulo da cél. T (porque a T auxiliar está ausente ou tolerante), cél. B torna-se anérgica - Ag independentes de T ativam B sem ajuda de T somente quando os Ag estimulam fortes sinais em B AUTOIMUNIDADE: PRINCÍPIOS E PATOGÊNESE Resposta imune contra os Ag próprios Herança e estímulo do meio fatores para autoimunidade. Ac ou cél. T reativas aos Ag próprios FATORES GENÉTICOS NA AUTOIMUNIDADE Alelos particulares do MHC Alelo particular herdado de HLA, mas não é, por ele mesmo, causa da doença Esse alelo de HLA pode expressar MHC incapaz de apresentar Ag próprios, levando à falha da seleção negativa ou porque pode falhar em estimular cél. T reguladoras. 4 PAPÉIS DAS INFECÇÕES NA AUTO- IMUNIDAE Infecções podem ativar linfócitos auto- reativos, ocasionando doenças autoimunes Infeção de um tecido pode induzir uma resposta local da imunidade inata, e esta pode causar aumento de co- estimuladores e citocinas pelas APCs teciduais - APCs teciduais são capazes de estimular as cél. T auto-reativas que encontram Ag próprios nos tecidos - a infecção pode “quebrar” a anergia da cél. T Algumas infecções microbianas podem produzir peptídeos similares e que reagem de maneira cruzada com Ag próprios, resultando numa resposta imune contra os próprios Ag.
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