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ANÁLISE DA OBRA MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR DE OSWALD CRUZ

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ANÁLISE DA OBRA “MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR” DE OSWALD CRUZ
RESUMO  
Nos primeiros capítulos, é expresso que João Miramar ainda era criança, morando em São Paulo, que não é o Jardim do Éden, como dito na obra. É visto a morte de seu pai, onde sua mãe leva-o para a despedida. Ingressa numa escola modelo, mostrando-se suas aventuras como adolescente, exibindo alguns amigos, tais como, José Chelinini e Gustavo Dalberto. É citada a presença seu primo Pantico, sua prima Nair, Cotita e Célia, filha de Gabriela, etc. Após término da escola, Miramar e seu amigo Dalberto buscam a conquista da Europa, mostrando-se a deixa ao Brasil e os relatos de viagem. Nisso, conhece Madama Rocambola, que desperta sentimentos em Miramar. O protagonista volta ao Brasil ao receber a notícia que sua mãe está doente, mas, no capítulo 56, ao chegar em São Paulo, sua mãe já tinha falecido. Seguidamente, Miramar encontra sua prima Célia, com quem casa-se e logo, tem uma filha, chamada Celiazinha. Ao decorrer dos capítulos é exposto, pelos jornais, uma nova estrela, chamada Rolah, ou madama Rocambola, nisso, é visto a chegada de sua antiga paixão a cidade, com quem tem uma relação. Consequentemente, Miramar começa afastar-se de sua família, visto pela carta escrita por Célia no capítulo 100. Posteriormente, mostra-se que Miramar torna-se sócio de uma grande empresa, que lhe renderia lucros. Ao decorrer dos capítulos, quando Célia se encontra com seu marido, cita-se a filha, e acusando Miramar de não importar-se e revela que recebeu uma carta anônima que a fez descobrir a relação entre Miramar e Rolah. Nos próximos episódios, são citadas as festas de carnaval, também é lido uma carta de Célia, citando a presença de sua filha no evento, e os demais grupos. Após isso, Miramar recebe outra carta exigindo sua presença em Bambus, mostrando-se seu divórcio e falência, seguidamente a morte de Célia. Miramar busca sua filha e encerram-se suas memórias. 
Palavras-chave: Miramar, paixão, cartas, memórias, morte.
1. O MODERNISMO NO BRASIL
O Modernismo foi um movimento cultural, artístico e literário da primeira metade do século XX. Situa-se entre o Simbolismo e o Pós-Modernismo. O período modernista brasileiro começou com a Semana de Arte Moderna em 1922. Algumas exposições que passaram pelo Brasil, foram a de Lasar Segall em 1913 e, um ano depois a de Anita Malfatti, despertando algumas atenções; mas somente em 1917, com a segunda exposição de Malfatti, ou mais ainda com a crítica que esta recebeu de Monteiro Lobato, que ocorreu uma polarização das ideias renovadoras. Através do empresário Paulo Prado e de Di Cavalcanti, organiza-se um evento que pregou a renovação da arte. Desta semana tomam parte pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais. Durante três dias, entre 13 e 17 de fevereiro, o Teatro Municipal de São Paulo foi tomado por sessões literárias e musicais no auditório, além da exposição de artes plásticas no saguão. Desde o início do século, a literatura tradicional, acadêmica e elitizante se mantêm ao lado de tendências renovadoras, representadas por escritores. Com o passar do tempo, a busca pelo novo e as tentativas de renovação da arte brasileira se multiplicam com a promoção de exposições de pintura, esculturas modernas e artigos nos jornais, dedicados às tendências vanguardistas européias.
As vanguardas revolucionárias do modernismo inovaram a literatura, não somente na Europa, mas contribuíram para uma inovação na obra de arte brasileira, em que vários artistas passavam temporadas na Europa, e traziam as informações dos movimentos de vanguarda. Constituída pelo futurismo, que engloba a vontade de recomeçar e de reformular temas e técnicas da arte, negando o passado e necessitando do futuro; o expressionismo é visto como poemas inspirados na catástrofe da guerra, que traduziram sentimento de horror, sofrimento e solidariedade humana; o dadaísmo, que era caracterizado pela repulsão do bom senso e da serenidade; o cubismo, que era caracterizado por formas geométricas, e por fim, o surrealismo, que busca relações com o inconsciente.
1.1. GERAÇÕES DO MODERNISMO
O modernismo evolui em três gerações, marcadas pela busca de inovações capazes de amadurecer a literatura nacional. 
1.1.1. Primeira geração (1922-1930)
 Seus expoentes máximos são Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954). Caracterizou-se pela negação do passado, pelo nacionalismo e pela valorização do cotidiano na Literatura. A redescoberta da realidade brasileira e do coloquialismo também marca sua produção.
1.1.2. Segunda geração (1930-1945)
Fase de consolidação do Modernismo no Brasil. Na poesia, autores como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Cecília Meireles (1901-1964) apresentam preocupação acentuada com a análise do ser humano e suas angústias – reflexo da sociedade em crise, na qual é essencial indagar o sentido da existência.
1.1.3. Terceira geração (1945-1960)
Um de seus representantes é João Guimarães Rosa (1908-1967), criador de uma prosa universal, em que o sertão é palco para discussão de dramas humanos, narrados em linguagem poética e inventiva. Outro representante é a escritora Clarice Lispector (1920-1977), que aparece com uma literatura introspectiva, marcada pela quebra da linearidade discursiva e pela epifania. Também se destaca João Cabral de Melo Neto (1920-1999), cuja obra caracteriza-se pelo rigor formal, pelo equilíbrio e pela busca da significação máxima da palavra.
2. A VIDA E OBRA DE OSWALD DE ANDRADE
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo em 1890, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade, sendo um dos escritores mais importantes do modernismo brasileiro. Foi um dos fundadores do movimento modernista. Com a ajuda do amigo e também escritor Mário de Andrade criaram o grupo dos cinco, formado por Oswald, Andrada, Anitta Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti Del Picchia.
Fez o curso secundário no Ginásio de São Bento e formou-se em Direito em 1919. Viajou pela primeira vez à Europa em 1912, retornando, diversas vezes, no período de 1922 a 1929. Ao visitar a Europa conheceu, mais profundamente, as vanguardas surrealistas francesas. 
Nos anos que antecederam a Semana de Arte Moderna, foi um ativo organizador, marcado pela quebra a tradição europeia por meio de rebelião estética, o que estimulou o meio artístico a buscar novos caminhos. Nesse período, leu trechos do romance Alma, que mais tarde, faria parte da trilogia Os condenados, com capa de Anita Malfatti. Ao encontrar-se, em 1920, com Mário de Andrade, o apresenta ao público como "o meu poeta futurista", marcando a luta pela renovação. Em l924, publicou o Manifesto de Poesia Pau-Brasil, cujo programa era libertar a poesia, dando um novo caminho a ser seguido. Em 1926 casa-se com Tarsila do Amaral. Em 1928, lançou outro movimento, o Manifesto Antropofágico. Com a quebra da Bolsa e a Revolução de 30, e a crise do café a fortuna familiar passa por grave crise, então o escritor aderiu posição esquerdista, filiando-se ao Partido Comunista, recolhendo material para a peça de teatro o Rei da vela, publicada em 1937.
Participou da luta operária, nos anos que antecederam o golpe de Estado de l937, ao mesmo tempo em que era redator do jornal O Homem Livre. Em 1943 e 1946, publicou dois volumes da obra inacabada Marco Zero, dedicada à análise da crise econômica de 1930 e à sociedade burguesa paulista. Em 1945, tornou-se acadêmico da Universidade de São Paulo, onde, defendeu algumas teses, e lecionou como professor livre-docente em Literatura Brasileira. 
Sua morte ocorreu em outubro de 1954, em São Paulo. Considerado um dos únicos modernistas da primeira fase, a reunir todas as características que marcaram o movimento modernista relacionado com a produção literária em suas obras. Marcado por escrever poesias, romances, teatros, críticas, deixando marcado características por deixar polêmicas, superando expectativas. 
2.1. CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Oswald de Andrade manteve-se sempre fielao projeto do Modernismo. Pregava a liberdade na construção de texto, abandonando as formalidades dos períodos anteriores. Buscava formar uma identidade nacional, acreditando na importância da cultura Brasileira.
Suas obras caracteriza-se pela linguagem reduzida, coloquial, repleta de humor, composto de frases curtas, despreocupação com a pontuação, dentre outros. 
2.2. PRINCIPAIS OBRAS
2.2.1. Poesia
Pau-Brasil (1925), Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927), Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945) e O escaravelho de ouro (1946).
2.2.2. Romance
A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada vermelha (1922-1934), Memórias sentimentais de João Miramar (1924), Serafim Ponte Grande (1933), Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943).
2.2.3. Teatro
A recusa (1913), Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de Almeida), O homem e o cavalo (1934), A morta (1937), O rei da vela (1937) e O rei floquinhos (1953).
2.2.4. Manifestos
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), Manifesto Antropófago (1928) e Manifesto Ordem e Progresso (1931).
2.2.5. Teses, artigos e conferências publicadas
O meu poeta futurista (1921), A Arcádia e a Inconfidência (1945) e A sátira na poesia brasileira (1945).
2.2.6. Versões e adaptações
Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na vida de Oswald de Andrade (1980), Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio Bressane, Lucia Murat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério Sganzerla (1992).
2.2.7. Publicações póstumas
A utopia antropofágica, Ponta de lança, O rei da vela, Pau Brasil;- Obras completas, O santeiro do mangue e outros poemas, , Telefonema Dicionário de bolso, O perfeito cozinheiro das almas desse mundo, Os condenados – A trilogia do exílio, Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade, Os dentes do dragão, Mon coeur balance – Le Âme e Obras completas: Um homem sem profissão e Memórias e confissões sob as ordens de mamãe.
2.2.8. Ensaio
Ponta de Lança (1945), A Arcádia e a Inconfidência (1945), A Crise da Filosofia Messiânica (1950) e A Marcha das Utopias (1966).
2.2.9. Humor
Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917)
3. PRINCIPAIS ASPECTOS DO MODERNISMO NA OBRA
 	O livro “Memórias sentimentais de João Miramar” é considerado um marco no modernismo brasileiro. Escrito em 1915, publicado em 1924, dois anos após a Semana de Arte Moderna. O livro é estruturado em 163 capítulos, que tem por personagem principal João Miramar. Várias características do modernismo estão presentes na obra, primeiramente, cita-se o uso da linguagem coloquial, que é um fator determinante do período modernista, também, é visto uma grande quantidade de versos livres nos capítulos, ou seja, versos que não possuem restrição métrica. Ao longo dos versos, também é observado à ausência de pontuação. Uso de textos curtos entre capítulos. Outro fator presente, é o uso da ironia, como visto no capítulo 144. 
	Uma técnica presente é o uso da colagem, em que o escritor Paulista faz uma junção de pedaços, misturando-se poemas, discursos, cartas, como as que sua esposa, primos lhe enviam.
	Miramar é um marco na prosa moderna nacional, fazendo também o uso da poesia, de trechos fragmentados, obtendo-se características da vanguarda Cubismo. Outra vanguarda em que pode ser observado é o futurismo, que se obtém a valorização da velocidade, que se mostra através da transição do autor entre passado e futuro, mostrando sua infância, adolescência e vida adulta.
É visto a tendência critica presente no modernismo, em que tem a critica a desigualdade social: “Eu empobreço de repente Tu enriqueces por minha causa” (cap. 146), que é uma característica marcante da primeira fase do Modernismo, sendo a crítica da sociedade burguesa capitalista. 
A obra rompeu com a estrutura do romance brasileiro, visto que Oswald inseriu nela as novas tendências literárias da Europa da época, como a oralidade, em que erros de português são propositais, o uso de imaginação pelo leitor em certos trechos, onde ele usa uma palavra e cria-se outro sentido, tais como, o uso da palavra “Parisiavam” para mostrar que se passeia em Paris, a palavra “Gondolamos” que significa embarcar num barco que se chama “Gondola”. Dentre outras palavras contraditórias. É visto também o uso do mistério para desvendar certas coisas, tais como, “minha sogra ficou avó” indicando que Miramar teve uma filha, etc. É visto também, criação de novas expressões, tal como “vagamundear”
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNIOR, A,N. Oswald de Andrade. Disponível em <http://www.releituras.com>. Acesso em 12 de Abril de 2017. 
OSWALD DE ANDRADE. Disponível em <http://www.nilc.icmc.usp.br>. Acesso em 12 de Abril de 2017. 
SOUZA, N. Memórias sentimentais de João Miramar – Oswald de Andrade. Disponível em < http://nelsonsouzza.blogspot.com.br>. Acesso em 11 de Abril de 2017. 
DA REDAÇÃO. Modernismo – resumo, autores, dicas e questão comentada. . Disponível em <http://guiadoestudante.abril.com.br>. Acesso em 13 de Abril de 2017. 
SANTOS, P, C, G; SOUZA, A, O. As vanguardas europeias e o modernismo brasileiro e as correspondências entre Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Disponível em <http://www.ple.uem.br>. Acesso em 10 de Abril de 2017.
MODERNISMO. Disponível em <http://www.nilc.icmc.usp.br>. Acesso em 12 de Abril de 2017. 
VESTIBULAR 1. Memórias Sentimentais de João Miramar de Oswald de Andrade. Disponível em < http://www.vestibular1.com.br>. Acesso em 14 de Abril de 2017. 
OLIVEIRA, A, C. Memórias Sentimentais de João Miramar: metonímia de um Oswald de Andrade moderno. Disponível em < seer.ufrgs.br>. Acesso em 15 de Abril de 2017.

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